Os Anjos Vestem Branco -- Capítulo 6

 

Sabrina abriu a porta do quarto de Bruna e viu uma cena que a fez encostar-se na parede, cruzar os braços e ficar observando embevecida.

Bruna dançava a música All About That Bass (Sou Mais Um Corpo Violão) da Meghan Trainor. A cena era tão fofa que ela não teve coragem de interromper.

Quem conhecia a Dra. Bruna com certeza não a reconheceria naquele momento, mais parecia uma menina. Ela cantava junto e fazia a coreografia da música.

Sabrina ficou alí parada e quando a música terminou bateu palmas e assoviou entusiasmada.

-- Está aí a muito tempo? - a garota coçou a cabeça.

-- Desde o início do show - sentou na cama - Não quero te frustrar, mas você não tem corpo de violão como diz a música e sim de flauta.

-- Você deve gostar de flauta então, fica sempre me olhando enquanto tomo banho. Vou começar a fechar a porta - falou entrando no banheiro.

-- Não, por favor. Eu peço desculpa - correu até o banheiro - Vim aqui só para te ver tomar banho - falou brincando.

-- Então tá. Vou dar uma chance - abriu a porta do banheiro para ela entrar.

Sabrina sentou em uma banqueta e esperou até a amiga desligar o chuveiro.

-- Não estou na escala hoje Bru - falou alto para a loira ouvir.

-- Eu sei, vou estar com o Gabriel - berrou de dentro do boxe do banheiro.

-- Então boa sorte amiga, aquele cara é um irresponsável. Tem que ter alguém sempre de olho nele.

-- Bem a Dra. Sandra está lá para isso - saiu do chuveiro enrolada na toalha e foi para o quarto.

-- Sabe que esse é o melhor momento né? - Sabrina sentou novamente na cama e ficou olhando a amiga escolher uma roupa.

-- Se eu não te conhecesse a tantos anos Sabrina, diria que você está me tarando - falou sorrindo.

-- É que você cresceu Bru, virou uma mulher - segurou o riso por alguns segundos mas depois não aguentou e caíram na gargalhada juntas.

-- Não pense que quando eu engatar um namoro firme ela vai permitir essas intimidades comigo - jogou a toalha na cama e ficou nua na frente de Sabrina.

-- Você está falando da morena gostosa?

-- Quem me dera - suspirou triste.

-- Você não está pensando em desistir né branquela?

-- Não. Claro que não. Só não quero criar falsas expectativas com relação a ela - terminou de colocar a roupa e ajeitou os cabelos - Vamos descer?

-- Vamos.

 

Priscila estava na sala lendo um livro, assim que viu a irmã e a amiga deu um sorriso simpático.

-- Quando é que você vai reservar um dia só pra mim nessa sua agenda hein? - abriu os braços para a irmã.

-- Vou dar uma olhada, quem sabe no final do mês poderei atender ao seu pedido - jogou-se no colo da irmã.

Sabrina quase morreu de inveja. Achava Priscila a criatura mais linda, mais fofa, mais gostosa, mais tudo... Como queria estar alí no lugar de Bruna, naquele colo, agarrada naquele corpo abençoado por Deus e bonito por natureza... Mas que beleza...

-- Sabrina - Bruna chamava a amiga pela terceira vez - Tá sonhando de olhos abertos?

-- Desculpa. Estava longe - sorriu sem graça.

-- Acho que ela estava olhando para as suas pernas mana - Bruna colocou uma almofada em cima das pernas da irmã - Se olhar de novo está morta - falou brincando.

-- O que é isso sua alemoa insonsa? Tá a fim de me complicar é? - falou nervosa.

Bruna e Priscila caíram na gargalhada.

-- Viu como ela estava mana. É assim que se pega uma sem vergonha, safada... - Bruna agarrou Sabrina e começou a fazer Cócegas.

-- Para, para... - Sabrina pediu desesperada - Chega, por favor.

-- Isso foi só uma demonstração do que eu faço com quem olha pra minha irmã - olhou no relógio - Meu Deus estou super atrasada. Beijos, beijos, fui... - e saiu correndo porta a fora.

-- É uma louquinha né? - Sabrina sentou ao lado de Priscila no sofá.

-- Um amor de louquinha - Priscila falou com carinho.

 

 

Victória e Thiago passeavam pelo shopping Tijuca.

-- Meu Deuuuus mona... Estamos a horas procurando esse vestido especial e nenhum lhe agrada - Thiago já não aguentava mais olhar vestidos - A quem você está a fim de surpreender hein? Nessa festa só terá lésbicas e gays.

-- Não é por isso que vou com qualquer roupa - deu de ombros.

-- Vic, Vic, te orienta garota. As meninas são super gente boa, não vá aprontar com elas - Thiago se mostrou preocupado.

-- Credo Thiago, até parece que sou o lobo mau e vou devorar as ovelhinhas - falou rindo da desconfiança do amigo.

Na verdade nem ela sabia o motivo dessa empolgação toda em ir bem vestida. Simplesmente sentia vontade de estar muito bonita e sexy.

-- Olha aquele alí - apontou para um que estava em destaque na vitrine da loja - Vamos entrar e olhar mais de perto.

Victória finalmente encontrou o vestido especial. Provou e ficou perfeito.

-- Victoria's Secret. Esse vestido é demais!!! - colocou a mão na boca - Que decote. Dá uma voltinha - Victória deu uma voltinha cheia de charme - Linda!!!

A morena virou-se para a vendedora e falou sorrindo:

-- Vou levar esse, ficou ótimo.

Depois de tudo acertado na loja foram fazer um lanche na praça de alimentação do shopping.

-- Esse vestido é fashion demais morena - Thiago encarou Victória por alguns segundos - Me desculpe amor mas, vou insistir no assunto. Jura que você não está pensando em usar uma das meninas para se vingar do mô?

-- Para com isso bicha. Que coisa mais chata - pegou as bolsas de cima da mesa e saiu brava.

-- Espera... - Thiago saiu correndo atrás dela - Tudo bem não toco mais no assunto.

-- Acho bom mesmo e vamos embora que já estou de saco cheio com essa sua desconfiança - saiu andando rápida em direção ao estacionamento.

 

 

No hospital da Barra.

-- Então o Gabriel não veio? - depois de duas horas Sandra se deu conta da falta do residente.

-- Não - respondeu enquanto atendia uma idosa - Aqui está a receitinha vó. Toda a medicação tem aqui na nossa farmácia, é só pegar lá - ajudou a idosa a levantar-se - E da próxima vez peça para um de seus filhos lhe acompanhar, tá certo?

-- Tá certo. Obrigada minha filha - beijou o rosto de Bruna e saiu lentamente.

-- Não dá para acreditar que um filho deixe a mãe doente vir sozinha até o hospital - Bruna estava indignada.

-- Isso é tão comum Bruna.

-- Pode ser comum, mas é inaceitável - cruzou os braços e ficou esperando Sandra terminar o que veio falar.

-- Eu sei que você não tem nada a ver com isso mas, gostaria de contar com a sua compreensão nessa noite. Estamos só nós duas, teremos que priorizar os atendimentos. O Dr. Thomas também não veio. Já pedi para o pessoal encaminhar os casos menos urgentes para outros hospitais.

-- Resumindo né Doutora, escolheremos os pacientes mais graves.

-- Infelizmente - Sandra saiu de cabeça baixa.

Bruna suspirou fundo. O que lhe chateava não era o fato de ter que trabalhar dobrado, o que realmente a deixava P da vida era os pacientes terem que voltar para casa sem o atendimento.

A maioria dos médicos após se formarem fogem do SUS. Ninguém quer se arriscar. Se atender e morrer, é erro médico. Se não atender porque não tem estrutura, é omissão de socorro. O que fazer?

Aquele plantão como Bruna previa não foi nada fácil. Ficou com pena do pessoal da recepção e da enfermagem que por diversas vezes foram ameaçadas de agressão.

As sete da manhã após passar plantão para o médico do dia, ergueu as mãos para o céu e agradeceu a Deus por não ter ocorrido nenhuma emergência.

 

 

A tarde no Leblon.

Bruna chegou em casa morta, depois que saiu do hospital da Barra ainda teve que passar na faculdade para apresentar alguns relatórios aos professores.

Já ia subindo para o seu quarto quando ouviu a voz da irmã.

-- Bruninha - Priscila se aproximou e colocou as mãos sobre os ombros da garota - Você está com uma cara de acabada maninha - sorriu.

-- Obrigada Pri, era tudo o que precisava ouvir - deu um sorriso forçado - Devo estar parecendo aquelas piriguetes de beira de estrada.

-- Menos - abraçou a irmã - Vou com você hoje à noite na tal reunião de amigos da Sabrina.

-- Ela te convenceu então - caminhou em direção a escada - A gente sai daqui as dez - jogou um beijo para a irmã e subiu.

 

Bruna finalmente conseguiu tomar um banho demorado e jogar-se na cama. Era a realização de um sonho. Nem bem fechou os olhos e visualizou a imagem de Victória sorrindo para ela. Aquele sorriso imenso ... nossa que sorriso lindo... dormiu e sonhou.

-- Vamos brincar de médico? - Bruna convidou Victória.

-- Eu nunca brinquei de médico - a morena respondeu sentando na cama.

-- Eu ensino. Você tira a blusa e deita aqui - bateu com a mão na cama.

-- Tirar a blusa?

-- Você nunca foi no médico? O médico sempre manda o paciente tirar a roupa para ele poder examinar. Você vai querer brincar ou não?

-- Tudo bem - deu de ombros e tirou a blusa.

Os seios dela eram lindos, nossa como eram gostosos.

-- Eu sou cardiologista e você está com dor no peito tá - engoliu em seco - Me mostra aonde que dói - estava suando só de pensar que iria tocar naquela maravilha.

-- Aqui hó - colocou a mão sobre o peito.

-- Eu vou te examinar... - apalpou o lugar que ela mostrou e quando ia passar a mão nos seios...

-- Pode examinar... Pode examinar... - Bruna ouviu uma voz longe... longe... Abriu os olhos com dificuldade... Quando conseguiu focar a imagem viu Sabrina sentada ao seu lado na cama.

- Mas que safada, tendo sonhos eróticos e querendo passar a mão em mim - estava chorando de tanto rir.

-- Como você consegue ser tão estraga prazer Sabrina? - Bruna estava inconformada.

-- Há tá, você queria passar a mão em mim pensando em outra mulher. Estou magoada - falou fingindo estar brava.

-- Eu só precisava de mais um minutinho - colocou o travesseiro sobre a cabeça.

-- Um minuto para que? Me conta Bruninha. O que você estava sonhando?

-- Nunca. Por sua culpa estou assim agora. Tinha que me acordar - olhou séria para Sabrina - Deixa eu passar a mão em você?

-- Sai daqui - saiu correndo de perto da garota - Já tá querendo trair a mulher do sonho?

-- Eu estava sonhando com a Victória - falou triste - Pelo jeito nem em sonho eu vou conseguir algo com ela.

-- Credo Bruninha, você tem que botar mais fé no seu poder de sedução.

-- Eu estou acostumada a ser conquistada e não em conquistar - pulou da cama e foi em direção ao banheiro.

-- Se você quiser eu te ajudo - Sabrina foi atrás dela empolgada.

-- Você? Há Há Há - riu debochada - Está a anos pensando em um jeito de se declarar a minha irmã e não tem coragem.

-- Eu não sou apaixonada pela sua irmã - falou brava.

-- Conta outra - deu de ombros - O que você faz aqui? Não tem uma festa na sua casa hoje? Sabia que eu só dormi uma hora amiguinha? - esfregou os olhos.

-- Tempo suficiente para ter um sonho pornográfico né amiguinha?

-- Você atrapalhou meu sonho, meu sono e agora eu vou para a sua festa caindo aos pedaços - se olhou no espelho - No primeiro gole de absinto eu desmaio.

-- Toma Crush então - sorriu - A Priscila vai? - perguntou ansiosa.

-- Vai, vai - respondeu contendo o riso. Bruna tinha a impressão que Sabrina inventava essas reuniões só para ter Priscila por perto - Agora vaza daqui e me deixa descansar ao menos mais uma horinha.

-- Tá bom - falou feliz, beijou a cabeça de Bruna e foi para casa.

 

Mais tarde na casa de Sabrina...

-- Entra aí Riquinho, Andréia - Sabrina recebia os amigos - vão se espalhando e ficando à vontade.

-- Com certeza. Vem Andréia vamos encher a cara - e os dois saíram atrás de bebidas.

-- A Bruna vem Sabrina? - Thais uma menina da faculdade já estava toda assanhada.

-- Não adianta ficar toda empolgadinha, a Bruna está de namorada firme agora - falou baixinho.

-- Sério? - a menina estava admirada - Que sem graça - e saiu desanimada.

-- Só que a moça ainda não sabe - Sabrina riu de si mesma.

-- Oiê - Bruna e Priscila chegavam naquele momento.

-- Como vocês demoraram - a garota reclamou.

-- Não exagera Sabrina - Priscila falou sorrindo para delírio de Sabrina.

-- Vem comigo Pri, vou te servir uma bebida.

-- Pronto, já começou a babar na mana - Sabrina virou pra ela e mostrou o dedo do meio.

Bruna deu uma volta pela casa, cumprimentou a todos rapidamente, pegou uma bebida e foi sentar-se na sala de televisão. Estava cansada, com sono. Por ela tinha ficado em casa dormindo, mas tinha a irmã, se não a levasse Sabrina não a perdoaria.

Encostou a cabeça confortavelmente e com o copo vazio na mão e as pernas sobre a mesa de centro, dormiu.

 

-- Para de reclamar Thiaguinho - Victória estacionou o carro dentro da propriedade de Sabrina - O charme é chegar mais tarde.

-- Não vejo charme nenhum em chegar atrasado - falou olhando para a casa iluminada.

-- Coisa de mulher. Aprenda comigo querido - caminharam até a porta de entrada, tocaram a campainha e logo foram recebidos por uma Sabrina sorridente.

-- Victória minha linda - Sabrina comemorou interiormente. Bruna irá ficar louca de felicidade com a presença da morena.

-- Desculpe vir sem ser convidada - falou envergonhada.

-- O que é isso, você e Thiago sempre serão bem-vindos em minha casa - pegou na mão da morena e a conduziu para o interior da casa - Vou lhes apresentar aos nossos amigos.

Sabrina apresentou a dupla a todos os presentes. Foi mais efusiva no momento em que apresentou os dois a Ricardo e a Andréia.

-- Então vocês são os mais novos integrantes da trupe? - Ricardo falou olhando diretamente para Thiago - Sejam bem vindos então.

-- Obrigado - Thiago respondeu timidamente.

-- A Bruna não veio? - Victória olhou ao redor.

-- Veio - Sabrina também olhou e não a viu.

-- Ela avisou que iria até a sala de televisão - Ricardo pegou dois copos com whisky e ofereceu aos dois.

-- Vai até lá Victória, ela vai amar te ver aqui - e como vai amar. Pensou Sabrina - É naquela porta alí - apontou para porta no final do corredor - Thiago fica aqui com a gente conta para o Ric o que aconteceu com você aquele dia.

Victória mirou a porta respirou fundo e foi encontrar a loira. Não entendia aquela ansiedade que tomava conta de sua alma e por mais que tentasse ficar calma não conseguia.

Girou a maçaneta e empurrou a porta lentamente. Sorriu diante daquela cena inusitada. Bruna dormia sentada no sofá, com as pernas sobre a mesa e um copo vazio na mão.

Victória sentou ao seu lado no sofá e com jeitinho tirou o copo da mão dela e colocou no chão.

Ficou em completo silêncio, temia interromperr03; aquele sono que parecia tão gostoso. Victória teve a impressão de ver a garota sorrir enquanto dormia.

A morena sentou bem próxima de Bruna, fez um carinho em seu rosto e beijou-a com suavidade na face. Ela mexeu-se preguiçosamente, abriu seus olhos instintivamente e encarou a morena, que estava sentada ao seu lado. Por um instante pensou que estivesse sonhando. Mas não. Aquele sorriso largo, lindo a sua frente era bem real.

-- Desculpa por te acordar - Victória continuava sorrindo.

-- Desculpar? Eu deveria é agradecer. Ser acordada por uma mulher maravilhosa com um sorriso lindo desse, não tem preço - Bruna ficou toda sem jeito, soou como uma cantada daquelas bem barata. Sentiu o rosto queimar.

Victória deu uma gargalhada.

-- Ganhei o dia - Bruna com suas palavras a fazia sentir-se viva novamente, a fazia sorrir simplesmente por sorrir - Você é tímida doutora? - perguntou percebendo o jeito envergonhado da garota.

-- Dependendo da situação sim - e com certeza a situação em que estava no momento era do maior desconforto para Bruna.

Victória além de usar um vestido sexy e justíssimo deu uma cruzada de pernas sensual cheia de classe. Estava deliciosamente sensual.

-- Pois não se sinta tímida perto de mim Bruna, considere-me uma amiga querida e compreensiva - passou a mão pelo rosto da loira.

Victória gostava de provocar Bruna. Percebia que os olhos verdes da garota até mudavam de cor quando ela diminuía a distância ou a tocava. Era um jogo de sedução tão gostoso que deixava a morena toda molhadinha.

Bruna por seu lado tinha uma imaginação tão fértil que só de ser tocada no rosto já se via arrancando a roupa de Victória e rolando pelo chão. Ajeitou-se no sofá e espantou esses pensamentos eróticos da cabeça.

-- Pensei que uma mulher bonita como você tivesse um programa melhor que uma reunião com lésbicas e gays.

-- Não fala assim Bruna, gosto muito de vocês, me divirto por demais com toda a turma.

-- Você tem namorado Victória? - criou coragem para perguntar.

-- Tenho - respondeu mais para si do que para Bruna.

-- Há tá - a resposta de Victória caiu como um balde de água fria sobre ela, baixou a cabeça em sinal de desânimo. 

-- Algum problema? - a morena sentiu um clima estranho entre elas.

-- Não. Nenhum - mentiu - Vamos nos juntar aos outros? - levantou e estendeu a mão para ela.

-- Vamos - pegou na mão da loira para levantar. Os rostos se aproximaram, Victória pode sentir a respiração de Bruna bater em seu rosto, seu perfume invadir suas narinas, o calor do seu corpo no dela...

Bruna se afastou, abriu a porta e deu passagem para ela sair.

-- Estou louca por uma bebida - forçou um sorriso.

-- Eu também - Victória devolveu o sorriso - Amigas então? - estendeu a mão para um cumprimento.

-- Amigas - apertou a mão da morena.

Amigas... Bruna não queria desistir dela, mas sentia-se impotente, então resolveu ficar ali no seu canto só esperando o tempo resolver tudo...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo