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  • Capítulo 34 Raiva, mágoa e tristeza

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O Clã San'Germany por BiancaLaneska

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Palavras: 7672
Acessos: 3822   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 34 Raiva, mágoa e tristeza

 

CAPÍTULO 34: Raiva, mágoa e tristeza.

 

 

Já ficava bem tarde os únicos que continuavam naquela sala de espera de cores claras eram Bryan, Rachel, Manuela, Elisabeth e Otton, os demais já tinham ido embora.

 

 

 

-- Elisabeth você precisa ir pra casa, de nada vai adiantar ficar aqui – Otton tentava convencê-la, mas ela estava irredutível.

 

-- Eu já disse que não vou, ficarei aqui, se você quiser pode ir.

 

-- Deixe de teimosia Elisabeth, amanhã cedo você volta. Caso não se lembre, você de tarde tem uma viagem marcada.

 

-- Você acha mesmo que irei viajar nessa situação Otton? – falou lhe lançando um olhar serio – Santo Cristo deixe de dizer besteiras, eu não sairei daqui e muito menos viajarei amanhã, peça que desmarque, daqui eu não saio.

 

 

 

O homem sabia que a mulher não mudaria de idéia, alguns segundos calado constatou que seria ótimo a esposa não viajar e que toda essa situação veio bem a calhar assim ela se manteria ocupada.

 

 

 

-- Já que você não ira viajar eu posso ir no seu lugar – se fez de solicito.

 

-- Não.

 

-- Não? – perguntou sem entender.

 

-- Isso que ouviu, eu disse não, você não ira no meu lugar, minha viagem será desmarcada e quando eu puder ir marco novamente, dos meus negócios cuido eu.

 

-- Do que esta falando Elisabeth? – sua voz ficou mais dura, sua irritação crescendo era evidente – são negócios da família, eu sempre cuidei dessas coisas junto de você.

 

-- Exatamente, sempre cuidou, isso ficou no passado, quem comanda esses negócios sou eu, começou pela minha família sou eu quem manda e espero que você saiba disso, agora estou te informando que a partir de hoje eu cuidarei sozinha dos assuntos das empresas.

 

-- Mas do que você esta falando Elisabeth? Você só pode estar ficando louca, eu não irei levar em conta o que esta me falando porque sei que seu emocional esta abalado, eu vou para casa e depois conversamos sobre isso.

 

-- Não há mais nada para ser conversado referente a isso Otton, tenha uma boa noite.

 

 

 

Saiu de perto do marido o deixando furioso, ele saiu rápido do hospital antes que cometesse uma loucura ali diante de diversas testemunhas.

 

Sentia raiva e ódio.

 

 

 

 

 

 

 

********××××××********

 

 

 

 

 

 

 

Bryan não acreditou na conversa que ouviu de seus pais, todos que estavam naquela sala tinham escutado. Não conseguia acreditar que sua mãe tinha dito aquelas coisas a seu pai, se sentiu feliz com aquilo, mas aquela não era hora para isso.

 

 

 

 

 

Rachel estava sentada em uma das diversas cadeiras da sala de espera e tinha Manuela ao seu lado, estava quase dormindo sentada. Manuela já tinha cochilado umas duas vezes com a cabeça apoiada em seu ombro, e dessa vez ela era quem quase estava dormindo, seus olhos estavam pesados.

 

Quando conseguiu pegar no sono não durou nem 5 minutos e foi acordada com seu celular tocando, o que acabou despertando também Manuela, mas esta voltou a dormir se desencostando e apoiando-se na parede.

 

 

 

Rachel pegou seu celular e olhou na tela o nome de seu pai, ele que nunca lhe ligava a não ser que estivesse bem irritado com algo, suspirou encarando a tela do aparelho e pensou no que pudesse ter feito dessa vez que teria o irritado.

 

O celular parou de tocar, viu que tinha algumas mensagens e uma delas era de sua mãe, era um link, abriu e visualizou o que continha nele.

 

 

 

A caçula do Clã San’Germany reaparece depois de algum tempo sumida e em nova companhia, descobrimos que a garota que lhe defendia dos paparazzis se chama Rachel Eugene Lennis, brasileira de 18 anos, filha do senador Alberto Lennis.

 

A jovem Júlia San’Germany apareceu nesta tarde devido o acidente que sua irmã, Rebecca San’Germany, sofreu de carro. Ainda não sabemos o motivo do acidente, mas testemunhas disseram que a aparência do ocorrido era de estado grave, o que não podíamos imaginar era que a loira depois desse tempo sumida voltaria bem acompanhada.

 

 

 

No momento em que terminou de ler fechou os olhos e jogou a cabeça para trás recostando na parede. Novamente seu celular tocou.

 

 

 

-- Não vai atender? – Manuela disse abrindo os olhos sonolentos e a encarando – aconteceu alguma coisa?

 

 

 

Rachel rejeitou a ligação de seu pai e mostrou a matéria do link que sua mãe lhe enviou, Manuela leu todo o texto com uma expressão surpresa.

 

 

 

-- Como sabem seu nome?

 

-- Eu não faço idéia – disse com uma expressão de derrotada, novamente seu celular tocou, mais uma vez era seu pai, e sua expressão ficou mais profunda ainda.

 

-- Não vai atender?

 

-- É o meu pai – falou suspirando e logo viu o celular parar de tocar e ficou encarando a tela, pronunciando baixo em um quase sussurro – ele vai me matar.

 

-- São só boatos anjo – Manuela tentou acalmá-la e chegou mais perto acariciando seu rosto.

 

 

 

Rachel suspirou, podiam até ser boatos, mas isso não impediria de seu pai estar querendo lhe esganar, a imagem dele estava em jogo, foi citado seu nome. Manuela não entenderia então preferiu nem tentar explicar, apenas se manteve calada e com a expressão tristonha.

 

 

 

Seu celular apitou indicando uma nova mensagem novamente de sua mãe.

 

 

 

“Rachel já viu o link que lhe mandei? Seu pai esta extremamente bravo, não para de me ligar, disse que não consegue falar com você.”

 

 

 

Novamente deu mais um suspiro e digitou uma mensagem para sua mãe.

 

 

 

“Já vi o link, não é verdade o que esta dizendo aquela matéria, eu apenas ajudei uma pessoa... já vi que o papai esta tentando falar comigo, mas não acho uma boa idéia atende-lo, melhor aguardar quando eu voltar pra casa.”

 

 

 

Menos de um minuto recebeu outra mensagem de sua mãe.

 

 

 

“Acho melhor você desligar seu celular ou ele não vai parar de ligar, eu preciso ir minhas amigas estão me chamando, vê se cria juízo... se bem que não vejo nada demais, pelo menos você esta supostamente pegando uma garota linda e de uma das famílias mais respeitadas do mundo rs... ah você esta linda na foto, beijos.”

 

 

 

Leu a mensagem e sorriu, sua mãe era engraçada quando queria, sempre levando tudo numa boa. Sentia saudades.

 

 

 

-- Tudo bem? – Manuela perguntou se aproximando e apoiando a cabeça novamente em seu ombro.

 

-- Bem.

 

 

 

 

 

********××××××********

 

 

 

 

 

 

 

Amanda dormia em uma poltrona perto da cama de hospital onde Júlia estava deitada tomando medicação. Os exames tinham saído e como no Brasil saiu o mesmo resultado indicando o que a jovem tinha e que precisava de repouso e hidratação.

 

Júlia não conseguia dormir, ficou um bom tempo olhando Amanda dormindo, mas nada do seu sono chegar.

 

Sua cabeça fervilhava com diversos pensamentos, não queria se prender a nenhum deles, mas estava sendo impossível deixar de pensar.

 

 

 

-- Amor? – Amanda chamou sonolenta.

 

A loira nem tinha percebido que a ruiva despertava, se assustou com a voz dela tão de repente e só não deu um pulo por estar deitada.

 

 

 

-- Te assustei? – perguntou sorrindo devido a expressão da outra – desculpa não foi minha intenção, você estava tão linda distraída.

 

-- Eu não percebi você acordar.

 

-- É, eu percebi que não percebeu – continuou sorrindo, se levantou e deu um selinho na loira – como você ta se sentindo?

 

-- Estou bem – sorriu com o carinho que recebia.

 

-- Nada de enjôos?

 

-- Nadinha, eu estou bem mesmo amor, me sinto melhor – respondeu pegando a mão de Amanda e a puxando para se sentar na beira da cama ao seu lado – Eu te amo.

 

-- Hmm é bom mesmo sabia? – disse sorrindo e aproximando seus lábios – Eu também te amo meu anjo.

 

 

 

Um beijo calmo sucedeu cheio de carinho, por mais que tudo isso a assustasse ao lado de Amanda Júlia se sentia em paz, seu coração batia mais forte e cada contato com a ruiva é como se aquecesse o sangue que corria por suas veias.

 

Encerraram o beijo com leves selinhos e roçar de bocas, um sorriso na loira surgiu, ela gostava do jeito carinhoso como Amanda lhe tratava, sempre depois de um beijo ela ficava com aquele leve roçar de lábios, era um carinho que a ruiva sempre fazia, desconfiava que nem mesmo ela tinha percebido essa sua mania.

 

Amanda viu o sorriso e os olhos verdes lhe encararem e também sorriu deixando mais um selinho demorado nos lábios de sua namorada para depois se afastar um pouco e a encarar de forma melhor.

 

 

 

-- Quer conversar sobre o que aconteceu hoje, e o que você viu?

 

-- Agora eu não quero entrar nesse assunto. – falou desconfortável e sentiu a ruiva pegar sua mão.

 

-- Tudo bem, quando quiser sabe que estou aqui certo?

 

-- Sei sim, obrigada princesa.

 

-- Pelo que? – perguntou franzindo a testa sem entender e viu a loira abrir um sorriso e responder.

 

-- Por estar comigo.

 

-- Não precisa agradecer, eu te amo.

 

-- Eu também te amo, agora vem cá, deita aqui comigo – pediu chegando um pouco para o lado e dando espaço para a ruiva.

 

-- Eu acho que não pode amor.

 

-- Vida, somos teoricamente as donas do hospital – disse sorrindo e arrancou um sorriso da outra – vem logo amor, eu preciso sentir seu calor.

 

 

 

A ruiva se aproximou e a abraçou com cuidado e carinho, não quis imaginar os dias que brigaram e que passaram afastadas, aquilo doía demais, sentia medo que isso pudesse voltar a acontecer, não queria mais deixar sua loira.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

********××××××********

 

 

 

 

 

 

 

Elisabeth se sentia exausta, sua cabeça doía e seu peito também.

 

Quando viu sua filha chegar naquele hospital foi uma surpresa. Ela não esperava e seu coração palpitou, sentia tanta falta de ver aqueles cabelos loiros, e olhos verdes, sua postura destemida.

 

Era inevitável sempre que se lembrava de sua caçula um sorriso escapava de seus lábios.

 

Mas ela estava diferente, via tanto na sua postura, que por mais que tentasse vestir sua armadura estava deixando transparecer uma tristeza, seu olhar não era o mesmo desafiador como antes, era como se ela estivesse entregando os pontos sem lutar. Não reconheceu aquela Júlia, sua filha não era assim.

 

 

 

“Será que aconteceu alguma coisa entre ela e os Lancaster?” pensava agora sozinha em um canto afastada. Depois do que disse ao seu esposo sabia que o tinha deixado furioso, mas não baixaria a cabeça, o que Rebecca tinha dito mais cedo na mesa do café da manhã a tinha deixado com a pulga atrás da orelha.

 

Sentada em uma cadeira afastada das garotas que chegaram com sua filha e de seu filho Bryan que agora mexia em seu celular distraído, ela continuou divagando em seus pensamentos sobre sua filha caçula.

 

 

 

“Ela não costuma ter essa postura, só vi com esse jeito derrotado quando aconteceu o acidente com o Paul... ah Paul como eu sinto sua falta meu filho... a Júlia também deve sentir e muita. Vocês sempre foram apegados, parecia ser o único com quem ela podia contar, você e sua prima, certeza que ela confiava cegamente em vocês...”

 

 

 

Suspirou com seus pensamentos e balançou a cabeça, se sentia bem triste.

 

 

 

“Eu preciso saber o que a Júlia tem, ela passou mal, esta magra, me deixou preocupada, o medico me disse que era dengue quando perguntei, mas ela esta muito magra, parece estar sofrendo, ai não sei... deve ter acontecido alguma coisa. Se Olávo fez alguma coisa para a minha filha eu vou matá-lo.”

 

 

 

Mais cedo quando saiu os exames de Júlia e o medico apareceu, ela discretamente o chamou de canto e perguntou o que sua filha tinha, realmente ficou bem preocupada com o desmaio da jovem, mas os demais não precisavam saber da sua preocupação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

********××××××********

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bryan estava cochilando em uma daquelas cadeiras da sala de espera, totalmente desconfortável, estava todo torto com a cabeça pendendo e o celular na mão.

 

Sua mãe se aproximou e acariciou os cabelos castanhos escuros dele o despertando, acordou um pouco assustado, não costumava receber carinhos de seus pais, isso era novo, foram poucas as vezes que sua mãe demonstrava algum carinho, ela sempre foi cuidadosa com todos, mas carinho de os chamarem para deitar em seu colo e fazer cafuné, esse tipo de carinho nunca receberam.

 

Percebeu que a mãe precisava demonstrar algum afeto, talvez ela se sentisse culpada por Rebecca, por nunca ter dado esse carinho quando teve oportunidade.

 

 

 

-- Filho vai pra casa – falou alisando o rosto do garoto-homem que lhe encarava – você ta cansado, vai descansar.

 

-- Não mamãe, eu vou ficar, mas a senhora devia ir descansar, qualquer coisa eu cuido de tudo por aqui.

 

-- Eu ficarei aqui – se sentou ao seu lado e se endireitou na cadeira, olhou para o lado e viu as duas meninas que chegaram com Júlia também dormirem naquelas cadeiras desconfortáveis.

 

 

 

Bryan lembrou-se do que estava olhando em seu celular minutos antes de pegar no sono, pensou se devia contar a sua mãe ou não, sabia do que já tinha acontecido antes por esse assunto e sentia medo, mas talvez nesse momento fosse bom contar para ela, talvez ela frágil desse jeito aceitasse, ao menos por enquanto.

 

Pegou coragem e respirando fundo se endireitou na cadeira e desbloqueou seu celular, viu a mãe distraída olhando para as duas garotas que se encontravam um pouco distante deles e resolveu falar.

 

 

 

-- Mamãe eu queria que você visse uma coisa – chamou a atenção da loira e esticou o celular para ela.

 

-- As amigas de sua irmã devem estar cansadas também, olha como estão dormindo – falou desviando sua atenção para o filho e quando terminou de dizer pegou o celular da mão do filho e olhou o que ele lhe mostrava.

 

 

 

Era a matéria que mais cedo Rachel também tinha visto, se calou, sua expressão ficou mais seria enquanto lia o que estava no site.

 

Bryan observava bem suas feições e sabia que a mãe não estava contente, sua expressão fechada o deixava perceber isso, aquilo assustava, não sabia o que podia esperar, se arrependeu de ter mostrado aquela matéria, na certa iria piorar a situação de sua mãe com Júlia.

 

 

 

-- Parece que aquela garota é minha nora então, é isso? – perguntou ainda com a expressão seria e com uma voz controlada.

 

-- Ma-mamãe – disse gaguejando e logo se recompôs tentando concertar o que havia feito – nós não sabemos, Júlia não disse nada e esse é um site de fofocas.

 

-- Pelo sim ou pelo não acho bom você chamar sua cunhada para ir dormir lá em casa ou em um hotel, qualquer lugar mais confortável que essas cadeiras.

 

-- O que? – disse sem entender fazendo uma careta.

 

-- A minha nora Bryan, nossa como você esta lento hoje – disse prendendo um sorriso pela expressão de espanto do filho – eu vou ir ver como sua irmã esta, leve a namorada dela para casa, ou para um hotel, e se quiser depois volte.

 

 

 

Levantou-se e já de costas se encaminhando para o quarto que Júlia estava, se deixou sorrir. Sabia que o filho estava surpreso por sua reação, gostava disso de surpreender, sabia que causava medo e que tinha o respeito deles, por esse motivo na maioria das vezes era dura, não era surpresa para ela saber que ele ficaria surpreso com sua reação calma.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

********××××××********

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando chegou ao quarto de sua filha se sentia um pouco apreensiva, sabia por mais cedo que a loira estava mantendo a distancia entre elas, com certeza estava ainda magoada pelo que soube e as coisas que ela disse.

 

Quando entrou ao quarto deixou a apreensão de lado vendo a cena de Júlia dormindo na cama do hospital junto da ruiva que estava agarrada ao seu corpo. Aceitar aquilo sim era demais.

 

Aceitar que ela namorava uma garota mesmo contra seu gosto até dava com um pouco de esforço, agora aceitar que ela ficasse com varias ao mesmo tempo não, isso era libertinagem.

 

 

 

Se aproximou mais de sua filha já com a expressão fechada e tocou seu ombro empurrando de leve para chamar sua atenção, viu a loira despertando confusa e sonolenta.

 

 

 

Quando Júlia se situou de onde estava e quem estava lhe acordando engoliu em seco, Amanda ainda dormia em seus braços e caso se mexesse a acordaria, porem não sabia o que sua mãe queria. Antes que pudesse fazer qualquer coisa a voz da sua mãe soou firme e cortante.

 

 

 

-- Isso é uma falta de vergonha, você devia se respeitar mais, e respeitar sua namorada.

 

 

 

Aquela voz firme lhe dando sermão a deixou irritada, quem ela pensava que era para vir falar consigo naquele tom depois de tudo o que aconteceu, depois da ultima conversa que tiveram e das coisas que foram ditas.

 

 

 

-- Do que você esta falando? – perguntou com a voz controlada não querendo acordar a ruiva, e se sentou devagar encarando Elisabeth a sua frente.

 

-- Da sua falta de vergonha, deveria ao menos respeitar sua namorada já que não se da ao respeito, mas também o que eu queria não é mesmo? Esperar isso logo de você, desse tipo de vida que escolheu viver. Todos devem ser desse tipo, convivendo com essa falta de vergonha, isso não é vida.

 

-- Esta ficando maluca Elisabeth? – perguntou já sem paciência e se sentou melhor tirando as pernas para fora da cama.

 

-- Me respeite pois ainda sou sua mãe, baixe esse tom para falar comigo Júlia San’Germany

 

-- Lancaster, esta esquecendo que agora sou uma Lancaster.

 

-- Arrogante e sem educação como uma também, como eu poderia esquecer?

 

-- Saia daqui, até agora eu não sei o que veio fazer neste quarto.

 

-- Vim conversar com você, mas te encontrei nessa pouca vergonha! – aumentou um pouco mais o tom e teve seu braço segurado com firmeza por Júlia que se pôs de pé e a observava como se seu olhar fosse letal.

 

-- Baixe esse tom e saia já daqui, um dia pedi para que esquecesse que tem filha, eu esqueci que tenho mãe, você para mim não significa mais nada entendeu bem? Então saia, não me importo com o que você pensa ou deixa de pensar, se escolhi viver “essa vida” como você mesma disse, apenas me deixe.

 

 

 

Elisabeth não gostou de ouvir a forma que foi enfrentada e como sua filha falou, era um desafio e uma facada ouvir que sua copia mais nova dizia que não tinha mãe, que havia a esquecido, na hora que escutou isso engoliu em seco, o sangue subiu a sua cabeça, seu braço sendo segurado daquela forma e aquele tom invadindo seus ouvidos, tinha que dizer alguma coisa, tomar alguma atitude, e o que veio a seguir foi um tapa cheio que ecoou pelo quarto.

 

 

 

-- Nunca mais fale assim comigo – Elisabeth disse entre dentes e pausadamente, sua mão doía devido ao forte tapa que desferiu.

 

 

 

Júlia ficou sem ação, seu rosto ardia e não imaginou aquela reação de sua mãe, ela que sempre era fria e tomava conta da situação sempre com uma resposta na ponta da língua.

 

Aquele tapa doeu profundamente tanto no seu rosto quanto dentro de si.

 

 

 

Sua mãe puxou o braço que ela segurava e a encarou.

 

 

 

-- Só vim avisar que o Bryan esta lá fora levando sua namorada pra casa para dormir, ela estava com a outra garota dormindo desconfortável naquelas cadeiras de espera.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

********××××××********

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Amanda acabou despertando com vozes perto de si. Ouviu um barulho, mas ainda estava sonolenta demais para entender o que estava acontecendo.

 

Quando realmente despertou viu que Júlia não estava ao seu lado, a viu de pé próximo ao pé da cama perto da porta conversando com uma mulher loira que tinha uma pose intimidadora, não demorou a entender que discutiam.

 

 

 

 

 

 

 

********××××××********

 

 

 

 

 

-- Eu só vou falar dessa vez e espero que você entenda – Elisabeth continuou falando devido ao silencio de sua filha que ainda não tinha reação – Não admito pouca vergonha, você ainda carrega o nome dessa família então trate de honrá-lo entendeu bem? Deixe de sem vergonhice e respeite sua namorada, a garota esta lá fora dormindo toda desconfortável por sua causa, e você aqui se pegando com essa... essa garota.

 

-- Eu estou com a minha namorada! – respondeu alterando sua voz e perdendo a paciência, se não se segurasse iria chorar de raiva.

 

-- O que esta acontecendo? – Amanda perguntou sentada na cama chamando a atenção das duas loiras para si, ambas ainda não tinham percebido que ela tinha acordado – O que esta acontecendo Júlia?

 

 

 

Júlia respirou fundo e virou um pouco o rosto olhando para o chão, se controlava para não se desmanchar em um choro raivoso que estava preso em sua garganta.

 

 

 

-- Júlia?! – Amanda chamou alto e desceu da cama rápido se aproximando dela e tocando seu rosto vermelho – o que aconteceu aqui amor?

 

 

 

Repetiu a pergunta em inglês para ver se a namorada lhe respondia, talvez pudesse estar em choque.

 

No rosto da loira tinha uma marca rosada e era visível uma marca de quatro dedos.

 

 

 

Elisabeth estranhou a forma preocupada e carinhosa que a ruiva chamou sua filha. Como podia? Estava completamente errado sua filha ficar com as duas ao mesmo tempo, aceitar ela namorar uma mulher até dava, mas falta de vergonha era demais.

 

 

 

-- Quem é você garota? – se dirigiu a ruiva de forma arrogante e com um olhar frio.

 

-- Sou Amanda Lancaster – respondeu encarando a mulher que a olhava medindo.

 

-- Lancaster? – perguntou franzindo um pouco o cenho em duvida.

 

 

 

Não era possível ter se enganado, olhou agora para o rosto de sua filha e o arrependimento lhe bateu forte, devia ter escutado-a antes.

 

 

 

-- Você é prima da Júlia ou algo assim? Claro que não, Olávo só tem Otton e Otávio de irmãos, e Otávio só têm a Caroline de filha, se você é uma Lancaster... eu... eu não sabia que Olávo tinha outra filha.

 

-- Ela é minha namorada – Júlia respondeu brava e travando o maxilar, não queria ter que dirigir a palavra a sua mãe.

 

-- Não estou entendendo, ela disse que é uma Lancaster e...

 

-- Sou uma Lancaster, mas não de sangue, é uma longa historia, me chamo Amanda Rodrigues Lancaster, e a senhora deve ser a imperatriz Elisabeth San’Germany certo?

 

-- Sim sou – disse encarando a ruiva que também a encarava.

 

-- O que aconteceu aqui? – Amanda perguntou novamente erguendo pelo queixo o rosto de sua namorada.

 

-- Eu não estou entendendo nada – Elisabeth falou confusa, realmente não estava entendendo – Sua namorada esta lá fora, e você acabou de dizer que essa garota é sua namorada, e ela disse que é uma Lancaster... o que esta acontecendo aqui Júlia?

 

-- A minha namorada é ela – Júlia respondeu a encarando e com a voz firme – não sei do que você esta falando e o que entrou aqui pra dizer, eu quero que saia daqui agora.

 

 

 

Ainda sem entender Elisabeth encarou sua filha, aquela pose toda dela a tirava do serio, sem entender e não querendo ficar por baixo fez como sempre e deu a ultima palavra.

 

 

 

-- Vocês são nojentos, esse tipo de pessoa que vive essa vida desse jeito, dormindo com varias pessoas, deveriam se tratar, se ao menos fossem fieis um com os outros, mas não, parecem que fazem rodízios, não falo tanto de você – apontou para Amanda que a encarava sem entender – não te conheço, mas se bem que se sabe do relacionamento que Júlia mantém com a outra e continua com ela, deve ser farinha do mesmo saco.

 

 

 

Amanda escutava tudo sem entender e nem acreditar, do que aquela mulher estava falando? Quando ela mencionou que se ela ficava com Júlia sabendo que ela tinha outra, ai sim sua expressão ficou mais confusa ainda, não entendia nada... Quer dizer então que Júlia tinha outra?

 

 

 

-- Me decepciono mesmo é com você Júlia – Elisabeth continuou dizendo com uma voz que continha um tanto de desprezo – durante todos esses anos, todos os colégios caros, tendo tudo o que você sempre quis, e escolheu viver uma vida dessas, esperava que ao menos você fosse fiel e respeitosa, não quero mais ver nosso nome estampando manchetes de fofocas de você e seus casos imundos.

 

 

 

Júlia perdeu a paciência e foi na direção de sua mãe com raiva.

 

 

 

Amanda pensou que a loira iria tentar agredir aquela mulher, mas Júlia passou por Elisabeth e abriu a porta.

 

 

 

-- Vai embora e me deixa em paz! Eu sempre tive tudo como você disse, menos uma mãe que me desse carinho e amor, você sabe o que é isso Elisabeth? Não, eu acho que não sabe, alias, eu tenho certeza que não sabe.

 

 

 

Dizia tudo irritada e de forma agressiva, seus olhos já ardiam, estava explodindo.

 

A mão apertava a maçaneta da porta com tanta força que se fosse feito de vidro essa hora estaria totalmente despedaçado e cortando sua mão.

 

 

 

-- Você não conhece o sentido da palavra amor, é uma mulher amargurada que não suporta ver a felicidade de ninguém, sempre tem que estar por cima certo? Nem um pai de verdade você me deixou ter!

 

-- Do que esta falando? – Júlia tinha pego seu ponto fraco --  Otton te aceitou, você sempre foi uma má agradecida, eu devia saber, nunca fomos próximas por você me lembrar tanto o seu pai, e se você se envolve com essas garotas nessa vida de orgias por carência você devia ir se tratar, procurar um psicólogo.

 

-- SAI! – Júlia gritou.

 

 

 

Elisabeth balançou a cabeça de forma negativa e se retirou, não iria adiantar ficar discutindo com ela.

 

 

 

 

 

 

 

********××××××********

 

 

 

 

 

 

 

Quando Elisabeth passou pela porta Júlia a fechou com muita força o que fez um barulho que Amanda teve certeza que ecoou pelo hospital inteiro.

 

Júlia estava irritada, desferiu um soco na porta que já estava fechada causando outro barulho alto.

 

 

 

-- Ei para! – Amanda exclamou se aproximando dela e a puxando para perto olhando sua mão – Não faz isso.

 

-- Eu a odeio – disse com a voz embargada e começando a chorar.

 

-- Shii, calma meu amor – a puxou para um abraço apertado e viu a loira se desmanchar em lagrimas em seu ombro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

********××××××********

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Elisabeth chegou na sala de espera e viu Bryan ainda ali, mas as garotas não se encontravam.

 

Antes que ela perguntasse algo ele se adiantou a falar.

 

 

 

-- Mamãe eu fui fazer o que me pediu e entendi o que estava acontecendo.

 

-- Do que esta falando Bryan? As levou para casa ou para algum hotel? – perguntou com um humor diferente do que tinha ido ao quarto de sua irmã.

 

-- Esta tudo bem mamãe?

 

-- Onde você levou as meninas Bryan? – perguntou sem lhe responder.

 

-- Elas estão na lanchonete, não quiseram ir embora, e aquela menina que saiu na matéria que a gente leu não é minha cunhada – ele viu sua mãe lhe encarando como se quisesse que continuasse então ele prosseguiu – ela é apenas uma conhecida da Júlia, amiga da namorada de verdade da minha irmã entendeu? Ou seja, aquela não é sua nora e nem minha cunhada, nós erramos – falou sorrindo.

 

 

 

Viu sua mãe se sentar com uma expressão estranha no rosto, não entendeu o que estava acontecendo, ela tinha saído dali com uma feição e voltou com outra, não entendia o porquê.

 

 

 

-- Aconteceu alguma coisa mãe?

 

-- Droga! – exclamou entendendo.

 

 

 

Tinha cometido um erro.

 

 

 

Quis atingir sua filha e tirar aquela sua pose tão dona de si, jogou baixo, disse coisas baixas das quais sabia que iria ferir sua caçula, coisas as quais realmente não sentia, não compartilhava do pensamente e coisas que falou, a maioria foram da boca pra fora, nunca que deveria ter dito nem metade do que disse.

 

Realmente a sexualidade de Júlia sempre lhe incomodou muito, não queria aquilo, porem sabia que era por puro capricho seu, não era difícil aceitar sua filha.

 

No começo pensou ser tudo estranho, às vezes tinha medo dela sofrer não por preconceito, sabia que devido à fortuna que tinha seria respeitada, pelo menos na sua frente, mas o medo que sentia era de sua filha se machucar, mulher era uma coisa complicada.

 

 

 

 

 

-- O que aconteceu? – Bryan perguntou vendo sua mãe se levantar e ir em direção ao quarto de sua irmã.

 

 

 

Algo não lhe parecia bem, seguiu sua mãe.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

********××××××********

 

 

 

 

 

 

 

Júlia ainda chorava sendo abraçada por sua namorada, se sentia um lixo com as palavras de sua mãe, aquilo doía e ela não podia fazer nada.

 

 

 

-- Amor volta pra cama, você tirou o soro.

 

-- Eu quero ir embora, me da minha roupa por favor.

 

-- Não pode ir embora assim Júlia, você ainda não ta legal, precisa se cuidar meu anjo.

 

-- Eu não quero – disse balançando a cabeça e fazendo uma carinha de choro que estava acabando com a ruiva.

 

-- Não faz assim vai, vamos pra cama – disse a puxando novamente para o seu abraço e beijando sua cabeça.

 

 

 

Foi caminhando devagar com a loira ate se sentarem.

 

 

 

-- Machucou a mão?

 

-- Eu quero ir embora – não respondeu e fungou um começo de um novo choro.

 

-- Amor, vem vamos deitar.

 

 

 

A porta do quarto de repente se abriu e o corpo da loira se tencionou pensando ser sua mãe novamente, mas quem adentrava o cômodo era a jovem doutora que a deixou ver Rebecca mais cedo.

 

 

 

-- Esta tudo bem aqui? Disseram que houve discussão e barulho nesse quarto.

 

-- Esta tudo bem – Amanda respondeu vendo a medica se aproximar analisando sua namorada.

 

-- Ela esta bem? – perguntou para a ruiva e chegou mais perto de Júlia que tinha o nariz rosado e olhos molhados – aconteceu alguma coisa?

 

-- Já que escutaram algum barulho porque os seguranças não vieram aqui? – Júlia disse irritada, precisava descontar sua raiva.

 

 

 

Pauline ergueu as sobrancelhas, aquela grosseria gratuita a irritava, pensava que toda pessoa com um padrão de vida como a loira fosse assim, não iria baixar a cabeça para aquela garota nem se ela fosse a rainha do mundo.

 

 

 

-- Na certa porque são uns covardes e tem medo do que você possa fazer.

 

-- Você também deveria temer.

 

-- Júlia! – Amanda chamou sua atenção, sabia que a medica não tinha culpa de nada para estar ouvindo aquele tom de sua namorada.

 

-- Não tenho medo, se quiser me demitir fique a vontade, mas não estou aqui para ouvir desaforos seus, só vim ver o que estava acontecendo, agora se me dão licença, passar bem.

 

 

 

Saiu irritada do quarto, aquela garota era folgada, pensou.

 

 

 

 

 

********××××××********

 

 

 

 

 

-- Você não devia ter a tratado assim amor.

 

 

 

Júlia não respondeu, apenas se levantou e foi buscar suas roupas que estavam dobradas ali ao lado.

 

Amanda percebeu que não iria adiantar pedir para que ela ficasse.

 

 

 

 

 

 

 

********××××××********

 

 

 

 

 

 

 

Rachel que estava na lanchonete junto de Manuela decidiram ir até o quarto da loira avisá-las que iriam para um hotel próximo pois já estava bem tarde e se sentiam cansadas.

 

Assim que entraram no quarto perceberam que o clima não era o mais agradável, a loira terminava de abaixar a blusa ajeitando-a e pegou as meias para colocar seu tênis.

 

 

 

-- A gente veio avisar que estamos indo pra um hotel e amanhã cedo passamos aqui – Manuela disse olhando as duas que estavam em silencio.

 

-- Ótimo – disse grossa chamando a atenção de Manuela que não entendia o motivo – vai lá dormir em qualquer hotel ou deveria dizer motel com a sua nova namorada? Bela amiga você é, e eu me preocupando com você.

 

-- Não estou entendendo, o que aconteceu?

 

-- Nada, vai com essa garota e some da minha frente, não precisa voltar mais, eu quero que você se dane!

 

-- Júlia para. – Amanda disse sabendo que ela estava magoando a morena.

 

 

 

Rachel olhou para Amanda como se pedisse uma explicação do que estava acontecendo.

 

Manuela engoliu em seco, não entendia o que estava acontecendo, sentiu uma dorzinha chata em seu peito como se estivesse apertando seu coração.

 

 

 

-- Por que esta falando isso? – sua voz saiu baixa.

 

-- Eu quero que você vá embora, entendeu ou quer que eu desenhe? Deixa de ser burra e não se faça, porque burra eu sei que você não é.

 

-- Júlia... – a voz de Manuela já saia embargada.

 

 

 

Pensou que a amiga estivesse magoada por seu envolvimento com Rachel, já esperava por isso, tinha conversado sobre isso com o Danilo na noite da balada. A escutar falando dessa forma só despertou mais o sentimento de culpa.

 

 

 

-- VAI EMBORA! – Júlia gritou dessa vez a assustando.

 

-- Qual o seu problema Júlia? – Rachel se intrometeu vendo os olhos de Manuela ficar marejados.

 

-- Eu falei para irem embora! SAIAM!

 

-- Você não tem o direito de falar dessa forma com a Manuela, ela esta aqui por sua causa para te dar apoio, você deveria ser mais agradecida e dar valor para quem esta ao seu lado.

 

-- Olha só, arrumou uma bela advogada Manuela – disse com sarcasmo.

 

 

 

Estava ferida, queria ferir também.

 

 

 

Não era sua intenção dizer aquelas coisas para a sua amiga e nem a tratar daquela forma, mas quando a viu entrar naquele quarto para avisá-la que iria ir para algum hotel com Rachel seu sangue subiu, se sentiu trocada, mais uma vez como em toda a sua vida, sempre faziam isso.

 

 

 

-- Júlia o que ta acontecendo? – Manuela perguntou mais uma vez com a voz embargada e deixando uma lagrima escapar.

 

-- Some da minha frente Manuela – repetiu seca também vendo a lagrima da sua amiga escorrer.

 

 

 

Sentiu-se mal por ser a causadora daquela lagrima, sentia-se mal por falar daquela forma, mas se sentiu ser trocada, sentiu-se triste.

 

 

 

-- Já chega! – Rachel exclamou e se aproximou de Júlia a encarando e esta se ergueu endireitando seu corpo e olhando de igual para igual – Você não vai falar assim com a Manuela entendeu?

 

-- Quem você pensa que é para dizer como eu vou falar com alguém?

 

-- Eu sou a pessoa que vai quebrar a sua cara se você continuar a magoá-la.

 

 

 

A expressão de Rachel era seria e irritada, um sorriso debochado se formou nos lábios de Júlia e ela a desafiou.

 

 

 

-- Gostaria de saber você e mais quantas? Já experimentei te bater, acho que você esta a fim de provar novamente.

 

-- Garota cala essa boca!

 

 

 

Os ânimos estavam exaltados e Amanda percebendo isso se aproximou mais e tocou o braço de Rachel chamando sua atenção.

 

 

 

-- Rachel não faz isso, por favor.

 

 

 

Um suspiro saiu da boca de Rachel e ela se aproximou de Manuela que deixava cair lagrimas silenciosas.

 

 

 

-- Eu não vou deixar que você diga essas coisas para a Manuela, droga Júlia, ela é sua amiga! Como pode tentar magoá-la desse jeito?  Se você tem um problema comigo, então esse problema deve ser resolvido comigo, não desconte nela.

 

-- Você não significa tanto assim para eu perder o meu tempo garota – dizia com desprezo mas foi ignorada pela a outra.

 

-- Sei muito bem que você esta fazendo isso de propósito, quer magoá-la e esta conseguindo, mas não vou deixar você ficar aqui falando essas coisas para ela, que eu sei que ira se arrepender depois.

 

-- Ela não quis dizer essas coisas – Amanda se intrometeu e recebeu um olhar intimidador de Júlia mas ignorou, se aproximou de Manuela e tocou seu ombro – Manu não liga para o que a Júlia disse, é serio, ela esta nervosa...

 

-- Amanda! – Júlia a chamou seria tentando impedir que ela dissesse o motivo de sua raiva – Eu quero que a Manuela e sua amiga saiam daqui, agora, não quero vê-las.

 

-- Você não quer isso Júlia! – Amanda falou brava a encarando.

 

 

 

Rachel se aproximou mais de Manuela e tocou seu braço chamando sua atenção. A morena olhou em seus olhos, seu rosto ainda estava molhado mostrando o caminho que algumas lagrimas tinham seguido, aquela cena apertou o coração de Rachel, não sabia o que fazer, só sentia raiva de Júlia por a esta fazendo sofrer.

 

 

 

-- Eu vou levar a Manuela, e amanhã eu trago ela para vocês conversarem, vê se para e pensa que você esta magoando alguém que te ama e que se dispõem sempre a estar ao seu lado independe de qualquer coisa.

 

 

 

As palavras de Rachel entraram nos ouvidos de Júlia prendendo sua atenção, de repente viu a besteira que estava fazendo e se sentiu péssima, a mesma forma que sua mãe tinha feito consigo de usar um modo baixo para magoá-la, ela estava usando agora gritando e tentando atingir alguém que lhe amava e estava sempre ali, sua amiga.

 

 

 

-- Manuela – chamou com a voz baixa e chamando a atenção da morena que ainda tinha os olhos molhados – me desculpa.

 

 

 

Antes que Manuela pudesse responder qualquer coisa Rachel interrompeu pegando em sua mão e dizendo.

 

 

 

-- Amanhã vocês conversam, agora estamos indo, vê se pensa direito na besteira que fez hoje e aprende a pensar antes de magoar alguém que se importa com você. Vamos Manu.

 

 

 

Puxou Manuela até a porta e esta se deixou levar, realmente o modo que Júlia tinha falado a tinha magoado.

 

 

 

-- Você não devia ter feito isso – Amanda disse com a voz seria encarando a loira que tinha uma expressão culpada.

 

-- Me desculpa – sua voz saiu baixa.

 

-- Não sou eu quem tem que te desculpar, é a Manu.

 

-- Ela deve estar bem magoada, eu gritei com ela e...

 

-- Júlia não adianta ficar assim agora, o que foi feito esta feito, amanhã vocês conversam e você se desculpa.

 

 

 

Júlia concordou em um balançar de cabeça e se sentou na cama.

 

Tinha ignorado até agora as sensações de seu corpo mas sentia-se bem cansada, o corpo doía como se tivesse feito muito exercício, sentia cada nervo do seu corpo se repuxar, parecia que tinha sido atropelada por um caminhão, a sensação de enjôo também se fazia presente, só não era tão forte quanto o seu cansaço.

 

 

 

-- Você ta bem? – Amanda perguntou percebendo o leve mal estar e se aproximou sentando ao seu lado na cama e passando a mão em seu cabelo – amor não se preocupa, a Manu vai te perdoar, ela te adora.

 

-- Eu sei – sua voz soou embargada.

 

 

 

A ruiva a puxou para um abraço que não durou muito pela entrada de sua mãe e seu irmão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

********××××××********

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Manuela estava com Rachel já do lado de fora do quarto quase ao fim do corredor que dava para a saída daquela ala.

 

 

 

Caminharam até ali em silencio, Rachel apenas ouvia a respiração pesada da morena indicando que ela prendia o choro, aquilo realmente a incomodava, se sentia impotente diante da tristeza de sua garota.

 

 

 

-- Não fica assim princesa – falou parando de andar e fazendo com que a morena também parasse, já que ainda segurava sua mão.

 

 

 

Manuela não disse nada, só a encarou com o olhar repleto de lagrimas e um nó na garganta.

 

Sem agüentar mais Rachel a puxou para um abraço apertado querendo tomar para si toda aquela dor que ela estava sentindo, sentiu algumas lagrimas que escaparam dos olhos de Manu molharem seu pescoço.

 

 

 

-- Não fica assim, amanhã vocês se resolvem, você já viu que antes de você sair ela se arrependeu certo? Da um desconto pra ela, eu sei que você ficou magoada, mas ela esta passando por um momento difícil, talvez o melhor modo que encontrou fosse descontando sua tensão em cima de alguém, e acabou sendo com você.

 

 

 

Manuela sabia que a morena tinha razão no que estava falando, mas mesmo assim ainda doía o modo que a loira tinha falado. Apenas balançou a cabeça triste e enxugando o rosto.

 

 

 

-- Princesa não fica assim, porque você parte o meu coração – Rachel pediu franzindo a testa de um modo sofrido e acabou arrancando um sorriso tímido de Manu que a achou fofa – Olha só, um sorriso – disse também sorrindo.

 

 

 

Beijou-lhe o rosto com carinho e ajudou a enxugar o rosto de forma suave.

 

 

 

-- Gosto de ver seu sorriso, ele é lindo.

 

-- Obrigada por estar aqui Rachel, esta sendo importante pra mim.

 

-- Não precisa agradecer, olha só, vamos sair daqui e ir descansar, amanhã quando acordarmos eu te trago aqui e você se resolve com a sua amiga esta bem? Eu sei que ela só quis te magoar porque na verdade ela esta magoada, da pra ver pelo o olhar dela como ela esta se sentindo destruída, então esqueça o que aconteceu aqui e de um desconto a ela, sim?

 

 

 

Manuela balançou a cabeça concordando e seu rosto ainda era tristonho apesar de já ter parado de chorar, deixou Rachel com vontade de acolhê-la em seus braços e niná-la como se fosse uma criança, pois ela agora parecia tão indefesa.

 

 

 

Não tinham dado atenção enquanto conversavam para Elisabeth e Bryan que passaram por elas em direção ao quarto de Júlia.

 

Quando já se preparavam para se retirar e irem em busca de um hotel escutaram um grito do cômodo que tinha saído instantes antes.

 

 

 

Manuela que só tinha dado alguns passos parou no local ao ouvir o grito e olhou para Rachel

 

 

 

-- Acho melhor ficarmos.

 

 

 

Reconheceu aquela voz, sabia que tinha algo errado, era bom estar ali para qualquer coisa. Viu a morena acenando com a cabeça concordando.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 34 - Capítulo 34 Raiva, mágoa e tristeza:
Laah
Laah

Em: 05/09/2015

Você escreve muito bem, lia no abcles e amo sua estoria


Resposta do autor:

Aiin muito obrigada mesmo, e obrigada também por continuar aqui comigo me acompanhando <3 *-*

Responder

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Mag Mary
Mag Mary

Em: 05/09/2015

<3 <3


Resposta do autor:

<3 <3 <3 ... gente o carinho de vcs é tão gostoso haha eu adoro *-*

Responder

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Sem cadastro
Sem cadastro

Em: 05/09/2015

Caramba, muito feliz com a criação do site.  Esta ótimo e ainda vai melhorar? Perfeito! Já cheguei e acredito ser a primeira aqui...ja viu que virei sua fã ne?passando p incentivar a senhorita dona Bianca...Agora quero capítulos novos rápidinho viu e faça várias garotas feliz? Bjos e ótimo feriado. Hj acredito e a luz no fim do túnel finalmente acendeu. Parabéns pela dedicação. ...


Resposta do autor:

Fiquei beeem feliz também *-*

Muito obrigada pelo incentivo senhorita Poli <3 haha é bem importante pra mim falar com vcs haushaus, eu gosto ja falei né? haushaus... então tentarei postar novos capitulos rapido sim pode deixar ><

Mais uma vez obrigada ^^ ... beijos bom feriado pra vc tbm :)

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