Passei o domingo todo pensando nela, com saudades, esperando ansiosamente que segunda chegasse logo, para que pelo menos eu pudesse vê-la. Acho que ela estava sentindo a mesma coisa, pois me ligou pouco antes de dormir, com a desculpa de me dar boa noite. Eu adorei, é claro. Tudo aquilo que eu estava sentindo era recíproco, e isso me parecia a melhor coisa do mundo. Falamos um pouco e desligamos. Ouvir a voz daquela mulher antes de dormir me fazia ficar pensando coisas que nunca antes na história da minha vida eu tinha pensado. Na verdade, eu estava morrendo de tesão, é bem essa a palavra. Tesão. Vontade de fazer amor com ela, trans*r, trepar, sei lá. Qualquer palavra que justifique a vontade que eu estou de ficar nua com ela. Curiosa também, fiquei pensando em como duas mulheres poderiam fazer amor... ficava pensando nela nua, naquela pele macia em contato com a minha... pra conseguir dormir eu só tinha duas opções: ou tomava um banho gelado, ou brincava sozinha.  Fiquei com a segunda opção. Tenho que confessar que nunca tive vontade de brincar sozinha, se é que vocês me entendem. Precisava entender o que meu corpo estava sentindo sob o efeito dela. Comecei a me lembrar da voz dela dizendo o que estava com vontade de fazer comigo e comecei a me tocar. Comecei a tocar meus seios quando levei um susto, com meu celular tocando, era ela de novo!

                - Alô... - atendi meio ofegante.

                - Renata, tudo bem?

                - Melhor agora. - sorri em resposta.

                - Que bom! Fico feliz. Desculpa ligar de novo, é que  estou tentando dormir, mas não estou conseguindo. Acho que precisava ouvir sua voz novamente.

                Meu Deus! O que era isso? É possível sentir frio na barriga a cada frase que ela fala?

                - Eu também. Estava aqui pensando em você. - falei baixinho, sempre com medo de ser ouvida.

                - Ah, é? O que estava pensando exatamente?

                Devo ter ficado vermelha ao responder:

                - Tenho vergonha de dizer.

                Ela é uma mulher experiente. Deve ter percebido meu tom de hesitação, e continuou:

                - Não tenha. Pode me dizer. Prometo guardar segredo.

                - Tá bom... Estava pensando em como seria bom ter você aqui comigo agora - tentei suavizar, mas minha vontade era dizer: estava pensando em como seria fazer amor com você. Fantasiando você comigo.

                Percebi que a respiração dela ficou mais forte ao ouvir isso, e ela continuou, meio receosa, parecendo tatear primeiro antes de dizer algo mais:

                - Sabe que estava pensando a mesma coisa? Em como seria bom poder estar com você agora.

                Que se dane. Entrei na dela.

                - Ah é? E o que você faria?

                - Renata, você quer mesmo saber?

                Respondi baixinho:

                - Você não imagina o quanto.

                - Eu estaria tocando você.

                Coração disparado. Que voz era aquela? Que maluquice era aquela?

                - Estou imaginando suas mãos em mim, Helena...

                Ela deu um gemido delicioso e continuou:

                - Então estou deitada ao seu lado, e minhas mãos estão percorrendo seu corpo agora... Passando meus dedos no seu pescoço, atrás da sua orelha... Descendo nos seus ombros...

                - Que delícia... - ela ia dizendo e eu ia percorrendo meu corpo conforme as palavras dela. E me arrepiando a cada sussurro.

                - Agora minhas mãos estão nos seus seios... Consigo imaginar que eles são lindos... Passo meus dedos neles até chegar nos biquinhos... coloque suas mãos neles e me conte como eles estão, Renata...

                - Já estou fazendo isso agora... eles estão durinhos - e estavam mesmo.

                Ela intercalava gemido e palavras, meio atropelada:

                - Toque neles então, meu anjo... aperte eles um pouco, pense que sou eu que estou fazendo isso... mordendo eles bem devagarzinho...

                Era exatamente isso que estava pensando. Embarquei nessa loucura com ela, e não queria que ela parasse. Tocava meus seios que estavam rijos só de pensar no toque daquela mulher. Não conseguia mais falar, apenas gemia no telefone, e percebia que ela, embora firme em conduzir a conversa, também respirava ofegante e gemia. Mas ela precisava continuar. E por favor, não pare!

                - Agora minhas mãos vão descer por sua barriga... Ah, meu Deus, como eu queria estar fazendo isso agora mesmo! Descendo minha mão por sua barriga, fazendo carinho no seu umbigo... Colocar meus dedos no cós da sua calcinha. Que loucura pensar em você só de calcinha agora...

                - Estou sem calcinha Helena... - Bom, vocês já sabem que essa não era eu. Ou não era a antiga Renata antes de conhecer Helena. Essa mulher estava me deixando louca.

                Ela gem*u gostoso ao ouvir isso, e eu tinha certeza que ela não estava esperando que dissesse essas coisas, e continuou:

                - Uau... Que delícia... é assim que eu gosto... bem safadinha... já que você não está usando nada, minha mão passearia por suas coxas... deslizaria meus dedos por entre elas até encontrar sua bucetinha...

                Bucetinha. Um palavrão pra mim até antes de ontem. E hoje, tremendamente sexy. E foi bem lá que minha mão foi parar. Na minha bucetinha. Ela ficou quieta, achando que eu talvez tivesse achado ruim a palavra, mas logo respondi entre gemidos:

                - Continua...

                Percebi que ela suspirou do outro lado, gem*u gostoso também e continuou:

                - Gostosa... é isso que você é Renata uma gostosa! E está me deixando louca... Daria tudo pra estar realmente com a mão na sua bucetinha, imaginando ela molhada... meus dedos procurando seu grelinh* duro e inchadinho... massageando ele e descobrindo lugares ali que você adora... ora no grelo, ora metendo em você bem devagar...

                "Metendo em você devagar"! A idéia disso me fez contrair de tesão, e realmente, eu estava muito molhada pensando em tudo o que ela estava falando, imaginando ela ali comigo.

                - Agora Renata, eu quero que você abra suas pernas bem gostoso, e se toque, e me fala o que está sentindo...

                Essa mulher sabia das coisas.

                - Eu não sei se eu consigo.

                - Consegue. Se toca e me fala.

                - Eu estou passando a mão lá...

                - Lá aonde? Eu quero ouvir.

                Essa mulher sabe muito bem das coisas. Que se dane. Vou falar.

                - Estou passando a mão na minha bucet* e está muito molhada. Não sei se já fiquei assim alguma vez. Você está me deixando louca.

                Ela gemia gostoso, e me fazia ter ainda mais vontade de continuar.

                - Agora quero que você passe os dedos no seu grelo. Se toque. Aperte ele, passeie por ele...

                Eu já não conseguia mais dizer nada. Só obedecia ela. Me tocando, me sentindo, imaginando ela...

                - Agora, meta um dedo na sua bucet*. Vai deslizando devagar. Sinta ele entrar. Descubra onde você mais gosta. Isso, coloque devagar.

                Queria que vocês me ouvissem gem*ndo. Ou melhor, não queria não. E tinha que gem*r baixo, não queria que as crianças escutassem nada.

                - Isso, agora mais fundo... põe e tira... como está?

                - Molhado... delícia... - mal consegui dizer isso. Ficava difícil me concentrar em falar, me tocar e ainda ouvir os gemidos dela do outro lado. Talvez ela estivesse fazendo a mesma coisa que eu.

                - Agora coloque mais um dedo, Renata.

                Coloquei. E gemi mais alto do que eu deveria. E ela idem.

                - Isso, gostosa. Faz isso pra mim. Mete mais forte...

                - Mmmmm....

                - Toque em seu grelinh* de novo...

                - Mmmmm

                - Vontade de estar aí e sentir seu gosto. Quero ouvir você goz*r pra mim.

                - Eu acho que eu vou goz*r!

                Não foi preciso ela dizer mais nada. Só nossos gemidos no telefone. E eu g*zei de novo. G*zei de maneira inédita, me tocando, comandado por ela. Helena sabia das coisas.

                O som das nossas respirações aos poucos foi voltando ao normal. Ouvi um barulho de beijo, e ela me disse:

                - Coloque seu dedo na boca. Acabei de colocar o meu. Que gosto você sente?

                Achei isso incrivelmente sexy de novo, e ch*pei meu dedo.

                - Que gosto tem, Renata?

                - Gosto de tesão.

                - O meu também. Queria que tivesse o seu gosto.

                Ficamos em silencio mais um instante. Depois retomei:

                - Helena, que loucura é essa?

                - Loucura? Loucura é ficar pensando em você esse tempo todo. Loucura é goz*r só de imaginar em fazer amor com você!

                Eu ri satisfeita.

                - Loucura é pensar que estamos tão perto. Posso ir aí agora, Renata?

                É claro que não pode. Tem meus filhos. Respondi triste:

                - Eu adoraria. Mas não dá.

                Ela ficou quieta por uns instantes, e retomou:

                - Eu sei, eu sei... me desculpa. É claro que não pode. Teremos nossa oportunidade, meu anjo, não se preocupe. É que eu estou com muita vontade de ficar perto de você.

                - Eu também, Helena. É o que eu mais quero. Queria você dormindo comigo agora.

                - Renata, meu anjo, eu também... que loucura é essa?

                - Eu gosto tanto quando você me chama de anjo...

                - Mas é isso que você é, um anjo. Um anjo que apareceu na minha vida. Uma mulher fantástica. Maravilhosa.

                Não sei se era o efeito de relaxamento pós-orgasmo, ou tudo aquilo que estava dentro do meu peito, ou simplesmente as palavras dela, comecei a chorar, em silencio. Não queria que ela escutasse. Tentei disfarçar:

                - Você que na verdade é um anjo, Helena. Em tão pouco tempo já sacudiu a minha vida. Como pode isso?

                - Eu não sei. Eu não imaginava que depois da Milena eu pudesse conhecer alguém como você. A verdade é que estava destruída, e você apareceu...

                Milena, Milena... Por que ela tinha que falar o nome dela logo agora. Fiquei quieta.

                - Desculpa, não me entenda mal. Só quero que você saiba tudo o que estou sentindo Renata.

                - Tudo bem... Isso é bom. Temos que falar sobre tudo mesmo. Inclusive sobre a hora! Já está tarde e temos que acordar cedo! - mudei de assunto.

                - Meu Deus! Você tem razão. O tempo passa muito rápido com você!

                - Muito mesmo. Boa noite, Helena, meu anjo. Durma bem.

                - Boa noite Renata meu anjinho. Durma bem também.

                Desligamos o telefone. E não quis pensar mais em nada. Só nela.

Fim do capítulo