Capítulo 2
Amanda tomou um banho e vestiu-se com muito sacrifício, seu braço ainda doía muito e, depois ficou pesando no que acontecera, porque sentiu-se daquele jeito, atraída por Samantha, por quê, perguntava-se.
-- Amanda a mamãe pediu para você descer se estiver pronta.
-- Já vou Agatha. -- Falou e abriu a porta do quarto.
-- Está bonita.
-- Obrigada... Agatha sua mãe disse alguma coisa sobre mim?
-- Que você era linda, que tinha sofrido um acidente por isso está como o braço desse jeito e esses machucados, e que vai morar com a gente por um tempo.
-- O que mais? -- Estava realmente interessada.
-- O resto eu não posso dizer. -- Disse a olhando com receio.
-- Porque não, nós não somos amigas?
-- Mas não diga que eu contei, ela me pediu para escovar o dente e quando voltei eu ouvi quando ela disse para tia Susan que você era uma tentação, e não sabia se ia resistir.
-- Ela disse isso foi? -- Perguntou Amanda, ela não sabia direito o porquê, mas estava feliz com isso.
-- Sim... o que é tentação Amanda?
Amanda mesmo sem entender o que estava sentindo naquele momento, abriu um sorriso, gostou de ouvir o que Agatha lhe disse.
-- É uma coisa boa meu anjo, uma coisa muito boa...
-- A Agatha está te enchendo de perguntas não está? -- Samantha disse ao encontra-las no corredor.
-- Não, estamos só conversando, coisa nossa, não é meu anjo?
-- É mamãe, estava falando para Amanda como ela está linda.
-- Verdade filha, ela está linda mesmo. -- Falou Samantha olhando para Amanda.
-- Obrigada vocês são um amor, cadê a Susan?
-- Ela foi para casa.
-- Mamãe hoje é domingo vamos passear, aposto que a Amanda vai gosta.
-- Claro filha, se a Amanda vai gostar, nós vamos.
-- Êebaa... vou pegar meu casaco.
-- Está linda... -- Disse a olhando. -- Serviu perfeitamente. -- Disse se referindo a roupa.
-- É, eu gostei, como sabia que daria em mim?
-- Eu sou uma boa observadora.
Amanda riu. -- Uhum sei.
-- Podemos ir já estou pronta. -- Disse Agatha voltando.
-- Amanda quer tomar café antes ou comemos durante o passeio?
-- Durante o passeio, temos uma garotinha impaciente aqui. -- Disse Amanda rindo e fazendo as outras duas rirem também.
Samantha, Agatha e Amanda foram ao cinema, a uma lanchonete e depois ao parque, sentaram e tomaram um sorvete enquanto Agatha brincava com outras crianças no parque.
-- Samantha, eu... é... desculpa por hoje de manhã, quando te pedi para tirar minha blusa e depois me afastei daquele jeito.
-- Não, não... sem problemas você se assustou só isso, mas juro que não tive segundas intenções.
As duas riram.
-- Tem certeza? -- Perguntou decepcionada.
-- Não... tenho que confessar, no começo não, mas depois que tirei sua blusa tive uma leve intenção secundária, desculpe. -- Samantha disse timidamente.
Amanda riu. -- Sem problemas... -- Disse feliz, sem encara-la.
-- Que bom... -- Falou a fitando com carinho. -- Está na hora de irmos para casa, vou chamar a Agatha, já volto.
Elas foram para casa depois de passar a manhã passeando.
-- Já para o banho mocinha.
-- Ah mãe, mais tarde.
-- Agatha.
-- Tudo bem. -- Disse vencida indo para o seu quarto.
-- Eu também vou tomar um banho Sam.
-- Claro, à vontade.
-- Vem comigo?
-- Como? -- Perguntou rapidamente nervosa.
Amanda riu. -- Preciso de ajuda para tirar minha blusa.
-- Ah sim... Isso... Como você consegue vesti-la e não consegue tira-la?
-- Foi uma luta para vesti-la, doeu muito e não quero repetir a dose.
Samantha sorriu. -- Tudo bem vamos. -- Disse e a acompanhou até o quarto. -- Você gostou do quarto?
-- Sim, é ótimo, obrigada.
-- Já falamos sobre isso.
-- Não consigo evitar... Pronto pode tirar.
-- Você não vai para o banheiro?
-- Você tira depois eu vou.
-- Ok.
Samantha tirou a blusa de Amanda sem deixar de reparar novamente naqueles belos seios, cintura e...
-- Pronto. -- Samantha disse já saindo.
-- Como pronto?
-- Ué já tirei sua blusa. -- Respondeu confusa.
-- Mas está faltando à calça.
Samantha riu nervosa e olhou nos olhos de Amanda.
-- Está esperando o quê? -- Completou Amanda rindo.
-- Desculpa. -- Disse. --“Tá ficando difícil, ela quer me matar, só pode” -- Pensou Samantha.
Samantha tirou a calça de Amanda, reparou no seu belo corpo como sempre, estava difícil de resistir àquela situação, seu coração batia cada vez mais forte, Amanda também se arrepiava inteira ao toque das mãos de Samantha em seu corpo, seu coração disparou, Samantha havia acabado de tirar sua calça, Amanda virou de costas meio confusa com o que estava sentindo, pensando...
-- Desabotoa o sutiã o resto eu consigo, juro que não te incomodarei mais. -- Disse já nervosa.
Samantha estava com uma vontade enorme de beijar Amanda, tocar seu corpo, senti-lo junto ao seu, estava quase impossível resistir ao charme natural de Amanda. Desabotoou o sutiã e saiu quase correndo do quarto antes que Amanda virasse.
-- Obrigada. -- Falou ao virar-se vendo Samantha já na porta saindo.
-- De nada. -- Gritou Samantha, fechando a porta. Do lado de fora do quarto Samantha encostou-se à porta e respirou fundo. -- Nossa que mulher!
-- Mãe estou com fome o que vamos almoçar?
-- Ah... Oi filha, o que disse?
-- Eu estou com fome.
-- Vem vou ver algo.
-- Ah não mãe... Eu quero que a senhora peça pizza ou faça espaguete.
-- Tudo bem, quando a Amanda acabar de tomar banho perguntamos a ela o que quer comer, tudo bem assim?
-- Está. Posso esperar ela no quarto e perguntar?
-- Pode minha vida. -- Falou beijando a filha. -- Depois me avisa, está bem? Vou para meu quarto tomar um banho também, para ver se esfria o corpo. -- Disse pensando em Amanda.
-- Você está com febre? -- Perguntou a filha preocupada.
Samantha riu. -- Não filha. Foi uma brincadeira, agora entra.
Samantha tomou seu banho e foi para a sala esperar a filha e Amanda, depois de algum tempo reclamou da demora das duas.
-- Mais que demora, eu já banhei e estou aqui esperando há dez minutos.
-- Mamãe? -- Gritou Agatha chegando a sala.
-- Oi filha, cadê a Amanda?
-- Está no quarto, eu não consegui vesti-la.
-- Ela ainda não se vestiu?
-- Falta só à blusa, ela disse que o braço está doendo, e eu não consegui vesti-la.
-- Me espera aqui eu vou ajudá-la, já volto.
-- Oi, quer ajuda?
-- Quero. Nós não conseguimos com a blusa ela é meio complicada.
Samantha riu aproximando-se de Amanda, seu coração acelerou ao ver os seios de Amanda bem delineados no sutiã, seu corpo, aquele sorriso tentador. Samantha pegou a blusa que estava sobre a cama e a ajeitou para vestir em Amanda que estava sentada na cama também com o coração acelerado com a proximidade de Samantha e com seu toque ao vesti-la.
-- Prontinho... Você quer pizza ou espaguete?
-- Pizza, combinei com a Agatha.
--Tudo bem, vamos.
Elas foram para a cozinha arrumaram a mesa enquanto esperavam a pizza que chegou e elas comeram, conversando, rindo e brincando. Samantha lavou as louças, Agatha enxugou enquanto explicava onde Amanda devia guardá-las.
-- Mãe eu posso mostrar o apartamento para Amanda?
-- Claro filha. Se ela quiser. -- Falou olhando para Amanda e abrindo um sorriso.
-- Adoraria.
-- E eu vou para meu quarto tenho que ler um livro.
Samantha foi para o quarto, leu algumas páginas, mas depois de um tempo não conseguiu se concentrar em sua leitura pensando em Amanda.
Agatha começou mostrando a lavanderia com maquinas de lavar, passar, enxugar tudo do mais modernos, voltou para a cozinha que era grande com uma mesa ao centro para seis pessoas, a geladeira, fogão, armários... tudo que se precisava em uma cozinha e mais um pouco e dos mais luxuosos e modernos. Foi para a sala, onde continha dois sofás enormes uma estante onde continha a TV de 50 polegadas, um som moderníssimo, alguns filmes, CDs, livros, porta retratos de Samantha, Agatha e Susan e outras pessoas, que Agatha explicou quem era cada uma. Um tapete luxuoso entre os sofás, a decoração os quadros de algumas paisagens a cor neutra nas paredes. Agatha falava “pelos cotovelos” e Amanda prestava bastante atenção em suas explicações. Ainda embaixo ao lado direito da escada que levava ao segundo nível, Agatha abriu a porta que se revelava uma sala de jogos, com brinquedos, ursos, algumas almofadas enormes que serviam de sofá, uma TV embutida na parede e mais no fundo uma mesa e uma cadeira, um computador e alguns papeis, lápis de cor, tesoura, cola, livros... E em uma estante atrás da mesa mais materiais escolares e livros de histórias infantis e acadêmicos, tudo muito bem arrumado.
-- É aqui que eu brinco, estudo, assisto, né legal?
-- Muito legal e bonito Agatha.
-- Vem ainda não acabou. -- Continuou Agatha pegando a mão de Amanda e a levando para outro cômodo, a porta do lado esquerdo da escada ela abriu a porta que revelou uma biblioteca, pode se dizer que sim, com uma estante enorme com vários livros tanto na área da medicina quanto da literatura comum. Uma mesa do lado oposto ao da estante com uma cadeira do lado de lá, e outras duas do lado de cá, um notebook e alguns papeis.
-- Nossa! -- Amanda falou impressionada
-- Bonito né? É o escritório da mamãe e a biblioteca.
-- Muito, sua mãe já leu todos esses livros?
-- Os da área da medicina já, os outros uma boa parte.... Agora lá em cima, vem.
Elas subiram as escadas que dava acesso a um corredor.
-- Primeiro o lado direito, vem.
Logo no começo do corredor uma entrada ampla e sem porta revelava uma sala ampla com vários aparelhos de exercícios, esteira, bicicleta e vários outros, uma verdadeira academia em casa, com janelas todas de vidro com uma vista belíssima da cidade.
-- Só dá para ver o pôr do sol. -- Disse Agatha
-- Estou impressionada e a vista é linda. -- Falou Amanda aproximando-se da janela.
-- Vamos ainda não acabou depois você volta.
Elas foram para a segunda porta, Agatha abriu, era um quarto de hospedes com banheiro, TV, guarda roupa era um pouco menor do que o seu.
-- Esse é o quarto de hospedes, quase ninguém usa somente em recepções, aniversários, essas coisas.
-- É muito bonito também. Sua mãe e riquíssima hein?
-- Um pouco. -- Elas riram -- Vamos.
Agatha abriu outra porta no fim do corredor. -- E esse é o banheiro para as visitas que não estão hospedadas.
-- Bonito. -- Disse olhando-o.
-- É, mas nós mesmo não usamos.
-- Entendo. Tem banheiro nos quartos.
-- Sim, agora do outro lado. Esse é o seu quarto, como já sabe não vamos entrar. Dá para ver o nascer do sol dele. -- Disse ao passarem pelo mesmo.
-- Mesmo?
-- Sim, é lindo. Só dá para ver dele e do da mamãe.
-- Amanhã eu olho.
-- Tá bom, vem agora vou mostrar o meu quarto ele tem varanda e uma vista linda da cidade. -- Agatha abriu a porta.
Revelou-se um quarto com um azul bebê e detalhes rosa, era do mesmo tamanho do quarto que Amanda estava hospedada, extremamente lindo, é a cara de Agatha, a cama é de casal com coxa e travesseiros rosa, um guarda roupa grande, uma mesa com um notebook, umas estante com alguns livros e vários porta-retratos, que Agatha falou quem eram todas as pessoas, e a porta ao lado era o banheiro também com o mesmo tamanho do seu. E a porta que dava acesso à varanda, revelando uma vista linda e com toda segurança para que uma criança de seis anos não venha a cair da cobertura de um prédio de 14 andares. Era lindo.
-- E agora a suíte da mamãe, você vai amar.
-- Acho que mais nada vai me impressionar neste apartamento Agatha, é tudo muito lindo.
-- Ah... Mas o quarto da mamãe é muito mais lindo você vai ver. -- Elas conversavam na varanda. -- Vem... -- falou puxando Amanda.
-- Ei sua mãe está lendo, ela não vai gostar.
-- Que nada, ela vai adorar. Vamos.
E Agatha a arrastou para lá, mesmo com os protestos de Amanda, falando que a mãe dela não ia gostar. Agatha bateu na porta e entrou com Amanda logo atrás. Samantha estava sentada na cama encostada na cabeceira lendo como havia dito a elas, ao vê-las entrar, mais precisamente Amanda abriu um sorriso receptivo para elas, Agatha correu e pulou em seu colo.
-- Mãe já mostrei todo o apartamento só falta o seu quarto. Que tal você mesma mostrá-lo para Amanda?
Samantha abriu um enorme sorriso novamente. -- Será um prazer meu anjo.
Amanda ainda estava em pé na porta, dando razão a Agatha o quarto era muito lindo. Ao ouvir o que Samantha falou sorriu e se aproximou mais um pouco.
-- Desculpa, mas foi Agatha quem me arrastou para cá, não queria te atrapalhar.
-- Imagina, não atrapalha nada, adorei a visita. -- Falou Samantha levantando. -- E agora vou te mostrar meu canto preferido.
-- Viu Amanda eu falei que ela iria gostar. Bom, como você já arrumou outra guia vou para sala assistir.
Amanda não queria ficar sozinha com Samantha, não era medo de ela seduzi-la, era medo de si mesma, não sabia o que estava sentindo, estava tentando entender era um frio na barriga que ela não conseguia controlar, sentia isso quando estava perto de Samantha. Essa por sua vez também não queria ficar a sós com Amanda, tinha medo de não resistir ao seu desejo e beijar, tocar Amanda e não sabia como ela reagiria, era melhor evitar e com Agatha ali com elas dava para se controlar. Bom pelos menos não iria “atacá-la”, mas o desejo seria impossível não sentir.
-- NÃO! -- Falaram as duas ao mesmo tempo. Agatha que já estava quase na porta olhou para elas, elas se olharam e foi Samantha quem quebrou o silencio.
-- Você vai me ajudar também mocinha, começou tem que ir até o fim.
-- Verdade Agatha, você é uma ótima guia, pode começar falando.
Ela riu... --Tá bom eu fico, mas você mostra mãe.
-- Claro. Bem vamos começar né, este é meu canto preferido...
Samantha foi mostrando e explicando cada detalhe da decoração, da pintura de um tom lilás claro com detalhes de um azul claro. Amanda agora dando mais atenção ao quarto, percebeu que era enorme, ao mesmo lado da porta ficava a cama de casal enorme com coxas brancas, e ao seu lado esquerdo a parede com enormes cortinas que tomavam conta da parede por completo no momento estava fechada, e a frente da cama o closet enorme e um espelho grande e perto dois sofás pequenos com uma mesinha de centro, ao lado uma pequena estante com alguns livros e porta retratos e perto a porta que dava acesso ao luxuoso e moderno banheiro com banheira entre outras coisas, um armário com toalhas, sabonetes, itens de higiene pessoal. Retornaram, e Amanda estava impressionada com o luxo do quarto, e tinha uma pergunta que queria fazer desde o início quando o viu, quase não conseguiu tirar os olhos, um quadro de Samantha dos seios para cima que estava posto na parede em cima da cama de Samantha, ela estava sorrido, aquele sorriso que Amanda adorava ver, traços perfeitos em seu rosto, ela estava com os braços cruzados e o cabelo longo caindo sobre os ombros, estava simplesmente linda, e o desenho parecia ter sido feito à mão, em preto e branco. Uma verdadeira obra de arte. Amanda foi tirada de sua contemplação por Samantha que a observava.
-- Foi um presente de aniversário de Susan, ela quem fez.
-- Serio? Está linda! -- Nesse momento sentiu uma pontada de ciúmes, Susan sabia todos os traços de Samantha, bom elas eram amigas ou seriam mais que isso? Mas teve que admitir que ela tinha talento. -- Ela tem muito talento.
-- Um Rob dela, desenhar. Desenhos realistas.
-- Ela devia fazer para vender, expor... sei lá. Ela tem muito talento para isso.
-- Ela faz a pedido só de amigos mesmo, ela não vive disso, ela é arquiteta. Aliás ela quem reformou e decorou esse apartamento.
-- Uma verdadeira artista, para as duas coisas. -- Falou tentando controlar seu ciúme, mal podia acreditar, estava com ciúmes de Samantha com a amiga? Perguntava-se.
-- Verdade, mas a modelo deu uma ajuda e tanto na beleza do quadro. -- Samantha disse sorriso maliciosamente para Amanda.
Amanda riu. -- Tenho que concordar... -- Disse a olhando.
-- Mãe a senhora não vai mostrar a bela vista da cidade?
-- Claro filha, o melhor para o final... -- Samantha pegou um controle e apertou um botão e as cortinas se abriram revelando a bela vista da cidade através da parede totalmente de vidro. Amanda aproximou-se deles olhando a bela vista, era deslumbrante.
-- Gostou?
-- Adorei Sam... Agatha retiro o que disse, você estava certa isso é maravilhoso.
-- Eu falei.
-- E é isso, esse é meu quarto. Só não tem TV, optei por não ter aqui.
-- Quem precisa de televisão com essa vista. -- Falou Amanda rindo e apontando a bela vista a sua frente, fazendo as outras duas rirem.
-- Verdade.
-- Mãe posso assistir um filme?
-- Pode sim filha.
-- Amanda vamos assistir comigo?
-- Claro, você vem com a gente Sam?
-- Adoraria, mas tenho que continuar lendo. -- Recusou sentida.
-- Tudo bem, vamos Agatha, tchau.
-- Tchau.
Elas voltaram para a sala, Agatha escolheu o filme e elas começaram a assistir... No quarto Samantha leu mais algumas páginas, mas depois de um tempo não conseguiu concentrar-se em sua leitura, pensando em Amanda.
-- Agatha, faz muito tempo que sua mãe está sem namorada?
-- Mais ou menos. A ex-namorada dela, a Marcela morava aqui, mas elas viviam brigando.
-- Por quê?
-- Quando elas namoravam, Marcela reclamava que a mamãe não tinha tempo para ela, só para mim e para o hospital, ai a mamãe pediu para ela vir morar aqui, mas continuaram brigando. Marcela era desorganizada não ajudava mamãe com nada e ela também não gostava de sair com a mamãe comigo junto.
-- Você gostava dela?
-- Não! Mas a mamãe gostava, então tinha que respeitá-la.
Amanda a olhou admirada. -- Agatha tem certeza que você só tem seis anos?
Agatha riu. -- Tenho, por quê?
-- Porque você é muito inteligente, tem consciência mais muitos , respeita as pessoas, enfim é de se admirar.
-- Todos falam isso, meu QI é avançado para minha idade, e mamãe me ensinou tudo que sei até agora.
-- Hum. Mas me diz quem terminou o namoro sua mãe ou a marcela?
-- Minha mãe. Quando pegou ela querendo me bater porque eu tinha sujado a roupa dela sem querer com leite, quando tomávamos café. Disse que entre ela e eu fiava comigo, claro e que se ela tentasse tocar em um fio de cabelo meu ela iria sentir na pele o que era apanhar.
-- Ela era bonita?
-- Era, mas você é mais!
Ao ouvir isso Amanda abriu um largo sorriso. -- Obrigada!
Elas encerraram a conversa e voltaram a atenção para o filme. Agatha dormiu antes do filme terminar, estava deitada com a cabeça na perna de Amanda que acariciava seus cabelos com carinho, assistindo o filme até o final... Desligou a televisão e ficou sentada pensando em como chegara ali, no sonho que teve pela manhã, quem seria aquelas mulheres, eram lembranças?... Mas sem respostas suspirou vencida e se recostou mais no sofá fechando os olhos e logo depois foi vencida pelo sono.
-- Naty? -- Uma mulher jovem chamava caminhando num lugar bonito, gramado com arvores e flores, era um jardim, o sol estava lindo, e estava um clima ótimo, a mulher andava divagar e sorria fingindo que não via a garotinha pequenina atrás de uma arvore, também sorrindo, e com isso fazendo com que suas covinhas realçassem mais ainda. -- Onde será que minha pequenina está? Será que está atrás dessa arvore? -- Perguntou agora se dirigindo para onde estava a menina. -- Achei! -- Disse a pegando no colo e girando com ela a gargalhadas, depois de tonta ela sentou na grama ainda com a pequena no colo. Olhou para ela, ver seus olhos cor de mel o rostinho gordinho, as covinhas e seu cabelo ondulado na cor castanho escuro, estavam soltos, ela não tinha mais que quatro aninhos.
-- Eu te amo mais que tudo minha vida. -- Disse ainda a olhando, era um amor forte, não conseguia explicar, estava muito feliz por tê-la, por estarem ali brincando. A pequenina sorriu mais ainda lhe abraçando e a beijando na bochecha, um beijo estalado e carinhoso.
-- Quero o papai aqui também... -- Disse agora com o olhar um pouquinho triste.
-- Papai está trabalhando meu anjo, mas logo logo virá, então nós brincaremos juntos está bem? -- Disse explicando a situação.
-- Tá bom. -- Concordou mais feliz. A mulher sorriu e mostrou as mãos em forma de garras para ela e fazendo uma careta. A menina entendeu o que ela ia fazer e saiu correndo rapidamente.
-- Cócegas não, cócegas não... -- Falava ao ver a mulher começando a segui-la.
-- Sim, eu vou te pegar. -- Respondeu correndo atrás da pequena, de repente ouviu o barulho de um sino, parou confusa olhando ao redor, não via nada, e ficava cada vez mais barulhento, estava a incomodando, olhou na direção que a garotinha tinha ido e não a viu mais, se desesperou... O barulho continuava soando no ambiente, ela colocou as mãos no ouvido.
-- Para. -- Gritou
-- Amanda? Amanda? -- Chamava Agatha a seu lado, tinha acordado com o som da campainha tocando e ouviu Amanda falando baixinho “Para”.
-- Oi? Cadê a... Onde? -- Acordou confusa, olhou para Agatha que estava com uma carinha preocupada.
-- Por que estava falando “Para”? -- Perguntou.
-- Nada, era só um sonho. -- Respondeu a tranquilizando e escutou a campainha tocar.
– Não interfonaram, quem será? -- Disse Agatha pensando alto. -- Amanda atende para mim?
-- Claro... -- Concordou ainda meio confusa. -- Deixa eu ir lá. -- Falou Amanda levantando. -- Oi. -- Falou com um sorriso ao abrir a porta.
-- Quem é você? Cadê a Samantha? -- Perguntou a mulher empurrando Amanda para o lado e entrando. -- Agatha cadê sua mãe? -- Perguntou já gritando.
-- Ei... Você não pode entrar sem ser convidada, e a mamãe não quer mais te ver.
-- Cadê ela sua pirralha? -- Insistiu a mulher pegando nos braços de Agatha com força.
-- Ela está trabalhando. Me solta, você está me machucando. -- Falou Agatha já com os olhos cheios de lágrimas. Amanda, que estava só observando sem saber o que fazer ao ver isso resolveu intervir, pegou no braço da mulher fazendo com que ela soltasse Agatha.
-- Solta ela. Não está a ouvindo dizer que está a machucando?
A mulher soltou-se da mão de Amanda e foi em direção a Agatha novamente, desta vez para agredi-la.
-- Sua pirralha mimada, você vai me dizer onde está sua mãe é agora.
-- Mamãe... -- Gritou Agatha correndo para onde estava a mãe.
A mulher tentou ir atrás, mas Amanda a segurou agora com mais força.
-- Nem pense em bater nela. -- Falou em tom ameaçador.
-- Quem você pensa que é para mandar em mim? Me larga!
Ela quase soltou-se, mas Amanda a segurou mais forte e para isso, resolveu ajudar com o braço imobilizado que estava doendo, mas dava para suportar. A mulher se esforçou tentando soltar-se, mas Amanda não deixou.
-- Me larga sua vadia.
Samantha agora que chegava a sala após ouvir a confusão e a filha lhe chamando.
-- O que você está fazendo na minha casa Marcela?
-- Sam... Manda essa mulherzinha me soltar.
-- Não Marcela! Eu já não te falei que você não é mais bem vinda à minha casa, em minha vida? O que você quer?
-- Mãe ela queria me bater. -- Disse Agatha com medo se escondendo atrás da mãe.
-- Quem você pensa que é para querer bater na minha filha? Eu que sou mãe dela nunca nem sonhei em fazer isso.
Samantha estava furiosa, chegou perto de Marcela e lhe deu uma bofeteada com Amanda ainda a segurando.
-- Isso é para você nunca mais nem sonhar em bater na minha filha, entendeu? -- Disse furiosa com o dedo indicador apontado para o rosto de Marcela.
Marcela estava nervosa, com medo, nunca tinha visto Samantha com tanta raiva, estava com o rosto vermelho e já com lágrimas escorrendo nele.
-- Manda essa mulher me soltar. -- Disse num fio de voz.
-- Amanda. -- Samantha pediu.
Amanda soltou Marcela que olhou para ela e depois para Samantha.
-- Você já botou outra em meu lugar, você não perde tempo em Sam? Eu vou embora, mas não pense que vai se livrar de mim facilmente.
-- Saia marcela! -- Mandou Samantha quase gritando.
-- Eu queria falar com você. -- Ainda insistiu.
-- Não temos mais nada para conversar, vai embora.
Marcela olhou para Agatha que lhe deu a língua, voltou a olhar para Samantha, depois virou-se para sair, Amanda estava a sua frente e lhe deu passagem e ela foi embora, ao vê-la sair Samantha jogou-se no sofá.
-- Eu mereço...
Agatha abraçou a mãe apreensiva com os acontecimentos.
-- Calma minha vida, já passou, eu não vou deixar ela tocar em você de novo, prometo.
Elas ficaram abraçadas por alguns instantes e Amanda as observando. Agatha olhou para ela e foi em sua direção e lhe deu um abraço forte e aconchegante para ambas.
-- Obrigado.
-- Não foi nada meu anjo, eu não iria deixá-la bater em você.
-- Eu gosto de você Amanda. -- Disse sincera.
Amanda se ajoelhou ficando um pouco mais baixa que ela e olhou em seus olhos, iguaizinhos os da mãe.
-- Eu também meu anjo... -- Disse emocionada. -- Dá aqui outro abraço.
Samantha as observava, Amanda era tão doce, delicada, confiável, amável e gostava de Agatha. Amanda olhou para Samantha e sorriu, ela retribui.
-- Mocinha vai tomar um banho que vamos jantar onde você adora.
-- Obáaa! -- Falou desfazendo o abraço e correndo para seu quarto.
-- Obrigada!
-- Não foi nada.
-- Foi sim, obrigada.
-- Se continuar me agradecendo, também vou te agradecer por me trazer para sua casa.
Elas riram -- Tudo bem! E seu braço, machucou?
-- Na verdade doeu e muito, mas está passando.
-- Deixa eu ver. -- Disse avaliando o braço de Amanda. -- Acho que devo uma explicação a você. -- Disse a olhando agora. -- Marcela era...
-- Sua ex-namorada, eu sei Agatha me contou tudo. -- Concluiu Amanda.
-- Ela não tem jeito mesmo. -- Disse rindo.
-- Ela é uma garota inteligente, esperta, e fui eu quem perguntou, ela só me respondeu.
-- Hum... Quer dizer que andou me investigando? -- Perguntou olhando-a nos olhos.
-- Bom... Foi. Desculpa, era segredo? -- Perguntou tímida.
-- Não, estou só brincando... Seu braço aparentemente está quase bom, mas como você o forçou e está doendo deve tomar o remédio para a dor.
-- Tudo bem... E o que ela queria, você sabe? -- Insistiu em saber mais sobre a ex de Samantha.
-- Ela quer que eu pague as contas dela... com certeza é isso!
-- E porque ela não paga?
-- Era eu quem pagava, ela vivia se enfiando em dívidas, quer tudo do bom e do melhor e sem esforço, e o que ganha não é suficiente para suprir seus caprichos.
-- Hum... Você a amava? -- Quis saber, pois achava que Marcela não era um tipo de mulher para Samantha.
-- Antes eu achava que sim, mas hoje eu sei que não, era só uma paixão passageira. Ela não era assim quando a conheci, era calma, mas deixa pra lá...agora eu tenho é raiva dela. -- Disse querendo encerrar o assunto.
-- Eu percebi, pela força de seu tapa no rosto dela.
Samantha riu. -- Não quero que pense que sou uma espancadora de mulheres, foi a primeira vez que bati em uma pessoa e porque ela ia bater em minha filha, mas confesso que agora mais calma estou arrependida.
-- Isso nem passou pela minha cabeça desmemoriada, mas acho que faria o mesmo.
Elas riram. -- Bom, vamos nos arrumar para irmos jantar, pela empolgação da Agatha, ela já deve estar quase pronta.
-- Vamos!
Amanda, com toda essa confusão acabou esquecendo do sonho. Elas foram em direção aos quartos, Amanda parou na porta de seu quarto, enquanto Samantha seguiu para o seu.
-- Ei... Não está esquecendo nada?
Samantha girou sobre os calcanhares. -- O quê?
-- Minha roupa.
-- Ah sim...
Elas entraram no quarto de Amanda, Samantha tirou a roupa de Amanda a deixando somente de calcinha e o sutiã desabotoado. Amanda sabia que já dava para tirar sua roupa sozinha, o esforço que fez para segurar Marcela tinha feito doer muito, mas por incrível que pareça não estava mais tão ruim assim. Só queria ter certeza de sua atração por Samantha, quando olhava para ela, quando era tocada por ela, e o mais importante queria saber se Samantha sentia o mesmo.
-- Ok.
-- Obrigada!
Samantha tomou seu banho arrumou-se e voltou para o quarto de Amanda, pois ela não havia lhe chamado.
-- Posso entrar? -- Perguntou depois de bater na porta.
-- Claro... Oi estava te esperando.
Amanda estava somente de roupão sentada na cama com o cabelo já arrumado e com o braço sem a proteção.
-- Seu braço, cadê a proteção?
-- Tirei, não preciso mais, não está mais doendo como antes, já consigo esticá-lo um pouco, olha. -- Amanda movimentou o braço para Samantha ver. -- Viu?
-- Ótima notícia, e porque não se vestiu?
-- Me vestiria se tivesse roupa disponível. -- Falou com um lindo sorriso tímido e certa preocupação.
-- É mesmo me desculpe, só tinha pedido para Susan separar aquelas.
-- E agora?
-- Vem comigo, Susan tem roupas aqui em casa, vocês tem quase as mesmas medidas.
-- Então aquelas roupas que eu estava usando eram dela?
-- Sim. Ela deixa algumas aqui em casa.
-- Hum... -- Amanda não gostou muito de escutar isso, porque Susan deixava roupas na casa de Samantha e no quarto dela? Estava cada vez mais convencida que gostava de Samantha e a desejava intensamente, se não fosse assim, não estaria sentindo ciúmes.
-- Hum deixa eu ver... Aqui... Essa lingerie ela comprou, mas nunca usou, está novinha.
-- Está mesmo, ainda está com a etiqueta e com o preço... Nooossa, cento e oitenta e seis em uma lingerie, ela gosta de coisa cara hein?
Samantha riu. -- Ela gosta de coisas boas, como ela mesma diz “Eu não abro mão daquilo que me faz feliz e me sentir desejada sempre meu bem”.
-- Nesse caso tenho que concorda com ela... -- Falou olhando para Samantha e sorrindo, Samantha retribui depois se enfiou no closet novamente a procura do restante. Enquanto isso Amanda vestiu-se.
-- Bem, agora temos essa calça e essa camisa o que... -- Perguntou Samantha saindo em sua direção, e perdendo totalmente a voz ao ver Amanda na lingerie, engoliu seco. Percorreu hipnotizada o corpo de Amanda de cima a baixo, depois voltou para seu rosto, que lhe sorria.
-- Eu gostei, pode ser essa mesma. -- Disse Amanda quebrando o silencio do ambiente.
Samantha saiu de seu transe e lhe esticou as roupas para que ela se vestisse. Amanda vestiu-se com Samantha a observando com uma vontade louca de beijá-la, tocar aquele corpo magnífico a sua frente.
-- Ficou bom?
-- Linda! -- Disse hipnotizada.
Samantha aproximou-se de Amanda chegando bem perto e sentindo o cheiro dos cabelos dela. Amanda arrepiou-se com a aproximação dela, Samantha acariciou seu rosto, Amanda fechou os olhos sentido à mão macia de Samantha nele, Samantha a abraçou pela cintura a trazendo para colar em seu corpo, Amanda abriu os olhos fitando os de Samantha profundamente cheia de desejo, e desceu a visão para os lábias da mulher maior e estremeceu. Samantha sentiu o corpo de Amanda estremecer em seus braços, estava sendo impossível conter a vontade que tinha de beijá-la.
-- Mamãe estou pron... ta. -- Disse Agatha entrando no quarto fazendo com que as duas se separassem rapidamente.
-- Também já estamos filha. -- Disse nervosa pela situação.
-- Oi linda... só vou calçar o tênis e sairemos viu? -- Falou Amanda indo em direção à porta e saindo.
-- Vamos esperar ela na sala amor, vem.
Elas foram para a sala. Agatha viu o quase beijo delas, mas não disse nada, só se a mãe perguntasse, gostava de Amanda e acharia ótimo se a mãe namorasse com ela. Samantha também tinha certeza que a filha havia visto mais do que devia, mas falaria com ela depois.
-- Podemos ir agora. -- Disse Amanda chegando.
-- Você está muito bonita Amanda. -- Falou com um largo sorriso no rosto.
-- Obrigada meu anjo.
-- Chega de conversa, vamos.
O jantar estava maravilhoso, conversaram, comeram bastante, riram... Samantha pediu a conta quando Agatha começou a abrir a boca com sono. Elas foram para casa.
-- Mocinha escove os dentes antes de deitar, já vou lá te dar um beijo.
-- Tá bom mãe, boa noite Amanda.
-- Boa noite meu anjo. -- Falou e esperou ela sair e voltando-se para Samantha. -- Samantha sobre hoje mais cedo...
-- Desculpe não vai mais acontecer... -- Disse a interrompendo.
-- Vou para meu quarto, boa noite. -- Amanda não quis insistir, estava meio sem jeito para falar sobre o assunto no momento.
-- Boa noite. -- Samantha disse e foi para o quarto da filha como havia prometido.
-- Mãe.
-- O que foi mocinha?
-- Você está gostando da Amanda?
-- Acho que sim meu anjo.
-- Eu atrapalhei o beijo né? Desculpa. -- Completou deixando a mãe comovida.
-- Não se preocupe com isso amor, não foi culpa sua, e na verdade me fez um favor, não sei como ela reagiria se eu tivesse agido por impulso, que era o que estava preste a fazer quando ia beijá-la. -- Explicou para a filha docemente
-- Eu gosto da Amanda, ela é legal, ia gosta que vocês namorassem.
-- Eu também meu anjo, eu também. Agora está na hora de dormir, boa noite minha vida... -- Falou Samantha dando um beijo na filha.
-- Boa noite mamãe.
Samantha foi para seu quarto e deitou, ficou pesando no quase beijo. Amanda por sua vez também pensava nesse assunto, e assim elas dormiram vencidas pelo sono pensando uma na outra.
Fim do capítulo
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Maria Flor
Em: 08/09/2015
Hahahahaha.
Sabia que a Agatha ia ser maravilhosa. Entregando a mãe desde sempre, hahaha.
Só estou estranhando a calma da "Amanda". Ela não tem curiosidade de descobrir quem é?
Resposta do autor:
Que bom que tu gostastes da pequena Agatha!*-*
Muito obrigada pelo carinho amore!
Beijão..
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