Será que tudo acabou mesmo?
Capítulo 22. O Julgamento (Final)
-- É mesmo capitão? -- E como o senhor relata então a sua não participação, já que está jogando toda a culpa em seu falecido cunhado o capitão Nogueira! – Será que com toda a “limpeza”, fez questão de frisar que existe em sua ficha militar, o senhor não tem nada mesmo a ver com isso?
Esdras olhava para todos, mas o seu alvo principal era a coronel. Márcia percebeu que o réu estava preparando alguma coisa e comentou com a esposa:
-- Andressa precisamos tomar cuidado!
-- Porque meu amor? – O que está acontecendo?
-- Porque o Esdras não para de olhar para mim e eu tenho certeza de que esse vagabundo vai armar alguma.
Andressa ficou preocupada com o comentário da coronel, mas não demonstrou. Márcia não estava com medo e sim com receio de acontecer algo com a esposa e o bebê, pois ela sabia que para atingi-la diretamente, o capitão poderia se virar contra Andressa e ai a merd* estaria feita. Ela não hesitaria em matar Esdras ali na frente de todos.
O advogado de acusação continuou fazendo as perguntas e de acordo com as respostas, o clima ia ficando mais tenso.
-- Capitão é verdade que tanto o senhor como o seu cunhado, já conheciam de longa data o major Pires Paiva, o coronel Gutierrez e o irmão da coronel o doutor Nicola Peres Cortes Mantovanni?
-- Mas é claro que sim, o major sempre foi o cabeça da operação. Nunca gostou da coronel e de acordo com os planos, a verdade era que ele sempre quis acabar com a carreira dela na polícia. E tudo começou com a morte da tenente Celina. No decorrer do tempo às coisas foram se encaixando aos poucos. Porém, nunca se conseguiu acabar com a raposa do deserto. Aliás, conseguiu em partes porque tirou a vida de duas pessoas que ela amava que foram o irmão e a tenente. Eu sempre soube de tudo, vou ser condenado sim, mas vou feliz porque vi a coronel sofrer pelo menos duas vezes na vida.
-- E quanto à morte do soldado Magno, do capitão Nogueira e do sequestro da esposa da coronel? -- Onde o major Nunes entra nessas questões, ou em alguma delas?
-- O Nunes (risos), esse sempre foi um idiota! – Quando ele chegou ao batalhão, o Radamés já tinha rodado fazia tempo e como ele era um oficial de uma patente não tão alta assim, foi mais fácil de manipular. Ele era simplesmente um fantoche e quando as coisas começaram a esquentar e ele percebendo quis sair, nós jogamos com o que ele mais tem apreço: A FAMÍLIA. Foi assim que conseguimos controla-lo e quando a coronel chegou, ficou mais fácil da merd* esbarrar em alguém. A morte do soldado Magno foi planejada e como ele já estava sobre suspeita, foi mais fácil ainda jogar a culpa nas costas dele. Por isso o seu sobrinho coronel, o tenente Motta logo de cara o acusou de ser o responsável. No dia do assassinato ele não sabia de nada e deu tão certo que o major apareceu por lá. Então foi muito fácil. O Nogueira sempre acreditou em tudo e por esse motivo foi fácil de envolvê-lo na conspiração. Só que ele começou a querer desertar e então alguém tinha que fazer alguma coisa. Eu o atrai para o clube e depois fomos dar uma volta na Serra da Cantareira e lá infelizmente ele não deu atenção aos meus argumentos e o arquivo foi queimado. E o sequestro da esposa da coronel e das filhas foi só uma maneira de atrair ela até mim. E vou dizer a todos, a coronel tem uma mulher muito gostosa. Pena que todas conseguiram se livrar de mim. Mas eu iria fazer gostoso tenente coronel que a senhora não iria esquecer nunca.
-- Eu vou matar esse desgraçado! Disse a coronel levantando e sendo impedida pelo pai.
-- Tenha calma filha, logo tudo vai terminar!
-- Como ele ousa a falar assim da minha esposa? – Eu te mato filho da puta, me larga coronel!
-- Márcia contenha-se! Disse a coronel Monteiro que agora ajudava o velho coronel a segurar a filha.
-- Estou morrendo de medo coronel!
-- Vai rindo capitão. Vai rindo desgraçado!
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Quando o advogado de acusação terminou o interrogatório, o advogado de defesa simplesmente disse:
-- Capitão Esdras, infelizmente não me adianta mais defender o senhor. Nessa condição em que se encontra, nada pode ser feito. Se eu perguntar ou não, isso ficará sem efeito. E infelizmente as suas atitudes aqui nessa corte não são coniventes a sua defesa. Portanto meritíssimo eu não tenho mais o que perguntar.
-- Seu advogadozinho de merd*, você é um lixo igual a todos aqui!
O presidente da Corte Militar levantou-se e disse aos demais presentes:
-- Senhoras e senhores diante de tais fatos nós da corte estaremos reunidos por meia hora e ao voltarmos daremos a sentença.
Os minutos passavam e todos já estavam além de exaustos, impacientes. A coronel estava com os nervos à flor da pele e não estava passando bem. A famosa dor de cabeça juntamente com a falta de ar e a dor no peito estavam presentes. Quando os juízes voltaram, pediram que todos ficassem de pé. O coronel Borges leu a sentença dizendo:
-- Aos vinte e cinco dias do mês de agosto de 2013, essa Corte Militar condena o capitão Esdras Euclides Peixoto a 26 (vinte e seis) anos de prisão pelos crimes cometidos, sem direito a liberdade condicional, assim como os policiais de baixa patente. Quanto aos demais envolvidos, essa corte os condena a 30 (trinta) anos de prisão e também sem direito a liberdade condicional, exceto o major Nunes cujo acusações não precederam e viu-se que ele era vítima dessa conspiração. Portanto essa corte o declara inocente. E quanto ao coronel Adamastor por ser um dos mandantes e cabeça da conspiração, eu o condeno a 35 (trinta e cinco) anos nos mesmos termos citados anteriormente. A pena será cumprida no presídio militar Romão Gomes. As sentenças para se produzir efeito, serão divulgadas no Diário Oficial do Estado de São Paulo. Obrigada a todos e essa corte encerra por aqui os trabalhos!
A comemoração foi geral porque finalmente a coronel havia se vingado de todos e isso era o que ela mais queria. Finalmente ela estava em paz com a sua consciência e isso a deixava feliz. Virou-se para a esposa e disse:
-- Acabou meu amor, agora acabou mesmo!
-- Ai minha coronel eu estou muito feliz e em pazporque agora você está de alma lavada e isso me faz muito bem. Agora só quero sair lá fora e abraçar nossos filhos e ir para nossa casa. Eu me orgulho muito de você minha vida e te amo cada vez mais.
A coronel abraçou a esposa e a beijou apaixonadamente. Tudo estava bem e agora ela poderia decidir para onde gostaria de trabalhar e com certeza seria a academia do Barro Branco, mas ainda era cedo para tomar decisões. O que ela queria mesmo era curtir a família e isso não tinha preço algum que pagasse.
-- Obrigada minha primeira dama por estar comigo nos bons e maus momentos. Eu também te amo e a cada dia que passa esse amor só cresce e você é a responsável por tudo o que aconteceu de bom em minha vida. Casou-se comigo mesmo sabendo que eu nunca esqueci a Celina, me compreendeu e respeitou, me deu quatro filhos lindos e agora vai me dar mais um para completar a minha felicidade, ou melhor, a nossa felicidade. Se eu fosse morrer agora, eu morreria feliz por saber que eu tive você comigo todos esses anos. Bendita hora que você há alguns anos atrás entrou na minha sala lá no regimento e se apresentou para a vaga de subcomandante.
-- Não fale assim meu amor, eu tenho até medo de pensar nessa possibilidade de que um dia você não estará aqui e isso me amedronta. Por isso prefiro nem pensar e sim nos nossos filhos crescendo, dando um rumo em suas vidas e dando nossos amados netos para deixarem a mim e a você doidas com as peraltices deles.
Enquanto isso os tramites legais para a condução dos condenados estavam sendo elaborados. Todos estavam algemados, porém alguma coisa estava para acontecer e a coronel pressentia isso. Todos permaneceram na sala de audiência que era muito espaçosa os filhos entraram e correram em direção às mães. Nicola abraçou e beijou a coronel. Quando estavam saindo, ouviu-se um tiro e quando Márcia se voltou para olhar o que tinha acontecido, Esdras estava armado. Ele havia tomado à arma do policial que escoltava. Todos estavam algemados, mas com as mãos para frente. Quando o capitão viu que Nicola estava um pouco afastado das mães, agarrou o menino e colocando a arma em sua cabeça falou:
-- Ninguém se mexe ou o menino morre. Eu já não tenho mais nada a perder e matar o filho da toda poderosa coronel Mantovanni não me custa! -- Joguem as suas armas no chão e ninguém sairá ferido.
Todos entraram em desespero. Andressa começou a passar mal e foi retirada do plenário. A coronel ficou desesperada e quando se encaminhou em direção a Esdras esse falou:
-- Não tente nada coronel ou eu mato o menino!
Nicola chorava e falava para a mãe:
-- Mamãe me ajuda, tô com medo!
-- Esdras seu maldito é a mim que você quer afetar? -- Pois venha brigar de igual para igual. O meu filho não tem nada a ver com isso. Solte o menino!
A coronel Monteiro quando viu tentou chegar por trás de Esdras, mas esse percebeu e virando-se atirou na coronel que foi ferida no ombro. Solange ficou desesperada, porém não pode fazer nada. Cláudia ficou no chão e não teve como reagir, porque estava desarmada.
-- Eu falei para que não tentassem nada. Dá próxima vez coronel Monteiro eu mato você! -- E agora Mantovanni eu vou sair e levar o menino e se você ou alguém tentar alguma coisa, a senhora amanhã nesse horário estará enterrando o seu filho.
A coronel viu que não podia fazer nada e o desespero estava estampado no rosto do menino. Enquanto isso os outros filhos da coronel estavam do lado de fora e não sabiam o que acontecia. Os avós estavam tentando distraí-los. Enquanto isso, Andressa estava sendo medicada e tudo estava bem com ela e o pequeno Gabriel Henrique.
Na sala a tensão ainda continuava. Porém antes de sair, Esdras apontou o revólver para Borges e atirou acertando um tiro no abdômen do coronel.
-- Velho desgraçado tomara que morra. Mas você vai sangrar igual a porco! E virando-se para os outros disse:
-- E agora com licença que eu vou sair com o menino e que ninguém tente nada.
Quando o capitão estava saindo com Nicola, ouviu que alguém o chamava. Ao se virar viu que o major Nunes estava de arma em punho e esse falou:
-- Acabou Esdras, agora o assuntou somos eu e você. E quanto à senhora coronel não se meta porque esse sujeito me deve algumas coisas. Quase perco a minha carreira por causa desse lixo.
-- Ora, ora Nunes. E eu achando que você não era tão homem assim.
-- Eu sou mais homem do que você imagina. Agora solte o menino e aja pelo menos uma vez na sua vida como homem e não como um rato!
-- Não ele é a minha garantia para sair daqui.
Nicola já estava ficando sem cor e muito assustado pediu:
-- Me larga tio eu quero a minha mãe! -- Me larga! Disse chorando.
A coronel já se preparava para tirar o filho das mãos de Esdras quando de repente juntando talvez o pouquinho de força que tinha apesar de ser pequeno e por ser muito inteligente, Nicola mordeu com toda a força que juntou a mão do capitão e num momento de distração quando Esdras viu que o menino correu em direção à mãe, esse apontou o revólver porém não conseguiu o seu intento porque o major fora mais rápido e atirou acertando o capitão. Esdras ainda tentou atirar na direção de Márcia, mas não conseguiu. Nunes atirou mais uma vez e acabou matando Esdras. Agora tudo havia terminado de vez.
A coronel e o filho choravam. Márcia examinou o menino e viu que ele estava bem porém assustado.
-- Mamãe você ia deixar ele me levar?
A coronel chorando respondeu:
-- Não meu filho, ele jamais iria tirar você de mim. Eu não ia deixar mesmo nem que eu morresse, mas ele não ia te levar. Mas agora se acalme meu filho que tudo terminou. E agora vamos ver a mamãe Andressa e os seus irmãos?
-- Vamos mamãe!
Depois de se certificar que tudo estava bem e que tanto a coronel Monteiro quanto o coronel Borges haviam sido socorridos, foram cada um para as suas casas. A coronel combinou de todos se encontrarem no hospital para saber como estavam os dois oficiais. Quando a maca saiu Cláudia disse:
-- Márcia sua raposa, tudo acabou bem amiga!
-- Sim minha irmã, tudo acabou. E agora você vai para o hospital e depois nos encontramos.
Solange que estava com o filho chegou perto da maca e disse:
-- Cláudia meu amor, você quer me deixar viúva?
-- Jamais minha querida, você e os nossos filhos são a minha vida. Eu te amo Sol.
-- Eu também amo você coronel e depois de medicada a senhora vai tirar licença, porque temos que fazer compras.
Cláudia olhou para a esposa e perguntou:
-- Que compras? -- Que eu saiba em casa não está faltando nada!
-- Amor nós doamos as roupas dos nossos bebês, não doamos?
-- Sim mas eu não entendi aonde a palavra compras entra!
-- Ela entra aqui meu amor!
Solange pegou a mão da coronel e pousou em seu ventre. Cláudia ficou olhando para a esposa e depois algumas lágrimas caíram em seu rosto.
-- Você está gravida?
-- Sim minha querida, logo a nossa casa terá mais um membro para compor os Monteiro. São três meses amor e agora é só esperar.
Márcia e Andressa estavam ao lado e felicitaram as amigas.
-- Quatro coronel Monteiro? – Achei que a fazedora de filhos fosse só eu! Comentou Márcia.
-- Estou tentando me igualar a você, mas está difícil! -- Você ganha de todos nós.
-- Bom então vamos que a senhora tem um encontro no hospital. Depois conversaremos e marcamos um jantar. Que tal?
-- Ótima ideia depois falamos.
A maioria dos que estavam no julgamento já haviam ido para as suas casas. Quando a coronel estava saindo, o major Nunes a chamou:
-- E agora coronel que tudo terminou o que eu faço?
A coronel sorriu e disse ao major:
-- Vá para casa major, o senhor já cumpriu a sua missão!
-- Mas coronel eu matei o Esdras e sei que vou perder a minha patente e serei expulso da polícia e a senhora me fala isso?
-- Confie em mim major, vá para a sua casa ficar com a família, tire uns dias de licença e depois conversamos. Fique tranquilo que o senhor não perderá nada. Isso eu garanto.
-- Obrigada coronel tenha uma boa noite!
-- O senhor também major!
A coronel praticamente foi à última a sair. Uma alegria imensa a invadia e ela pôde ter certeza que a missão dada foi cumprida. Entrou no carro e viu que Nicola dormia tranquilamente no colo da mãe. Os outros estavam quase dormindo e isso a deixou feliz. As dores haviam passado e ela estava pronta para um novo dia.
-- Vamos para casa amor, estou cansada e esse dia foi horrível!
-- Sim amor, vamos que eu também estou cansada e as crianças também.
Andressa olhou para a coronel e respondeu:
-- Então nós vamos só dormir hoje?
Márcia não respondeu e virando o rosto deu um beijo na esposa. O beijo da vitória por tudo o que passou e pela felicidade que sentia.
-- Quando chegarmos em casa depois de cuidar dos meninos, falaremos mais sobre isso. Eu te amo.
Andressa sorriu e respondeu:
-- Eu também meu amor, sempre!
Fim do capítulo
Até que enfim! Esdras está morto, os outros foram condenados, Nicolinha quase morre, a coronel quase enfarta e o Nunes acaba com o reinado de maldades do capitão. Ufffffaaaaa...
E agora, a coronel Monteiro vai ser mãe novamente? mas como ela mesma disse, é difícil acompanhar Márcia e Andressa.
Peço desculpas pelo atraso. mas vida de professor é fogo. Agradeço a todos os comentários, mesmo sendo poucos e a todas as que leram e não comentaram, agradeço.
Agradeço à minha querida patty_321 pela paciência que tem tido comigo. E quanto as minhas amigas escritoras parabéns. Agora Fanática e Geh, vê se vocês d]ao um jeito na Antonella e na Amanda!!!
Bjs a todas e em especial para a minha primeira dama!
Te amo.
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Lins_Tabosa
Em: 22/09/2015
Ufa, que final de julgamento! quase que a coronel tem um treco. muito bom. Será que agora elas podem aproveitar a gravidez da Andressa sem maiores confusões?!
abrs, o/
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patty-321
Em: 22/09/2015
Nossinhora amor. Q capitulo! Quase infarto.Nossa. MMuitas emoções. Nicola e muito sapeca e quase o maldito faz o mal. E nem precisou a coronel sujar as mãos. Pega saco de bosta. E la vem menino. Afffz. Ainda bem q nao sou q vou cuidar. Kkkk. Bjs linda. Te amo.
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Ana Carolina
Em: 22/09/2015
Oie ... Acho que sua história é uma das mais movimentadas do site . A cada capítulo uma emoção diferente ! Adoro cada particularidade dos personagens , todos apaixonantes. Parabéns... Até
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