Como disse que voltei, cá estou novamente
Leiam as notas finais pfvr tá?
;]
CapÃtulo 6 – Fugindo do casarão
Meia hora, esse era o tempo que as duas tinham passado caminhando no meio do mato. Jasmine olhava o relógio sempre que podia enquanto que Fernanda checava o celular da fotógrafa tentando ligar para Ana Júlia ou saber se a mensagem que haviam escrito já havia sido enviada. Foi tentando guardar novamente o celular da fotógrafa no bolso interno do blazer que Fernanda tropeçou numa raiz. A editora tentou se equilibrar, conseguiu soltar o celular dentro do bolso, mas Jasmine não conseguiu firmá-la a tempo e quando Fernanda tentou apoiar o pé novamente ele escorregou nas folhas úmidas junto com algumas pedras fazendo-a cair no chão segurando um gemid* de dor.
- Fernanda! – exclamou Jasmine se ajoelhando ao lado da editora de forma preocupada – Você está bem? Se machucou??
- Meu pé – disse ela com as mãos no tornozelo e o rosto contraído de dor – Acho que torci.
Jasmine nem pediu para ver, foi logo colocando as mãos sobre as mãos de Fernanda e as afastando com delicadeza. Os dedos finos e gelados da fotógrafa tocaram o tornozelo de Fernanda com delicadeza notando o inchaço que já se iniciava. Apenas naquele momento Fernanda se deu conta de que Jasmine usava apenas o fino moletom que já estava mais do que úmido com o sereno da noite, notou também que a fotógrafa usava chinelos. “Mas claro sua idiota. Você está usando os tênis dela!”, se repreendeu mentalmente a editora com raiva de si mesma por não ter notado isso antes.
- É só uma torção – disse Jasmine abaixando a barra da calça de Fernanda e soltando o pé da mesma – Te faria tirar o tênis, mas assim você não poderia continuar, então afrouxei os cadarços – continuou a fotógrafa enquanto se abaixava ao lado da editora, passando o braço esquerdo dela sobre seus ombros e segurando em sua cintura – Vou te ajudar a levantar, apoia seu peso em mim e na outra perna.
Fernanda fez como ela havia dito e, com a ajuda de Jasmine conseguiu se colocar de pé novamente. Por quase meia hora as duas seguiram com a fotógrafa sustentando parte do peso da editora enquanto tentava leva-las por um caminho mais fácil.
- Não dá – Fernanda finalmente desiste daquilo – Não vamos chegar no lugar a tempo assim Jasmine – fala ela com a voz cansada.
- Eu não vou te deixar pra trás assim Fernanda – insistiu a fotógrafa puxando o corpo da editora para mais perto e tentando continuar a caminhada lenta – Acabamos de ver a curva da estrada por entre os galhos. Você mesma disse se continuarmos reto vamos chegar em outra curva e, depois disso, seria só seguir mais uns metros para termos sinal.
- Exato – disse Fernanda fazendo Jasmine parar e apoiando a outra mão numa arvore maior que estava por perto – Eu não aguento mais, meu tornozelo esta doendo demais, mas nem é por isso. Na velocidade que estamos será impossível chegarmos até o lugar antes das 9:30! Jasmine nós não podemos arriscar – ela falou encarando o rosto da fotógrafa.
Jas sabia que ela tinha razão, mas doía em seu peito só de pensar em deixar Fernanda, machucada, para trás. A editora deu um sorriso confiante, apesar de estar cheia de medo, e se soltou da fotógrafa apoiando-se no tronco da árvore por onde escorregou até sentar no chão. Jas se ajoelhou ao lado dela com um suspiro triste.
- Você tem que ir e ligar pra Ana Júlia – disse Fernanda tentando não se desesperar ao se imaginar sozinha naquela escuridão – Eu vou ficar bem aqui.
- Eu vou correr até achar o sinal, assim que ligar pra Anjú eu volto aqui pra pegar você, entendeu? – disse Jasmine decidida.
- Certo – concordou Fernanda com um meio sorriso.
Jasmine tirou a mochila colocando-a embaixo do pé da editora para que ele ficasse mais alto, retirou o tênis que ela usava deixando-o ao lado da mesma. Pegou uma lanterna pequena que estava em um dos bolsos da mochila deixando nas mãos de Fernanda e então tirou o relógio que usava no pulso.
- Tente não usar a lanterna – disse ela pegando o pulso direito de Fernanda e passando as correias do relógio em volta dele – Não sabemos se eles vieram atrás da gente; é melhor não arriscar. Eu vou correr até achar um lugar onde consiga ligar pra Ana Júlia – foi falando ela enquanto prendia o relógio em Fernanda – Assim que eu conseguir falar com ela eu volto, tudo bem?
- Tudo certo, vou ficar esperando aqui e atenta, se os ouvir eu dou um jeito de me esconder – respondeu a editora de forma séria encarando o rosto da fotógrafa.
Elas se encararam na escuridão. Jasmine não queria ir, nem Fernanda queria que ela fosse, mas ambas sabiam que era necessário. Apesar do clima frio da noite a testa de Fernanda estava molhada de suor, um suor frio de medo e desespero. Jasmine afastou do rosto dela uma mecha que estava grudada quase sobre o olho da editora e suspirou. Fernanda achou que ela iria levantar depois disso, mas, surpreendendo-a, Jas se inclinou sobre ela segurando seu rosto com ambas as mãos colocando os lábios na testa da executiva logo acima de seu olho direito.
- Eu não demoro – sussurrou a fotógrafa ainda com os lábios próximos da pele de Fernanda antes de se levantar e sair apressada deixando para trás um coração muito acelerado dentro do peito da editora.
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Jasmine saiu quase correndo, só não o fez por conta da escuridão. Caminhou as pressas por entre o mato e as árvores mais baixas, sempre seguindo reto como Fernanda havia dito para fazer. Sentia uma aflição enorme por ter deixado para trás a editora, ferida e desprotegida na escuridão da noite; essa aflição a fazia se apressar cada vez mais. Ela chegou à outra curva da estrada, quase saiu do mato e caiu no asfalto, mas retornou logo com medo de ser vista pelos olhos errados. Começou a acompanhar o pavimento de longe.
Nuvens cobriam as estrelas, uma chuva se aproximava; Jasmine só rezava para que viesse após conseguir voltar para o lugar onde havia deixado Fernanda. Teve de atravessar um pequeno córrego de águas limpas, mas muito frias e com o leito de pedras escorregadias que a fizeram quase cair dentro da água. Quando subiu o pequeno barranco deixando a água para trás tinha as pernas molhadas até os joelhos e os braços quase até os cotovelos. Mais alguns minutos de caminhada e, ao checar o celular viu a barra do sinal oscilar. Eram exatamente 9:32 da noite e a fotógrafa se apressou com o aparelho na mão até conseguir fazer a ligação para Ana Júlia.
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Ana Júlia estava no carro alugado, havia acabado de entrar no acesso ao retorno que a colocaria de volta à rodovia. Dirigia contente por saber que, em poucas horas poderia estar na sua cama aproveitando um sono relaxante quando ouviu o toque de seu telefone tocar. A melodia inconfundível da música Alive, da cantora Sia, encheu o automóvel.
- Jas? – murmurou ela confusa ao reconhecer novo toque que havia atribuído à amiga – Não tem sinal de celular no casarão, como é que ela está me ligando?
Encostando o carro ela alcançou o aparelho que estava dentro da bolsa e percebeu uma mensagem antes de, finalmente, atender a chamada.
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- Atende Anjú, atende logo – murmurava Jasmine ouvindo o som da chamada e tentando se manter calma – Pelo amor de Deus Ana Júlia, atende a droga desse telefone! – quando finalmente escutou o som da chamada sendo atendida Jasmine suspirou aliviada – Ana Júlia onde você está?! – perguntou ela antes mesmo que a amiga conseguisse dizer algo.
- Quase entrando na rodovia. Jas, calma, eu já chego ai de volta – respondeu a garota assustada com o desespero na voz da amiga.
- Não! – exclamou Jasmine com rapidez – Para agora Anjú. Para o carro agora e me escuta.
- Meu Deus, Jas, o que está acontecendo?? – perguntou ela assustada – Eu já estou parada.
- Anjú presta atenção, ok? – falou a fotógrafa tentando se acalmar para não assustar a amiga – Você tem que ligar pra polícia agora, o casarão está sendo assaltado. Fernanda e eu conseguimos sair antes que nos notassem e estamos no meio do mato perto da beira da estrada, mas os empregados com certeza estão em perigo. Você não pode voltar sem a polícia, está ouvindo? – falou Jasmine sem dar tempo nem para a amiga pesar em responder.
- Você está bem? A Fernanda está bem? – perguntou Ana Júlia ligando o carro novamente para sair do retorno e voltar para a cidade – Estão machucadas? Aconteceu algo com vocês?
- Não Anjú – falou Jas rápido percebendo a praticidade substituindo o susto na voz da amiga e agradecendo mentalmente por Ana Júlia ser uma pessoa sensata – Fernanda torceu o tornozelo enquanto caminhávamos no meio do mato, mas fora isso estamos bem. Nós vamos estar prestando atenção, assim que ouvirmos sirenes vamos sair pra beirada da rodovia. Anjú, manda ambulâncias também – murmurou Jasmine engolindo em seco – Ouvimos muitos tiros e vários gritos.
- Eu te ligo assim que falar com a polícia – avisou Ana Júlia.
- Não – falou Jasmine rápido – Estou num lugar complicado por conta do sinal, não tenho como ficar aqui. Chama a polícia, assim que ouvirmos as sirenes eu volto pra esse mesmo ponto e ligo de novo pra você.
- Certo. Nos falamos depois. Fique bem Jas – disse Ana Júlia logo desligando e acelerando o carro até a delegacia que havia no aeroporto.
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A polícia do RS vinha procurando aquela quadrilha a vários meses, eles já haviam feito outros 5 roubos como aquele. Eles chegavam nas propriedades, geralmente casas que os donos só visitavam durante férias ou feriados, sempre propriedades grandes e de pessoas ricas. Chegavam de noite, quando os poucos empregados que ficavam no local estavam já dormindo ou se preparando para isso. Rendiam todos, mantinham as pessoas amarradas em um único quarto trancado e buscavam nas casas coisas de grande valor como vinhos antigos, quadros e outros tipos de obras de arte ou antiguidades. Entre 3 a 4 horas após renderem os empregados eles já estavam saindo do lugar.
Apesar de rudes e considerados violentos e bem armados, suas ações anteriores não tiveram nenhuma vitima fatal, apesar de ferirem gravemente alguns dos seguranças ou caseiros quando esses tentavam reagir e de assustar muito as vítimas com as armas. Por conta disso a polícia preferiu não invadir o casarão enquanto eles estivessem lá dentro. Duas barreiras foram montadas em ambos os lados da rodovia, após curvas na estrada. Os agentes deixaram vigias próximos a saída da estrada de terra do casarão na rodovia e, assim que eles fossem vistos abandonando o local as equipes fechariam a rodovia e os encurralariam antes que escapassem.
Ana Júlia tinha ficado junto à equipe mais próxima da cidade, seu carro ficou estacionado junto às duas ambulâncias em prontidão para avançar até o casarão quando a situação fosse controlada. Ela se manteve com o celular na mão esperando ansiosamente a ligação de Jasmine. Às 10:40 da noite os assaltantes saíram na rodovia; às 10:55 eles saíram de uma curva e encontraram o bloqueio com luzes e armas apontadas para seus dois veículos. Houve troca de tiros, eles tentaram recuar, um veículo teve seus pneus perfurados e os tiros disparados contra o motor o fizeram parar. A segunda equipe dos policiais chegou e os bandidos tiveram que se entregar.
Três policiais militares e dois agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal do RS) foram baleados e ficaram feridos. Assim que os bandidos reagiram a segunda equipe ligou as sirenes para chegar surpreendendo eles também com o som dos reforços. Quando os tiros terminaram as ambulâncias se dirigiram, uma na direção do casarão e outra até o local do confronto, uma terceira ambulância foi deslocada da cidade para ajudar no atendimento dos policiais feridos.
Meia hora depois de ver as ambulâncias saírem Ana Júlia recebeu a ligação em seu celular. Ela saiu rápido e seguiu a rodovia atenta até encontrar Jasmine e Fernanda na beira da estrada, a fotógrafa ajudando a editora a se manter em pé. Elas seguiram para o casarão aliviadas por tudo ter dado certo. O homem que cuidava dos animais do lugar tinha sido ferido quando tentou fugir, mas era apenas um tiro de raspão na perna; além disso o senhor que cuidava dos jardins havia recebido um golpe no rosto, mas estavam todos sendo bem atendidos. Fernanda teve o tornozelo examinado pelo paramédico também, mas não era nada sério.
As duas mulheres estavam sujas, suadas e exaustas quando a ambulância saiu levando o rapaz com o tiro de raspão, mas não se olhavam nem se aproximavam. Foi cada uma para seu quarto e de lá só saíram no dia seguinte para comer algo antes de partirem para o aeroporto. Um amigo de Fernanda a esperava no desembarque e ela saiu dizendo a Ana Júlia que ela tinha dois dias de folga. Jasmine tinha o rosto um pouco arranhado e estava muito cansada, então as duas amigas pegaram um taxi e foram até seu apartamento onde Ana Júlia ficou horas cuidando de Jasmine ainda cheia de preocupação com o estado emocional da amiga após aquelas horas angustiantes.
Mas estavam bem, ela e a editora. No fim tudo se resolveu, ou quase tudo.
Fim do capítulo
Olá pra vcs =]
Cá estou novamente, o próximo capítulo talvez saia no domingo ou sabado, não tenho certeza. Mas para quem tiver interesse eu vou colocar no lettera uma fanfic que fiz a um tempo já, serão um cap por dia. Ela é bem curtinha e sexta já estará completa
http://www.projetolettera.com.br/viewstory.php?sid=610
Se alguem quiser dar uma olhada
Bjs ;]
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rhina
Em: 13/06/2016
Oi.
Dei um tempo de ler. Pensei até que não voltaria.
Mas queri muito ler. Acompanhar suas histórias.
Gosto do jeito que escreve. O amor que coloca nas palavras.
Desculpe se ultrapassei os limites.
Beijos.
Até.
Que capítulo tenso. A Jas como sempre surpreendendo.
Gosto demais do jeito dela.
Livre. Ousada. Gentil. Atenciosa. Determinada. Inteligente. Menina mulher.
Gata. Simples.
Resposta do autor:
Oi moça, que bom que voltou e não se preocupe mais viu =]
Jas é uma personagem incrível, amo o jeito dela (q vc descreveu mt bem), mas me identifico mais com a Fernanda
Bjs e até mais ;]
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Silvia Moura
Em: 25/05/2016
...autora amando sua estoria... nesse mato tem coelho... algo está faltando, espero que você, querida, preencha essa lacuna logo logo.... ou então estou ficando doida, risos... beijos linda....
Resposta do autor em 25/05/2016:
Nesse mato tem outra coisa kkkk, masok
Está realmente faltando uma certa coisa hehe, mas será revelada no próximo
Bjs ;]
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