Acordei e pude perceber pela janela que o sol já nascia. Estava abraçada a Camila, sorri e cheirei seus cabelos. Tão cheirosos. Estiquei meu braço e peguei o celular na cômoda para olhar as horas. 6:15. Me espreguicei... tudo bem, nosso voo sairia às... AH MEU DEUS! NOSSO VOO.

 

 

-- Camila, acorda, nosso voo! A Gente tem que ir para o aeroporto.

 

 

Ela pareceu nem se importar, apenas resmungou e virou-se  para  o  outro  lado.  Levantei da cama correndo. No chão estava o brinquedo que usamos na noite anterior. Peguei ele e fiz a higiene necessária. Guardei devidamente na sua embalagem e o deixei  em  cima  da  mesa.  Sai recolhendo nossa roupa do chão e coloquei em uma cadeira. Olhei novamente as horas. Tínhamos que correr.

 

 

Fui até a cama e chamei novamente por Camila. Não me deu a mínima, apenas esticou os braços e colocou no meu pescoço a puxando pra si. Aproveitei e a peguei no colo. Devido a movimentação  ela acordou.

 

 

-- O que você está fazendo, Laura?

-- Nos levando para tomar um banho.

 

 

Abri o Box e já que nos duas estávamos sem roupas, antes que Camila dissesse mais alguma coisa, liguei o chuveiro. Ela gritou surpresa e começou a distribuir tapas no meu ombro. A coloquei no chão e segurei suas mãos.

 

 

-- Amor, para! – Eu estava rindo. – A gente tem que se apressar, nosso voo já já vai sair.

 

 

Ela fez um bico, cruzou os braços e virou de costas pra mim. Achei aquilo adorável.

 

 

-- Péssimo jeito de me acordar,  Carter.

 

 

-- Desculpa, Camz. Só que estamos sem tempo, prometo compensar depois. Toma banho logo que ainda temos que fazer nossa mala.

 

 

Ainda emburrada tomamos banho. Distribui diversos selinhos e beijos por seu rosto, e isso pareceu amenizar o mau-humor. Quando terminamos, ela já estava rindo. Estiquei pra ela o roupão e já fui para o quarto pra adiantarmos. Sai recolhendo tudo que achei espalhado. Me troquei rapidamente com a primeira roupa que achei. Separei nossas passagens e documentos.

 

 

-- Anda logo, Camz.

 

 

 

Ela saiu do banheiro e foi se trocar. Olhou nosso brinquedo em cima da mesa e depois me

olhou.

 

 

 

-- Acha melhor ficar com quem? – Perguntei.

 

 

-- Acho melhor ficar comigo, você tem seus irmãos e bem, apenas os empregados entram no meu quarto, mas não mexem nas minhas coisas, posso deixar no guarda-roupas.

 

 

-- Ok, tudo bem.

Coloquei na sua mala e fui fechar a minha, o que fiz com muito sacrifício. Quarenta e cinco minutos depois, já estávamos no aeroporto. Fizemos tudo em cima da hora, e no último minuto conseguimos embarcar. Já na poltrona do avião, soltei um suspiro   aliviada.

 

 

-- Viu, deu tudo certo. – Camz falou.

 

 

-- Deu tudo certo porque eu fiquei apressando a gente, senão tínhamos perdido o voo.

 

 

-- No final, dá tudo certo Laura, você te que  relaxar.

 

 

-- Sei.

 

 

-- E vou querer uma recompensa pelo jeito que me acordou   hoje.

 

 

-- Eu não tive escolha, você não acordava e estávamos   atrasadas.

 

 

-- Você queria o que também depois do que fez comigo noite passada? – Perguntou ruborizada.

 

 

-- E o que eu fiz com você? – Perguntei rindo, Camila ficou ainda mais vermelha. Encostei nossos narizes em uma caricia leve, depois falei séria. – Camz, foi bom usando o brinquedo? Fiquei com medo de te  machucar.

 

 

-- Doeu um pouco, mas foi bom. Foi gostoso.

 

 

-- Então tudo bem usarmos outras vezes?

 

 

-- Uhum. – Levou sua mão até minha sobrancelha, passando por elas. – Gosto de suas mãos livres pra mim.

 

 

Eu ri e beijei a palma de sua mão. Logo começamos a ouvir as instruções do voo. Me ajeitei na poltrona e segui as orientações. Camila segurou minha mão e eu   sorri.

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Assim que descemos no aeroporto, meus pais nos esperavam. Pegamos nossas malas e meu pai me ajudou a levá-las até o carro.

 

 

-- Nossa, estão bem pesadas, não é? – Indagou.

 

 

-- Sim, com coisas da Camila que comprou meio mundo   lá.

 

 

-- Heey são presentes. – Se defendeu.

 

 

-- Eu sei amor, mas ainda assim, foram bastantes coisas.

 

 

-- Ah Camila, não ligue, eu também sou assim, lembro de todo mundo quando viajo, Mike sempre reclama quando vai comigo, mas na hora de receber os presentes não fala um ‘a’. – Minha mãe defendeu Camila.

 

 

-- Depois que comprou não tem muito o que fazer. – Meu pai sussurou pra mim e eu ri, mas ele não tinha noção de como sua voz era grossa, então tanto Camila quanto minha mãe ouviram.

 

 

-- Vou lembrar-me disse na próxima viagem, Mike.

 

 

Eu e Camila rimos. Entramos no carro e meu pai deu partida. Era domingo quase na hora do almoço, já estávamos quase chegando na nossa cidade e Camila estava com o rosto encostado no meu ombro.

 

 

-- Camz, fica em casa?

 

 

-- Deixa a menina chegar primeiro, Laura – Minha mãe começou. – Depois vocês ficam juntas.

 

 

-- Te busco depois do almoço então, tudo bem?

-- Tudo bem, vou te esperar.

 

 

Meu pai deixou Camila na sua casa e depois fomos pra nossa. Levei minhas malas até meu quarto e mal consegui entrar, sendo interditada pelos meus irmãos que pediam os presentes. Dei logo porque senão não conseguia entrar no quarto. Ficaram contentes. Aproveitei e dei os dos meus pais também. Me agradeceram e eu desci para  almoçar.

 

 

Assim como prometido, depois do almoço fui buscar Camila para passar o dia em casa, apesar de termos passado todos esses dias juntas, não queria ficar longe dela ainda. Mandei  mensagem avisando que já estava na frente da casa, estava com preguiça de desligar o carro e ir lá tocar a campainha. Dez minutos depois, minha namorada aparece em um vestido branco e rasteirinhas, estava com uma bolsa e sacolas no  braço.

 

 

-- Pra que tudo isso? – Perguntei e lhe dei um selinho quando entrou no carro.

 

 

-- São os presentes que vou dar para seus irmãos.

 

 

-- Você comprou pra eles também? Eles nem   merecem.

 

 

-- São meus cunhados, merecem sim.

 

 

-- Sei... vai é deixá-los mal-  acostumados.

 

 

Chegamos em casa e Camila distribuiu os presentes. Meus irmãos ficaram    radiantes.

 

 

-- Olha só que legal esse relógio, bem melhor que seu presente, Laura. – Sean disse e me mostrava o relógio.

 

 

-- Cala a boca, pirralho! Da próxima vez não te trago mais   nada.

 

 

Camila tinha comprado até para meus pais. Fazendo média com os sogros, brinquei com ela. Ficou vermelha. Como minha mãe estava de folga, a família toda estava reunida. Assistimos filme na sala e depois mamãe montou uma mesa com café da tarde no quintal. Comemos e depois meu pai e

irmãos jogamos uma partida de basquete, tendo como plateia minha mãe e Camila. Minha dupla era o Sean e acabamos perdendo por uma vantagem   considerável.

 

 

Subi para meu quarto para tomar um banho e tirar o suor do corpo. Quando desci Camila estava na sala com minha família. Falavam da viagem. Minha namorada respondendo  todas  as perguntas pacientemente que minha mãe e Alice faziam. Me juntei a ela no sofá e segurei sua mão. O assunto mudou de rumo e minha mãe  perguntou.

 

 

-- Seus pais sabem do seu namoro, Camila? – Senti Camz ficar tensa e sua mão ficar levemente fria.

 

 

-- Ainda não, mas pretendo contar logo, o quanto antes.

 

 

-- Eu apenas perguntei querida, sei que esse assunto é delicado. Mas entenda que não tem momento certo, e se seus pais te amarem eles vão   entender.

 

 

 

 

Camila assentiu e eu tratei logo de mudar de assunto. Assim que a noite caiu eu levei Camila de volta pra sua casa. Ainda estávamos em aula e faltavam algumas semanas ainda para o recesso de final de ano. Despedimos-nos com um beijo que acabou virando um amasso. Disse que a buscaria pela manhã para irmos pra aula. Ela concordou e me mandou um beijo no ar quando já estava na porta de sua casa. Ahh como eu a amava. Suspirei   apaixonada.

Fim do capítulo