Feliz dia das namoradas, meninas!!!
Capítulo 7 - A Arte de se apaixonar - Parte 2
- Oi, Paula. Tudo bem? Espero que goste de dividir o quarto comigo.
- Bruna, não vejo problemas. Mas pensei que você fosse ficar com o Marcelo.
- Então, a organização achou melhor separar os casais para que pudéssemos ampliar as relações. Evitando os namoricos fora de hora.
- Sendo assim já devo lhe explicar que não durmo no escuro – Disse sorrindo. – E também devo roncar um pouco. – Ambas sorriram.
Bruna era dez anos mais velha que Paula. Se esbarravam no Hospital, mas havia pouco contato entre elas. Paula imaginava que Bruna fosse esnobe, casada com o chefe dos médicos do hospital e era uma cirurgiã de renome. Ficariam no Hotel Fazenda por quatro dias. Ampliando conhecimento e trocando figurinhas sobre suas pesquisas.
Para surpresa de Paula o encontro estava sendo muito produtivo e a companhia de Bruna na hora de dormir nem era tão ruim assim. Em alguns momentos dava uma escapadinha para encontrar Cristina que dividia o quarto com outra médica.
Já passava das duas da manhã e entrava no quarto nas pontas dos pés. Cristina estava impossível. Passara o dia inteiro a assediando. Paula estava exausta. Tentou não fazer barulho quando entrou em seu quarto. Correu para o banheiro. Quando se sentou na cama observou que Bruna estava deitada virada para a parede e percebeu pelo barulho que ela chorava.
Paula se aproximou e colocou a mão sobre o ombro da médica.
- Bruna o que houve?
- Nada que mereça atenção, Paula. – Disse Bruna rapidamente se sentando na cama e enxugando as lágrimas. Ouviu quando a médica mais nova entrou no quarto, mas achou que fosse conseguir abafar o barulho do choro. Não imaginou que a outra fosse perceber.
Paula ajoelhou-se ficando de frente para a médica.
- Como posso te ajudar? – Aquela pergunta desmontou Bruna. Encontrou em Paula o olhar amigo que estava precisando naquele momento. Aquela linda mulher negra e imponente lhe oferecia ajuda de forma tão terna que ela não quis recusar.
- Eu sou casada há vinte anos. Tenho dois filhos lindos. Sou profissionalmente reconhecida. Mas me olho no espelho e me pergunto o que fiz da minha vida? Eu não consigo ser feliz com o que eu tenho. Sou frustrada com o Marcelo. Nós iniciamos bem o casamento... Mas parece que tudo foi por água abaixo e eu não consigo entender aonde foi que eu errei.
- Ele te maltrata, Bruna? – A pergunta saiu com certo temor. Seria muito ruim saber que o médico modelo do hospital maltrata sua esposa, outra médica modelo.
- Não. Mas, não tem carinho, não tem atenção, não há diálogo. Isso é importante, Paula. – Bruna se ajeitou na cama e Paula sentou-se ao seu lado. – Sabe, até obrigada a trans*r, quando eu não estou a fim, eu sou.
- Mas, você não deveria se sujeitar a isso, Bruna. Isso caracteriza estupro. Sabia? – Paula falava com cuidado. Observou a médica descer de sua postura imponente e se abrir com ela. Não podia entrar de sola. – Isso é cruel.
Bruna a observou de lado. Paula percebeu e se conteve.
- Eu sei. – Disse cabisbaixa deixando algumas lágrimas lhe escorrerem a face.
- Desculpe-me, Bruna. Não quis ser indelicada diante do seu problema.
- Tudo bem. Poucas pessoas teriam coragem de dizer isso para mim. Ou melhor, das minhas amigas, nenhuma entende pelo que estou passando. Para elas eu sou casada com o homem dos sonhos.
- Ele pode ser o homem dos sonhos de outras. Mas, deixou de ser o dos seus... – Mais uma vez a língua mais rápida do que o raciocínio a deixou em “maus lençóis”.
Bruna percebeu que ela ficara sem graça. E sorriu. Marcava o início de uma singela amizade.
Conversaram mais um pouco e logo foram vencidas pelo avançar da hora. Teriam que levantar em poucas horas. As atividades se iniciavam cedo.
O dia foi agitado para todos naquele Congresso. Durante a noite participaram de uma festa junina oferecida pelo Hotel Fazenda. Estavam animados.
Alguém dançava com uma feminilidade incrível que chamou a atenção da Paula. Bruna estava com uma cumprida saia branca e uma camiseta regata colada ao corpo. A mulata se deixou observar a médica. Alguém que a observava de longe se aproximou... E sussurrou no ouvido de Paula.
- Vejo que a Bruna chamou muito a sua atenção.
- Olá, doutora Cristina. – Disse sorrindo e bebendo mais um gole de seu vinho quente.
- Me acompanha até o quarto, doutora Paula.
Paula assentiu e seguiram para o quarto de Cristina. No meio do caminho eram interpeladas por médicos que faziam um ou outro gracejo desconhecendo o fato das duas formarem um casal.
Cristina fechou a porta atrás de si.
- Devo sentir-me enciumada? – Paula sabia a que Cristina se referia.
- Por dois grandes motivos, não. Primeiro, a Bruna é uma mulher casada e heterossexual. – Neste momento Cristina fez uma careta como se aquilo não a convencesse. Paula sorriu. – E, segundo, porque temos um pacto. Quando nos interessarmos por outro alguém seremos sinceras uma com a outra e estaremos livres para partir. Lembra?
- E se eu disse que estou apaixonada por você? – Cristina se aproximou segurando um dos seios de Paula que sentiu imediatamente o corpo reagir.
- Isso não é paixão. Isso é cumplicidade sexual. – Paula segurou os ombros da médica com força quando sentiu a língua dela lhe percorrer a extensão do pescoço.
- Tesão ou não... Paixão ou não, eu quero você agora.
Cristina se apossou da médica e a beijou com sofreguidão. Paula sabia que se não saísse dali seria muito difícil resistir. A ginecologista lhe incendiava. Mas, achava arriscado. A colega de quarto de Cristina poderia aparecer a qualquer momento.
- Eu acho melhor nos segurarmos. O congresso acaba amanhã. – Com muito sacrifício conseguiu se desvencilhar. E foi até a porta.
- Eu não consigo me segurar perto de você. – Era visível pelo olhar transformado de Cristina que sua excitação já estava num nível absurdo.
Paula sorriu e balançando negativamente a cabeça disse antes de fechar a porta atrás de si.
- Você é uma tarada.
“Essa mulher é uma tentação e me deixa maluca” pensou Cristina passando as mãos pelos cabelos.
Saindo do quarto Paula deu de cara com Bruna.
- Oi. Eu estava a sua procura, sumida. – Bruna deu um sorriso para Paula.
- Oi. – Estranhou sua própria reação diante de Bruna. Sentiu a pulsação acelerar pelo simples entrelaçar de braços proposto por sua companheira de quarto.
Trocaram algumas frases e antes que o corredor terminasse percebeu que Cristina deixava o quarto pelo bater de porta. Denunciando que havia visto Paula de braços dados com Bruna.
“Acho que terei que deixar claro para a Bruna que aquela deusa de Ébano é minha!”
***
- Reis, eu confesso que fiquei de queixo caído quando você confirmou ser a médica. Mas, se ela tomou a iniciativa do beijo e se quer o que você também quer. Qual é o problema?
Ela já estava impaciente e arrependida de permitir que Anderson soubesse de seu interesse pela médica. Percebera que aquela conversa não chegaria a lugar algum porque seu superior simplesmente se recusava a enxergar as coisas por sua óptica. Não queria e nem iria se envolver com Natália. Ela era linda, atraente, inteligente, mas era uma preocupação que Raquel não queria ter.
- O problema é que eu não quero ter que me preocupar com outras coisas além do meu trabalho e minha sobrinha. Está mais claro, agora?
- Reis, o que você tem é medo de se apegar e perder. Você superou e bem a perda de seus pais... – Ele havia lhe tocado a ferida.
- Anderson, eu perdi meus pais, eu perdi minha irmã porque ela nunca mais foi a mesma depois da morte deles, eu perdi minha sobrinha. Sinceramente, não quero viver de perdas. Só me preocupo com você e com a Yasmin. Para mim, está ótimo assim.
- Você me pediu permissão para acompanhar de longe a Dra. Natália por causa daquele sujeito que veio na viatura perguntando sobre ela para te irritar. Isso já me soa como preocupação.
Ela perdeu o controle. Levantou-se da cadeira de forma abrupta. Bufou e o olhou com a sobrancelha arqueada.
- Eu faria isso com qualquer pessoa.
Sua frase saiu mais alterada do que gostaria. Demonstrando o quanto aquele a assunto lhe era desafiador.
Saiu da sala deixando em seu chefe um sorriso aberto. Sabia que aquela durona policial estava tentando controlar algo forte demais para ser controlado.
Fim do capítulo
Obrigada pelos comentários... Adoro saber o que vocês estão achando.
Beijos
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Anny Grazielly
Em: 26/12/2020
Eitaaaaaa.... essa Bruna vai abalar a relação de Paula e Cris eeeeeeee Raquel ja ta doidinha com esse sentimento para com Nat...
line7
Em: 12/06/2016
Fiquei em dúvida sobre Cristina e do que ela sentir por Paula se é só algo físico ou algo a mais" amor"( a Bruna já conquistou uma fã aqui..rsrsrs.. ) um palpit,e será Bruna e Paula? 💘 não série uma má idéia 😉. E Raquel como sempre durona, mas Naty anda muita audaciosa para cima da policial, adorando essa tidude..rsss..até linda🌷😙
Resposta do autor:
Oi, Line7!
Acho que Naty não vai te desapontar... Entre Cris e Bruna quem será que fisga nossa deusa de Ébano?
Beijos e obrigada pelo comentário.
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wood
Em: 12/06/2016
É acho que a Reis já está apaixonada pela Naty,só não quer dar o braço à torcer.É a Cris que abra o olho acho que a Bruna vai acabar se interessando pela Paula.Amei o capítulo parabéns autora😚😚
Resposta do autor:
Pois é, Wood!!! A Reis fugiu. QUal será o passo da nossa médica? Será que vai deixar a policial escapar?
Cris ou Bruna? Quem ganhará o indeciso coração de nossa infectologista?
Beijos e obrigada pelo comentário.
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