O final de semana em Ubatuba foi delicioso e muito romântico, aproveitamos bastante e retornamos para São Paulo no final da tarde de domingo. Pilar estava toda feliz e decidiu voltar dirigindo. Durante toda a viagem cantamos juntas acompanhando a nossa rádio favorita, resolvemos passar na casa dos meus pais, para deixarmos algumas lembrancinhas que compramos para os dois, ficamos por lá cerca de uma hora e em seguida jantamos juntos em uma churrascaria.

- Rúbia e Pilar, é tão bom ver vocês duas assim felizes (revelou minha mãe toda sorridente).

- Dona Duda, muito obrigada por tudo (agradeceu Pilar toda carinhosa).

- Não precisa agradecer, você é um anjo menina (minha mãe afirmou toda afetuosa).

- Dona Maria Eduarda e Sr. Rubens, a terapia de casal tem sido excelente (contei e fui interrompida pelo meu pai).

- Terapia de casal é muito bom mesmo, eu e sua mãe já fizemos algumas vezes, a convivência é complicada e uma ajuda profissional é positiva para um relacionamento saudável (comentou com sinceridade).

- Então, eu propus este jantar porque preciso falar um pouco com vocês minha família (falei um pouco receosa).

- Filha, pode dizer, algum problema? (disse minha mãe toda curiosa).

- Pilar, mãe e pai, eu tenho pensado muito sobre a maternidade, entendo a querência de vocês e tenho muito medo, não me sinto preparada, preciso da ajuda de vocês e, por favor, tenham paciência (expliquei).

- Minha filha, fique tranquila e não se sinta pressionada, teremos paciência (garantiu meu pai).

- Vocês pensam em adoção? (questionou minha mãe com curiosidade).

- Eu penso em inseminação (expôs Pilar falando baixinho).

- Ai meu Deus! Vou ser avó, vou pegar meu neto ou neta recém nascido nos meus braços, vou mimar tanto e saiba que vou te ajudar em tudo minha filha (começou a planejar toda entusiasmada).

- Obrigada Dona Duda.

- Maria Eduarda, se controla! (repreendeu meu pai).

- Rubens, deixa de ser chato e Rúbia, deixa de história. Pilar, nesta semana vamos visitar uma clínica de reprodução humana e fertilidade?

- Sim! Eu vou adorar (minha esposa respondeu animada).

- Vou acertar a conta, as senhoras querem mais alguma coisa? (falou meu pai, as duas não responderam nada).

- Eu vou com o senhor, essas duas estão impossíveis (brinquei).

Acertamos a conta, as duas ainda conversaram bastante, deixamos a churrascaria e seguimos para as nossas casas. Logo que chegamos resolvemos desmontar nossas malas.

- Pilar, quando vocês vão até à clínica?

- Sua mãe sugeriu na quinta-feira depois do almoço, você vai conosco?

- Não sei.

- Poxa Rúbia.

- Pilar, sem pressão, eu já disse que estou pensando sobre, mas ainda não sei lidar com isso.

Ela não respondeu nada, saiu do quarto e bateu a porta. Infelizmente acabei sendo ríspida com ela, terminei de desmontar nossas malas e fui ao encontro dela, que estava cabisbaixa sentada no sofá.

- Amor, desculpa! Fui ríspida, você já é tão paciente. Dê-me um abraço?!

Ela pulou no meu colo e chorou baixinho com o rosto no meu ombro.

- Minha linda, não fica assim, eu te amo tanto. Desta vez eu prefiro não ir com vocês, mas prometo que aos poucos vou começar a te acompanhar, tudo bem?

- Sim.

- Vamos tomar banho? Depois te faço uma massagem.

- Eu quero (ela respondeu ainda aconchegada nos meus braços).

Tomamos banho juntas e depois fiz a massagem prometida, em seguida ela adormeceu. Minha esposa estava ansiosa e sensível, preciso ter mais cuidado para abordar e lidar com a questão. Acredito que toda esta vontade dela tem me motivado um pouco também, quem sabe aos poucos eu não me acostumo e esta ideia não é de toda ruim. Fiquei admirando a beleza de Pilar e adormeci pensando em nós, na nossa família e na possibilidade de ser mãe.

Na segunda-feira acordamos cedo, preparamos nosso desjejum, tomamos café juntas, nos arrumamos e seguimos para a empresa.

- Rúbia, bom trabalho e até o almoço (ela disse antes de deixar o carro).

- Amor, obrigada e igualmente (respondi beijando-a).

Trabalhamos bastante naquela manhã, no meio do dia almoçamos juntas e no início da tarde fizemos terapia. O novo encontro com a psicóloga foi muito agradável, deixamos o consultório conversando com contentamento.

- Pilar, você precisa voltar para empresa?

- Não, posso voltar só amanha e você?

- Tudo em ordem por lá, quero é te namorar.

- Adoro! Rúbia, lembra aquele dia que você me perguntou sobre pedir comida em um fast-food e deu como opção delivery ou drive-in...

- Lembro sim, você começou a rir, disse que tinha pensado besteira, mas não quis me contar o que era.

- Agora eu quero contar, realiza uma fantasia da sua esposa?

- Nossa, fiquei curiosa, conta! Qual fantasia?

- Quero ir num motel drive-in.

- Mentira! (falei dando risada).

- Ah, para! Não fique rindo. Nós só fomos em motéis umas duas vezes e eu tenho vontade de ir num drive-in, vamos?

- Ok, vamos, mas agora?

- Sim!

- Mulher, você é uma caixinha de surpresa.

- Amor, me leva em um bem bonito tá.

- Ai que esta o problema, eu nunca fui em nenhum, mas vamos procurar um que pareça bacana.

Depois de alguns minutos escolhemos um drive-in, a Pilar estava toda animada, parecia uma adolescente, passamos por uma espécie de portaria, recebemos um cardápio, que continha sucos, lanches e bebidas. Pagamos a taxa de entrada, que por sinal achamos bem barata e fomos apresentadas a uma série de garagens, algumas cobertas e outras descobertas, optamos por uma vaga coberta e de paredes coloridas. No fundo do ambiente tinha também lavabo, sofá, hidro, televisão e cadeira erótica. Estacionei o carro e fechamos o portão, deixando o ambiente mais escuro. Pilar escolheu um CD de MPB e colocou para tocar. Deixei de lado a minha vergonha, não tive preconceito algum com o local, era bem bacana e minha mulher estava toda sensual.

- Amor! Eu estou achando isso tão excitante (Pilar disse toda provocante e começamos a nos beijar).

- Princesa, vamos para o banco de trás (falei já abrindo a porta do carro).

Naquela tarde nos curtimos bastante, fizemos amor e sex* dentro do nosso carro, depois experimentamos a cadeira erótica também, que é muito interessante, nela praticamos posições variadas e aproveitamos loucamente. Finalizamos aquela aventura na hidromassagem. Deixamos o drive-in já no começo da noite e jantamos em um restaurante japonês próximo da nossa casa.

- Amor, hoje nem precisamos malhar né (falou Pilar dando risada).

- Mulher, eu nem aguentaria viu, você me deu muito trabalho nesta tarde.

- Ai foi tão bom, gostei muito! Só de lembrar fico molhada.

- Pilar, que fogo é este criatura?

- Um fogo que você sabe apagar muito bem.

- Olha que provocativa. Amor, eu não sabia desta sua fantasia, de onde tirou isso?

- De onde tirei nem sei, mas eu tinha vontade. Tem outras coisas também que poderíamos experimentar (falou indo deitar).

Deitei com ela na nossa cama e fiquei esperando ela falar, porém desta vez ela não continuou.

- Ei sua danada, o que pretende?

- Vamos visitar um sexy shop? Nós nunca fomos e eu já vi na internet que lá tem muitas coisas legais.

- Melhor você tomar cuidado com o que você anda olhando na internet viu moça (tentei desconversar).

- Rúbia, vamos? Vai ser legal.

- Ok, dia desses podemos ir.

- Eu vou adorar, quero alguns brinquedinhos.

- Estou começando a ficar com medo e desde quando precisamos destas coisas?

- Amor, qual o problema?

- Eu que te pergunto. Qual o problema? Hoje não foi maravilhoso?

- Claro que foi, maravilhoso e delicioso. Mas é bacana experimentar coisas novas, eu tenho curiosidade. Não comentei antes, porque nossa relação estava complicada e mal conversávamos. Agora que estamos bem, resolvi dizer (explicou toda calma).

- Tudo bem princesa, eu te entendo, vamos experimentar sim, mas agora precisamos dormir, estou cansada.

- Eu também. Boa noite!

- Boa noite e durma bem.

Nos beijamos, nos cobrimos, nos aninhamos e adormecemos depois daquela deliciosa segunda-feira.

Fim do capítulo