Capítulo 13
Aquele resto de noite custei a dormir, a todo momento o ocorrido de há pouco vinha com toda a sua intensidade. Becca, dormia alheia aos meus dilemas, não contei o que havia acontecido, preferi deixar apenas em meus pensamentos. E quando o sol já raiava o sono finalmente me venceu.
Acordei com os raios de luz invadindo o quarto e ao abrir meus olhos, senti um incomodo, o fechei novamente. Procurei Becca com as mãos e só encontrei o vazio, estranhei e acabei sentando ainda com certa dificuldade, abri apenas um olho e procurei Becca mais uma vez e sem sucesso, deixei meus olhos se acostumarem com a claridade.
- Mas cadê a Rebecca? – cocei a cabeça. - Deve ter acordado cedo.
- Mãe... Essa menina feia está fazendo careta pra mim... – tentei saber de onde aquela voz abafada vinha e como uma covarde assumida, fiquei com medo.
- Ai meu Senhor... – fechei meus olhos, me cobrindo dos pés à cabeça.
- Menina feia... – ao escutar novamente aquela voz parei para raciocinar.
- Becca? – sai debaixo do edredon e olhei de um lado da cama e fiz a mesma coisa do outro lado me deparando com uma cena bem engraçada. – Rebecca?
Ela estava no chão com o rosto enterrado no travesseiro, com o bumbum empinado e resmungava bastante, totalmente hilária. Busquei o celular tirando algumas fotos dela e eu simplesmente não conseguia parar de rir, me joguei na cama gargalhando cada vez mais alto e parece que acabei acordando Becca.
- O que... O que aconteceu? – ela levantou passando a mão nos cabelos. – Flávia? O que foi?
Eu já estava lagrimando e com dor no abdômen de tanto rir, mas mesmo assim peguei o celular para mostrar as fotos, Becca o pegou da minha com cara de quem nada entendia, mas quando viu do que se tratava.
- FLÁAAAAAAVIA! – ela pulou em cima de mim com o travesseiro, tentando em vão me fazer parar de rir, mas só consegui depois de algum tempo... Becca se jogou exausta ao meu lado. – Sem graça.
- Aiii! – ela me deu um tapa na cabeça.
- Como fui parar lá? – ela fazia cara de interrogação.
- Não faço a mínima ideia. Quando eu acordei você já estava lá... Chamando pela mamãe. – voltei a rir levando mais três tapas. “Você que deveria levar uns tapas. Onde já se viu, estragar o meu momento com a Amanda”. – Vou tomar banho antes de sofrer um traumatismo craniano com tanto tapa.
Ela me olhou com cara feia e eu levantei prendendo o riso.
- E pensar que eu fiquei com medo da menininha da mamãe...
- O que, Flávia?
- Só disse que estou com fome. – gritei do banheiro. O banho foi rápido, logo dei espaço para Rebecca tomar seu banho. Saímos do quarto e eu ainda ria da cara dela, mas ao sair demos de cara com Amanda e o noivo. Ela analisou Becca, olhou para nossos cabelos molhados e logo imaginei o que ela deveria estar pensando. Sua face endureceu e eu senti uma pontada no peito.
- Bom dia meninas. – Danilo se pronunciou.
- Bom dia! – acabamos falando juntas.
- Elas também falam juntas, além de dormirem juntas. – Amanda ironizou deixando um clima estranho, porem o noivo pareceu apenas ver graça na situação. Ela me olhava com raiva e eu não consegui mais encara-la.
- O que aconteceu com tua mão? – ele quis saber.
- Acidente com o copo de vidro na madrugada... – dei de ombros.
- Ah sim... Cuide dessa mão. Vamos descer? Estou morto de fome. – fomos juntos para a parte de fora da casa, aonde havíamos tomado o café da manha no dia anterior.
Minha mãe, meu pai, me perguntaram o que houve com minha mão, expliquei por alto e minha mãe foi a única insatisfeita com a resposta e me avisou, na verdade me intimou a contar tudo sobre o ferimento. A manha passou rápida, o clima entre Amanda e eu estava pesado, evitei contato visual, o que foi bastante difícil. Ela estava em uma espreguiçadeira com o Danilo e eu com Becca, Cássia e Paloma embaixo de um pequeno coqueiro, mas que fazia sombra o suficiente para as quatro.
- Mana... A sua professora está quase soltando raios pelos olhos. – Paloma dizia baixo, pois os dois não estavam a mais que 15 metros de nós.
- O que aconteceu? – Cássia quis saber. Eu suspirei.
- Nós nos beijamos... – olhei para meus pés.
- VOCÊS O QUE?
- Isso... Agora escreve em um outdoor. – dei um tapa na cabeça de Cássia.
- Ai... Amor... – ela fez drama.
- Não bate no meu bebê. – Paloma abraçou Cássia. Apenas revirei os olhos.
- Flávia?- Rebecca chamou.
- Hum?
- Ontem... No banheiro... – ela nem precisou concluir.
- Sim... – dei um sorriso sem graça.
- Do que estão falando? – Paloma se meteu.
- Mais tarde conversamos melhor... – segurei a mão dela e ela apenas concordou com a cabeça.
- Vamos ao morro da coca-cola? – Cássia deu a ideia.
- Cara... Você leu meus pensamentos. – Falei sorrindo.
- Ótima ideia. – Becca levantou e estendeu a mão para eu segurar. – Vamos trocar de roupa.
- Meninas? – ouvi a voz minha mãe. – Podemos falar com a Cássia e a Paloma?
Minha irmã ficou branca feito papel, Cássia ficou paralisada, Rebecca se saiu de fininho, eu iria fazer o mesmo, mas...
- Fica aqui... – Paloma falou baixinho. – Podemos sim, mãe.
- Ótimo, minha filha. Vamos sentar na varanda.
É sério isso? Além de me assumir, agora vou ter que assumir a Paloma também? Paloma saiu me arrastando, Cássia parecia ter virado muda. Olhei ao longe e Rebecca, pedia um: “desculpa” sem pronunciar som algum. “Filha da mãe”.
- O que faz aqui, Flávia? – dona Carolina me perguntou com ar de riso.
- Sabe que estou me fazendo a mesma pergunta? – olhei para Paloma.
- Deixa ela ficar, mãe... – seu olhar era tipo “gato de botas”. – É importante a presença dela... Por favor.
- Tudo bem. – meus pais sentaram um ao lado do outro, de frente para as duas. Fiquei de pé, escorada em uma pilastra da varanda. Me perguntava pela milésima vez que diabos eu estava fazendo ali. “Bem que a Nicole poderia estar aqui. Onde tá ela quando se precisa?”.
- Então... Não queríamos invadir a tua privacidade, minha filha. – mamãe começou.
- Esperamos por uma conversa da sua parte, mas ela não veio. – meu pai coçou a cabeça.
- Por isso decidimos vir até vocês. – Cássia batia os dedos na coxa freneticamente. Paloma esfregava as mãos no shorts. – Queremos ouvir da boca de vocês, pois para nós é importante. Você e suas irmãs sabem que podem contar tudo, Paloma, por que isso ainda não ocorreu?
- Me perdoem...
- A culpa foi minha, sogrão... – soltei uma risada, as duas me fuzilaram, meus pais tentaram ficar sérios, mas não conseguiram, deixando Cássia, muito sem jeito.
- Mãe, pai, assim vocês não estão ajudando. – minha irmã defendeu a namorada. Elas seguraram uma na mão da outra. Observei aquele singelo ato, sorri. Meus pais também gostaram do que viram, brotando no rosto de cada um, um sorriso.
- Desculpem, meus amores, continue... – mamãe tentou ficar séria. Cássia respirou fundo.
- Paloma queria ter dito segundos depois que a gente... – Cássia olhou para o chão.
- Depois que vocês se pegaram pela primeira vez...
- Flávia! – minha mãe me repreendeu. Sorri sem graça e meu pai passou a mão no rosto, querendo rir, mas não o fez.
- Saiu sem querer, pessoal... Vou ficar quietinha. – sentei no chão com a costa apoiada na pilastra. – Prometo.
- Continuando... Ela quis contar, mas eu pedi que ela esperasse mais um pouco. – ela respirou fundo.
- Estou aqui, amor... – Paloma a beijou no rosto. Olhares cumprisses.
- Meus pais desconfiam, mas eu ainda não tive coragem de sentar e contar tudo a eles. Não achei justo a Paloma contar a vocês e eu não fazer o mesmo com os meus. Seria injusto...
- Por que não contou, meu anjo? O Frederico e a Natasha, são excelentes pessoas. – mamãe falou. – E devo te dizer, eles nos perguntaram se já estávamos ciente que havia algo entre você e a nossa filha...
- Ai meu Deus... Sério? – Cássia estava muito surpresa. Até eu fiquei. – Isso é ótimo... Ótimo... – ela sorria de alivio. – Eu sempre achei.... Eu sempre achei que eles poderiam ficar tristes... Afinal os meus avós são muito tradicionais... Eu pensei que por ser assim, eles poderiam se sentir pressionados... sei lá...
- Nada disso meu amor, mas eles esperam, assim como nós esperávamos, que vocês pudessem se abrir conosco... – mamãe me olhou. Já disse o quanto esses dois são maravilhosos? Eles são. O orgulho de ser filha deles só aumentou.
- Me perdoe, mãe, pai, eu queria respeitar o tempo da Cássia, mas nem por um momento eu duvidei de qual seria a reação de vocês. Se Deus fez duas pessoas melhores que vocês, ele deve ter guardado só pra ele. – dona Carolina lagrimou, meu pai tentou enxugar uma que escapou de seus olhos.
- Eu vi isso, seu Henrique. – Cássia brincou.
Meus pais se levantaram, abraçaram as duas, eu apenas observava, minha irmã e minha amiga estavam muito felizes e isso encheu o meu coração de alegria.
- Sogrão! Sogrona! – Cássia, bati a mão na testa.
- Estou orgulhosa de você. – abracei muito forte a minha irmã.
- Obrigada por ter ficado... – beijei sua testa.
- Vamos pro morro! – falei animada.
Subimos para nos preparar e depois de tudo pronto descemos e encontramos o casal, Danilo se aproximou com ela pregada em sua mão, Rebecca entrelaçou sua mão na minha atraindo de imediato a atenção de Amanda. Tirei os óculos que estavam pendurados em minha blusa e os coloquei para que ela não percebesse o quanto eles ficaram tristes em vê-la de mãos dadas com ele.
- Podemos ir com vocês? Nicole e Júlio também querem ir. – nos olhamos e eu nada falei.
- Claro... Vamos! - Becca respondeu. – Vamos no carro da Flávinha, e esperamos vocês lá.
- Ok. Vamos amor? – ele deu um selinho nela e eu bufei por dentro.
- Vamos amor. – ela deu um sorriso de canto e eu apertei forte a mão de Rebecca.
- Calma, sim? – Becca sussurrou em meu ouvido e apenas concordei com um acenar de cabeça.
Ao chegarmos ao morro da coca-cola, me surpreendi com o tanto de gente naquele lugar, a praia lotada e o clima perfeito. Montamos uma tenda e por lá ficamos conversando até que os que faltavam chegaram. Não encarei Amanda, foquei na natureza à frente. Pedimos água de coco e a conversa fluía em diversos assuntos... Até que.
- Amor? Podemos casar em novembro, o que acha? – um frio na espinha, a garganta secou e o coração acelerou em fração de segundos. Prendi a respiração.
- Eu... Bom Danilo. – baixei a cabeça e pedi que a resposta fosse ‘NÃO’. – Podemos resolver mais tranquilamente quando voltarmos, amor. – soltei o ar com calma.
-Tem toda razão minha loira. – ouvi um beijo estalado sendo dado. – Eu te amo.
- Eu... Eu também te amo.
Um nó se formou em minha garganta, o peito doeu e as coisas perderam a cor, a vontade de chorar invadiu meu ser... Eu... Eu queria sumir dali.
“Ama ele? Ontem ela... Nós.”
- Eu vou embora... Não me sinto bem. – levantei e joguei a chave para Becca. – Você leva as meninas. Por favor.
- E como você vai? Eu vou com você. – Becca levantou em imediato sendo seguida por Cássia e Paloma.
- Nós também. – elas foram mais que companheiras naquele momento.
- Mana, o que você tem? –Nicole levantou, segurou minhas mãos e vi preocupação em seus olhos. – Quer que eu vá com você?
- Não mana... É apenas um mal-estar. Fique e se divirta. - beijei a sua face.
- Tem certeza?
- Tenho minha gata... – a apertei. – Vamos meninas. Divirtam-se.
Por fora uma fortaleza, por dentro uma cidade devastada... Era assim que me sentia, eu não quis dirigi e Becca assumiu o volante, liguei na rádio e como que por armação...
Sempre que estou sozinho
Fico pensando em você
Nesse amor dolorido
Que me faz sofrer
Fico imaginando tantas coisas
Com nós dois
Mas sei que nos seus planos
Sempre fico pra depois
Não adianta chorar
Por você
Pois meus sentimentos
Não vão te convencer
Então eu vou deixar
De te amar e tentar
Ser feliz
Te imaginar diferente
Como eu sempre quis.
- Pensando em você – Raça negra.
Encostei no vidro e por lá adormeci.
Eu estava em uma cadeira de balanço e segurava uma foto, mas não via o rosto. A frente havia um lago e muitas crianças brincavam nele, e uma veio em minha direção.
- Mamãe, olha é para você! – a menininha de cabelos loiros e lisos, olhos castanhos claros e pele branca me entregava uma flor. – Eu te amo mamãe.
- Nossa menina é tão linda... Como você! – uma mão delicada pousou sobre meu ombro, virei para olhar, mas...
- Flávia... Chegamos. – Paloma me sacudia.
- Já acordei... – saímos do carro e encontrei meus pais logo na entrada.
- Minhas meninas! Vamos a pizzaria mais tarde. – meu pai nos beijou a bochecha sendo acompanhado por dona Carolina.
- Pai... Eu não estou com vontade de ir. Quero dormir um pouco.
- Flávia... Você dispensando pizza? – Dona Carolina fez uma careta engraçada.
- Não me sinto bem, mamãe.
- O que foi minha menina? – ela segurou meu rosto e analisou cada centímetro.
- Estou com muita dor de cabeça.
- Então não vamos. Vou cuidar de você. – ela me abraçou e eu senti vontade de chorar.
- Não precisa dona Carolina. Vou tomar remédio e deitar um pouco, logo estarei bem. Por favor, não deixe de se divertir por uma bobagem. – fingi a força que eu não tinha.
- Mas... – ela tentou argumentar.
- Mas nada mãe... Está decidido. – beijei meu pai e dei outro abraço em minha mãe. – Amo vocês.
- Também amamos vocês. – as palhaças me imitaram arrancando risadas de meus pais.
Subi sendo acompanhada por minha irmã e minhas amigas, cada uma foi para seu quarto e eu agradeci por não me fazerem perguntas sobre... Ela. Entrei atrás de algum remédio, tomei e me joguei na cama... Me permiti relaxar. Dormir de imediato.
- Mãe... a senhora me ama? – olhinhos castanhos me fitavam aflitos.
Lá estava novamente aquela menina, parecia um anjo com um vestidinho branco, agarrada em minha mão. Estávamos à beira de uma praia, o vento soprava forte, o mar agitado e nuvens de chuva davam um ar melancólico.
- Claro que amo minha princesinha. – sentei no chão fofo trazendo comigo aquele ser angelical.
- Minha outra mamãe também nós ama, né mamãe? – a olhei e seus olhos brilhavam. Ao longe uma silhueta se aproximava, uma mulher vestida também de um vestido branco, mas eu não conseguia ver a sua face. Meu coração batia forte e a linda menina sorria sentada em meu colo.
- Minhas mamães são lindas...
Despertei, olhei para os lados e fiquei remoendo aquele sonho estranho, mas que loucura.
- Quem são vocês? – lembrei das pessoas do meu sono... Ela parece tanto com... – Deixa de bobagem Flávia... - levantei a procura de meu celular. – Sete horas? Nossa eu desmaiei.
Entrei no banheiro, sentei no vaso e esperei alguns minutos para poder tomar banho, a água morna passeava por meu corpo... Pensei em Amanda, lembrei do sonho. Depois de mais ou menos meia hora sai do banho, vesti uma calcinha e um sutiã, enrolei a toalha nos cabelos e voltei para o banheiro para escovar os dentes. Quando terminei, enxuguei meu rosto e ouvi batidas na porta.
- JÁ VAI! Quem será? – estranhei, todos haviam saído. – Ou não? Será que dona Carolina me desobedeceu? – tirei a toalha da cabeça e enrolei em meu corpo. - Carolina Freire... A senho... – as palavras morreram na garganta.
- Oi... – esqueci como se respirava, olhei para aquela figura loira e foi como se eu estivesse em pausa. Ela me olhou da cabeça aos pés, mordeu o lábio inferior de forma tão... Sexy. Aqueles olhos me devoravam... Sim e isso mexeu com meu intimo. Vejam só o que essa mulher faz comigo...
- O que faz aqui? – um misto de raiva e excitação duelavam dentro de mim... Ela estava provocante em uma roupa de academia, shorts curto preto, top branco deixando toda a barriga amostra, cabelos presos em um rabo de cavalo. Engoli em seco.
- Posso entrar, Flávia? – ela arqueou a sobrancelha, colocou as mãos uma em cada lado da entrada da porta.
Eu não deveria, mas esse coração burro estava no comando... Sai de sua frente dando espaço para ela entrar, fechei a porta a trancando e me encostei na mesma, ela caminhou até a frente da minha cama e de costa para mim parecia encarar meus lençóis bagunçados. A confusão se instalou em mim.
- Ela dormiu aqui? – sua foz saiu diferente, eu não soube identificar. Eu não achei que ela fosse perguntar sobre Rebecca ter dormido ali. Me enganei... Amanda definitivamente era uma incógnita.
- Sim... – foi só o que respondi. Ela apertou com força a própria mão
- Vocês trans*ram? – que pergunta era aquela? O mesmo tom de voz. Aquilo me irritou.
- E isso faz alguma diferença? FAAZ? Ele te come todo dia e você quer saber se Becca e eu trans*mos?! Não ama o seu noivinho? NÃO VAI CASAR COM ELE???? – eu estava altera, cuspindo as palavras. Ela continuava de costa.
- Não seja vulgar... Flávia... – eu ri... Só podia ser pegadinha.
- VAI A MERDA, AMANDA!!
Virei para abrir a porta, mas estanquei quando senti braços me envolverem, ela pousou o rosto sobre minha costa, minha respiração ficou pesada, encostei a testa na porta e fechei meus olhos. Senti as batidas de seu coração que pulsava forte junto ao meu, ela me apertava contra seu corpo.
- Não sei que feitiço você pós em mim... – seu queixo se aninhou em meu ombro e a boca colou em meu ouvido. – Eu... Por que você... Me deixa ficar nem que seja alguns minutos aqui...
Sua voz era doce, me virei para olha-la nos olhos, para procurar neles algum sinal de ironia, mas... Eu não encontrei. Toquei a sua pele macia, ela não desviava de meu olhar, desenhei o contorno de seu rosto, de sua boca... A respiração dela estava rápida, forte... Igualmente a minha. Fechei meus olhos aproximando lentamente meus lábios dos dela e ao senti-los soltei um longo suspiro, nossas bocas se encaixavam em um beijo de extrema delicadeza, suas mãos acariciavam a minha nuca... Minha costa. Aquela sensação era incrível, me senti tão... Dela... E ela tão... MINHA! A calmaria logo deu lugar a voracidade. Ela me empurrou contra a porta sem desgrudar da minha boca, suas mãos tiraram a minha toalha a jogando para longe, ela cessou o contato de nossas bocas e se afastou.
- Maravilhosa... Perfeita. Você é linda, Flávia – ela disse cada palavra lentamente, causando em meu corpo um verdadeiro incêndio por sua voz rouca e o olhar que me desejava... Eu sorri e mordi o meu lábio também, brinquei com meus cabelos os jogando para o lado. Ela arqueou a sobrancelha.
Andei em direção a cama, Amanda não se moveu, passei as unhas pela curva sensual de sua costa... Ela suspirou e eu fiquei ainda mais excitada. Sentei na beirada da cama, analisei suas curvas e o meu desejo só aumentava. Ela se virou para mim...
- Tira... Bem devagar... – Amanda pós as mãos na cintura e eu sorri passando a mão em meus cabelos novamente. Ela se desfez do rabo de cavalo, retirou o top... Ela me desafiava com os olhos... Sutiã vermelho...
“Será que ela já veio cheia de má intenção?”
No rosto um sorriso malicioso. Amanda tirou o shorts e eu... Quase desfaleci... lingerie vermelha.
- Como és... linda, linda, linda...
Eu estava hipnotizada, aquela mulher despertava todos os sentimentos conhecidos, levantei em admiração... Estava encantada, apaixonada... Naquele momento eu queria não apenas o prazer carnal... Eu queria fazer amor com aquela mulher... Me aproximei com as pernas bambas, Amanda tinha esse efeito sobre mim...
- Vou esquecer que o mundo existe Flávia, estou cometendo uma grande loucura, indo contra tudo que eu criei para mim, mas hoje eu só quero ser amada... Amada por você... – Suas palavras me atingiram causando arrepios em todo meu corpo. Aproximei minha mão tremula de seu rosto, toquei com todo o cuidado possível... Ela fechou os olhos e eu viajei para outra dimensão. – Faz amor comigo...
Minha mão se apossou de sua nuca e os meus lábios buscaram os dela, Amanda leu meus pensamentos... Iriamos fazer amor. Suas mãos invadiram o meu corpo em toques suaves, sua boca explorava a minha em um bailar delicioso de nossas línguas aumentando de forma avassaladora a minha excitação... Tudo com ela era assim... Ao extremo. Mãos abeis abriram o fecho do meu sutiã, conforme a peça ia sendo tirada a sua boca descia por meu pescoço, ela o tirou e mais uma vez o seu corpo soltou o meu.
- São mais lindos do que eu imaginei... – e sua boca mais uma vez tocou a minha me levando ao céu... Além dele.
Tirei seu sutiã e senti seus seios tocarem nos meus...
- Aaaaaaaaah... – aquele som saiu de ambas as bocas, abafado por nossos lábios estarem grudados.
De forma rápida troquei de lugar com Amanda, sem interromper o contato tão gostoso de nossos corpos... A empurrei sobre a cama, suas mãos acariciaram minha cintura indo em direção ao meu bumbum... Ela o apertou com vontade.
- Tão durinhos... – sua voz saiu carregada e eu sorri entre seus lábios. Amanda que era tão recatada agora se mostrava tão desinibida.
Soltei os seus lábios, sentei sobre o seu sex* e dei uma leve rebol*da tirando gemidos de Amanda, voltei a beija-lhe os lábios, agora com mais voracidade e sendo retribuída na mesma intensidade, Amanda arranhava a minha costa causando uma leve dor que se misturou ao prazer de seus seios colados ao meu. Deslizei minha mão entre seus seios, eu não os toquei... Senti minha boca encher-se de água para prova-los, mas ainda não era o momento. Passei por seu abdômen tão firme... Aaaah eu estava a ponto de enlouquecer. Parei de beija-la ao sentir meus dedos chegarem à margem de sua calcinha. Ela imediatamente abriu os olhos e eu a encarei... Puxei seu lábio inferior...
- Quero te amar assim... Olhando em teus olhos. – Ela passou a língua sobre os lábios e eu? Fui para outro mundo.
Beijei o seu nariz, sempre a olhando, adentrei sua calcinha, passei de levei meu dedo maior sobre seu sex* e ele estava completamente molhando. Seu gemido era música para os meus ouvidos. Sentei sobre minas pernas entre as dela, toquei seu corpo com as pontas de minhas unhas. Cheguei a borda de sua calcinha, a puxei de vagar e paralisei ao ver seu sex*. O toquei somente com as unhas... Conforme sua calcinha ia descendo, meus lábios beijavam suas pernas até tira-la por completo.
- Deixa eu tirar a sua? – sorri para ela e levantei, fiquei de pé próxima a cama, Amanda sentou na beirada da cama. Suas mãos faziam carinho em meu corpo até chegar em minha calcinha, a jogou em um canto qualquer e passou a olhar meu corpo nu. Um suspiro pesado saiu dela.
- Deita... – minha voz saiu em um fio.
Amanda fez o que pedi, beijei seus pés... Coxa, abdômen... Fiquei sobre ela, mas sem tocar o seu corpo no meu. Me apoiei sobre uma mão, olhos fixos nos dela, enquanto a outra mão deslizava sobre seu corpo até chegar ao ponto que tanto desejava. Passei a massagear seu clit*ris bem de leve, mas sem perder o contato com seus olhos... A esses estavam carregados de desejo... Luxuria. Aumentei o ritmo e junto a sua a minha respiração ficava forte... Senti que ela iria chegar ao orgasmo então parei a massagem, para em seguida penetra-la com dois dedos...
- Isso... Aaaai ... Flávia. – iniciei um vai e vem enquanto o polegar massageava o seu clit*ris. Amanda fechou os olhos e suas unhas marcavam o meu ombro... Toquei um de seus seios com a língua... Lindos... Os beijei para em seguida toma-los em minha boca. Mulher maravilhosa... Os movimentos ficaram mais fortes. – Aaaaaah... Delicia... Meu amor.
Meu coração quase saiu pela boca ao ouvi-la me chamar de amor... Felicidade era pouca para definir... Senti seus músculos se contraírem para em seguida meus dedos serem inundados com o seu maravilhoso gozo...
Tirei meus dedos de seu sex*, a beijei com carinho e ela sorriu... Aquele sorriso perfeito que me embriagava... Voltei a beija-la e senti seu corpo reagir novamente, desci meus lábios para o seu pescoço o mordendo e dando leves ch*pões...
- Diz de novo... – pedi enquanto mordia a sua orelha.
- Meu amor... Minha, só minha. Entendeu? – sorri bobamente.
- Só sua... Meu amor. - Meus lábios procuraram aqueles seios deliciosos, beijei primeiro um com calma enquanto a minha mão explorava o outro... – Perfeitos! – ch*pei com vontade.
- Aaaaaaaaaai! Meu... Amor...
Me despedi de seus seios fazendo um caminho com minha língua por aquela barriga delicada, mas minhas mãos continuaram lá... Beijei seu abdômen, leves mordidas... Fiquei entre suas pernas e passei meu dedo de cima a baixo... Levantei o olhar para encara-la.
- Posso?
- Por favor... – sexy... Sua voz...
Sorri, passei a ponta da minha língua por todo seu sex* molhado e o corpo de Amanda reagiu em imediato, as respirações ficaram rápidas e eu senti o maravilhoso sabor dela. Ch*pei seu clit*ris, desci a língua até a entrada de sua intimidade a penetrando o mais fundo que consegui.
- Uuuuuh...
Segurei por sua bunda, enquanto ela rebol*va contra a minha língua e sua mão se perdeu em meus cabelos... Deliciosa. Meu sex* estava pulsando só de toca-la e senti que a qualquer momento poderia goz*r. O ritmo ficou mais rápido e antes que Amanda chegasse ao ápice, parei de penetra-la com minha língua e encaixei meu sex* no dela. Passei a cavalgar, suas mãos seguraram minha cintura colando ainda mais nossas intimidades...
- Delicia... Aaaaaaah... Flávia... Mais rápido... Flávia.
Fechei os meus olhos, minha cabeça rodava e meu coração só faltava me escapar pela boca, nada mais importava. Alcançamos o ápice juntas, corpos suados, moles e as ondas de prazer corriam por todo o corpo... Deitei ao seu lado e a beijei sem pressa. Ficamos de frente para a outra, ela me fez carinho e eu sorrir debilmente.
- Quero provar você...
Amanda atacou minha boca ficando em cima de mim, suas mãos me apertavam e nossas línguas dançavam. Quase sem folego, ela mordeu meu queixo... Eu estava em outra galáxia... Sua boca desceu por meu pescoço, beijando meu colo e ao chegar em meus seios...
- Ahh... Flávia... Maravilhosos...
Com as pontas dos dedos ela tocava delicadamente os meus seios, subiu para o meu rosto e eu fechei meus olhos. Senti seus dedos contornarem o meu nariz, as sobrancelhas, a boca... Fez o caminho de volta sem nem uma pressa, tocou novamente os meus seios e logo os substitui por seus lábios. Beijos leves... Foram ficando vorazes... Sua boca me tirou do chão... Passou ch*pa-los com maestria, como se conhecesse aquela parte há anos... Ela parou, puxando de leve o meu mamilo, deixou um rastro por meu abdômen com a sua língua... Maravilhosa, mil vezes.
- Posso pedir uma coisa? – seu olhar era pura luxuria.
- Sempre... – minha voz saiu roca e Amanda fechou os olhos, mordendo o lábio.
- Senta na beirada da cama... – arqueei a sobrancelha e ela sorriu.
Fiz o que ela mandou, ela ficou em pé a minha frente, enfiou os dedos entre meus cabelos e me deu um beijo que me fez esquecer o meu nome, beijou meu pescoço, colo, barriga... Amanda tinha uma ousadia na cama que eu jamais imaginei... Ela abriu minhas pernas, as colocando na beirada da cama... Eu fiquei totalmente exposta e quer saber? Eu não fiquei com nem um pingo de vergonha...
- Me ame...
Ela não esperou mais nada, abocanhou o meu sex* o ch*pando com tanta sede... Me apoiei em minhas mãos e joguei a cabeça para trás. Que língua... Os gemidos...
- Huuuuuumm...
Joguei meu corpo sobre a cama em um gozo potente, jamais sentindo... Fazer com amor com quem se ama era tão... Intenso. Ela deitou-se sobre o meu corpo, beijou-me com tanto carinho que eu me senti a mulher mais amada desse mundo... Amanda... Nos ajeitamos na cama ficando de frente uma para a outra, seus dedos contornavam a minha tatuagem...Totalmente nuas, sem reservas, sem vergonha... Meu corpo estava leve e a alma flutuando. Não havia outro lugar que eu gostaria de estar...Fizemos amor... Sorrir. Adormeci com seus carinhos.
Fim do capítulo
e chegamos neste cap...
minha experiência nessa aréa não é tanta.. rs
então... fiquem a vontade para brigar comigo se não estiver bom...
um pedido atendido...
vou dar uma saída... volto logo para responder...
tô um pouco sem graça...
pois é...
boom dia meus anjos...
Letícia Corrêa!
Comentar este capítulo:
Monica Bender
Em: 02/01/2020
Você tem quantos anos leticia, escreveu maravilhosamente este capítulo, isso foi em 2016, vejo sua evolução na escrita e te peço não pare de escrever nunca . Estou lendo todas as suas histórias e estou a cada dia mais encantada.
Vc tem grupo de whats para comentar as histórias ?
Gostaria de participar 😉
De sua fã Monica
BCanti
Em: 03/06/2016
Lê, você arrasou...
Fiquei feliz por ter atendido meu pedido, hilário os pais da Flá e da Paloma chamando A Cássia para uma conversa, e a Flávia colocando mais lenha na fogueira foi ótimo. Aqui para nós, tô rindo até agora da expressão Sogrão da Cássia, ela demais.
Minha autora se você não tem muita experiência, então não sei o que é ter, pq a senhora arrasou.
minha nossa senhora das sapas com calor me abane. 😈😈😈
obg
Resposta do autor em 04/06/2016:
obrigada meu amor...
gostou mesmo?
fiz com todo carinho... uma honra atender ao seu pedido...
kkkkkkkkk oh God... aimaginçao foi a mil nesse momento... rsrsr
obrigada você, meu anjo...
até segunda...
respondi o seu outro comentario... e tinha que responder esse...
beijos...
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lia-andrade
Em: 01/06/2016
Brigar com você? Mas nem morta...esse capítulo superou as minhas espectativas....Simplesmente perfeito..botei fé na Amanda, chegou chegando... Mas como nunca sabemos o que esperar dela, vamos ver o que nos aguarda para o próximo.
O sogrão e a sogrona foram demais na conversar com Cássia tadinha ate ficou sem fala.kkkkkk linda Cássia e Paloma..
Bom meu anjo, parabéns pelo capítulo adorei....não, melhor...eu ameiii...super hot, deu até um calor ...beijão
Resposta do autor em 31/05/2016:
uuufa...
obrigada pelo perfeito... rs
elas são muito fofas... :)
obrigada meu anjo... eu to flutuando com esses coments maravilhosos...
um beijão minha linda...
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Fernanda B
Em: 31/05/2016
Meu deus esta história é do melhor! Eu fico loka kkk a Amanda safadinha olha só o que ela foi lá fazer kkk
Resposta do autor em 31/05/2016:
kkkkkkk
safadinha kkkkkk boa, meu anjo.
quando eu fiz esse cap, dei para uma amiga ler... perguntei o que ela sentiu...
a resposta é impropria, mas eu ri muito...
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line7
Em: 31/05/2016
Vc não tem experiência nessa área! ..mintiraaaaaaaaa...kkkkkkkk.. tirando a zoaçao; agora eu que digo: MAMÃE ME ABANAR. ..kkkkk..sério agora, o capítulo foi lindo, cada detalhe é sua sintonia e harmonia foi ótimo como as duas se entregaram😍, no jeito ousado de Amanda ( e que mulher é essa)..rss..o furacão passou!😂. O novo casal oficinal; Cassia e Paloma, e os sogrões...essa cassia😉. Than than than e nas batidas dos tambores " E O depois" consequência disso tudo??..na expectativa aqui😆. Até logo minha linda..eita que está cheio de emoji.
Resposta do autor em 31/05/2016:
não tenho... posso contar em uma mão as experiencias que tive.. rsrs
kkkkk alguém socorre essa mulher?
não disse que a Amanda iria pegar geral de surpresa...?!
kkkk hoje amando a Amanda... amanha.... viiiiiish.. kkkk
até meu anjo... ri muito lendo seu coment... rs
boa tarde!
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Luh kelly
Em: 31/05/2016
Oieeee minha cara Letícia como esta?
Foi totalmente lindo elas fazendo amor pela primeira vez, tu descreveu maravilhosamente bem cada detalhe delas na cama, cada palavra, cada toque, tudo tão intenso como deve ser. Uma se entregando a outra, sem pudores gostei de ver.
Como vai ser depois disso? a grande incógnita do dia seguinte.kkk
Não esquecendo também das lindonas Paloma e Cássia agora namoradas oficiais. Super shippando esse casal.
Beijosss enormes amor e nos vemos na próxima.
Ps: E tu ñ é sem graça, é fofa.kkk
Resposta do autor em 31/05/2016:
oi linda..
estou bem, e vocÊ?
obrigada... eu bati cabeça para entregar algo legivel... rsrs
fico feliz que tenha gostado....
nos vemos amanha...
aaawn"s... obrigada... fofa é você. :)
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SuellemSuh
Em: 31/05/2016
Já pode voltar e postar mais um capítulo, to mega ansiosa pra saber como a Amanda vai agir ao acordarem ... Foi lindo esse momento delas.
Resposta do autor em 31/05/2016:
aaaaai
o proximo vai ser huuuuuumm.... qquero nem ver...
beeem-vinda meu anjoo!
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Ray Campos
Em: 31/05/2016
Melhor impossível, amei demais!!!
Resposta do autor em 31/05/2016:
que bom :)
fico feliz que tenha gostado...
:)
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