With the Stars por Alex B
Capítulo 23
Bati levemente na porta duas vezes. Esperei e como não obtive resposta, bati novamente.
- Entra Logo.
Abri a porta e adentrei o quarto. Diana estava com um saco de batatas fritas aberto e um pote de sorvete vazio em cima da cama.
- Sua mãe falou que eu podia subir. – Diana deu de ombros. – Posso saber o que aconteceu?
- Henry e eu brigamos.
Apenas assenti e empurrei o saco de batatas para o lado, me sentando na cama. Era uma sábado a tarde. Pela manhã meu pai liberou-me para eu acertar os últimos detalhes da viagem. Agora faltando menos de uma semanas para embarcarmos.
- Posso saber o motivo?
- Não foi nada sério, acontece que ele tava muito pra baixo e nada do que eu falava animava ele. E isso nem é o problema, eu até entendo porque tem momentos que a gente fica assim mesmo. – Ela parou e soltou um suspiro. – Só que já faz tempo que ele ta assim, sabe? Parece que ele quer ficar assim, nesse baixo astral todo. Ai hoje não tava com saco e acabamos brigando.
- Entendo o que você quer dizer. Tenta dar um pouco mais de espaço pra ele. É um momento complicado que ele ta passando e agora mais essa notícia que recebeu. Vai ter que fazer mais um cirurgia, só deixa ele digerir tudo isso.
- Eu sei, Laur. Eu sei disso tudo. Só foi um mau momento hoje, mas logo mais vai estar normal de novo.
Eu dei um sorriso e a abracei. Ajeitei os travesseiros do seu lado e me acomodei melhor. Mandei uma mensagem no whats para Camila dizendo que logo mais ia busca-la em sua casa para passarmos a tarde juntas.
- E você e minha prima, como estão? – O sorriso no meu rosto foi inevitável.
- Muito bem, mal posso esperar por nossa viagem, sabe? A gente ta em uma sintonia incrível. Eu me apaixono cada vez mais por ela. Essa semana que passou ela falou pela primeira vez que me amava.
- Minha prima disse que te amava? – Eu assenti ainda sem tirar o sorriso. Me recordando do momento em que trocamos tais palavras.
- Dih, eu nunca me senti tão feliz e completa como naquele momento. Foi único.
- Fico muito feliz por vocês, Laur. De verdade. Falar que ama uma pessoa é um passo muito importante. Não só no relacionamento como na vida. E fico muito feliz que minha prima esteja vivendo essas experiências com você. Acho que não poderia escolher pessoa melhor pra ela.
- Diana, Sério, assim você me deixa sem graça. – Falei já sentindo minhas bochechas esquentando.
- Eu falo sério, Laur. Camila sempre foi muito sozinha. Desde pequena vivia com babás e empregadas. Nunca foi de ter amigos na escola. Ela sempre se escondeu naquele piano e nos livros. Desde que vocês começaram a namorar, ou melhor, desde que se conheceram, eu... enfim, me atrevo a dizer que nunca a vi tão radiante.
- Obrigada, Dih. É muito importante pra mim sua opinião, e saber que você nos aceita e apoia, é algo muito significativo.
- O que me preocupa são meus tios. Vocês ainda não contaram pra eles, quando pretendem fazer isso?
- Quem decidi isso é Camila. Quando ela se sentir pronta ela irá falar. Acontece que é até engraçado isso, ela queria muito que contássemos para nossos pais. Eu contei e ela ainda não.
- Isso te incomoda?
- De forma alguma. Como disse, essa é uma decisão dela. Minha única preocupação no momento é nossa viagem.
- É verdade. Vocês embarcam dentro de alguns dias.
Aproveitei para pegar o controle do ar condicionado e abaixar mais a temperatura.
- Laura, já está frio. Sobe essa temperatura vai.
- Só abaixei dois graus, não reclama.
- Ótimo. Nem no meu quarto mando mais. – Cruzou os braços. De repente ela me olhou e encarou. Senti-me intimidada. – Você e minha prima já tiveram relações, Laura?
Eu definitivamente não esperava essa pergunta. Depois do susto inicial, e de me recompor, engoli em seco para responder.
- Não, Diana. Nós não temos relações.
- Huum, sei. Mas isso ta perto de acontecer? – Eu tinha certeza que estava vermelha a esta altura já.
- Por que ta perguntando isso?
- Por nada, só estou conversando com você. – ela riu. – Não precisa ficar nessa vergonha toda, nós sempre conversamos sobre sex*.
- Sim. Mas agora é diferente.
- Por quê?
- Porque agora eu namoro sua prima.
- E dai, Laura? Minha prima não é imaculada, uma hora vocês vão fazer sex*. – Eu passei as mãos pelo meu rosto.
- Sim, mas não me sinto a vontade conversando isso com você. É constrangedor. Na verdade você que deveria estar desconfortável.
- É, só que não estou. Vocês já avançaram a segunda base?
- Dinaaaah. – Supliquei.
- Fala logo.
- Não, só vez outra eu pego no bumbum. – Pronto, só queria me esconder agora.
- Gente, mas essa Camila ta fazendo jogo duro hein? – Deu risada. – Faz quase cinco meses que estão nessa? Você deve estar aliviando a tensão constantemente.
- Chega, Diana. – Fiz questão de levantar da cama.
- Para, Laura. – Me segurou pelo braço me fazendo deitar novamente na cama. – Quem vê pensa que você é esse poço de inocência toda. Sei bem dos seus rolos passados.
- Falou certo, passado. Agora é diferente, já disse.
- Tudo bem, só comentei que deve estar sendo mais difícil pra você do que pra ela.
- Como assim?
- Ué, Camila é virgem, não sabe como é, então pra ela é mais fácil do que pra você que já conhece.
- Camila é virgem?
- Você é tapada ou o que, Laura? Lógico que é, sua toupeira. Ela deu o primeiro beijo com você.
- Eu sei, eu sei. Foi um lapso só que me deu agora. Vamos mudar de assunto, por favor?
Diana riu, mas atendeu meu pedido. Começamos a falar sobre universidade e discutir sobre algumas profissões. Mal vi o tempo passar, e quando dei por mim já estava de noite. Camila estava me esperando e eu já estava mais do que atrasada. Despedi-me de Diana e dei partida dirigindo até a casa de Camz.
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Assim que parei com o carro na frente da casa, percebi que havia muitos outros veículos estacionados na rua. Um movimento fora do comum. Bati na porta e esperei. Podia ouvir o som que vinha de dentro da casa, muitas vozes e música clássica. Depois de um tempo a porta se abriu, revelando a figura do pai de Camila de smoking.
- Boa noite, Larenn certo?
- Boa noite, senhor Alejandro. – Limpei minha garganta, sua figura me intimidava, com toda sua imponência. – Na verdade é Laura.
- Ah claro. Laura. – Ele continuava parado na porta me olhando. Olhei para o chão antes de olhá-lo novamente.
- É... Camila está em casa?
- Um momento. Entre. – Ele deu um passo pra trás, abrindo um pequeno espaço para eu passar. Assim que entrei, fiquei parada. Ele ainda me olhava. – Vou chamá-la.
Entretanto antes que fizesse o próximo movimento, Camila apareceu no topo das escadas. Suspirei aliviada. Ela estava incrivelmente bela em um vestido soltinho na cor dourado, com brilho degradê e um cinto marcando sua cintura fina. Seus cabelos estavam soltos e com cachos nas pontas. Tinha uma maquiagem leve no rosto que apenas realçava sua beleza natural. Eu tinha um sorriso no rosto sem ao menos perceber. Ela desceu as escadas graciosamente. Assim que se aproximou de nós e eu senti seu perfume, tive que fazer um esforço sobrenatural para não beija-lá.
- Olá, Laura. – Ela me presenteou com sua voz doce e um sorriso deslumbrante.
- Oi, Camila. Boa noite. – Eu sorria para ela também. Pelo menos até perceber o olhar insistente de seu pai e eu me dar conta das minhas roupas. Estava com meus tênis surrados, calça jeans rasgada e uma camisa xadrez velha. Eu ainda não tinha voltado pra casa desde cedo, então estava com a roupa do trabalho ainda. Instintivamente me encolhi, sentindo-me diminuída.
- Camila. – Seu pai começou com uma voz em tom autoritário. – Aguardo sua presença lá no quintal. – Ele virou-se para mim. – Com licença, Laura.
Eu assenti e ele se retirou. Acompanhei-o com o olhar e reparei pela porta de vidro que havia diversas pessoas no quintal, todas vestidas impecavelmente. Havia uma decoração especial e diversas luzes que foram postas. Percebi que o piano estava disposto em um pequeno palco improvisado na grama do quintal. Virei-me para Camila.
- O que é tudo isso?
- Meus pais estão dando um jantar para alguns amigos.
- “Alguns amigos”? – olhei novamente para o quintal. – Seus pais têm bastantes amigos.
- Papai está querendo abrir uma nova firma e está tentando atrair investidores.
- Entendo. Mas por que não me avisou disso tudo? Eu nem sabia que seus pais estariam aqui. Eu ainda estou com as roupas do serviço. – Levei minha camisa ao nariz cheirando-a. – Tô toda suada e fedida.
Camila se aproximou de mim e cheirou meu pescoço. Fiquei tensa no mesmo instante. Estávamos na sala e a divisória para o quintal que ficava na cozinha era toda de vidro, qualquer um que olhasse nos veria. Ela aspirou novamente e dessa vez ch*pou meu pescoço. Na mesma hora me afastei.
- Camila! Está louca? Seus pais estão aqui.
- Só estava verificando o que disse. Lamento, mas tenho que discordar. Você está incrivelmente cheirosa. – Levantei Uma sobrancelha não acreditando em uma palavra do que dizia. Ela sorria pra mim. – E sobre te avisar do jantar, eu pensei que viria de tarde em casa.
- Eu sei, é que passei na casa da Dih e acabei perdendo a hora. – Passei as mãos nervosamente pelo meu jeans. – Então... nós vamos ficar aqui ou vamos pra casa?
- Meu pai quer que eu toque no piano. Uma ou duas músicas, depois podemos ir embora.
- Tudo bem. Podemos ficar aqui na sala?
- Já comeu algo, Laura?
- Eu almocei e...
- Então venha aqui, vamos comer alguma coisa.
- Não precisa, Camila. Logo já vamos pra casa.
- Laura, não precisa se envergonhar. Ninguém vai ligar para a gente.
- Não sei, Camila. Acho melhor ficar por aqui mesmo.
- Ficaremos no canto, prometo.
Apenas assenti, derrotada. Deixei-me ser guiada por ela. Assim que entramos no quintal pude perceber diversos olhares sobre mim. E nenhum era amistoso. Camila me levava pelos cantos até chegarmos numa área escura devido as folhagens que Constance cultivava. Havia garçons passando com petiscos que nunca tinha visto pela área. Assim como bebidas de vários tipos. Quando um deles passou perto de nós, Camila pegou e me deu um canapé. Era de camarão e estava delicioso. Assim como a torrada com patê de truta defumada que comi em seguida. Outro garçom passou e Camila me serviu um Carpaccio verde ao molho mostrada.
Logo a presença de Camila foi requisita por seu pai. Disse que voltaria logo e eu fiquei onde estava mesmo, tentando ao máximo passar despercebida. Ainda sem fazer quase nenhum movimento para chamar a atenção, eu podia sentir os olhares de reprovação sobre mim. Me senti diminuída e tentei ao máximo me distrair.
Camila subiu no placo com seu pai. Ele fez uma breve apresentação e eu podia ver o orgulho que falava de Camila. Ele desceu do palco e Camz sentou-se no piano. Ela suspirou e pude perceber que estava nervosa.
Não demorou e pude escutar as primeiras dedilhadas de Camila. Apesar do meu pouco conhecimento, reconheci ser “Ce qu'on entend sur la montagne” de Liszt. Era uma excelente obra e Camila executava maravilhosamente bem. Estava encantada com sua maestria e desenvoltura. Perdi-me no mundo da música que tocava e me senti emocionada. Camila tinha um dom nato. Tocou por quase meia hora, que para mim parecia ter sido apenas por dez minutos. Quando me dei por mim estava frente ao palco. Tinha andado sem perceber. Assim que Camila terminou, todos explodiram em palmas, inclusive eu. Ela agradeceu e assim que desceu várias pessoas a abordaram para parabenizá-la. Percebi que estava sobrando e voltei para o cantinho que estava.
Depoisi de muito tempo Camila conseguiu ir até mim. Ela sorria e eu também, com o peito transbordando de amor e orgulho.
- Você foi maravilhosa, camz.
- Obrigada, laur.
- Sério, você foi espetacular, sua apresentação foi esplêndida. Adorei sua interpretação.
- Obrigada, mas chega de elogios, vou ficar sem graça.
- Quero te beijar, Camz. – Ela sorriu, seus olhos brilhavam.
- Eu também. – Ela olhou em volta. – Vem, acho que conseguiremos sair despercebidas.
Ela me puxou pela mão e me deixei ser guiada novamente. Passamos rapidamente pelas pessoas. Entramos na cozinha e eu acabei trombando sem querer em um dos garçons. Só tive tempo de desculpar-me rapidamento poque logo Camila já estava me puxando de novo. Saimos da casa sem maiores problemas. A essa altura a rua já estava bem mais cheia com veiculos. Fomos correndo de mãos dadas até meu carro. Procurei nervosamente as chaves no meu bolso e assim que as encontrei, escorregou de minhas mãos.
- Ande logo, Laur.
- To tentando.
Assim que consegui abrir a porta, Camila mal deu tempo deu entrar. Ela me puxou pela camisa para o banco de trás. Antes que eu pensasse qualquer coisa, ela já estava me beijando. Segurei em sua cintura e me deixei ser conduzida no beijo por Camz. Estava ansiosa e com saudades. Sua língua invadia minha boca sofregamente. Travávamos uma batalha deliciosa. Minhas mãos logo acharam seu rumo e inconscientemente foram parar na bunda de Camila. Eu a apertava com vontade puxando seu corpo para mais perto do meu. Ela soltou um gemido abafado e desceu seus beijos pelo meu pescoço.
Eu tentava controlar minha respiração enquanto Camila me dava ch*pões. Subi minhas mãos até sua cintura e a apertava. Ela voltou seus lábios nos meus e circulou meu pescoço com suas mãos. Eu estava sobre ela e deixava apenas metade do meu peso. Apertei seu lábio inferior nos meus e o ch*pei calmamente. Dei leve mordidas nele e pude perceber Camila se arrepiar. Dessa vez eu que me afundei em seu pescoço. Cheirei calmamente para logo começar a distribuir beijos por ele. Quando dei por mim já estava muito próxima ao seu busto.
- Camz... – Falei ofegante. Ela me ignorou e continuou me puxando para outro beijo. – Camz, linda... Vamos pra casa.
- Aqui está tão bom.
- Eu sei, mas estamos no meio da rua e qualquer um pode nos ver. Inclusive sua família. – Ela suspirou.
- Ok, mas me dá mais um beijo. – Eu sorri.
- Te dou todos do mundo.
Selei nossos lábios em um beijo calmo. Eu explorava sua boca delicadamente, transmitindo carinho no beijo. Camila mordeu meu lábio inferior e eu gemi, ainda com o corpo quente do nosso amasso. Voltei a beija-la e finalizei com selinhos. Sorri pra ela e me levantei, ajudando-a a passar para o bando da frente. Procurei as chaves que tinham caído no meio da nossa afobação, fui encontrá-las debaixo do banco. Peguei e liguei o carro. Andava rapidamente, pois sabia que estaria sozinha em casa e lá poderíamos ficar mais a vontade.
Fim do capítulo
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