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Palavras: 4005
Acessos: 2853   |  Postado em: 00/00/0000

Notas iniciais:

Música do capítulo: Highway to hell - AC/DC

Capítulo 11 - Não é suficiente

Maria Luiza

 

 

 

Eu não dormi mais depois da última conversa que tive com a Alice. Não queria ter dito tudo que aconteceu comigo a ela. Eu não falo disso com ninguém, para falar a verdade. Só Guilherme que sabe do acontecido. Rafaela me dilacerou de uma forma que pensei que nunca mais iria juntar meus pedaços, mas de certa forma estava bem com isso. Até conhecer Alice. Aí eu tive que aprender a me envolver seriamente com alguém de novo e confiar. Por algum motivo eu não confiava nela, essa era a verdade. E o fato dela ser tão fechada me apavorava. Bem, ela devia gostar de mim pois só assim para aturar meus surtos, na maioria dos dias eu acreditava que ela sentia mais que gostar, eu achava que ela sentia amor por mim. Mas vinha tudo que aconteceu comigo antes e eu lembrava que as pessoas simplesmente mentem. Afinal, ela estava com aquele cara quando nos vimos na festa. Ela gozou pra ele olhando para mim. Meu sangue fervia ao pensar nisso, mesmo que nem nos conhecessemos direito nessa época. Ainda assim, o que eu sentia era mais forte e me arrastou para ela mesmo assim.

 

 

Agora eu tinha a impressão que nada mais importava. Nada disso. Além das constantes acusações e surtos eu quase a matei no dia do seu aniversário. E era isso que eu queria naquele momento. A Alice é tão linda que me arranca o fôlego. Eu quis matá-la só pra ser a última pessoa a encostar nela. Quis matá-la para que ele não tocasse mais a pele dela. Alice era minha e ninguém mais tocaria nela a não ser eu e se fosse necessário eu a mataria para isso. A beleza dela continuou me arrancando o fôlego enquanto eu arrancava o ar dela. Minhas mãos enlaçaram seu pescoço com força e só consegui parar porque ela me olhou como se estivesse se despedindo de mim. Ela aceitou que morreria ali e isso me trouxe a realidade. Não queria matá-la porque não queria ficar sem ela. Mas esse incidente me provou que eu odiava Alice. Odiava esse domínio que ela exercia sobre mim. Tanto quanto ela provavelmente me odiava. Eis a maior irônia do mundo. Eu a amava tanto que esse amor me deixou doente. Odiava porque no fundo sabia que ela precisava ser protegida do meu amor.

 

 

Esses sentimentos conflitantes estavam me enlouquecendo, mas me coloquei em segundo plano para ficar perto dela. No sábado em que comemoraríamos seu aniversário ficamos em sua casa vendo filmes e namorando. Achei que as coisas voltariam a ficar tudo bem, como sempre achava sempre que a tinha em meus braços. Estavámos na sala e eu decorei cada detalhe do seu rosto enquanto ela assistia o filme. Vê-la franzir o cenho ou sorrir em reação as cenas do filme era uma dádiva. Principalmente depois de tudo que a fiz passar nos últimos meses. Ela não estava mais no clima de comemoração e eu entendia. Além disso, eu gostei porque estava difícil olhar pra ela e não chorar ou passar todo o tempo pedindo desculpas. Toda vez que ela ficava séria e me olhava eu tinha a impressão que ela me diria para ir embora e não mais voltar. Na tarde de sábado aparentemente calma, eu estava em pânico por dentro. Saí de lá com o coração acelerado pra ir me arrumar para o show.

 

 

Entrei em casa e encontrei minha mãe na sala´com um copo de whisky na mão. Não tinha a mínima intenção de conversar com ela, mas não escapei:

 

 

-- Maria Luiza? -- Não passei pela sala rápido o suficiente. Que droga.

 

 

-- Oi, mãe. -- Respondi me virando para ela.

 

 

-- Vou te falar a mesma coisa que falei a Alice. Amores como o de vocês não acontece duas vezes na vida. Não estrague tudo. Você não faz ideia do quanto é difícil pra ela. -- Revirei os olhos. Como sempre ela estava meio bêbada e sua voz arrastou um pouco. Esse fator me fez desconsiderar suas palavras.

 

 

-- Mãe, eu preciso me arrumar. Guarde seus conselhos para Alice, ela tem paciência para as suas bobagens. -- Subi as escadas rápido e mais rápido ainda tomei banho, me vesti e saí. Não estava com muita paciência então só vesti calça jeans, tênis e camiseta mesmo.

 

Cheguei ao bar e passei o som com os meninos sem muita animação. Tomei alguns shots de tequila para entrar no clima. Peguei uma garrafa de vodka e deixei no palco perto do meu pé com um copo com gelo. Aos poucos o lugar foi enchendo e começamos o show. Avisei que hoje não cantaria nenhuma música, mas fiz a segunda voz como sempre. O show foi acontecendo e no fim de cada música eu praticamente virava um copo de vodka o que fez os meninos olharem preocupados para mim. Estavámos tocando uma música do AC/DC e enquanto eu cantava o refrão junto com o vocalista senti olhos fixos em mim. Já sabia quem eram, não precisava olhar. Mesmo assim continuei cantando sem olhar para a pessoa na platéia. Minha voz já enrolava um pouco por causa da bebida.

 

 

 

Living easy, livin' free
Season ticket, on a one way ride
Asking nothing, leave me be
Taking everything in my stride

Don't need reason, don't need rhyme
Ain't nothin' that I’d rather do
Going down, party time
My friends are gonna be there too

I'm on the highway to hell
On the highway to hell
Highway to hell
I'm on the highway to hell

No stop signs, speed limit
Nobody's gonna slow me down
Like a wheel, gonna spin it
Nobody's gonna mess me 'round

Hey, Satan!
Payin' my dues
Playin' in a rockin' band
Hey mama! Look at me
I'm on my way to the promise land

I'm on the highway to hell
Highway to hell
I'm on the highway to hell
Highway to hell

Don't stop me!

I'm on the highway to hell

I'm on the highway
I'm on the (highway to hell)

I'm on the highway to hell (highway to hell)

Yeah I'm going down anyway
I'm on the highway to hell

 

 

 

 

Eu não contei a história toda a Alice. Prefiri não comentar o fato que eu encontrei Rafaela outras vezes depois que que ela me traiu e saí da escola. Ela aparecia e me dizía o quanto seria eternamente infeliz por ter me magoado e blábláblá e sempre acabavámos discutindo, trans*ndo e discutindo de novo. Não tive nada com ela desde que conheci Alice, mas a vi nesses meses. Ela descobrira através de amigos em comum que eu estava tocando nesse bar e às vezes aparecia lá, mas eu sempre estava com a minha namorada e a adverti com o olhar para manter distância de nós. Num único dia que Alice não se sentia bem e ficou em casa ela se aproximou de mim e me fez mil perguntas sobre meu relacionamento e no meio de uma discussão me roubou um beijo. Mas não aconteceu nada além disso.

 

 

Fizemos um intervalo e eu já tinha bebido grande parte da garrafa de vodka. Desci do palco com o que restou da vodka embaixo do braço, meio que trocando as pernas. Me perguntei o que minha mãe diria ao me ver assim. Sentiria orgulho por eu estar seguindo seus passos? Sorri da forma como essa seria uma irônia típica de Alice. Fui ao banheiro e Rafaela me seguiu até lá. Ela estava com um vestido curto que destacava seu corpo curvilíneo o que notei ao sair do reservado para lavar as mãos.

 

-- Senti saudade, Lu. -- Disse se aproximando.

 

-- Claro que sentiu. -- Respondi com a voz afetada pelo álcool.

 

-- Luiza, por que sempre tem que reagir assim a minha presença? Vai acabar me dando o que eu quero, como sempre. -- Ela colou o corpo no meu e beijou meu pescoço.

 

-- Sai de perto de mim. -- Disse mas não a afastei. Seu corpo mexia comigo, não posso negar. Ela era gostosa. Estava quase da minha altura com o salto, o cabelo grande escuro com as pontas loiras estavam com um cheiro bom. Seus seios grandes estavam roçando nos meus. Fiquei ofegante querendo ou não. -- Você não vale porr* nenhuma, Rafaela.

 

--  Nem você, meu bem. Você não está bem, eu estou vendo. Terminou com a namoradinha? Você sabe que eu sei como fazer você se sentir melhor. -- Ela me empurrou para o reservado grande e encostou a porta. Então eu considerei a ideia. Queria desesperadamente uma distração de tudo com isso com Alice. E se Rafaela me desse cinco minutos de alívio disso que seja. Foi uma boa ideia? Não, foi a pior ideia que eu já tive, sem dúvida nenhuma. Eu provaria para mim que não era tão dependente de Alice assim e ali exorcizaria de vez todo o mal que Rafaela me fez. Afinal, era obrigação dela me fazer sentir melhor, tudo isso que estava acontecendo era culpa dela. Ainda assim eu estava hesitante, sabia que não era certo. Ao notar minha inércia, ela fez sua última investida.

 

-- Olha o que eu tenho pra você. -- Abriu a bolsa e tirou uma calcinha pequena de lá e jogou em cima de mim. Depois pegou minha mão livre e levou até o meio de suas pernas onde senti sua humidade abundante. Gemi baixo, ela sorriu e completou: -- Me come, Lu. Tô com saudade de goz*r pra você. -- Aí perdi o controle totalmente. Eu estava meio tonta então sentei na privada e a puxei para o meu colo e comecei a fazer o que ela pediu. Beijei e mordi todos os lugares onde minha boca alcançava totalmente excitada, enquanto Gisele gemia com minhas estocadas firmes. Ela tirou um seio do vestido e o ch*pei com vontade. Naquele momento eu não pensava em mais nada. Ela mordia minha orelha e pedia mais.

 

 

-- Ora, ora. Parece que realmente velhos hábitos nunca morrem. -- A princípio pensei que a voz de Alice estivesse dentro da minha cabeça, mas olhei para frente e encontrei os olhos verdes mais lindos que já vi. Ela se virou antes que eu pudesse dizer qualquer coisa e saiu correndo.  Me levantei bruscamente e com isso joguei a garota no chão que soltou um palavrão alto. Tentei sair dali, mas me enrolei para desviar de seu corpo. Saí tonta me segurando na porta e olhei para todos os cantos do bar que não era grande. A vi já na porta e nossos olhos se cruzaram. Ela sorriu de um jeito tão assustador que senti meu corpo ser jogado para trás. Eu não conhecia aquele sorriso e nem a dona dele. Parece que eu matei Alice, sem encostar nela. Ela se virou e sumiu pela porta. Fui atrás, mas quando saí não a encontrei na rua. Corri para o estacionamento e dirigi correndo para casa dela. Eu estava tão bêbada e indo tão rápido que é um milagre não ter sofrido um acidente, passei pela portaria e entrei no elevador apertando o número 6. Fátima abriu a porta pra mim, meio assustada.

 

-- Malu, o que foi? Aconteceu alguma com a Alice? -- Perguntou apreensiva.

 

-- Ela não está aqui, Fátima? -- Olhei o apartamento todo e fui até o seu quarto. Ela não tinha voltado pra cá. Merda!

 

Não queria dizer o que estava acontecendo para Fátima, tinha certeza que Alice concordaria com isso. Comecei a ligar para ela do telefone de casa, mas não atendeu. Liguei do meu celular e nada também. Tentei tranquilizar Fátima e convencê-la a dormir, mas não adiantou. Ela apenas foi para o quarto e ficou costurando. Me fez prometer que a qualquer notícia iria lá avisá-la. Quando meu telefone tocou dei um pulo e atendi desesperada, mas era apenas o Felipe, o baterista da bando querendo saber do meu paradeiro. Esqueci completamente da banda. Expliquei que ocorreu uma emergência com Alice e me desculpei, ele pareceu entender e não reclamou da minha ausência.

 

Nada de Alice ligar ou voltar para casa. Fui até a cozinha e esquentei um café pra me manter acordada e ficar completamente sóbria. Tomei grande quantidade enquanto esperava. Eu já estava em pânico, será que Alice tinha feito alguma besteira? Se ela tivesse se machucado seriamente por minha causa eu nunca conseguiria me perdoar por isso. As horas passaram muito devagar essa noite. Decidi que se não soubesse dela até às 8 da manhã ligaria para Pierre e para Fernanda e pediria ajuda deles. 5 horas meu celular começa a tocar e é o número dela na tela. Antendi ainda no primeiro toque.

 

-- Alice? Cadê você, amor? Nós temos que conversar e ... -- Falei rápido atropelando as palavras quando fui interrompida por uma voz masculina nem grave.

 

-- Não é Alice, é o Matheus. A Alice não tá legal e eu não sabia pra quem ligar. -- Fechei a cara.

 

-- O que você tá fazendo com ela? -- Perguntei nervosa.

 

-- Algo melhor do que você fez para deixá-la nesse estado, não é? -- Engoli em seco. -- Não temos tempo para isso, acho que é uma overdose. Estou levando para emergência. -- Eu entrei em pânico. Overdose? Como assim? Ele me disse que achou a carterinha do plano de saúde na bolsa dela e estava indo para lá. Porém decidimos que era melhor ir para um hospital público, para que Pierre não fosse avisado imediatamente. Corri para o carro e fui encontrá-los no hospital.

 

 

Cheguei lá e ela já estava recebendo os primeiros socorros. O palhaço estava sentado na sala de espera como se fosse alguma coisa dela. Aposto como foi ele que deu essas coisas para Alice. Na verdade, no fundo eu sabia que o estava culpando para desviar a minha responsabilidade nisso para outra pessoa.Minha vontade era ir na polícia e dizer que ele era um traficante. Assim ele ficaria longe de vez da Alice.

 

-- Já deram alguma notícia dela? -- Perguntei quando ele me viu.

 

-- Não, ainda não falaram nada. -- Respondeu olhando para o chão.

 

-- Nesses casos eles costumam avisar a polícia. Se quiser ir embora fique à vontade. Eu cuido de tudo. -- Ele me olhou. Na verdade, me fuzilou com o olhar.

 

-- Eu não vou a porr* de lugar nenhum. Não sou um rato. -- Ele disse e essa lealdade a Alice me irritou menos do que me comoveu. Tive que reconhecer que ele se preocupava com ela. -- Pensei que ela fosse morrer. -- Ele disse tão baixo que não sabia ser era pra eu ouvir. Estremeci.

 

Um médico veio nos dizer que ela estava estável, mas estava em observação. Por sorte, se é que se pode usar essa palavra num caso como esse, ela já tinha feito aniversário então não era obrigada chamar os responsáveis. Ele concordou muito rápido em não avisar a polícia sobre o caso, fiquei em dúvida se era padrão mesmo chamar a polícia. Não questionei e Matheus muito menos. Ela passaria o dia lá, pelo que entendi seus batimentos estavam demorando para normalizar embora ela já estivesse fora de perigo. Quando normalizou ela precisava descansar, mas ele nos deixou ir ao quarto onde ela estava.

 

Ela estava deitada com os olhos fechados, mas não posso garantir que estivesse dormindo. Seus lábios estavam brancos e ela parecia bem pequenininha deitada ali. Quis abraça-la mas sabia que ela não aceitaria e não queria que se irritasse agora. Ficamos sentados numas cadeiras no canto do quarto. Olhei para Matheus e seus olhos estavam cheios de lágrimas com a visão dela ali. Tentou disfarçar olhando para o alto mas ainda assim duas lágrimas teimosas rolaram de seus olhos. E dos meus também. Alice tossiu um pouco e eu sabia que estava acordada. Quando me levantei para me aproximar da cama, ela sussurrou com a voz fraca:

 

-- Math? -- Ele se aproximou e ela enlaçou sua cintura enquanto ele fez carinho em seu cabelo.

 

Me senti uma verdadeira intrusa ali.

 

 

 

 

Alice

 

 

Depois de um tempo no hospital recuperei a consciência. Lembrei de tudo que aconteceu na noite anterior. Luiza e a menina. Encontrar Matheus e roubar tudo que ele tinha de cocaína no bolso. Depois taquicardia, alucinações e escuridão. O último rosto que eu lembrava era o de Matheus, Eu me senti completamente sozinha ali e chamei por Math, sabia que ele estaria morrendo de preocupação.

 

 

-- Math? -- Ao ver que ele tinha permanecido ao meu lado meu coração se acalmou e eu abracei sua cintura o mais forte que eu pude. Enquanto fazia carinho no meu cabelo ele sussurrou no meu ouvido.

 

-- Não faz mais isso comigo tá, Al? -- Ele pediu baixinho. -- Sua namorada tá aqui também. -- Meu coração ficou gelado. Ele se levantou para que Luiza se aproximasse imaginando que era o certo a ser feito. Luiza se aproximou de mim com a mão estendida.

 

 

-- Não! -- Ela estava com olheiras gigantes e a mesma roupa que usava antes. -- Não encosta essa mão imunda em mim. O cheiro daquela vagabunda ainda deve estar aí. E eu não tenho namorada, Matheus! -- Ralhei com ele mesmo sabendo não ser justo. Quando ele finalmente descobriu o que tinha acontecido, voltou para o meu lado. -- Luiza, obrigada por ter vindo, mas não tem nada que você possa fazer aqui. Matheus me leva para casa quando for possível. Tchau.

 

 

-- Mas Alice me deixa te explicar... -- Não a deixei concluir.

 

 

-- Luiza, não me cansa. Acabou. Te olhar me faz querer vontade vomitar. Eu quero ficar com Matheus e não com você. Volta pra sua vagabunda, ou não, eu de fato não me importo. Agora eu estou livre de você e das suas crises de choro patéticas, não quero ver outra. Sempre achei irritante essa sua fraqueza, mas quase me senti mal por continuar encontrando Matheus pelas suas costas. Agora eu vejo que foi pouco, você merecia bem mais. Me faça o favor de me poupar da sua presença degradante. -- Me controlei o máximo possível e passei o descaso que pretendia passar na voz. Luiza estava com os ombros tão baixos que achei que arrastariam no chão. Ela se virou e saiu do quarto.

-- Você tem dúvidas de que essa garota te ama, Al? -- Matheus perguntou sentando na cama de novo.

 

-- Não. -- Respondi sincera.

 

-- E então o que está fazendo? -- Insistiu.

 

-- Não é o suficiente. -- Disse encerrando o assunto. Ele ficou pensativo por um momento.

 

-- Se eu fosse mais esperto não tentaria te ajudar com ela. -- Comentou displicente.

 

-- Ninguém pode me ajudar com ela. -- Suspirei. -- Eu só vou te magoar, Matheus. Somos melhores como amigos.

 

-- Podemos ser amigos com uma condição: sem drogas. Não vou te dar mais nenhuma droga e você não pode roubar também. -- Ele disse sério. -- Prometa, Al. -- Completou.

 

-- Prometo, Math.

 

 

 

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

 

 

 

Voltei para casa com Matheus e tive que ouvi um interrogatório da parte de Fátima. Inventei uma desculpa qualquer, dizendo que bebi demais e tive que ir para o hospital. Ouvi um sermão, mas não liguei. Não fui para escola por dois dias deliberadamente para não encontrar Luiza. Na quarta quando eu fui para escola e não a vi. Ela não foi a escola e a professora não chamou seu nome. Tentei não dar a mínima para isso, mas não deu.

 

Isso se repetiu com todos os professores, sem exceção. Essa semana passou e depois a outra. Nada de Luíza. Tentava não ligar, mas a verdade é que eu tinha me transformado em um zumbi. Passava dias inteiros sem pronunciar uma única palavra, tinha pesadelos contantes quando conseguia dormir. Meu único alívio eram as visitas de Matheus. Ele ia lá em casa sempre que possível. Ás vezes ele tentava ser engraçado e me fazer rir outras eu tinha crises de choro na qual molhava toda a sua camisa, mas ele não se importava e ficava quietinho acariciando meus cabelos. Tinha dias também que ele só ficava quieto sentado ao meu lado e isso bastava.

 

No domingo duas semanas depois que eu não tinha nenhuma informação de Luiza, Fernanda foi lá em casa me visitar. Pierre viria depois, direto do hotel. Estavámos na sala e depois dos cumprimentos formais eu falei:

 

-- Onde ela está? -- Não precisei explicar de quem eu estava falando.

 

-- Em São Paulo, com os avós paternos. -- Fernanda respondeu me avaliando. Assenti. -- O que aconteceu?

 

-- Vou fazer vestibular para história da arte. -- Fugi da pergunta. Ela percebeu, mas deixou passar. -- Pierre vai me matar. -- Ela sorriu, revirando os olhos.

 

-- Eu me viro com ele. Não se preocupe. -- Só pensava que Luiza tinha me abandonado. Ela fugiu na primeira oportunidade que teve e me deixou aqui. Queria voltar para o meu quarto.

 

-- Você pode ligar para Pierre e dizer que estou indisposta? Quero voltar a dormir. -- Pedi olhando para Fernanda, mas sem vê-la. Ela não respondeu, apenas pegou o celular e ligou. Combinou de encontrar com ele em um restaurante. Me despedi dela e voltei para o quarto e tenho a impressão de que passei o resto do mês lá.

 

As aulas acabaram em duas semanas e eu só saía para ir assistí-las ou quando Matheus insistia muito para darmos uma volta. Chegou o dia do vestibular e fiz uma ótima prova. Resolvi ir finalmente para as aulas de direção que Pierre havia pago para mim. Aos poucos fui voltando ao normal e o que me deu força foi o ódio que eu ainda sentia por Luiza. Ódio que só aumentou pela facilidade com que ela desistiu de nós. Passei no vestibular como eu já esperava. Minhas aulas começariam em março e eu estava animada. Passei a sair com Matheus. Fazíamos programas leves como cinema e lanchonetes. Me sentia um pouco culpada por monopolizar a atenção de Math, ele não tinha uma namorada e eu acreditava ser a grande culpada disso.

 

Comecei a faculdade e estava adorando. Voltei de vez à vida social no primeiro ano de faculdade. As inúmeras festas e os dias inteiros passados no bar eram a minha maior distração além dos estudos. Conheci e fiquei com várias pessoas nas festas, mas sem envolvimento sério. A maioria eram mulheres, mas fiquei com alguns poucos caras também. Era só sex* e diversão e se alguém por acaso confundisse isso, eu já tirava meu time de campo. Eu não estava completamente feliz, mas também não estava infeliz. Estava levando a vida e passei um ano sem nenhuma notícia de Maria Luiza. Vez ou outrava sonhava com a cena que vi no banheiro e acordava tremendo. Eu sabia que não a esqueceria e de certa forma isso me deixava alegrava.

 

 

Aos domingos eu sempre tentava visitar Fernanda e hoje era domingo. Estava com uma ressaca homérica, mas já não havia ido na última semana e não queria que Pierre aparecesse me enchendo o saco e isso aconteceria se eu não fosse hoje. Coloquei um short jeans e uma blusa comprida que a tapava. Deixei o cabelo solto e pus meus inseparáveis óculos escuros. Minha cabeça latej*v* e meu estômago estava embrulhado. Dirigi calmamente até a casa dela e a empregada abriu a porta pra mim. Qual não foi o meu susto ao chegar na sala e encontrar Pierre, Fernanda e Maria Luiza sentados na sala. 

Fim do capítulo

Notas finais:

Um pouquinho da mente conturbada da Luiza. 


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Comentários para 12 - Capítulo 11 - Não é suficiente:
patty-321
patty-321

Em: 21/06/2016

São duas mentes conturbadas e fascinantes. Esperando os inéditos.doidap ver como acaba. Bjs

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