CapÃtulo 7 – Tentando esquecer o inesquecÃvel [1/2]
Jasmine estava deitada em seu quarto. Ela e Ana Júlia haviam chegado em casa na manhã do dia anterior e, desde então, Jas não havia ido a lugar algum. Mais cedo naquele dia ela havia entregado à amiga um cartão de memória com as ultimas fotos para a revista e disse que Ana Júlia acertasse tudo a respeito de pagamento pedindo para a amiga acertar apenas algo justo pelo trabalho dela. Mesmo não querendo negociar o pagamento no lugar de Jas ela teve que aceitar.
Na cabeça da fotógrafa as imagens daquela noite ainda se repassavam em sequencia ou de formas aleatórias. Ela não conseguia esquecer certos detalhes, mas não conseguia lidar com a forma com que Fernanda reagira a tudo depois delas encontrarem com Ana Júlia. Quando retornou após falar com a amiga encontrou a editora encolhida contra o troco da árvore. Elas passaram a hora seguinte juntas sob a garoa fina que caía. Fernanda havia agradecido a ela por tê-la salvo e as duas haviam ficado bem juntas, abraçadas e esperando calmamente.
Jas não entendia porque ela havia mudado tão rápido apenas com o som das sirenes as interrompendo. A mulher que ela ajudou a chegar à rodovia já era uma Fernanda completamente diferente da que havia saído com ela do casarão. Aquela confusão só piorava a sensação de cansaço e desânimo da fotógrafa. Jasmine estava suspirando tristemente enquanto se virava na cama abraçando um de seus travesseiros quando Ana Júlia entrou pela porta aberta do quarto.
- Ok – falou ela entrando e se sentando na cama de Jasmine – O que é que está havendo com você? Jas você está muito estranha desde que voltamos. Eu já não tenho mais certeza se é por conta do que aconteceu.
- Não liga não Anjú, não é nada – disse a fotógrafa sorrindo quando virou o rosto para olhar a amiga – Só estou pensando demais em tudo o que houve.
- Jasmine, eu conheço você a muito tempo – falou Ana Júlia fazendo um carinho no cabelo da amiga – Sei pelas coisas que você já passou. Não sei o que aconteceu com você e a chefinha naquela noite, mas foi algo além apenas do medo por conta daqueles bandidos. Você ainda não me explicou como acabaram fugindo juntas, não me falou nada daquela noite. Só sei o que ouvi quando você deu seu depoimento para aquele policial.
- Só fiquei muito nervosa, tive medo deles nos seguirem, fiquei o tempo todo apreensiva – respondeu Jasmine suspirando sem encarar o rosto da amiga – Éramos duas mulheres indefesas no meio do mato com bandidos fortemente armados podendo ou não estar atrás da gente. Foi uma situação difícil de se esquecer.
- Se você não quer me dizer o que está te incomodando tudo bem – falou Ana Júlia ficando séria – Mas não tem que ficar se desviando das minhas perguntas.
- Eu não fiz isso Anjú – respondeu Jasmine encarando-a e se sentando na cama.
- Você está escondendo algo de mim Jas – falou Ana Júlia séria e se virando para a amiga – Te conheço mulher. Sei quando está me escondendo alguma coisa.
- Vem aqui – chamou Jasmine num tom baixo e resignado; quando Ana Júlia se sentou em frente a ela na cama a fotógrafa respirou fundo e fechou os olhos antes de falar – Nós nos beijamos – disse ela num sussurro fazendo Ana Júlia arregalar os olhos sem acreditar no que tinha ouvido.
- O que? – perguntou ela sem acreditar no que seus ouvidos escutaram.
- Enquanto esperávamos, depois de eu ligar pra você – falou Jasmine em voz baixa – Fernanda e eu ficamos juntas encostadas numa árvore – ela fez uma pausa encarando a janela do quarto ao se lembrar do que estava contando – Nós nos beijamos, eu acho. Ou eu beijei ela, ela me beijou – nova pausa para que ela esfregasse as mãos no rosto – Eu não sei dizer quem beijou quem, fato é que nos beijamos.
- Eu não acredito – murmurou Ana Júlia arregalando os olhos e cobrindo com as mãos a boca aberta – Isso explica porque, depois de tudo, a chefe passou o resto do tempo sem sequer chegar perto de você.
- Eu sei – suspirou a fotógrafa desanimada.
- Jasmine Meirelles – falou Ana Júlia tomando fôlego – Não me diga que você...
- Para com isso Ana Júlia! – disse a fotógrafa impedindo-a de terminar a frase – Combinamos no primeiro ano da faculdade que você não iria interferir na minha vida amorosa. Pode parar de imaginar romances envolvendo a minha pessoa; você sabe que eu não sou de me apaixonar.
- Mas então porque essa expressão de cão sem dono só de falar desse beijo? – perguntou Ana Júlia colocando as mãos na cintura e encarando a amiga com irritação – Você já viajou meio mundo, conheceu diversas mulheres que eu sei, se envolveu com várias, beijou mais mulheres do que eu beijei homens na minha vida e eu nunca te vi ficar assim por conta de um beijo.
- Ah Anjú – disse a fotógrafa se levantando e indo até a janela – Teve uma vez sim, e você se lembra muito bem como acabou.
- Achei que a Amanda era passado – disse ela num tom mais brando se aproximando da amiga e a abraçando pelos ombros.
- E ela é, mas esse beijo foi bom e ruim ao mesmo tempo sabe – falou a fotógrafa se encolhendo no abraço da amiga – Eu não entendo essa mulher Anjú. Fernanda é o tipo executiva linha dura. Deu pra ver isso. Mas naquela hora, quando estávamos sozinhas, era como se ela fosse outra pessoa. Agora já não sei quem é a verdadeira.
- Você gostou do beijo não é isso? – perguntou Ana Júlia suspirando.
- Gostei – admitiu a fotógrafa – Talvez mais do que deveria. Mas vou parar de pensar nisso. Provavelmente só aconteceu por causa da nossa situação...estávamos as duas assustadas e no meio disso vimos apoio uma na outra. Não significa que ela tenha me beijado de volta porque realmente quisesse isso – afirmou ela saindo do abraço da amiga e voltando a se sentar na cama – Não vou cometer o mesmo erro de me apaixonar por uma mulher hetero duas vezes. Já quebrei a cara na primeira, não vou permitir que aconteça de novo.
Ana Júlia ficou aliviada ao ver novamente o olhar determinado que estava acostumada a enxergar nos olhos da amiga, mas ao mesmo tempo ficou dividida. Ela não queria que Jasmine se machucasse outra vez, mas não conseguia não se lembrar do fato de que a vida amorosa da sua chefe de gelo era um buraco negro sem informações. Mas ela omitiu isso de Jasmine, não queria dar uma falsa esperança para a amiga só por nunca ter visto a chefe com um namorado; nem com nenhum tipo de caso com qualquer pessoa que fosse.
Fim do capítulo
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rhina
Em: 13/06/2016
Oi.
Dá para sentir tamanho é a confusão dentro da Jasmine. Ela se pergunta quem é a verdadeira Fernanda. A executiva linha dura ou a mulher frágil que esteve em seus braços?
Quanto a Fernanda ser hetero tenho minhas dúvidas.
Acho que ela possue muitos segredo. Segredos estes que a tornaram o que ela é no presente.
Usa tudo como uma máscara de defesa.
Como a Jasmine diz que não é mulher de se apaixonar... máscara de defesa.
Ambas tem motivos para serem assim.
Gosto muito das duas.
Beijos
Resposta do autor:
Olá =]
A Jas ficou realmente confusa mesmo >< tadinha, mas a Fernanda tbm não ajudou --'
Eu sou meio contra essas definições sabe, pq as pessoas se guiam por elas, mas o amor não escolhe essas coisas, afinal, a gente ama uma pessoa independente de ser homem ou mulher. Mas sim, a heterossexualidade da Fernanda fica em dúvida nesse momento kkk
Ambas realmente tem muitos motivos mesmo, mas não vou dar spoilers
Bjs ;]
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lay colombo
Em: 30/05/2016
Ha ha sabia q tinha rolado alguma coisa, cara a Jas ta tão apaixonada kkkk ta na cara, só espero q a Fer tbm esteja shippo muito elas
Resposta do autor em 30/05/2016:
Eu tbm shippo essas duas kkkkk
;]
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Leonor
Em: 29/05/2016
Ai ai essa amiga é que nem uma que eu tenho hihi ela parece que vê através de mim. A Jas não quer se apaixonar por uma hetero, quem é que quer né? Mas a chefe brava eu tinha esperança hihi
Resposta do autor em 29/05/2016:
Realmente ninguém quer, mas eu não acabei com suas esperanças não hehe
;]
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Silvia Moura
Em: 29/05/2016
...foi morno... ai meu deus que pressa essa minha, kkkkkk, mas eu queria maia autora, não demora, mostra logo esse conflito todo...beijos...
Resposta do autor em 29/05/2016:
Foi morno mesmo, mas vão haver outros mais quentes
;]
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