Ame o que é seu por PriHh
Capítulo 48 – Jantar de noivado
“Nada é exatamente como queremos, então não deixe pra amanhã o que pode ser feito hoje, imprevistos acontecem a todo momento” (Israel Ziller)
Amor? – chamei Paty que estava distraída. Eu já sabia o motivo de sua tristeza. Estávamos na casa da minha mãe. Minha família estava quase toda ali. Minha mãe e meu pai, meus avós que vieram da fazenda unicamente para isso, ambos bem velhinhos já mas, sempre com aquele ar de casal apaixonado. Lúcia e sua família também estava ali, assim como alguns amigos meus e de Patrícia. Faltava apenas quatro pessoas, Júlia, Flavia, minha filhota Valentina e claro, minha nem tão estimada sogrinha. Essa eu sabia que não viria. E por isso minha ruiva estava cabisbaixa.
No fundo Patrícia ainda tinha esperanças de que sua mãe deixasse de ser tão preconceituosa e participasse da nossa vida. Elas haviam tido outra discussão durante a semana, quando minha amada noiva lhe entregou o convite do jantar. Ela estava arrasada quando cheguei em sua casa na quarta feira a noite. Chorou tanto em meu colo que acabou pegando no sono.
- Oi minha vida – respondeu voltando sua atenção pra mim.
- Você está bem? – perguntei puxando-a para um abraço.
- Estou sim – respondeu me dando um sorriso forçado – Só um pouco triste... mas vai passar.
- Ela vai mudar de ideia mais cedo ou mais tarde amor – disse confortando-a – Você vai ver!
- Espero que esteja certa Ana – disse. Vimos a porta da sala se abrir e Júlia entrou por ela. Ela estava sozinha, o que me fez estranhar já que eu tinha falado com Flavia algum tempo atrás e ela me disse que estava indo pra casa da Jú. Minha irmã cumprimentou meus pais e depois seguiu até nossa direção.
- Boa noite – disse Júlia sorrindo. Ela estava diferente nos últimos dias. Mais feliz, mais sorridente, uma Júlia que eu tinha a impressão de não conhecer.
- Boa noite Jú – beijei seu rosto e dei-lhe um abraço apertado. – Estava com saudades.
- Eu também estava Aninha – ela disse afastando-se.
- Boa noite Júlia – Paty disse cumprimentando-a.
- Boa noite Patricia.
- Cadê a Flávia Ju? – perguntei. – Achei que vocês viriam juntas!
- Eu não sei Ana. Ela ficou de me buscar mas, não apareceu. Já liguei um monte de vezes pra ela e nada dela me atender. Mandei uma mensagem avisando que eu estava vindo pra cá. Já estou ficando preocupada. – disse me olhando.
- Não se preocupe deve estar tudo bem – eu disse mantendo Patricia envolta em meus braços, mesmo assim, por dentro eu estranhava essa demora dela. Flávia não era de se atrasar. – Me dão licença um minuto? – pedi dando um selinho em Paty e me afastando delas. Peguei meu celular e voltei a ligar para Flávia. O telefone dela chamou até cair na caixa postal. Tentei uma segunda vez sentindo um pouco de alivio quando a ligação foi atendida, entretanto, meu alivio não durou muito tempo.
- Flávia? Onde você ta sua louca? – disse antes mesmo da pessoa do outro lado dizer algo.
- Oi – disse uma voz estranha – Desculpa eu não sou a Flavia! – respondeu.
- Quem está falando, por favor? – perguntei olhando no visor novamente, conferindo se o numero que eu tinha discado estava certo.
- Meu nome é Juliane! Sou médica residente na Santa Casa. A senhora é parente de uma moça chamada Flávia de Macedo? – perguntou. Senti meu corpo gelar quando ela mencionou as palavras médica e Santa Casa junto com o nome da Flá. No mesmo instante meu coração disparou de medo.
- Eu sou a melhor amiga dela? Está tudo bem com ela? – perguntei preocupada. Olhei para Júlia e ela conversava algo com Paty, as duas estavam sorrindo uma para a outra, felizes, como era pra ser desde sempre, alheias ao que se passava naquele momento.
- Infelizmente eu não posso dar informações a quem não é da família senhora. Você sabe me informar se ela tem parentes na cidade? – perguntou-me. Eu ia dizer a ela que não mas assim que eu fizesse isso perderia qualquer possibilidade de acesso a informação e eu precisava saber da minha amiga.
- Tem a esposa dela – respondi mentindo descaradamente – Pode me passar o endereço, por favor? Estamos indo já ate ai! – ela passou o endereço de lá - Obrigada! – disse desligando o celular. Como eu iria contar a Júlia que Flávia estava no hospital. Eu nem sequer sabia como ela estava. Eu sentia meu coração bater disparado pelo medo de que pudesse ser algo muito grave.
- Ta tudo bem filha? – minha mãe se aproximou de mim – Você tá tão pálida!
- Mãe – olhei-a buscando apoio nela – Eu acabei de saber que a Flávia tá no hospital – disse baixo – Eu preciso contar pra Júlia mas não sei como fazer isso.
- Ela tá bem? – minha mãe perguntou com o cenho preocupado. Toda minha família gostava muito da Flávia.
- Eu não sei mãe – disse deixando uma lágrima escorrer pelo meu rosto, limpando-a discretamente para que ninguém percebesse. Eu estava começando a ficar nervosa.
- Vai pro meu quarto Ana – ela disse. – Eu vou inventar uma desculpa e levo ela e a Paty até lá. – disse. Fiz o que minha mãe pediu e fui até o quarto dela. Eu andava de um lado para o outro quando elas entraram. Assim que olhei pra Júlia meu corpo travou e minha irmã percebeu que tinha algo de errado. Minha mãe fechou a porta atrás delas e Júlia mudou sua feição.
- O que tá acontecendo Ana? – Perguntou-me. Abri a boca para falar mas, não consegui emitir nenhum som.
- Filha! – minha mãe disse fazendo Júlia olhar para ela. – Sua irmã acabou de saber que a Flávia ta no hospital!
- O que? – disse alto olhando-me – Como assim Ana? – perguntou-me. – Mas ela ta bem não tá? – disse com a voz num tom baixo, preocupado.
- Eu não sei Jú – respondi. – Eu liguei pra ela e uma médica atendeu o celular. – expliquei – Ela não me deu informações por que não sou da família – disse.
- Eu preciso ver ela. Onde ela está? – disse passando as mãos pelos cabelos – Eu preciso ir agora até lá. Eu sabia que tinha alguma coisa errada eu senti isso – disse nervosa. - Eu preciso ir pra lá Ana – disse seguindo em direção a porta e Paty a segurou.
- Você não deve sair assim Júlia! – disse olhando-a nos olhos e minha irmã parou por uns segundos. Eu podia ver as mãos dela tremerem e seus olhos marejados.
- Vamos com você! – eu disse. – Mãe você pode avisar as pessoas que o jantar vai ser cancelado? – disse olhando para minha mãe.
- Filha por que vocês não fazem o seguinte... eu vou segurar os convidados aqui por um tempo. Assim que você tiver notícias vocês me avisam se decidiram cancelar tudo ou não o que acha?
- Vocês não precisam ir – Júlia disse – Não é justo que vocês cancelem tudo Ana!
- Eu não vou conseguir ficar aqui sem saber notícias dela Júlia – respondi. – Flá é minha melhor amiga eu preciso estar lá.
- Eu também preciso saber dela – Paty completou.
- Então vamos logo, por favor! – pediu saindo apressada.
- Eu te dou notícias mãe! – disse dando um beijo no rosto dela e saindo com Paty ao meu lado. O caminho todo no carro foi feito em silêncio. Júlia estava no banco traseiro e eu olhava para ela pelo retrovisor. Ela batia os dedos na lateral da porta, nervosa. Parecia aérea olhando pela janela, como se recordasse alguma coisa. Meu coração estava apertado no peito. Tanto por ela quanto por Flávia. Cada segundo que se passava sem notícias eu me preocupava mais. Eu pedia em pensamento para que não tivesse sido nada grave. Minha amiga tinha que estar bem.
- Ela está bem! – eu disse baixinho sentindo uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Paty que estava ao meu lado colocou sua mão sobre minha coxa em sinal de conforto. Olhei para ela sorrindo fraco e passei a mão no rosto quando parei o carro no semáforo, secando a lagrima. Parar o carro naquela região era terrível. Achei um estacionamento por perto e coloquei por lá mesmo. Descemos rápido e seguimos até a entrada do hospital.
- Boa noite – disse a uma moça que estava na recepção – Estamos procurando informações a respeito de uma jovem. O nome dela é Flávia de Macedo – eu disse.
- A senhora é da família? – perguntou-me e no mesmo instante puxei Júlia para perto de mim.
- Ela é minha cunhada – disse – Essa é a esposa dela – a moça olhou para Júlia e percebeu o estado nervoso de minha irmã. Júlia tinha os olhos vermelhos. Eu não tinha percebido ela chorando no carro, mas eu sabia que ela tinha chorado só de olhar para ela. A moça consultou alguma coisa no computador antes de nos responder.
- É a moça do acidente de carro né? Ela ainda está passando por atendimento. – disse olhando para Júlia – Vocês terão que aguardar. Eu vou informar o médico responsável que a família está aqui.
- Você me pode responder algo? – perguntei e ela acenou com a cabeça – Eu Falei com uma moça mais cedo, o nome dela é Juliane, ela me disse que é residente aqui e estava com o celular da minha cunhada. Você sabe me dizer onde deixaram as coisas dela?
- Vou verificar. Só um momento senhora – disse pegando o telefone e falando com alguém.
- Obrigada – respondi. Júlia afastou-se encostando seu corpo na parede do hospital e Paty se aproximou dela tocando seu ombro.
- Fica calma Júlia – disse. Me aproximei delas parando ao lado de minha noiva. Júlia mantinha os olhos fixos num ponto qualquer da parede a sua frente.
- Ela disse que amava! – falou chamando nossa atenção – Hoje de manhã... – olhou-me deixando algumas lágrimas escorrer dessa vez.
- Jú... – tentei falar algo mas, ela me interrompeu.
- Ela disse que amava Ana e eu não disse nada. – balançou a cabeça em negativa – eu não disse nada e agora... ela ta lá dentro e eu não sei o que tá acontecendo com ela... – soltei Paty e puxei minha irmã para um abraço tentando acalma-la.
- Vai ficar tudo bem Júlia. – eu disse.
- E se não ficar Ana? – apertou-me em seus braços – Eu já perdi a Larissa não vou suportar... – calou-se rendendo-se a um choro mais forte e descontrolado, que tomou conta de Júlia, abraçada a mim eu sentia seu corpo tremer e ela soluçar cada vez mais. Doía em mim ver minha irmã passar pro tudo aquilo, toda aquela angustia, todo aquele medo de perder outra pessoa importante para ela.
- Compra uma agua pra mim amor? – pedi a Paty. Ela acenou com a cabeça e saiu em direção a entrada do hospital onde tinhas uns ambulantes vendendo coisas. – Olha pra mim Júlia – pedi afastando-me dela e fazendo-a me olhar – Vai ficar tudo bem! Logo vamos ter notícias dela e não vai ser nada grave você verá. Ai você pode falar tudo que quiser pra ela tá bom? – voltei a abraça-la – Não fica assim – pedi. Eu precisava manter Júlia calma mas, era agoniante não ter notícias de Flávia.
- Senhora! – a moça da recepção nos chamou. Soltei Júlia e fui até ela. – O médico vai falar com vocês. – disse apontando um senhor de cabelos grisalhos e jaleco branco.
- Júlia! – chamei minha irmã que veio apressada até mim e segui com ela até onde o médico estava.
- Qual de você é esposa da paciente? – ele perguntou educadamente.
- Eu – Júlia respondeu apressada, olhando-o – Como ela está doutor? Foi grave?
- Ela está bem! – respondeu e nós respiramos aliviadas - A batida foi forte e ela desmaiou com a pancada na cabeça. Fizemos uma tomografia apenas para garantir que não teve nada mais grave. Teve algumas escoriações nos braços, um corte na cabeça e quebrou dois dedos da mão esquerda. Fora isso não teve nada mais grave.
- Graças a Deus! – eu disse abraçando Júlia. Paty chegou trazendo a agua e juntando-se a nós. – Ela ta bem amor! – eu disse puxando minha noiva para junto de mim.
- Que ótima noticia amor – Paty disse relaxando seu corpo. Ela também estava muito preocupada com Flávia. Todas nós estávamos.
- Quando eu posso vê-la doutor? – Júlia perguntou.
- Nesse momento ela está sendo levada a sala de gesso para imobilização. Deve demorar um pouco... como pode ver hoje está bem cheio. Mas acredito que depois disso já poderei dar alta a ela. Claro que ela deverá ficar em observação por no mínimo 48 horas e caso tenha dores de cabeça ou desmaio deve retornar ao hospital com urgência.
- Posso lhe garantir que eu ficarei o tempo todo com ela doutor – Júlia disse e o senhor de cabelos grisalhos sorriu condescendente.
- Assim que ela estiver liberada pedirei para uma das enfermeiras trazê-la até vocês – disse afastando-se e passando pela entrada do hospital.
- Graças a Deus está tudo bem – tornei a repetir. Olhei para minha irmã que ainda parecia preocupada. – Jú? – chamei-a. – O que foi?
- Eu preciso tomar um ar – disse seguindo em direção a saída.
- Vou atrás dela – disse para Paty, porém, seu braço me deteve.
- Amor deixa ela sozinha por um tempo. – disse e eu franzi a testa sem entender – Sei que está preocupada com ela mais Júlia precisa por seus sentimentos no lugar, e ela só pode fazer isso sozinha.
- Ela precisa de mim – insisti sendo detida novamente.
- Não Ana. Júlia precisa perder o medo que ela tem de se entregar ao amor que está sentindo pela Flávia. E ninguém pode fazer isso por ela vida! – completou.
- Como você sabe? – perguntei.
- Por que eu conheço muito bem a Júlia! – disse e de certa forma aquilo me incomodou um pouco – Toda essa angustia dela não foi só pelo acidente, ou pelo fato dela não saber o que dizer a Flávia mais cedo. Foi exatamente o contrario. Ela sabia o que devia responder mas, por medo escolheu não fazer. E agora com tudo que houve ela sentiu na pele outra vez a possibilidade de ficar sem quem ela ama Ana. E isso está machucando ela.
- Você acha que mesmo que ela ama a Flávia? – perguntei sorrindo levemente.
- Tenho certeza! – respondeu – Eu só vi Júlia com aquele olhar desesperado duas vezes em todos os anos que a conheço. A primeira vez foi quando ela voltou de New York, depois que você a mandou embora. – disse olhando em meus olhos e fazendo um carinho em meu rosto - E a segunda foi hoje! – completou.
- Acha que ela vai conseguir? – abracei-a – Dizer a ela o que sente de verdade?
- Espero que sim – Paty respondeu – Elas merecem ser feliz. E Flávia merece ouvir o que sempre esperou dela né! – beijou meu ombro carinhosamente. – Já ligou pra sua mãe? – perguntou. – Precisamos decidir o que fazer amor!
- Ainda não! – eu disse – Não queria sair daqui sem antes ver a Flávia.
- Então já pode dar meia volta e ir pro seu jantar de noivado – ouvi a voz ede Flávia falando alto chamando nossa atenção. Flávia vinha em uma cadeira de rodas sendo empurrada por uma moça morena de cabelos castanhos. No bolso do jaleco dela estava escrito seu nome. Juliane. A tal residente com que eu tinha conversado mais cedo. Ela era uma bela morena de sorriso cativante e rosto angelical.
- Que bom te ver pocahontas – eu disse quando a moça parou a cadeira de rodas perto de nós. Flavia tinha um corte no supercilio, vários arranhões no braço direito e estava com o esquerdo engessado.
- Achou que uma batidinha qualquer ia ser capaz de derrubar o batman aqui? – disse com seu jeito zombeteiro.
- Ei o batman sou eu tá. – disse entrando na brincadeira dela – Além disso com esse tamanho todo seu você tá mais pro homem formiga – completei fazendo todas rirem, incluindo a médica que a trazia.
- Ai ai ai... isso dói – reclamou Flávia levando a mão ate as costelas.
- Ta tudo bem? – perguntei preocupada.
- Está sim – ela respondeu – Só dolorida ainda. Já podemos ir? – perguntou olhando pra médica.
- Está liberada sim – ela respondeu – Não se esqueça dos cuidados moça. Qual de vocês é a esposa dela? – perguntou levantando a cabeça em direção a nós e Flávia franziu a testa surpresa.
- Eu não sou... - Ela começou a responder quando minha irmã interrompeu-a, fazendo nossos olhos se voltarem pra entrada do hospital.
- Sou eu! – Júlia respondeu. Os olhos de Júlia miravam apenas uma pessoa ali, assim como os olhos de Flávia se mantinham fixos nos de minha irmã. Era como se nós nem existimos mais. Flávia abriu um sorriso ao ver Júlia caminhando em sua direção e tentou se levantar, o que fez Júlia apressar os passos até ela apoiando-a.
- Cuidado amor! – Júlia disse com carinho envolvendo-a pela cintura.
- Eu estou bem Jú – ela disse olhando para minha irmã.
- Me deixou muito preocupada hoje – Júlia disse passando a mão pelo rosto dela. Avaliou o corte em sua cabeça e depositou um beijo suave em seu testa – Nunca mais faça isso comigo ta bom? – pediu olhando-a profundamente.
- Não vou te deixar livre tão fácil assim – disse sorrindo com ar de brincadeira, mas Júlia mantinha uma expressão séria no rosto.
- Acho bom mesmo! Não suportaria perder a mulher que eu amo! – disse deixando Flávia com uma expressão surpresa, boquiaberta. Seus olhos brilharam de uma forma intensa e linda. As duas emanavam um brilho intenso dos olhos. Flávia ia dizer algo quando Júlia a interrompeu colando seu dedo nos lábios dela.
- Eu te amo pequena! – ela disse novamente – Eu deveria ter dito isso a você mais cedo. Eu quis muito dizer mas, eu tive medo. Não quero mais correr o risco de você não saber o que sinto Flá! – pegou a mão direita de minha amiga e colocou sobre seu peito, na direção do coração – Quando eu soube do seu acidente eu entrei em desespero. Tudo que meu coração gritava era que ele te amava... e meu maior medo era que eu nunca mais pudesse dizer isso a você amor. Eu te amo e quero dizer isso pra você todos os dias a partir de agora Flá! – Flávia abriu um sorriso imenso e abraçou Júlia. Minha irmã envolveu-a em seus braços com cuidado para não machuca-la.
- Também amo você Júlia. Amo muito você! – disse enquanto se abraçavam. Senti uma mão tocando meu ombro e ao olhar percebi a residente parada ao meu lado. Ela me entregou a bolsa de Flávia com suas coisas, me passou alguns cuidados que Flavia precisaria e em seguida retirou-se de lá.
- Vamos pra casa! – Júlia disse afastando-se, contudo, ela não contava com a namorada teimosa que tinha.
- Não! Vamos pro jantar da Ana! – disse encarando-a.
- Flávia... – abri minha boca para intervir e antes de qualquer palavra Flávia levantou a mão indicando que era melhor eu ficar quietinha e nem falar nada.
- Você não dá palpite Robin – cutucou-me e voltou a olhar pra Júlia. - Amor eu sei que preciso descansar mais eu quero muito ir pra lá. Eu prometo que descanso lá. Por favor?
- Eu preferiria que fossemos pra minha casa Flá! Ana vai entender não vai Ana? – perguntou-me. Abri a boca e novamente fui impedida de responder por Flávia. Bufei de raiva. Por que elas me perguntavam as coisas se eu não podia responder?
- Por favor, Júlia. Prometo que ficarei deitadinha na cama se você quiser. Só um pouquinho e depois podemos ir pra sua casa. Por favor? – insistiu olhando para ela de um jeito que desarmou Júlia totalmente.
- Só um pouquinho – Júlia respondeu dando um selinho em seus lábios. Flávia sabia ser teimosa quando queria algo. Pelo visto, tanto Júlia quanto eu éramos duas “pau mandado” quando o assunto era agradar nossas mulheres.
- Então vamos? – Paty chamou – Amor avisa sua mãe que estamos indo pra lá enquanto eu pego o carro pra Flá não precisar caminhar muito! – disse me entregando o celular. Liguei para minha mãe avisando que estava tudo bem e que estávamos indo para sua casa. Patricia parou o carro na porta de entrada do hospital. Ela foi dirigindo e eu fui ao seu lado no banco do passageiro. Flavia e Júlia foram no banco de trás. O tempo toda Júlia perguntava a Flávia se ela estava mesmo bem. Era tanta preocupação que até eu já estava começando a entender as respostas monossilábicas de Flávinha pra ela. Não passava nem cinco minutos e ela já perguntava algo outra vez. Eu acabava rindo de tudo aquilo, Flávia estava até melhor do que eu e tinha tirado a noite pra me provocar.
- Então Robin – disse cutucando meu ombro – Você não tem medo do Hulk vir atrás de você? – perguntou e virei meu rosto para trás para olhá-la.
- Que Hulk? – perguntei.
- Ta vendo só amor? – disse para Júlia - Isso que dá quando a pessoa fica trancada no quarto fazendo coisinhas a noite toda. Você ta saindo com a viúva negra sabia? – disse fazendo Paty e Júlia rirem. – Nunca assistiu os Vingadores não?
- Deixa de ser boba Flávia! – eu disse virando para frente outra vez. – E eu não pareço o Robin tá! – respondi emburrada.
Chegamos na casa da minha mãe e apesar de já ser quase 22:00hs da noite ainda estavam todos lá. Assim que entramos as pessoas se aproximaram de nós querendo noticias de Flávia. Depois de algum tempinho Júlia tratou de afastar todos de cima dela e conduziu minha amiga para o meu antigo quarto. Trancaram-se nele e só voltei a ver minha irmã e ela uns 20 minutos depois, por que Flávia se recusou a comer na cama, e fez questão de participar do brinde.
- Boa noite a todos – comecei pondo-me de pé – Em primeiro lugar eu gostaria de agradecer a presença de todos vocês aqui nesta noite que é tão especial pra mim e para Patricia. – busquei seus olhos sorrindo para ela – Hoje nós celebramos um dia que ficara marcado para sempre em nossa vida. Na vida que em breve nós construiremos juntas! Muitas das coisas que acontecem na nossa vida independem das nossas escolhas. Mas algumas delas só dependem de nós pra se realizar. Eu sei que para muitas pessoas isso pode ser estranho. Patricia e eu temos uma historia conturbada, tivemos nossas brigas, nos magoamos, nos afastamos e... – olhei para minha irmã ao lado de Flávia, que sorria, como se me encorajasse a continuar – por um tempo eu deixei de ser a única em seu coração.
- Eu escolhi esse caminho até que um dia, um garotinho de 9 anos abriu meus olhos para o que eu me negava a ver. Eu precisava voltar pra minha terra. Precisava acertar as coisas com minha irmã – disse olhando para Júlia, que me olhava com lágrimas nos olhos - fazer as pazes com minha mãe – disse olhando-a com carinho - e eu precisava lutar pela mulher que eu tanto amo! – voltei-me para Paty que me olhava com muito amor nos olhos. – As vezes, a gente precisa da ajuda de uma criança pra nos mostrar que as melhores coisas da vida são as mais simples. Como a nossa família! – disse olhando para todos. – Outras vezes a presença de um verdadeiro amigo nos abre os olhos sobre nossas atitudes – olhei para Flávia que sorriu – Um amigo de verdade nunca te deixará sozinho e agradeço imensamente a você minha amiga e futura madrinha de casamento. Sem você Flávia eu não seria metade do que me tornei hoje! Infelizmente nem todos puderam estar aqui hoje, mas em nossos corações eles estão presentes! Peço a vocês que se junte a mim nesse brinde. – disse e todos se levantaram pegando suas taças. Virei-me para Paty e olhei em seus olhos – A nós meu amor. A uma vida repleta de felicidade, amor e confiança. A família que iremos construir. Aos filhos que ainda teremos. Ao nosso amor... que ele seja eterno e inesquecível!
- À felicidade do casal! – todos disseram juntos erguendo suas taças e brindando conosco.
- Eu te amo! – Paty disse com os olhos lacrimejando.
- Eu te amo mais! – respondi beijando-a e ouvimos as pessoas em nossa volta aplaudindo. O resto da noite foi tranquilo. Após o jantar Júlia levou Flávia de volta para o quarto. Elas permaneceram o resto da noite lá enquanto nós ficamos na sala comemorando e jogando conversa fora. Vez ou outra eu ia até o quarto ver minha amiga. Depois que todos se foram nós fomos deixar Flávia e minha irmã na casa dela e de lá seguimos para minha casa, onde eu tinha preparado uma noite especial para nós duas.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Amadinny
Em: 22/06/2016
Acho que a PriHh abandonou a história meninas, não posta mais faz dias 😭😭😭😭😭😭😭
Resposta do autor:
Oi Amandiny
Que isso acha que eu ia abandonar minhas leitoras assim sem nenhuma satisfação?
nao mesmo... estou tendo dificuldades pra escrever, estudar, arrumar casamento, trabalhar, namorar acho que vou me dividir em duas kkkkkkk
Bjus
[Faça o login para poder comentar]
lis
Em: 18/06/2016
Boa noite PriHh, tudo bem? Que lindo a Julia se entregando ao amor que sente pela Flavia, espero que agora tudo se ajeite parabéns
Resposta do autor:
Oi lis
Lindo as duas né... tb espero isso
Bjus e ja tem mais capitulo
Resposta do autor:
Oi lis
Lindo as duas né... tb espero isso
Bjus e ja tem mais capitulo
[Faça o login para poder comentar]
Bfr_Laura
Em: 17/06/2016
Com toda certeza o proximo capitulo vai compensar mais ainda a demora porque pelo o jeito vai ter clima hot entre Ana e Paty, coisa que a gente ama em ver elas juntas. Fico até sem folego, PriHh tu é demais, ja te falei isso ne? Beijos, linda e volte logo pelo amor de Deus
Resposta do autor:
Oi laura
Bom ja tem mais capitulos pra vcs... que bom que gosta das cenas hots da Ana com Paty... tem mais uma rs
Bjuss
[Faça o login para poder comentar]
Yasmin L
Em: 17/06/2016
Quem se importa com essa mae chata da Paty que nao se toca que a filha ama a Ana? Eu nao me importo, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Adorei tudo, um clima de paz agora, Flavinha bem com a Julia. E Paty e Ana dispensam comentarios, essas duas sao tao maravilhosas PriHh. Quando voce volta pra postar mais?
[Faça o login para poder comentar]
Fernandaaa
Em: 17/06/2016
esse capitulo foi muito gostoso de ler e ja to imaginando o proximo que promete com a supresa que a Ana vai fazer pra Paty.
Bjooos
[Faça o login para poder comentar]
Maria Luisa
Em: 16/06/2016
Ai PriHh para de fazer a Ana ser tão perfeita prfv! <3
[Faça o login para poder comentar]
Ray Campos
Em: 16/06/2016
O que a Vavá ta achando disso tudo? Ela não tava no jantar, to com saudades dela, deve tá muito feliz com a Ana agora mamãe dela também, a Ana se referindo a ela como minha filhota foi muito lindo. Volte logo
[Faça o login para poder comentar]
gabrielacng
Em: 16/06/2016
Patrícia e Ana Cecília são lindas ... E que venha a continuação dessa noite ... Beijos, grande autora.
[Faça o login para poder comentar]
Esther Maria
Em: 14/06/2016
Flavinha e Ana são as melhores, nunca vou superar essa de Batman e Robin dessas duas. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Beijooos super PriHh.
[Faça o login para poder comentar]
Naiane Lins
Em: 14/06/2016
Ai minha nossa senhora das sapas, sempre que a Ana fala que tem supresa nunca decepciona , fico suando frio só de pensar aqui hahaha. Beijos PriHh
[Faça o login para poder comentar]
Mille
Em: 14/06/2016
Ai, aí dona Pri ainda bem que a Aninha só teve alguns arranhões se não iria ficar de p contigo.
Como diz "não espere para amanhã o que se pode dizer hoje" Júlia sentia isso o pior que pela segunda vez, ainda bem que pode abrir seu coração para a baixinha querida por todas nós.
Bjus e até o próximo
[Faça o login para poder comentar]
Pryscylla
Em: 13/06/2016
Nossa ainda bem que não foi nada grave com a baixinha cervejeira kkkkkkk. Agora é só felicidade para as quatro.
Bjus =]
Resposta do autor:
Oi Pry
kkkkkk baixinha cervejeira foi otima... morri de rir aqui...
será que é so felicidade mesmo? sera que ja acabou tudo de ruim? vamos torcer pra que sim né...
bjossss
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]