Carambaaaa enfim consegui. Me esforcei o dobro pra conseguir escrever palavra por palavra e aqui está finalmente, espero que se deliciem com o que está por vir...
Enjoy ^^
Capítulo 9
Aquilo tudo era uma insanidade, difícil demais de ser apagada da memória, um show de terrores, maluquice sem fim. O vento batia suavemente na praça enquanto eu assistia a cena mais que bizarra.
Elise agora, rodeada de crianças e mendigos jogava chocolate nos passantes e ria divertida, as pessoas estavam adorando aquele circo, paravam pra tirar fotos e filmar, até mesmo um homem com uma câmera extremamente profissional estava a tirar o que pareciam milhares de fotos, por um segundo ouvi uma voz insistente ao meu ouvido
-Victoria!!! Está me ouvindo??- foi então que me lembrei que eu estava ao telefone com minha mãe.
-Sim mamãe? – saí do devaneio e me escondi atrás de uma árvore, na esperança de que ela não tenha me visto realmente.
-Filha, estou muito preocupada com sua segurança, você sabe como essa menina é uma desequilibrada. Se por um acaso, Deus me livre, ela te encontre...
-Não mamãe, está tudo bem – Estranhei a minha mentira automática, o que meu subconsciente estava fazendo comigo?? – Eu estou aqui na Le monde.
-Que bom filha, por favor, não coloque fotos suas em redes sociais, você sabe como são essas coisas hoje em dia, se pode rastrear qualquer pessoa por esses aplicativos de celular. – há muito tempo havia deixado essas coisas, mamãe sabia muito bem – como está o Aubrun? – minha cabeça deu um rodopio e cerrei a mandíbula, eu ainda estava furiosa com aquele assunto.
-Terminamos há pouco. – Ela parece ter se assustado do outro lado da linha.
-Mas por que minha filha? Ele parecia ser um moço tão afeiçoado e de bom caráter.
-Mamãe, ele me traiu, e não quero falar sobre isso, ainda tá muito recente. Por favor, nem conte ao papai, quando eu estiver com cabeça eu conto pra ele.
-Tudo bem filhinha, tenho que sair, parece que alguém já chegou aqui, preciso atendê-lo. – Mamãe era farmacêutica. E trabalhava na própria rede de lojas. – beijos, e se cuida, não dá bobeira, por favor.
-Tudo bem mamãe, manda beijos pro papai.
-Claro, Filha, beijos. – Mamãe desligou e senti um arrepio, coloquei o celular de volta na bolsa e me encostei na árvore. Nesse momento meu coração queria sair pela boca. Respirei fortemente até criar coragem de ir ao seu encontro. Minha cabeça estava atordoada, uma parte de mim queria vê-la, e a outra estava aterrorizada demais com isso. Me esgueirei atrás da árvore e espiei com a cabeça.
Lá estava ela rindo, completamente suja de chocolate, parecia ter uma multidão á sua volta, o homem continuava a tirar fotos. Aquela visão me atordoou novamente, ela quase me movia a vê-la, arrastá-la dali, e tê-la só pra mim, mas contive esse impulso. Aquele sorriso que agora ela dava transformou-se naquele que temia. Ela me viu reconhecendo desta vez, e fez com que me coração pulsasse descompassado, por um décimo de segundo e depois voltando à atenção ao homem e sorrir parecendo adorar aquele mini show. O sangue fugiu do meu rosto e correu para minhas pernas, seu olhar me fez correr dali, tentar afugentar a mera lembrança da força que ela continuava a exercer sobre mim, o que era aquilo na verdade? Nem eu mesma consegui dizer, só consegui finalmente parar de fugir quando finalmente cheguei no Bistrô, talvez umas 3 horas antes, o chefe estava jogando o lixo fora.
-Ué, senhorita Rockfeller o que faz aqui uma hora destas? – tentei improvisar uma desculpa, felizmente eu era muito boa nisso.
-Eu.. meio que faltei...
-Ah sim, sim, sim – Disse ele com entusiasmo – Que bela funcionária! Exemplar! – Disse já entrando pela porta lateral do Bistrô. O acompanhei, e coloquei o avental, resolvi que começaria limpando toda a cozinha, aquilo me faria bem, precisava manter as mãos e a cabeça ocupadas, limpei as estantes e já estava quase indo limpar os utensílios, quando ouvi um barulho no salão de atendimento, parecia uma discussão, consegui distinguir a voz do chefe, e imaginei que algum cliente devia estar dando trabalho, resolvi ir ver se ele precisava de ajuda, quando cheguei lá não podia ser pior, Aubrun agarrado à gola do chefe que parecia estar completamente alterado.
-O que está acontecendo aqui? – falei já gritando e tentando fazer com que ele soltasse o chefe. Aubrun olhou pra mim e mudou completamente a expressão, soltando o chefe.
-Munamour, por favor, reconsideRe, temos uma HistóRia juntos – falou puxando aqueles R’s o que me deu mais nojo.
-Acabou, Aubrun, o que você fez foi imperdoável, eu mesma te avisei. A única coisa que não perdoaria jamais é a traição. – Ele caiu de joelhos implorando perdão, o ignorei e pedi pra que outro freguês que observava a cena o retirasse dali com cordialidade, o sujeito se levantou e pediu pra que Aubrun saísse, ele consentiu, mas não antes sem lançar uma rajada de palavrões que naquele momento, até com um estranhamento meu, nem me arranharam, antes daquela tarde, aquelas palavras teriam me destruído, mas agora sei lá, parecia que tinham deslocado a gravidade da terra, meu mundo não girava mais ao redor daquele mundinho.
Aquela tarde e noite passaram muito depressa, mal olhei o relógio e já marcavam 21:37, arrumei as coisas e me despedi do pessoal, o chefe se ofereceu a me deixar no ponto de ônibus, para caso Aubrun aparecesse, falei que não era necessário que sabia me defender, ele concordou meio contrariado, mas deixou-me ir. Fechou a loja e foi embora pro outro rumo. Já ao virar a esquina ouvi o barulho de sirene perto, devia ter alguma comoção esquisita rolando. Apertei o passo e senti o cheiro no ar, algo estava queimando. Parecia gasolina, imaginei se algum carro tinha batido e os bombeiros estavam resgatando pessoas. Meu coração deu um aperto, pelo menos sabia que Lucy estava em casa e bem, só me senti mal pelas vítimas... vítimas, nem tinha visto nada e minha cabeça já tinha inventado toda uma história trágica. Senti o calor, realmente era fogo se aproximando. Já do ônibus vi uma rua inteira pegando fogo, os prédios estavam intactos, o fogo estava na rua! Como se tivessem jogado combustível no chão e acendido um fósforo, o ônibus mudou até de rota, por causa disso, algumas ruas inteiras estavam em chamas. Aquilo só poderia ser coisa de terrorista. Fiquei ainda mais nervosa e ansiosa pra chegar em casa, pulei do ônibus e corri literalmente pra casa. Quando estava subindo as escadas meu celular toca, era Lucy.
-Ai graças a Deus! – disse ela do outro lado da linha, com uma voz exaltada.
-O que aconteceu? – perguntei assustada.
-você tá bem? Tá aonde? – ela perguntou ignorando minha pergunta.
-estou aqui, subindo as escadas.- respondi já ofegante.
-que bom, sobe imediatamente, você precisa ver isso. – meu coração parou, e apressei o passo ainda mais, ela desligou o celular e não pude respirar durante o intervalo daquela subida. Abri a portas velozmente, Lucy e Elisa estava de pé em frente a TV com caras totalmente assustadas e pálidas. Lucy apenas apontou pra tela enquanto eu jogava a bolsa no sofá e percebia se tratar das notícias noturnas, a jornalista falava de um grande incêndio que estava acontecendo agora no centro da cidade e que algo tinha explodido, um pequeno restaurante... o Petit Bistrô, aquilo foi um choque. Minha irmã viu que dei uma fraquejada e me segurou, não havia dúvidas, estava escrito na tela, não demorou pra que eu reconhecesse o chefe na multidão desesperado chorando.
-Por isso te liguei, achei que ainda estava lá.
-Eu estava, há poucos minutos.
-vou pegar um pouco de água pra ela – disse Elisa num gesto súbito de cortesia.
-obrigada, meu amor – falou Lucy dando um beijinho no rosto de Elisa. Lucy pegou uma cadeira e me fez sentar. A jornalista continuou...
-Um jovem foi encontrado num beco muito próximo ao ataque, estava completamente ferido, aparentemente vítima de algum assalto, a polícia ainda investiga se esse jovem tem alguma relação com o terrível ataque. Ele estava portando apenas a carteira de identificação, no nome de Aubrun granjean montigny, um jovem francês... – me levantei num impulso e Lucy também. A foto da identificação era realmente quem eu imaginava que estava por trás daquele ataque tão direto. Aquele verme teve a coragem de destruir tudo na minha vida, só podia ser... Aquele maldito, mas por que ele estava naquelas condições?
-Meu Deus, o que houve aqui? Esse não é o seu namorado? – perguntou ela.
-Era. Acho que o que estamos vendo é uma vingança por causa de nosso termino.
-Eu acho que isso não é possível, Vic.
-E por que não? – Elisa chegou com o copo de água que comecei logo a beber pra ajudar a engolir aquelas notícias, logo entendi o que Lucy dizia quando o helicóptero fazia uma imagem de cima das ruas em chamas... o fogo fazia um desenho no chão... eram três letras!
VIC
Aquele era um recado direto, Aubrun nunca me chamava daquela forma. ELA sim! ELA estava lá, fazia todo sentido.
-Ela está aqui não é Vic? – Abaixei minha cabeça, e Lucy entendeu. – precisamos avisar o papai. – não precisou Mamãe já estava ligando no meu celular.
-oi Mamãe. – Disse já sabendo aonde toda aquela história ia dar.
-filhinha, você ta bem, tá aonde?- Falou naquele tom de desespero de sempre.
-está tudo bem mamãe, eu não estava lá, estou em casa com Lucy – infelizmente meus pais tinha informantes, eram meio que nossos guarda-costas, eu e Lucy fingíamos que não víamos, entendíamos que os negócios de papai tinha essas coisas, e ele era muito visado.
-Que bom filhinha, mas vocês não estão mais seguras ai, façam suas malas, já conversei com seu pai vocês vão se mudar enquanto não pegam essa criminosa novamente, sei que é uma questão de tempo até que cheguem até ela. Seu pai já contratou investigadores pra isso, fique tranquila.
-Mamãe, fique tranquila, eu não quero ir embora. Eu tenho...
-Victoria, não há discussão, sua passagem já esta comprada, seu pai já negociou sua transferência, e a de Lucy também. Passe o celular pra ela, por favor. – passei o celular sem ao menos questionar. Eu estava fugindo de novo, mas eu não queria mais fugir, no entanto eu ainda tinha medo, e isso fez com que a oferta de minha mãe parecesse razoável, Elise era louca e tinha passado dos limites impossíveis, me preocupada dela chegar ali naquele mesmo momento e me sequestrasse de novo. Lucy foi pra cozinha com Elisa e estava gritando com minha mãe, fui até lá ver o que era.
-Eu não vou! Mãe. Eu já cansei de fugir por causa da Victoria! – Elisa viu que entrei na cozinha e tocou o braço de Lucy pra que ela se desse conta da minha presença, mas ela não aliviou. – Eu quero viver minha vida, já sou maior de idade e vou ficar aqui, tenho tudo sob controle. – deu uma pausa enquanto mamãe argumentava algo. – Não me importo vou morar com Elisa, mudamos de apartamento e pronto. Nada que a senhora me disser vai mudar minha decisão. – mais uma pausa longuíssima. – Tudo bem. – concluiu ela e desligou o celular bufando. – Você vai embora agora mesmo.
-E você? – perguntei.
-cansei desse joguinho de gato e rato, eu vou ficar com Elisa, Mamãe ameaçou cortar a minha mesada, quer saber não me importo mais. Eu quero é ser feliz.
-você vai me deixar? – ela olhou pra mim, parecia estar entediada.
-Sim, Vic, Vê se amadurece, se livra dessa guria, ou fica de vez com ela, você é muito imatura, não sabe resolver seus problemas sozinha? Por favor não me envolva mais nessa sua história, não quero ter a vida arruinada por sua culpa. – As palavras dela me doeram bastante lá dentro, eu sabia que ela não queria falar aquilo, mas naquele momento lhe pareceu adequado, Elisa a olhou com reprovação enquanto me assistiam sair da cozinha magoada e completamente muda. Arrumei tudo numa mala, nem sabia aonde iria, mas confiava em meu pai mais que tudo, meia hora depois bateram na porta, eram funcionários dele, me levariam em segurança até o aeroporto, e logo depois acompanhariam Lucy até a casa de Elisa. Levei todas minhas coisas, Lucy ainda estava furiosa comigo. Ela não conseguia entender por que eu ainda fugia e não encarava as coisas de frente. Eu mesma hoje me pergunto se grande parte dessa odisseia não poderia ter sido evitada se eu só encarasse todos meus medos e inseguranças. Mas não naquela noite, naquela noite eu fugi. Ainda vi a pálida imagem de Elise no meu parque segurando uma plaquinha:
Esta é sua última chance
Pisquei duas vezes rapidamente e a imagem sumiu, eu estava ficando louca. Segurei forte o passaporte. Na passagem estava escrito meu destino... Aquela terra distante e paradisíaca chamada Brasil.
Fim do capítulo
E então, o que será que vai acontecer???
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rhina
Em: 03/06/2016
Bem vinda.
Quando eu penso que a Elise tomou jeito... toma lá
Lá está ela aprontando novamente.
Eu me rendo.
Vou me colocar em suas mãos e confiar plenamente em vc.
Porque não adianta eu desejar um caminho diferente para Elise. Isso não acontece.
Preciso aprender a apreciar este novo tipo de amor.
Devo dizer que me derruba completamente e minha lógica não acompanha.
Bem então de agora em diante estou em suas mãos.
Agora vou respirar fundo e passar para o próximo capítulo.
Beijos.
line7
Em: 02/06/2016
Que louco essse capítulo...amooo..😊 até que fim apareceu moça😉 que é a louca da história? (Tirando eu)...kkkkk..Elisa não desistir! E o ex de vic é um filha da mãe . Esperando anciosa para o próximo Capítulo 😊
Resposta do autor em 02/06/2016:
hahahaha Line7, de genio e louco todo mundo tem um pouco ^^
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telefone
Em: 02/06/2016
Olá seja bem vinda já estava com saudades. LOL gostei bastante do capítulo já estou ansiosa pra o próximo capítulo acho que poderias nos dar uma bacela ( bónus) kkkk brincadeira vê se não some ta. Te adorooooooo 😉
Resposta do autor em 02/06/2016:
telefone, você tem formar muito únicas de se comunicar hahaah você é do Brasil? sinto coisas meio lusitanas em você ^^ já estou escrevendo muitoooo e estou amando o a conclusão dessa nossa aventura :D
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Silvia Moura
Em: 02/06/2016
...olá autora, meus pensamentos deram um nó, kkkkkk, quem é a psicótica na verdade? eu queria tanto um encontro entre elas, mas sem que ao redor delas tivesse tanta destruição, as vezes não adianta lutar tanto, se as coisas mais importantes virarem escombros, e ainda, os próprios escombros de ambas... 'pisar nas nuvens autora...' me mostre onde elas poderão pisar nas nuvens com seu fatidico amor ou não? Beijos linda....
Resposta do autor em 02/06/2016:
Silvia sempre muito poética ^^ Elas estão seguindo o curso que meu próprio subconsciente criou, então sempre é caótico os encontros, Elise causa isso em Vic, de certa forma no fundo Vic é a minha personificação, e Elise a de meus desejos e medos, Então torço mesmo pra que o final seja perfeito, mas isso nem sempre acontece... vamos aguardar heheheeh :)
Resposta do autor em 02/06/2016:
outra coisa, uma pergunta realmente significativa... quem é a psicótica??? muahahahaha
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