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With the Stars por Alex B

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Palavras: 3669
Acessos: 5070   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 33

Tentei me recompor e processar os aconteceimentos. Ainda estava atônita com as palavras de Constance. Fiquei tão supresa quanto assustada com sua reação. Dei as costas a residencia e me encaminhei até meu carro. De forma alguma isso ficaria assim. Constance poderia fazer o que fosse, impor regras e ameças que bem entendesse. Mas ela não me separaria de Camila. Não mandaria Camz para Inglaterra. Se pra isso fosse necessário que eu fugisse com ela, eu o faria. Não me importava com as consequências. A única coisa importante era Camila.

 

Entrei no carro e encostei a cabeça no volante. Como tudo mudava em um segundo. Em um momento estava feliz com a pessoa que amava e no segundo seguinte eu não tinha mais controle de nada. Dei um soco com raiva no volante diante da minha impotência do momento.

 

- LAURA – Ouvi Camila gritar assim que coloquei a mão nas chaves para ligar o carro. Meu coração disparou. Ela corria. – Espere.

 

Entrou no carro ofegante. Puxou-me dando um beijo que tirou meu fôlego e antes que eu pudesse recobrar os sentidos, emendou.

 

- Rápido, vamos sair daqui. – Olhei novamente para a casa e pude ver Constance na porta já vindo para nossa direção.

 

Mais do que rapidamente liguei a carro e dei partida saindo daquela rua. Assim que percebi estarmos longe da casa, me permiti respirar. Camila chorava ao meu lado.

 

- O que houve lá dentro, Camz?

 

- Minha mãe acha que... que eu preciso de um psiquiatra. Disse que isso era fase, que estava confusa, mas que um bom médico me ajudaria. – Ela parou para respirar e eu aproveitei para segurar sua mão. – Ela acha que sou doente, Laura. Minha mãe acha que sou doente por gostar de uma garota. O quão horrível isso soa?

 

Ela voltou a chorar e mais uma vez senti raiva de mim por não poder fazer nada. Eu queria tomar toda a dor de Camila para mim. Toda sua dor de rejeição que estava sentindo. Eu queria poder fazer Constance enxergar os absurdos que tinha falado. Queria mostrar a filha incrível que tinha, e que sua opção sexual não mudava quem ela era. Fazê-la entender que quem ama, não rejeita.

 

- Toda minha vida eu fiz os que meus pais queriam. Exatamente do jeito que diziam. Era uma aluna excelente na escola. Tinha aulas particulares em casa. Ia aos eventos com eles. Toco piano, fiz balé. Tudo para agradá-los. Tudo para que me aceitassem. Nunca desacatei uma ordem sequer.

 

Ela virou o rosto para a janela. Apertei mais forte sua mão. Ela suspirou e continuou.

 

- Agora chega. É a vez deles fazerem algo por mim.

 

Camila se acalmou com o tempo. Já fazia algum tempo que estava rodando a cidade. Quebrava o contato com nossas mãos apenas para mudar de marcha. Pensei em ligar pra meus pais e Diana. Mas meu celular estava sem bateria.

 

Não sabia como seriam as coisas daqui pra frente. Mas eu enfrentaria o que viesse.

 

- Amor, para onde vamos? – Perguntei já sem saber aonde ir. – Podemos ir pra casa?

 

- Não, ela certamente irá atrás hoje. Não podemos ir para um lugar sossegado para passar a noite?

 

- Podemos, mas onde?

 

- Vamos para onde você me levou hoje. Aquele lugar é tão tranquilo.

 

Assenti pra ela já fazendo a curva, agora com um destino certo. Onde horas antes estávamos, onde aproveitávamos a presença uma da outra sem ter noção do que nos aguardava, do que acabara de acontecer.

 

Achei boa sua ideia, teríamos o resto da noite para nós. De tranquilidade. E na manhã seguinte enfrentaríamos as consequencias.

 

--------------------------

 

- Laura.

 

- Oi, amor.

 

Estava ajeitando a coberta para nós. Estávamos dentro do carro, Camila encostada no meu peito, tentei deixá-la o mais confortável possível. Ela passou a mão pelo meu braço fazendo um carinho. Pude ver que estava de olhos fechados.

 

- Faz um favor? – Perguntou com a voz suave.

 

- O que quiser. – Dei um beijo em seus cabelos. Ela abriu os olhos e olhou pra mim. Olhos tão tristes.

 

- Faz esse momento parar. Quero ficar aqui com você pra sempre.

 

Aquilo me apertou o coração, porque era o que queria também. Que fosse eterno esse momento e que eu a teria para sempre em meus braços.

 

- Tudo vai ficar bem, amor.

 

Beijei seus lábios delicadamente e depois beijei sua testa. Fiz carinhos em seus cabelos e quando percebi Camila já tinha dormido. Velei seu sono e mal vi quando me atingiu também.

 

-----------------------------

 

 

Acordei com batidas insistentes no vidro da porta do carro. Levantei já em alerta. Com meu movimento Camila acordou também. Esfreguei meus olhos e vi que era Diana. Já estava amanhecendo o dia, o sol querendo despertar. Coloquei a coberta de lado e abri a porta.

 

- Até que enfim achei vocês.

 

- Que susto, Diana!- Disse enquanto saia do carro.

 

- Olha, no momento eu estou irada com vocês. Tem noção da confusão que está lá em casa? Custava mandar uma mensagem dizendo que estavam bem, pelo menos?

 

- Meu celular estava sem bateria e Camz não está com o dela.

 

- Passaram a noite toda aqui?

 

- Sim – Camila respondeu.

 

- Sua mãe está prestes a chamar a polícia, Mila. – Se virou pra mim. – E se minha tia não fizer isso, a sua mãe vai fazer, Laura!

 

- Ahh minha mãe. – Coloquei a mão na testa já pressentindo a bronca que iria levar. – Deve estar uma fera.

 

- Fera é pouco, tia Clara está pra enfartar.

 

- Você foi em casa?

 

- Claro, depois que minha tia bateu na porta de casa falando que a Camila tinha fugido com você, foi o primeiro lugar que procurei. – Eu suspirei. Até me impressionei com o fato de Constance não ter me acusado de sequestrar Camz.

 

- O que vamos fazer agora? – Perguntei para Camila.

 

- Vamos pra sua casa. – Disse enquanto se encostava no carro.

 

- Mila, vamos comigo, te levo pra sua casa, você conversa melhor com sua mãe e...

 

- Não vou pra casa, Diana! Se Minha mãe quiser falar comigo, diga que estou na casa da Laura.

 

- Sua mãe está arrependida, Mila. Precisava ver como estava desesperada.

 

- Eu me recuso a voltar para aquela casa, Diana! Já disse, se ela quiser conversar comigo, sabe onde me encontrar.

 

- Seja sensata, vá pra casa, converse com a tia...

 

- A única pessoa que não está sendo sensata aqui é ela! Tudo o que disse foi irracional. Laura, tudo bem eu ficar com você?

 

- Uhum, creio que sim, Camz.

 

- Então está decidido. Diga isso a minha mãe.

 

Diana suspirou passando as mãos pelos cabelos. Eu apenas dei de ombros, o que Camila decidisse eu a apoiaria. Abracei-a e dei um beijo no topo de sua cabeça.

 

- Vocês são malucas mesmo. – Diana disse dando um pequeno sorriso e balando negativamente a cabeça.

 

Entramos novamente no carro e Diana seguiu no dela. Dirigi até em casa em silêncio. Tanto eu quanto Camila estávamos pensativas. Eu podia imaginar o desespero que minha mãe estava por ter passado a noite fora sem avisar.

 

Parei em frente de casa e pude ver que o carro do meu pai não estava na garagem, provavelmente estava me procurando. Desci do carro de mãos dadas com Camila. Assim que abri a porta de casa vi minha mãe no sofá, ela virou a cabeça em nossa direção e antes que eu percebesse já estava em cima de mim me abraçando.

 

- Ahh Laura, minha filha! Você está bem? O que aconteceu? Sabe o susto que me deu?

 

- Mãe, eu...

 

- Nunca mais. – Falou séria. – Nunca mais Laura Michelle Carter, faça uma coisas dessas ouviu bem? Essa noite foi horrivel. Não ter noticias suas. – Olhei em seus olhos e puder ver o que vi no dia do meu acidente: a Medo de me perder.

 

- Eu sei, mãe, me desculpe por isso. – Abaixei minha cabeça.

 

- Camila, que bom que está bem também. – Abraçou minha namorada assim como tinha feito comigo. – O que deu na cabeça de vocês pra fazer algo assim?

 

- A mãe da Camila descobriu sobre a gente, e digamos que não foi muito receptiva com a notícia.

 

Camila e eu contamos o que tinha sucedido na noite anterior. Tentei suavizar as coisas que Constance tinha me dito, não achei que Camila devia se preocupar com isso. Já bastava o que tinha dito a ela. Minha mãe ficou tão indignada quanto nós. Chegou a levantar do sofá e gesticular sobre os absurdos que Constance tinha falado.

 

Depois de tudo esclarecido, minha mãe foi ligar para meu pai. Aproveitei para subir pro quarto com Camila, tomar um banho e tentar descansar um pouco.

 

---------------------------

 

Eu e Camila estávamos no sofá da sala, o dia estava com pouco frio então estávamos encolhida em uma coberta. Ela de costas pra mim e eu abraçando sua cintura com a cabeça apoiada em seu ombro. Meu pai já tinha chego com meus irmãos e tive que passar pelo mesmo abraço com ele, e ainda lidar com as lágrimas, meu pai sempre foi o mais sensível.

 

Minha mãe estava na cozinha quando a companhia tocou e foi atender. Continuei prestando atenção na televisão enquanto Camila quase cochilava. Entretanto logo entrei em alerta quando ouvi aquela voz.

 

- Posso ajudar? - Minha mãe perguntou

 

- Creio que você esteja com minha filha Camila, em sua casa.

 

Minha mãe enxugou as mãos no pano de prato que estava em seu ombro antes de dar espaço para que Constance entrasse. Ela retirou os óculos escuros e deu um olhar observador para o interior de minha casa.  Minha mãe fechou a porta da sala e Camila se levantou com a movimentação.

 

- Mamãe! – Camila estava tão surpresa quanto eu de vê-la.

 

- Camila, vamos para casa. – Disse sem rodeiros.

 

Constance estava com uma postura impassível. Vestia um vestido preto justo, usava luvas na mão, os óculos de sol na mão esquerda e uma bolsa a tira colo. Definitivamente era uma mulher elegante. Os saltos altos davam um ar de superioridade. Portava-se como que estivesse em um lugar muito sujo e não gostaria de tocar em nada pra não se sujar. Constance era bonita. Não podia negar isso. O que me fez pensar em quantas pessoas não eram assim: bonitas por fora e mesquinhas e superficiais por dentro. A diferença era tanta que a beleza não conseguia superar a feiúra da alma.

 

- Eu não vou embora com você. – Camila foi até a frente de sua mãe, seus olhares trocando faíscas. Uma tensão gritante na sala.

 

Eu nunca tive muito contato com os pais de Camila. Mas sabia que a irmã de Constance era uma mulher incrível. Humilde e de valores louváveis. Eu sabia que as duas tiveram a mesma criação. Então o que as tornara tão diferentes em caráter?

 

- Não é um pedido. Eu estou mandando você vir embora comigo. - Deu um passo adiante, ficando apenas um palmo de distância de Camila.

 

Constance era a irmã mais velha. Tinha casado ainda jovem com Alejandro. Depois do casamento tinha mudado de cidade e nunca mais dado noticias. Até a morte de sua mãe, quando retornou para a cidade e voltou a falar com Malika. Isso era o que eu sabia por Diana.

 

- Eu estou cansada das suas ordens e imposições. Não vou mais me submeter a elas. Se me quiser em casa de novo, terá que aceitar meu namoro com Laura.

 

- Você não está em condições de impor nada, mocinha. Sou sua mãe e me deve respeito. Irá pra casa comigo agora.

 

- Como quer que eu te respeite se você mesma não conhece essa palavra? Pois se não aceitaria minha decisão.

 

Vi Constance morder os lábios em sinal de raiva. Olhei para Camila e suas mãos estavam fechadas. Direcionei o olhar para minha mãe que estava em outro canto também observando a cena. Perguntei com o olhar se seria a hora de intervir. Ela balançou negativamente a cabeça. Aquela conversa entre as duas precisava acontecer.

 

- Eu te dei tudo o que uma garota podia querer, sua ingrata. E é assim que me agradece? Desobedecendo-me e se mostrando rebelde? – Falou com o tom de voz elevado.

 

- Não me deu o que eu mais precisava. Sua presença na minha vida. Carinho e amor. – Vi lágrimas caindo dos olhos da minha namorada quando disse isso quase sussurrando.

 

- Escute aqui Camila, chega dessa palhaçada. – Pegou no braço de Camila e apertou. – Eu não vou ter uma filha doente. Você precisa de terapia. – A essa altura Constance já gritava. Eu podia ver as marcas dos dedos no braço de Camila e aquilo me encheu de revolta.

 

 - Me solta. Está me machucando.

 

Antes que eu mesma pudesse fazer algo, vi minha mãe indo em direção a elas. Puxou o braço de Constance e se pôs em frente a Camila.

 

- Não admito falta de respeito ou agressão na minha casa. Camila não é doente por gostar de uma garota. Você quem tem sérios problemas com preconceito e precisa de tratamento. O amor é aceitação. Se você não entende isso, eu só lamento por você. – Tanto eu quanto Constance estávamos surpresa com atitude de minha mãe. Aproveitei para ir até Camila e abraça-lá. – Você já não é mais bem-vinda nessa casa, por favor queira se retirar.

 

Minha mãe estendeu a mão apontando a porta da sala. Constance não se moveu. Olhou para mim e Camila abraçadas. Passou a mão no cabelo como que se recompondo. Levantou o queixo e foi até a porta. Minha mãe a abriu e Constance saiu sem olhar para trás. Deixando Camila devastada emocionalmente nos meus braços.

 

-----------------------------------------

 

Naquela tarde nada do que eu falava animava Camila. Ela se fechou no seu próprio mundo de silêncio e só falava o necessário. Fiquei preocupada, mas sabia que era sua forma de lidar com a rejeição da mãe. Então passamos o resto do dia no meu quarto, eu a abraçava e acariciava seus cabelos quando a crise de choro vinha.

 

Na manhã seguinte Camila não quis mais ficar em casa. Com toda a insistência minha e da minha mãe para que ficasse e de que não era incomodo algum, nada a fez mudar de ideia. Então depois do almoço, eu a levei para a casa de Diana.

 

Camila estava com a cabeça encostada no vidro do carro, olhava as casas passando. Parei em um semáforo e segurei sua mãe. Ela olhou pra mim e eu lhe dei um sorriso, ela retribuiu timidamente. Andei por mais um tempo, dirigia calmamente. Camila vestia uma roupa minha, o que pra mim, estava adorável. Um moletom e um short.

 

Parei em frente a casa de Diana, desci do carro e esperei por Camila. A abracei de lado e beijei o topo de sua cabeça enquanto íamos em direção a porta de entrada.

- Tudo bem, amor? – Perguntei.

 

- Sim. Você está aqui comigo.

 

Sorri pra ela e apertei a campainha. Diana veio nos atender. Abraçou a prima e me cumprimentou. Entramos na casa e Diana foi para o quarto com Camila. Dirigi-me até a cozinha e encontrei dona Malika tomando chá.

 

- Venha aqui, Laura. Me acompanhe.

 

Ela serviu uma xícara de chá e eu aceitei, me sentando de frente par ela na mesa.

 

- Como Camila está?

 

- Muito chateada com a mãe. Ela é muito sensível e toda essa história, bem... a deixa triste.

 

- Camila é forte, Laura. Mais do que você pensa. Constance logo vai perceber que está errada, só espero que não demore.

 

- Eu também, me dói muito ver Camila sofrendo.

 

- Se importa de contar a historia toda? Desde sexta, do seu ponto de vista.

 

- Claro. – Contei tudo o que tinha se passado, desde sexta até a discussão na minha casa e como Camila tinha reagido. - ...e ela saiu sem olhar pra trás. – Malika balançou a cabeça negativamente.

 

- Constance não perde a pose.

 

Aquele comentário me lembrou de uma curiosidade que tinha, aproveitei o momento em que estávamos só nós duas para perguntar.

 

- Malika, por que os Foster’s vieram pra cá?

 

- A empresa de Alejandro faliu, o sócio roubava dinheiro. O desfalque foi tão grande que tiveram que fechar.

 

- Huum entendi. – Até ai eu sabia. - Mas o padrão de vida deles é bom ainda. Moram no melhor bairro da cidade, vivem viajando. Quer dizer, eles não parecem com alguém que perderam tudo.

 

- Sim, eles têm um padrão de vida bom. Acima da média ainda. Alejandro era bilionário, agora só é rico. Ele só não perdeu todo o dinheiro porque recebeu a herança do pai.

 

- Então Alejandro já era rico?

 

- Sempre foi. Mas também sempre foi trabalhador. Quando ele se casou com minha irmã, o pai cortou todas as relações e disse que não tinha mais um filho. Imagine, um filho de aristocrata casando com uma garota pobre. Então ele mesmo começou a trabalhar e montou sua empresa. Ele cresceu rápido, sempre teve visão pros negócios.

 

- Ele não tem irmãos?

 

- Tinha um. Trabalhava com o pai e sempre manteve contato com Alejandro. Mas ano passado ele faleceu em um acidente de carro. O que deixou o Senhor Foster Sem nenhum herdeiro.

 

- Então depois disse ele deixou a fortuna pro Alejandro?

 

- Não tão fácil. O Senhor Foster teve câncer há uns sete anos, fez tratamento e parecia curado. Mas esse ano o câncer voltou. Bem quando Alejandro descobriu a fraude na empresa. Então antes de morrer ele fez uma proposta, que se Alejandro fosse visitá-lo no hospital, ele o tornaria herdeiro novamente.

 

- E ele foi? – Dona Malika mexeu no chá e tomou um gole calmamente.

 

- Não, ele não foi.

 

- Então como Alejandro herdou a fortuna?

 

- Ele não herdou tudo. O senhor Alejandro deixou 75% da fortuna para um primo distante de terceiro grau. Apenas 25% ficou pro filho. Creio que ele fez isso por remorso, mas como não queria dar o braço a torcer, a maior parte foi pra esse primo.

 

- Esse dinheiro que eles têm agora é dessa herança?

 

- Sim, e parte das ações da empresa do pai. Alejandro também era muito orgulhoso, não quis aceitar a herança, acredito que só o fez por Camila. E agora ele está tentando abrir uma filial em Miami.

 

Tomei mais um pouco do meu chá pensado no que Malika havia acabado de me contar. A historia de Alejandro. Nunca me imaginaria com essa vida, sempre ter tido dinheiro, mas confesso que a atitude de renunciar tudo por um amor me surpreendeu. Começar de baixo e ter conseguido se reerguer sem a ajuda do pai. Pensar nisso, na atitude dele em relação a um amor, me deu esperanças. Ele sabia o que era essa negação da família por estar apaixonado, então ele poderia apoiar Camila e nos ajudar.

 

- Dona Malika, quando o Alejandro volta de viagem?

 

- Já voltou, ontem à noite. – Franzi as sobrancelhas.

 

- Então ele já sabe de toda essa situação?

 

- Sim, já está a par de tudo.

 

- E ele não vai fazer nada? Vai deixar que Constance dite as regras assim?

 

- Ele concorda com Constance. O que ela decidir, ele a apoiará.

 

- Mas isso não está certo! Ele tinha que entender, ele passou por isso, como pode não apoiar Camila?

 

- Paixão, Laura. Alejandro pode ser um grande homem, mas nunca brigou com Constance, o que ela diz é lei. Talvez ele até não concorde, só que não vai fazer nada para contrariar Constance.

 

“Pau mandado” foi a única coisa que veio em minha cabeça, mas preferi ficar em silêncio. Terminei de tomar meu chá e suspirei. Por que as coisas tinham que ser difíceis?

 

- Constance irá cair em si, Laura. Minha irmã não tem o coração de pedra que aparenta.

 

Eu deixei escapar uma risada sarcástica. Não tinha o coração de pedra? Ela ao menos tinha coração? Malika me observava, olhei pra trás e vi Diana e Camila vindo em nossa direção. Mudamos de assunto.

 

- Então Laura, logo vocês estão de férias. Vêm as festas de fim de ano, depois disso só mai um semestre e antes que percebam, já terminaram o ano. Já sabe o que vai querer cursar?

 

- Ainda não faço ideia, mas talvez eu faça engenharia. Nada certo ainda.

 

- Diana também não sabe o que fazer. – Nessa hora elas chegaram na cozinha, Camila sentou do meu lado entrelaçando nossas mãos e Diana puxou uma cadeira sentando ao lado de sua mãe. – Vou dizer o que digo pra ela. Não se preocupem, ainda tem tempo pra decidirem.

 

Levei a mão de Camila que estava com a minha até a boca, a beijei calmamente. Olhei em seus olhos e dei um pequeno sorriso de lado.

 

 

Tempo. Tempo é relativo. A única certeza que temos, é a do agora.

Fim do capítulo


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Comentários para 33 - Capítulo 33:
Ana_Clara
Ana_Clara

Em: 08/11/2015

Pensei que a família da Diana seria preconceituosa tbem,  mas vejo que são pessoas de boa índole e um grande coração. Elas vão ficar bem, confio nisso! *-*


Resposta do autor em 01/05/2016:

Ainda Bem que camila tem a família da Diana kkk

Sou fã da Diana kkk

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