Capítulo 5
Construindo o Amor -- Capítulo 5
-- Vamos dar uma volta Kenedy não aguento mais assistir filme de terror -- Rafaela odiava esse estilo de filme já haviam assistido Premonição 1, 2, 3, 4, 5. Iria morrer se não saísse daquele apartamento, preferia torrar no sol de 40º que estava lá fora que continuar naquele sofá vendo corpos cortados ao meio, cabeças voando, membros decepados, vísceras expostas, mortes e mais mortes.
-- Está tão quente lá fora e aqui tão gostoso com esse arzinho gelado - Kenedy estava jogado no sofá na maior preguiça.
-- Então fica aí no seu arzinho que eu prefiro o calor lá de fora. Vou caminhar pela praia, se você quiser ficar hibernando que fique sozinho - foi para o quarto trocar de roupa.
Logo Kenedy apareceu atrás dela e sem falar nada foi até o closet pegou uma bermuda e uma camiseta e vestiu. Resolveu acompanhar a namorada no passeio. Apesar de não ser o tipo de programa que gostava, não iria deixa-la sozinha, o clima entre eles não estava dos melhores, não podia dar bobeira.
-- Ok você venceu amor, apesar de achar que vamos passar calor atoa vou fazer sua vontade - parou em frente ao espelho e conferiu se estava bem. Olhou para Rafaela e fechou a cara.
-- Você não vai colocar um biquíni?
-- Como assim? Eu estou de biquíni - Rafaela não entendeu até onde Kenedy queria chegar.
-- Está? Onde que não estou vendo? - Kenedy cruzou os braços e fez cara feia tentando intimidar Rafaela.
-- Nem vem. Não vou sair feito uma vovó - colocou uma saída de banho e ignorando a implicância do namorado saiu em direção à porta - Estou indo.
Saíram caminhando pelo calçadão de Ipanema de mãos dadas. A praia estava lotada, gente disputando um pedacinho de areia. Ipanema é como se fosse uma pintura. As peles bronzeadas contrastam com a areia branquinha e o mar bem azul.
O passeio estava agradável até o momento em que passaram por um casal gay que conversavam e trocavam carinhos. Kenedy não gostou e fez gestos obscenos para o casal. Rafaela ficou com tanta raiva e vergonha da atitude do namorado que só não voltou para casa porque não iria estragar seu sábado por conta de um homofóbico idiota.
Como alguém pode ser triste morando nesse bairro sempre rodeado de gente bonita e pra cima. Precisava começar a aproveitar melhor essa dádiva que era morar em Ipanema.
Eduarda estacionou o carro em frente ao bar surf. A galera estava toda reunida se preparando para pegar onda. Assim que entrou no point foi recepcionada com festa pelos surfistas.
-- Vejam só galera a nossa loirinha big Rider voltou - Perebinha foi o primeiro a saudar Eduarda com um beijo no rosto.
-- Fala brother. Aí galera beleza? - cumprimentou o restante do pessoal com um aceno de mão.
-- Tudo bem Duda? Faz tempo que não aparece por esses lados. Esqueceu-se dos maroleiros?
-- Nunca Pereba. Vocês moram aqui - bateu no peito.
-- Sei isso aí deve estar superlotado. Mas me conta e a sua companheira a asma, tem te incomodado? - Perebinha falava e preparava a sua prancha.
-- Não muito. A ultima crise foi naquela festa na casa da irmã do Ezequiel. Também a menina resolveu defumar a casa inteira com incenso, pensei que a louca iria me matar.
-- Coitada Duda ela quase morreu de susto. A cena teria sido cômica se não fosse trágica. Você vai pegar onda com a gente?
-- Com certeza. Vou trocar de roupa já volto.
Eduarda foi trocar de roupa e quando voltou encontrou Perebinha acompanhado de uma bela ruivinha. Os dois conversavam animadamente, mas disfarçaram e pararam de falar quando a loira se aproximou.
A ruiva praticamente despiu Eduarda com o olhar. Perebinha chegou a rir da cena, já estava acostumado a ver o pessoal babar cada vez que a garota saia do trocador com aquela roupa de borracha colorida. Os marmanjos sabiam que não tinham chance alguma, mas mesmo assim assoviavam e batiam palmas para provocar a loirinha.
-- Os seus discípulos estão cada vez piores Pereba. Seus tarados - brincou com os amigos.
-- Você que provoca com essa roupa tão sexy - Perebinha já estava com a prancha debaixo do braço pronto para ir surfar - Duda essa menina linda aqui é minha amiga Roberta que veio lá de São Paulo passar o final de semana comigo. Roberta essa é a Eduarda. Você é muito enrolada Duda tô indo - nem esperou resposta, saiu correndo feito louco em direção ao mar.
-- Maluco nem parece que já é avô - Roberta comentou rindo do amigo.
-- Que bunda linda - Eduarda pensou alto. Roberta usava um shorts tão curto que deixava parte da bunda de fora.
-- O que disse? - Roberta não entendeu o que Eduarda havia falado.
-- Nada, nada. Você surfa? - falou caminhando até o carro para pegar a prancha.
-- Não, na água pareço uma pedra - seguiu Eduarda.
-- Adoro jogar pedras na água. Posso te dar umas aula - seria bom demais passar as mãos por aquele corpinho delicioso, pensou.
-- Tenho medo. Prefiro ficar na areia te vendo surfar.
-- Vai lá colocar um biquíni quando voltar tomamos um banho de mar juntas, eu cuido de você.
Roberta olhou para aqueles olhos verdes que a encaravam esperando uma resposta. Chegou a engolir em seco antes de responder.
-- Tá certo vou confiar em você - aceitou receosa.
-- Se você tiver um fio dental pra vestir seria bem melhor - falou bem baixinho.
-- Repete não ouvi - mas Eduarda saiu correndo pra não repetir.
Depois de muito tempo Eduarda saiu do mar. Roberta estava deitada de bruços em uma toalha pegando sol. Parou para esperar Perebinha que vinha logo atrás.
-- Cara que visão - falou para ele.
-- Duda te orienta. Quando você vai mudar?
-- Não sei Pereba, só sei que não vai ser hoje. Ela é muito gostosa - enterrou a prancha na areia e sentou na toalha em que Roberta estava.
-- Que susto! - fez charminho.
-- Meninas se cuidem. Qualquer coisa tô no bar - e foi.
-- Vamos? A água está uma delicia - mesmo que estivesse congelada, cheia de água viva, derramamento de petróleo no mar, enguia gigante, tubarão, piranha... Mesmo assim Eduarda arrastaria a moça para o mar. Tudo por causa daquele minúsculo biquíni e daquela maravilhosa bunda.
Estendeu a mão para levanta-la e com todo cuidado, para não traumatiza-la, levou a ruivinha para dentro da água.
-- Que delicia Duda, me sinto tão segura assim - estava agarrada ao pescoço de Eduarda quase afogando ela.
-- Pode agarrar mais se isso te deixar mais segura - aproveitava para passar a mão por todo o corpo da garota que não reclamava.
Ficaram em silêncio por algum tempo, Roberta olhava séria para Eduarda que disfarçou e tirou a mão da bunda da menina.
-- Você é uma tarada sábia? - encostou a boca bem próxima da boca de Eduarda e falou - uma tarada abusada e linda - beijou a loira com desejo.
Eduarda entendeu isso como: possua-me, por favor.
Mesmo lutando contra o mar e tendo que cuidar para que Roberta não bebesse toda a água do Arpoador. Eduarda conseguiu afastar o biquíni da garota e se deliciar brincando com a mão no sex* da garota. Passava o dedo, a mão, enquanto a ruiva se agarrava mais ainda a ela. Ficou algum tempo nessa provocação até que a garota não aguentou mais e pediu, implorou...
-- Enfia o dedo Duda - ela falava no ouvido de Eduarda.
-- Abre pra mim, abre - ela abriu e Eduarda enfiou.
--... Nossa quanto tesão, a vontade que eu tenho é de ficar aqui sentindo esse dedo delicioso na minha bucet* - se movimentava ajudada pelo balanço do mar.
-- Delícia de xoxotinha amor quero devorá-la inteirinha... Abre bem essas pernas pra eu meter mais na sua bucetinha amor...
Ela então abriu bem as pernas e Eduarda enfiou mais um dedo na bucetinha que nessas alturas estava quase goz*ndo. -- Goz* amor, goz* na minha mão. Goz* gostoso vai. Então em movimentos deliciosos explodiu , gem*u, gritou e gozou nos seus dedos.
Roberta ficou um tempo agarrada a Eduarda que já não aguentava mais, as pernas tremiam, os braços tremiam e a respiração já estava ficando difícil.
-- Vamos sair - avisou para Roberta.
Quando por fim chegaram à praia Eduarda jogou-se na areia. Mal conseguia respirar. Roberta percebeu que a garota estava pálida, os lábios e o rosto estavam de cor azulada.
-- Duda, o que está acontecendo - estava desesperada.
-- Vai até o carro... pega a minha bombinha... - mal conseguia falar.
-- A chave? - berrou.
-- Bar...
Roberta saiu correndo até o bar, falou rápido com Perebinha, pegou a chave e com a ajuda de outros amigos foi até o carro achou a bombinha e levou até Eduarda.
-- Duda, Duda a sua bombinha pega - ajoelhou-se ao lado da garota e ajudou a posicionar corretamente próximo a boca.
Passaram-se alguns minutos até que Eduarda voltasse ao seu estado normal. Os amigos que estavam em volta após ter certeza que ela estava bem retornaram para o bar.
-- Que susto garota. Está bem mesmo? - passava a mão pelo rosto ainda pálido de Eduarda.
-- Você gostou do que fizemos lá no mar? - perguntou com voz fraca.
-- Adorei - sorriu - amei.
-- Então agora posso morrer em paz - e caiu de volta na areia.
-- Sua palhaça - Roberta jogou-se em cima dela brincando.
-- Kenedy você vai perder o avião - Rafaela já estava de saco cheio de tanto esperar o namorado.
-- Calma já estou pronto - penteava o cabelo pela décima vez.
-- Me desculpe, mas você demora mais que o Jorge para se arrumar.
-- Nunca me compare com aquele anormal - berrou para a arquiteta.
-- Você faz por merecer e não berre, sabes muito bem que berros não me intimidam - virou as costas e saiu do quarto.
No taxi a caminho do aeroporto Kenedy tentou fazer as pazes com a namorada.
-- Amor me desculpe, fiquei nervoso com o que você me falou. Nunca mais me compare com aquele bicha ok? - Rafaela nem respondeu.
-- Fala comigo minha vida - silêncio - Tudo bem se não quer falar vou respeitar. Dessa vez vou ficar fora mais do que de costume... - parou receoso - Você poderia me emprestar uma grana... Se não puder tudo bem, eu me viro - se fez de coitado. O motorista olhou pelo retrovisor para a cara de paisagem que Rafaela estava naquele momento.
-- Eu transfiro para a sua conta assim que chegar em casa - nesse momento lembrou de Jorge e de como falaria se soubesse de quanto Kenedy gasta com essas viagens.
-- Obrigado amor. Estou mais tranquilo agora - o resto do caminho até o aeroporto foram em silêncio. Rafaela só voltou a falar no momento do embarque para desejar uma boa viajem e um gelado vá com Deus.
-- Esse lugar é lindo Duda - estavam almoçando no restaurante Azul Marinho preferido de Eduarda.
-- Que visual arrebatador não é? -- de frente para um marzão deslumbrante e camarote dos melhores para os fins de tarde cinematográficos.
-- Lindo. Como se chama esse prato?
-- Moqueca especial em homenagem ao Rio de Janeiro, feita com camarão, peixe, azeite de oliva, temperos e banana cozida. E esse petisco é uma espécie de Gurjão de peixe preparado com badejo.
Eduarda colocou um pedaço da moqueca na boca da ruiva para que ela provasse.
-- Delicia. Estou morta da fome. Vou comer até passar mal.
-- Então vai ser a minha vez de te socorrer - encheu o copo da ruivinha de cerveja e brindaram a amizade.
Passaram um dia agradável, Eduarda levou Roberta para subir a Pedra do Arpoador queria mostrar o por do sol mais lindo do mundo para ela.
-- Você sabia que Deus senta aqui nesse lugarzinho pra assistir o por do sol?
-- Não, verdade? - fez cara de admirada.
-- Hoje eu pedi pra Deus chegar um pouquinho pra lá, por que eu trouxe uma deusa ruiva pra sentar junto com ele - Roberta olhava encantada pra menina de regata branca, bermuda e chinelo que arrumava um lugar para ela sentar - Pronto senta aqui na minha frente. Agora vou te contar uma coisa, mas não ri de mim.
-- Pode contar juro que não vou rir - fez como escoteiro.
-- Quando eu era criança - Roberta ameaçou rir, mas parou - Eu e meu pai vinhamos sempre aqui assistir o por do sol. Ele batia palmas para o sol e dizia pra mim: "Bate palma Dudinha, bate que ele merece". Eu morria de vergonha, mas batia.
A ruiva achou Duda tão fofa que roubou um beijo.
-- Posso bater palmas para o sol?
-- Pode, por que ele merece - e bateram palmas juntas.
Rafaela chegou em casa e jogou-se no sofá. Estava cansada, não fisicamente... mas estava cansada. Nesse momento lembrou de uma frase de Clarice Lispector:
"Estou cansada. Meu cansaço vem muito porque sou pessoa extremamente ocupada: tomo conta do mundo".
Resolveu ligar para Jorge. O telefone chamou, chamou, chamou, até que o amigo atendeu com voz de que tinha acordado naquele momento.
-- Não xinga, desculpa essa pobre amiga que precisava muito falar com alguém - silêncio -- Jorge?
-- Você ligou para o Programa de Apoio Emocional do JVV. Aqui, como em qualquer outra forma de contato com o JVV, você é atendido por um voluntário, com respeito, anonimato, não aconselhamento, não julgamento e que guardará estrito sigilo sobre tudo que for dito. Nossos voluntários são devidamente treinados para conversar com qualquer pessoa que procure ajuda e apoio emocional. Pode falar.
-- Não acredito Jorge com quem você aprendeu a ser tão engraçadinho assim?
-- Com a Duda filha do Eduardo. Ela sempre diz: "Perco o amigo, mas não perco a piada" - Jorge só escutou o tu tu tu... Do outro lado da linha.
Rafaela desligou na cara do amigo. Não estava brava com ele, fez isso por que sabia que em menos de meia hora ele bateria em sua porta pedindo milhões de desculpas.
Dito e feito. A campainha toca, Rafaela olha no relógio exatos vinte e cinco minutos. Abriu a porta.
-- Mona minha barriguinha verde, me perdoa, perdoa, perdoa - ajoelhou-se na frente da arquiteta - Juro que nunca mais faço isso.
-- Levanta Jorge que exagero. Nem estou chateada com você criatura - puxou o amigo pelas mãos.
-- Sério? Se a Duda visse essa cena, estaria até agora rolando no chão de tanto rir.
-- E eu não tiraria a razão dela. Por falar nela, como está o andamento do negócio? Tem falado com a Eduarda?
-- Ontem conheci a mansão dos Jeser. Quando cheguei lá me senti tão pobre Rafaela. Quase fugi correndo. Tinha um mordomo aguardando na porta, mais uns cinco empregados espalhados pelos cômodos fingindo que estavam trabalhando, aquilo durante o dia deve ser uma orgia que só - Rafaela apenas sacudia a cabeça.
-- E depois? - estava curiosa.
-- Depois que conheci a menina do Eduardo me senti como se frequentasse aquele lugar há anos. Ela é amável, transmite amor pelos olhos, não sei Rafa, mas cada vez que olho para aqueles olhos verdes lindos, sinto algo de muito bom, uma áurea positiva sabe.
-- Não viaja Jorge, o próprio pai fala que a menina é um perigo - Rafaela preferia acreditar naqueles que conheciam a garota há mais tempo, Jorge sempre foi coração mole e irmãozão de todos, com certeza já tinha se apaixonou pala garota.
-- Prefiro seguir meus instintos. Um dia você verá que eu tinha razão tanto com Eduarda como Kenedy.
Rafaela preferiu permanecer calada.
Fim do capítulo
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