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DESTINO INCERTO por veruskasouza

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Palavras: 3764
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Notas iniciais:

A recuperação de Helena e a amizade que irá se fortalecer a cada dia.

Capítulo 4

4 – Dias difíceis

 

Helena, que havia saído da sala de cirurgia um pouco antes das 15:30 horas. Estava no quarto se recuperando dos efeitos da anestesia, quando seus olhos abriram e ela não conseguira ver nada além do mundo quadrado envolvido entre as persianas verdes claras, o armário, a pequena televisão e o frigobar no canto esquerdo. O soro pingava ininterruptamente, entretanto, uma dor estranha no braço esquerdo a fizera gem*r e suspirar desanimada.  Sua boca seca implorava por um pouco de água, mas estava impossibilitada de fazê-lo. Alguns minutos depois, a moça vestida de branco entra para trocar o soro e aplicar uma injeção. Afirmou que poderia tomar algo assim que o médico liberasse a dieta. Ligou a televisão e saiu, deixando-a com um sentimento vazio, de perda e de fragilidade.

-- Dona Helena, com licença.

-- Oi, Fátima. Que bom que chegou.

-- Como a senhora está?

-- Com dor e sede.

-- Eu vou verificar se eles já liberaram a dieta.

A conversa foi interrompida quando o médico entrou no quarto trazendo boas noticias sobre a operação bem sucedida. Que já liberaria a dieta e que a mesma iria ficar no máximo cinco dias no hospital quando teria alta e continuaria o tratamento de forma domiciliar.

-- Que bom doutor, fico realmente feliz em saber disso.

-- Você teve muita sorte, Helena. Sobre a sua dor, vou passar um medicamento mais forte. Já liberei sua dieta. Uma boa tarde e descanse bastante!

-- Boa tarde.

O médico saiu deixando Helena e Fátima que a auxiliava com o copo de água. Pouco tempo depois Adão, o motorista, entra no quarto e recebe as instruções necessárias para buscar dona Telma, a mãe da paciente.

O fim da tarde chegou e com ele a noite trouxe um céu cheio de estrelas para a Califórnia brasileira refletida na cidade de Ribeirão Preto. Carolina havia saído do trabalho e se dirigido rapidamente até a academia, seu objetivo era descarregar a tensão do dia numa aula maravilhosa de pilates. Chegou em casa e sentiu que o corpo pedia um jantar leve e um bom descanso. Tomou um banho quente merecido e de roupão foi até a cozinha retirar a sopa congelada para colocar no micro-ondas.

-- “E Helena, como deve estar? Será que a cirurgia deu certo? Depois do jantar eu ligo pra saber notícias”.

 Pensou ao pegar a tigela no armário da cozinha.

E assim o fez Carolina, jantou e logo em seguida ligou para o celular de Helena. Fátima atendera novamente, informando que a cirurgia havia sido bem sucedida e que Helena estaria passando bem.

-- Você sabe se ela poderá receber visitas?

Carolina perguntou querendo saber se uma visita sua seria inoportuna em dado momento. Um silêncio se fez na linha e Fátima, enfim, respondeu para o seu contentamento.

-- A dona Helena disse que sua visita é muito bem vinda.

-- Ah, obrigada, Fátima, diz que provavelmente passarei amanhã no fim da tarde. Deseja melhoras e deixe um abraço.

-- Está entregue, muito obrigada pela preocupação.

-- Não tem por onde, até mais, Fátima!

 Para a surpresa da arquiteta, dormira a noite inteira feito um bebê, leve e sem pesadelos. Levantou-se revigorada, cheia de esperanças para mais um dia de trabalho.

-- Chegou cedo!

Patrícia abordou a chefe ainda no corredor.

-- Pulei cedo da cama, hoje, muito trabalho pela frente.

-- Carolina, advinha quem quer vê-la imediatamente?

A secretaria anunciou antes mesmo desta entrar na sua sala.

-- Já vi que meu dia não será fácil!     

Alguns quilômetros dali, a enfermeira entra no quarto para ministrar o medicamente na paciente Helena. Dona Telma já havia chegado e a colocara a par das ultimas novidades.

-- Seu pai deverá vender a fazenda do Pantanal.

-- Pensei que ele tivesse desistido.

-- Aos poucos ele está se desvinculando desse ramo cansativo.

-- Mas o papai adora trabalhar com fazenda, gado.

-- Um serviço árduo e desgastante. Infelizmente seu pai já não tem mais disposição e saúde pra isso.

-- Ok, mas e o que ele pretende fazer com o dinheiro, já pensou no que irá investir?

-- Deverá aplicar em imóveis e renda fixa, pelo menos é o que ouvi ele dizendo para o seu tio Sidnei.

-- Hmm, talvez não seja um mau negócio.

-- E não será minha filha, ele está bastante empolgado.

-- Fico feliz em saber, mamãe.

-- Então, seu marido deverá chegar a noite.

-- Será que ele já descobriu que tem uma esposa hospitalizada?

-- Não fale assim, minha filha, ele é um homem ocupado demais com a profissão, mas é um bom marido.

-- Realmente ele é um homem extremamente ocupado, mamãe, mas a vida não se resume a trabalho, imagem e dinheiro. Ele nunca está quando eu preciso e ultimamente só tem se importado em garantir o seu status político.

-- Eu sei que todo inicio de casamento é difícil, Helena, mas tenha paciência que as coisas irão melhorar.

-- É o que eu espero, mamãe, do fundo do meu coração, embora a decepção tenha aumentado a cada dia.

-- Paciência, minha filha.

No fim da tarde, Carolina tentava acelerar o trabalho num daqueles dias que nada parece render. Patrícia havia saído para supervisionar um projeto “in locu” e as pendências mais urgentes ficaram a encargo da arquiteta chefe.

-- Dona Clarisse, faça uma gentileza, preciso comprar um arranjo de flores para uma amiga que está hospitalizada e vou sair daqui meio que em cima da hora. Peça para deixarem aqui mesmo, no escritório, até as 18:00 horas, que pretendo entregar pessoalmente.

-- Pois não, Carol, é pra já. A senhora tem preferência por algo diferenciado?

-- Peça um arranjo bem alegre, colorido, com muitas flores do campo, lírios, girassóis, algo que melhore o humor de quem está num ambiente hospitalar.

-- Ok, entendi.

Mal desligara o telefone, Carolina continuou a trabalhar num ritmo intenso. Era tanta concentração que só se permitiu parar a tempo de fazer o pagamento do bonito arranjo de flores que fora entregue pontualmente as 17:50 horas. Pouco depois, Patrícia entrou na sala e como esperado não resistiu a curiosidade.

-- Uau, cheguei tarde a ponto de não ver quem é o sortudo galanteador que anda te cortejando ou...?

-- Esqueça o sortudo, fui eu quem comprou.

Carolina cortou a amiga mecanicamente, ainda concentrada na frente do computador.    

-- Nossa, quem diria, você comprando flores! Difícil de acreditar.

-- São para Helena, a minha amiga hospitalizada. É educado e muito respeitoso levar flores para pessoas enfermas, não sabia?

-- Hmm, então porque quando eu fiquei internada você não me levou um botãozinho sequer?

-- Você não combina com flores, Patrícia e, além do mais, do jeito que você é bem que poderia se animar e levar para o outro lado.

-- Você é péssima Carol, quem vê você falando pensaria que eu dou em cima de todo mundo!

-- Eu sei que você não dá em cima de todo mundo, mas, pensando bem sua mãe e irmã devem ter escapado disso.

-- Tá bom sua faladeira, então eu já dei em cima de você por um acaso?

-- Ainda bem que não! Já pensou, eu ia ter uma trabalheira pra fugir de você sua chicleta.

Carolina parou de repente e começou a rir da cara de raiva da amiga que parecia se segurar para não falar um palavrão qualquer.

-- Brincadeira sua boba, é claro que você não é uma tarada e sabe separar muito bem as coisas, estou só te enchendo o saco.

-- Odeio quando você me faz de boba.

-- Adoro sua carinha de brava.

-- Aff! Boa noite pra você também, Carol, e lembranças a sua nova amiguinha. A propósito, tá tudo em ordem com o Edifício Firenze e Spartacus, viu.

-- Maravilha, excelente notícia!

-- Também fiquei satisfeita, mas amanhã te conto os detalhes, estou muito cansada.

-- Ok, bom descanso.

Eram quase oito horas da noite quando Carolina Morbeck conseguira adentrar a porta principal do hospital e seguir para o quarto da paciente Helena. Havia se atrasado consideravelmente pelo transito excessivo e a chuva inesperada. Enfim, bateu a porta do quarto 308. 

-- Com licença, boa noite!

-- Boa noite, dona Carolina!

-- Boa noite Fátima e a nossa paciente?

-- Oi Carolina, você veio mesmo!

Helena respondeu bem humorada ao sair do banheiro na companhia da mãe, uma senhora de meia idade, loura e extremamente elegante.

-- Essa é minha mãe, dona Telma, e, essa é Carolina, a moça que me socorreu.

-- Muito prazer, então você é o anjo que cuidou da minha filha. Satisfação em conhecê-la, minha querida, muito obrigada por tudo.

-- O prazer é todo meu, dona Telma.

-- Olhe as flores lindas que ela trouxe!

Fátima exclamou segurando o arranjo de flores que já havia organizado em cima do pequeno armário.

-- Nossa, que delicadeza, Carolina, são lindas!

-- Que bom que gostou, Helena. Agora me conte, como está se sentindo?

-- Me sinto bem, mas com um pouco de dor. Aos poucos estou me recuperando.

-- O importante é que está melhorando e daqui uns dias você estará ótima.

-- É o que espero.

-- Então, Helena, aproveitando que sua amiga está aqui, vou pedir ao Adão que me leve em casa para um banho rápido. Desculpe por sair assim, Carolina, é que estou enrolando essa minha ida ao apartamento desde as 15:00 horas e já não posso esperar mais. Quando retornar gostaria muito de conversar um pouco mais com você.

-- Mamãe você nem perguntou se Carolina tem algum compromisso e outra coisa, eu posso muito bem espera-la, tranquilamente. As enfermeiras praticamente não me deixam sozinha, aproveite e leve Fátima pra fazer o jantar de vocês, a comida do hospital não é muito boa.  

-- Não seja por isso, dona Telma, eu não tenho qualquer compromisso a partir de agora, é claro que posso ficar com Helena. Não tenha pressa, só irei quando voltarem!

A arquiteta respondeu solícita e com certa animosidade.

-- Assim você me deixa sem graça, Carolina, não quero abusar da sua boa vontade.

-- Não será nenhum abuso, esta noite não tenho nenhum compromisso.

-- Muito obrigada, querida, agorinha estaremos de volta.

A senhora preferiu finalizar o assunto diante da relutância da filha, que parecia um pouco incomodada com a situação.

-- Não tenha pressa, dona Telma, ficaremos bem.

-- Ah, Helena, não se esqueça de oferecer a torta de carne seca com banana verde pra sua amiga. Aposto que ela nunca experimentou igual!

-- Claro, mamãe, obrigada por lembrar.

-- Agorinha mesmo voltaremos, meninas.

Despediram-se rapidamente. Helena já estava deitada em sua cama e Carolina foi sentar-se no pequeno sofá próximo ao leito.

 -- E agora, diga-me você, como foi seu dia?

A paciente perguntou com se existisse uma intimidade não tão recente.

-- Hmm. Na verdade só um dia de muito trabalho. Finalizando muitos projetos. Os detalhes são o que há de mais precioso na minha profissão.

-- Imagino, senhorita arquiteta. Á propósito, meu pai vem se interessando muito pela sua área, sabia. Segundo, mamãe, está apostando firme em imóveis.

-- Ele tá pensando em construir alguma coisa?

-- Na verdade meu pai está tentando mudar de ramo, anda um pouco cansado. Trabalhou a vida inteira com agropecuária e agora deseja diminuir o ritmo, as preocupações.

-- Ah, mas então ele vai querer comprar imóveis prontos. Construir também é cansativo, viu mocinha! Em todo caso, se quiser alguma coisa especial, tenho algumas indicações a fazer.

-- Obrigada pelo mocinha. Muito agradável de sua parte, com certeza irei me lembrar das suas indicações quando falar com ele.

-- Não tem de quê, é sempre um prazer agradar as amigas.

Ambas sorriram e continuaram conversando descontraidamente por cerca de duas horas sem que tivessem visto o tempo passar. Falaram de culinária e Carolina aprovou a deliciosa receita cuiabana de torta de carne seca com banana verde. Também falaram sobre música, cinema e teatro, coisa que Helena tinha fascínio e conhecia muito bem, dado que Helena havia estudado e vivido no Rio de Janeiro por longos anos, aonde se formou em Direito. Carolina explicou que esportes radicais podiam ser seguros, embora fosse necessário muito treinamento e dedicação. Helena contou o quanto gostava de advogar, revelando um sonho de juventude que era o de atuar como promotora no Ministério Público do Estado de Mato Grosso, o que acabou surpreendendo a arquiteta.

-- Mas o que te impede de realizar esse sonho?

-- Trata-se de um concurso muito concorrido, Carolina. Seria necessária muita dedicação e como me casei muito cedo e sendo esposa de um político atuante, meus compromissos públicos acabaram restringindo parte do tempo necessário. O tratamento que faço aqui em Ribeirão também se tornou um fator de impedimento até mesmo para o exercício da advocacia, coisa que sempre fiz com enorme prazer. Infelizmente, por esses e outros motivos acabei entregando meus processos na mão da minha antiga sócia e eis-me aqui.

-- Eu entendi direito? Você tem mesmo um problema de saúde? Ah, meu Deus, olha eu invadindo seu espaço novamente, desculpe.

Carolina enrubesceu, percebendo sua indiscrição.

-- Não se preocupe, não é exatamente um problema de saúde. Na verdade trata-se de um tratamento de fertilização. Tem um ano e meio que vivo entre Cuiabá e Ribeirão Preto tentando engravidar.

-- Ah...

-- Então... mas, continuemos a falar da sua profissão, eu sempre achei a arquitetura muito mais que uma profissão, sou leitora assídua daquelas revistas de interior e paisagismo. Eu me divirto imaginando as reformas que ainda pretendo fazer, quem sabe num futuro próximo.

Helena preferiu cortar o assunto da fertilização, deixando Carolina ciente que se tratava de algo muito intimo para ser discutido naquele momento.

-- É claro, toda mulher tem um pé na arquitetura, todas adoram uma boa reforma.

-- Verdade (risos)

E assim, conversaram até ouvirem o barulho da porta que evidenciou a chegada de outras pessoas naquele ambiente.

-- Meu amor, que saudades. Como você está?

-- Olá Paulo, me recuperando bem, querido.

Helena abriu um sorriso sincero se deparando com a surpresa.

O rapaz moreno, de traços marcantes, vestido formalmente com um terno de grife internacional a abraçou cuidadosamente, antes de beijá-la na testa.

-- Você não sabe o tamanho da nossa preocupação querida! Como pode sair sem companhia de forma tão desprevenida? É muito perigoso! Deus me livre do que poderia acontecido!

-- Mas o que importa é que ela está bem e se recuperando a cada dia!

A sogra interveio de forma a tentar impedir mais um discurso crítico do genro que parecia não se tocar sobre a fragilidade emocional da esposa.

-- Eu tive que largar uma série de compromissos para vir até aqui te ver, sabia!

-- Desculpe, não tive a intenção de interferir na sua agenda, Paulo, e você não precisava ter vindo, estou muito bem aparada, minha mãe já está aqui.

Dona Telma fez questão de franzir a testa para o genro que por fim percebeu o inconveniente que estaria causando na frente de todos.

-- Mas eu estava com saudades, precisa ver o meu amorzinho...

Disse sem graça, passando a mão sobre os cabelos de Helena, que já não sorria mais.

-- A propósito, conheça Carolina, que me ajudou no acidente e tem me amparado de forma tão simpática.

Helena apontou para a moça que parecia séria, um pouco atrás dos recém-chegados, próxima da porta.

-- Ah, fiquei sabendo. Muito prazer e muitíssimo obrigada, Carolina! Nem sei como agradecer.

-- O prazer é meu. Não se incomode com isso.

Carolina respondeu com certa formalidade, forçando um sorriso sem entusiasmo. Presenciara toda a cena que expunha a falta de sensibilidade do rapaz. Observou o egoísmo e a desconsideração do mesmo pela situação da esposa, não podendo deixar de se ressentir em solidariedade a mesma.

A conversa acabara se estendendo por mais de uma hora. Paulo tentou ser o mais agradável possível com Helena que tinha a expressão um tanto tranquila. Carolina explicava alguns detalhes do seu trabalho e em contrapartida o deputado também falava algo do seu dia a dia, para descontrair.

-- Lembra que eu sempre falei pra você dar uma arrumada no apartamento de Ribeirão, meu amor. Agora você tem uma desculpa, Carolina vai fazer um projeto do seu agrado e você irá se divertir um pouco quando ficar melhor.

-- Sabe que não é má ideia. Ah, Carolina, se você tiver um tempinho nessa sua agenda lotada...!

-- Não se preocupe com isso. Assim que você estiver melhor iremos caprichar no seu apartamento, prometo!

-- Seria ótimo!

Os olhos de Helena se iluminaram e Paulo abriu um sorriso feliz por ter por enfim conseguido dar uma dentro depois de tanto desentendimento.

-- Então...vou me despedindo por aqui. Já está na minha hora, preciso voltar pra casa.

-- Fiquei muito feliz pela sua visita, muito obrigada, Carolina. Devo ter alta daqui a três dias e, quem sabe você tenha um tempinho para um café no meu apartamento, será sempre bem vinda, viu!

-- Com certeza, Helena. Estarei ligando pra saber da sua recuperação. Um prazer conhecer a todos. Boa noite!

-- Satisfação, Carolina.

-- Boa noite.

Paulo e dona Telma fizeram questão de apertar a mão da arquiteta que sorrindo acenou para Helena antes de sair recebendo em troca um lindo sorriso em agradecimento.  

Assim, nos dois últimos dias que seguiram, apesar do ritmo estressante de trabalho e alguns arranca rabos entre Carolina e Cláudia, sua amizade com Helena parecia florescer continuamente.  

-- Tenha uma boa noite Helena, abraços na dona Telma. Espero que quando ligar da próxima vez você já esteja em casa. Beijos.

A arquiteta desligou o telefone com satisfação especial. Seu rosto mais sereno do que antes.

-- “Espero que você chegue bem e em segurança!”

Patrícia havia escutado os últimos trechos da conversa e tentava imitar de forma irônica e exagerada a demonstração de carinho sincera transmitida por Carolina durante a ligação telefônica.

-- Eu, hein, quanta melação! Não tem uma semana de amizade e agora me aparece com essa intimidade de anos. Afinal de contas, o que tem essa racha de tão especial?

-- Nossa, que mau humor, Patrícia. Quer saber, eu gosto de falar com Helena. Ela é uma pessoa do bem, educada e agradável. Gosto de conversar com ela e com certeza seremos grandes amigas. Larga de ser ciumenta!

-- Sei! Pensando bem, se fosse outra pessoa até pensaria que você estaria num flerte com essa talzinha aí.

-- Gente do céu, se você colocasse metade dessa sua criatividade nos nossos projetos estaríamos ricas. Não viaja, Patrícia!

-- Então para de puxar o saco de alguém que você mal conhece e mostre um pouco de consideração por essa sua amiga de anos. Vamos sair para um chopinho hoje. Estou precisando acalmar as ideias, meu dia foi um pouco pior que o seu, afinal de contas, não foi você quem teve que aguentar os xiliques de Cláudia o dia inteiro durante a supervisão do projeto Sunday.

-- Oh, tadinha. Esqueci da sua situação dramática e martirizante com a miss purpurina. É lógico que irei compensá-la, até acho que será uma boa ideia esse chopinho no inicio da noite. Hoje não tenho piláaes e faz tempo que não ouço as historinhas da minha amiga maluquinha...

Patrícia abriu um sorriso de satisfação quando Carolina fechou o notebook e pegou sua bolsa.

-- Vamos?

-- Com certeza chefinha, já estou com água na boca.

-- Eu também.

Saíram juntas pelo corredor sorrindo e se despedindo dos últimos colegas que ainda insistiam nos últimos minutos do expediente.

O Pub de música ao vivo já estava parcialmente lotado quando as amigas chegaram, após uma hora de luta com o trânsito que parecia um pouco mais conturbado naquele inicio de noite. Acabaram optando por sentar ao lado da grande bancada.

-- Dois chopp sem colarinho, por favor.

O garçon trouxe rapidamente os copos e as moças fizeram o brinde habitual antes de degustar a bebida.

-- Era disso que eu estava precisando.

-- Preciso concordar com você, desceu incrivelmente redondo.

-- Então Carol, não que eu me interesse pela pessoa, mas devido à situação, como está sua nova amiga? A família já chegou? Enfim...

-- Pois é, muita coisa acontecendo, sabe. A família já chegou, sim, encontrei com eles no hospital. A mãe se mostrou uma pessoa cuidadosa e presente, já o marido, infelizmente não poderei dizer o mesmo. Que homem egoísta! Enfim, acabei presenciando uma cena um pouco desagradável.

-- Como assim?

-- Sabe aquele tipo de pessoa que ajuda mais ficando longe? O próprio, em carne e osso. Antes tivesse ficado na cidade deles!

-- Então o negócio foi sério mesmo.

-- Ao invés de poupar a esposa, chegou cheio de cobranças, muito desagradável, se fazendo de vítima o tempo todo. Algo me diz que Helena não fez um bom casamento. Percebi uma certa decepção no seu olhar. Parecia que aquela situação entre eles não seria nenhuma novidade.

-- E não duvide disso, já vi muita coisa do gênero por ai.

-- É o que dizem, mas deixemos Helena de lado, me fala como andam as novas conquistas?

-- Quem me dera, ultimamente não ando pegando nem gripe. (risos) Brincadeirinha, tenho saído com uma garota que conheci na boate. Daquele jeito, sabe, nada sério.

-- Até quando você continuará nessa vida, menina!

-- Não aguento ser como você, Carol, essa abstinência de meses no mínimo me deixaria uma pilha de nervos. Pra mim existe uma linha tênue entre a falta de sex* e a loucura.

-- Credo, parece até um homem falando.

-- Não querida, sou sincera, prática e gosto de sex*. Simples, assim!

-- Você não tem jeito mesmo, Patrícia!

-- E você vai ficar pra titia, meu bem.

-- Aff, eu desisto. Nem sei por que ainda te dou trela. Quanta falta de sensibilidade.

-- Deve ser porque você me adora. Não entendo pra que tanto drama quando os tempos são outros. Acorda Carol, hoje em dia ninguém quer compromisso, estou nessa por que realmente não está fácil e eu decidi deixar me permitir viver um pouco a ter que ficar como você, desse jeito aí ó... esperando cair no céu!

Carolina bufou contrariada. Sua amiga apenas deu de ombro num claro sinal de indiferença para depois bebericar mais um pouco da sua bebida.

-- Acho bom a gente maneirar chefitcha, esqueceu que iremos viajar depois de amanhã e, consequentemente, teremos um dia cheio de reuniões assim que pisarmos naquele escritório.

 

-- Verdade, já havia me esquecido disso, definitivamente.

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá meninas, estarei construindo aos poucos os personagens, tentando nao levar direto ao ponto as coisas...vamos ver se aguentamos juntas essa pequena provação. beijos no coração


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Comentários para 4 - Capítulo 4:
gleice
gleice

Em: 30/09/2015

Adorando tudo...tudo ao seu tempo!!! Perfeito!

bjos!!!

Responder

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Ana_Clara
Ana_Clara

Em: 29/09/2015

Primeiramente será construída uma grande amizade entre as duas! É torturante a espera, mas assim é mais gostoso! 

E vem cá, essa torta de carne de sol com banana verde parece ser incrível. Tem a receita?! rsrsrs

Responder

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Bruna
Bruna

Em: 26/09/2015

Boa estória! Aguardando o próximo capítulo ansiosa! 

Beijos

Responder

[Faça o login para poder comentar]

patty-321
patty-321

Em: 25/09/2015

Eu gosto assim. Devagar. Conhecendo e tentando entender cada personagem. Sao varios mundos. Cada personagem e um mundo. Otimo fds. Bjs

Responder

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