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Insurreição por veruskasouza

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Palavras: 4049
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Notas iniciais:

Os sonhos serão sempre sonhos, não importam o preço, temos que correr atrá. Isabelle desafiou o seu tempo atrás do seu sonho...

Capítulo 2

2 Influenciada pela vida

 

No outro dia todos estavam muito animados com o início da competição.

Durante à tarde, as trombetas anunciaram o torneio com a presença do Duque, sua família e os convidados na tribuna de honra instalada próximo as arquibancadas.

Eu me esgueirava junto com Irving tentando uma visão privilegiada do evento. Foi aí que eu avistei a entrada dos cavaleiros que foram tomando, um a um, as suas indicações para o duelo rigorosamente feito através de um sorteio.

Tomando suas posições e anunciados os competidores por duelo, as duplas foram entrando:

E assim o primeiro cavaleiro foi largado ao chão pela lança do oponente sendo vencido e desclassificado da competição que seguia sem trégua.

Eu mal podia acreditar no que estava vendo, parecia hipnotizada e assim ficara até a competição seguir durante o seu primeiro dia.

Quando cheguei em casa meu pai, que havia obtido a noite de descanso passou a me questionar sobre o torneio.

O meu entusiasmo era tamanho que me vi assombrada com meus próprios pensamentos. Pela primeira vez na vida comecei a desejar algo que para muitos seria quase impossível:

_ Eu nunca vi nada igual na minha vida, papai, se eu pudesse, um dia iria competir num desses torneios!

Meu pai sorriu descontraidamente e me surpreendeu respondendo com naturalidade ensaiada:

_ Você não teria chances minha filha, ali tem homens muito fortes e poderiam te machucar.

Continuou rindo.

Eu fiquei pensando em como tive coragem de dizer aquilo para o meu pai, afinal de contas, aquele era um torneio de homens e eu era apenas uma pobre garota. Não contente, fiquei martelando aquilo o dia inteiro na cabeça.

Dentre muitos questionamentos que me fazia, um deles era uma constante. Afinal de contas, porque eu não havia nascido o filho homem que o meu pai tanto desejou, poderia ajudá-lo em tantas outras coisas? Infelizmente as coisas não podiam ser assim, o mundo era o que era e eu era apenas uma garotinha que agora sonhava com torneios, cavalos e o mundo que eu poderia conhecer.

Assisti a todo torneio sem perder um único segundo longe das competições, cada vez mais encantada com tudo.

Irving, na maioria das vezes. estava sempre comigo e a gente ia se familiarizando com os cavaleiros, fazendo torcida para aqueles que já julgávamos campeões.

Por fim, o ultimo dia teve muitas emoções desde a vitória do cavaleiro, um nobre de terras distantes por nome Vila Real e a morte do seu oponente, que viria a falecer pela lesão que sofrera.

Uma grande festa fora dada para encerrar o evento, só que desta vez não pudemos presencia-la do palácio, uma vez que nosso amigo fora descoberto pelo pai que o impedira de sair naquele dia.

Enfim, restara-me a lembrança de um dos dias mais felizes de minha vida e a partir daquele momento as coisas mudariam definitivamente.

Depois do torneio Irving, meu colega desajeitado colocou na cabeça que iria ser um cavaleiro e pediu para o pai treina-lo.

Os dias foram passando e eu ia assistir os treinamentos diários do meu amigo, o quanto ele se esforçava para agradar o pai que não tinha muita paciência e o quanto ele não parecia ter qualquer dom para a atividade escolhida.

Era humilhante vê-lo não conseguir se equilibrar com a armadura pesada no cavalo, como era desengonçado ao empunhar a lança. Vez por outra o pai dele se cansava e pedia para eu auxilia-lo no treinamento, e mais que de pressa eu obedecia com satisfação.

Aos poucos começava a ajudá-lo em substituição ao pai que trabalhava muito. Por essa razão, acordava ainda mais cedo para ajudar meu pai em tarefas diárias com o rebanho, a casa, as cercas estragadas para que nada impedisse o meu comparecimento no treinamento do Irving.

Vez ou outra tentava realizar os exercícios do Irving e por incrível que pareça conseguia fazê-los melhor que o próprio e isso me deixava ainda mais feliz com os treinamentos. Em diversos momentos o cansaço insistia em desanimar o garoto, todavia, eu sempre dava um jeito de convencê-lo a continuar.

O pai do Irving às vezes aparecia ao treinamento e vendo o garoto ainda sem a coordenação necessária acabava humilhando-o e dando causa a um desinteresse cada vez maior por parte daquele. Ás vezes o mesmo confidenciava-me a vontade de desistir, mas eu sempre o estimulava dizendo que o pai era exigente demais e que o mesmo estava indo bem para que não parássemos o treinamento.

Passando alguns meses eu já estava praticamente treinando com o Irving, peguei o cavalo dado do meu pai, improvisei uma armadura e uma lança do pai do Irving e começamos nossos mini duelos tornando as coisas bem mais divertidas, principalmente, pelos muitos tombos que dávamos e riamos de nós mesmos.

Estávamos indo bem e o treinamento andava rendendo. Irving tinha melhorado bastante e o pai ficava orgulho. De vez em quando até tentava uns elogios, estimulando o garoto que, ao contrário, parecia se interessar cada vez menos pelo esporte.

A evolução era diária para mim, que acabava me aperfeiçoando cada vez mais por ajudar no treinamento: segurava a lança, conduzia a espada e montava com destreza e agilidade, surpreendendo muitas vezes o próprio Irving que vez ou outra ousava dizer:

_ Se você fosse homem competiria no meu lugar! 

E sorria com uma sinceridade subtendida em ironia.

_ Se eu fosse homem não seria tão boa!

Devolvia sorrindo em tom de zombaria.

E assim os treinos seguiam, ora cansativos, ora divertidos pelos meses que se converteram em anos, tornando os esforços das crianças uma experiência positiva na então chegada adolescência.

As coisas decididamente mudaram com o meu ultimo aniversario. Treze anos e eu estava me tornando uma mulher de verdade, embora diferente das demais garotas da minha idade, minha personalidade forte, senso de responsabilidade e estrutura física desenvolviam-se rápido demais. A delicadeza da infância dava lugar a força do meu corpo esguio, cuja musculatura dividia-se pelo excesso de esforço repetitivo do trabalho no campo, dos treinamentos. Cada dia mais responsável conseguia cuidar da casa e do meu pai deixando pra traz aquela imagem de garota desprotegida e órfã de mãe.

Por sua vez, o foco da mudança principal ocorreu durante o torneio de Northenhan quando fora inserida uma nova categoria durante as disputas, a dos jovens até 16 anos.

Era a oportunidade de fazer o que mais gostava, disputar o campeonato de justa, entretanto, um fator primordial impediria tal façanha, não era permitida a participação de mulheres.

Irving, com incentivo do pai, passou a treinar dobrado para a competição, embora aparentemente não apresentasse a paixão pelo esporte no inicio dos treinamentos, o fato de competir acabou por manter um certo nível de animação.

Os treinamentos fora intensificados até as vésperas do torneio e eu continuava como sua parceira determinada, que torcia pelo bom desempenho do amigo.

Caímos juntos no chão após uma violenta trombada onde rimos por alguns minutos:

_  Desse jeito a minha estréia na juta vai ser mais engraçada que emocionantes!

Falava Irving aos montes de gargalhadas.

_ Nem fale uma coisa dessas! Tantos anos de treinamento pra você bancar o bobo da corte! Eu não quero nem estar perto se isso acontecer!

Continuei sem conseguir parar de rir.

De repente, Irving levantou-se puxando junto minhas mãos:

_ O que deveria acontecer seria você participar desse torneio comigo, não acho justo você ficar de fora, ainda mais depois de tantos anos de treino!

Disse-me fitando os olhos seriamente, demonstrando tristeza na fala.

_ Irving, não se preocupa, eu gosto de treinar, independente se um dia eu puder competir ou não, isso não é um impedimento, faço porque gosto!

 Falei séria e conformada.

_ É assim, que se fala! Pronta para um novo tombo!    

_Dessa vez você vai cair sozinho!

Peguei- o meio desprevenido passando a lança de rasteira nos pés do garoto que caiu de bunda no chão, totalmente sem defesa.

No dia dos inícios dos torneios, como de costume festas de boas vindas às caravanas de ambulantes, comerciantes juntamente com a própria população local foram realizadas com o apoio do Duque que mantinha o costume de financiar parte dos festejos enviando animais e vinhos. Do outro lado do rio, no palacete, estava sendo realizado o baile para os competidores, cavaleiros e nobres.

Pensando em fazer sua estréia na alta nobreza, Irving fora proibido pelo pai de comparecer no baile. O mesmo considerava que a presença do jovem, que jamais tinha competido, seria uma afronta ao baile da nobreza. Com muito custo Irving aceitou seu destino e acabou participando das festas da comunidade divertindo-se de igual maneira.

O clima estava muito tenso na estréia do torneio. Irving mostrava-se duplamente inseguro e o pai, nervoso, dificultava ainda mais as coisas com diversas cobranças. Eu tentava apaziguar os ânimos, dizendo ao garoto que o pai estava ansioso e por isso dizias coisas sem pensar. Eram frases do tipo:

_ Você tem que aprender a ser homem desde cedo, treinou por anos e não deve ter medo de nada!

E também:

_ Espero que não faça fiasco na frente de toda essa gente!

O coitado do garoto diminuía a cada frase ofensiva.

O torneio começou de manha com vários combates onde a disputa mantinha-se cada vez mais acirrada. As premiações superavam em muito os outros anos e dessa forma lutadores das mais distantes regiões vieram em busca das moedas de ouro destinadas ao vencedor.

A tarde seria o início do torneio dos garotos que disputariam as primeiras lutas. Embora pela pouca idade aparente, os mesmos se portavam como adultos e os combates estavam verdadeiramente competitivos.

O primeiro desafio de Irving fora um pouco nervoso. Ele foi derrubado do cavalo, mas acabou dominando o adversário na disputa do solo passando para fase seguinte.

No segundo dia, de um modo geral, os vencedores estavam mais confiante e com Irving não era diferente, o que acabou subestimando sua autoestima, levando-o a uma contusão séria. Quando derrubou e forçou a rendição do oponente, acabou se desequilibrando e caindo por sobre o pé, gerando uma espécie de luxação que fora percebida somente durante a noite, quando o sangue esfriava e as evidencias do inchaço passaram a ser visíveis.

No desespero de ver a oportunidade da vitória do filho caindo por terra, o pai depois do ataque de nervos onde insultou o garoto das piores formas possíveis, me chamou no canto surpreendendo-me com uma ideia totalmente estranha.

_ Isabelle, você é tão boa ou até melhor que o Irving.

Disse num tom de súplica não se importando com a presença do garoto inteiramente arrasado ao meu lado.

_ Como são da mesma altura e o combate exige armadura e o elmo esconde bem o rosto, ficará quase que impossível, as pessoas não perceberão a diferença. Se quiser poderá competir no lugar dele e eu ainda acredito que poderá vencer. Ninguém sabe da fratura e nessas condições não há como competir. Por favor, faça isso ou ele perderá uma grande chance na vida!

Diante da súplica eu não conseguia sequer me imaginar em tal situação. Apenas pensava que seria um grande problema colaborar com uma mentira tão grande. O que o seu pai faria se descobrisse tal coisa? Assim, relutante insisti:

_ Senhor, eu não poderei fazer isso. Seria uma afronta ao torneio, as regras. Eu seria terrivelmente castigada pelo meu pai, por mais que eu queira ajudar o Irving eu não poderia ousar a tanto.

_ Estou te pedindo não só pelo Irving, mas por você também. De que adiantou tantos anos de treinamento? Você também terá somente essa oportunidade, independente da vitória ou da derrota, aproveite porque ninguém saberá que foi você quem lutou.

_Senhor, pelo menos me deixe pensar até amanha de manhã e a tarde decidirei se irei competir.

_ Assim é que se fala! Pense muito bem minha filha, isso poderá mudar sua vida.

Embora eu duvidasse das palavras dele e acreditasse que havia só um interesse, o de preservar a oportunidade do filho machucado eu prometi a mim mesma que iria pensar sobre tudo.

Demorei a dormir e durante a noite orei para que minha mãe intercedesse por mim e me ajudasse a escolher o melhor caminho. De manhà, como combinado fui até a casa de Irving levar minha resposta.

_Senhor, eu tenho uma resposta!

Dirigi-me aquele homem de olhos arregalados e ansiosos.

_O que decidiu menina!

_ Vou competir!

E foi a única coisa que consegui dizer ao ser atropelada por um home ansioso que no minuto seguinte voava sobre as minhas medidas a fim de adequar a armadura de Irving.

Almocei pouco, o que fora perceptível pelo meu pai, que me questionou pensando ser algum problema relacionado a saúde.

Me desvencilhei dos questionamentos com desculpas diversas e fui para o quarto descansar. Pouco tempo depois me levantei e me dirigi ao encontro de Irving e seu pai.

A armadura estava pronta quando Irving a vestiu e eu o acompanhei caminhando até as proximidades do local do Torneio onde ansiosos aguardamos o momento no qual trocaríamos e eu vestiria a armadura e empunharia a lança para o combate.

Foram chamados os cavaleiros e correndo para um lugar escondido próximo as arquibancadas, Irving me passou a armadura e o elmo. Colocando as roupas combinamos que o mesmo ficaria escondido por ali até eu voltar.

O pai dele foi me conduzindo até o local das provas onde eu fui orientada a não dizer qualquer palavra que pudesse estragar o disfarce e assim o fiz.

Um frio na barriga tomou conta de mim quando subi o cavalo e me dirigi para o combate. Todavia, uma energia tomou conta de tal forma do meu corpo que ele parecia estar flutuando. Foi quando o sinal foi dado e o meu instinto me levou a percorrer o mais rápido possível pelo trajeto contra o meu oponente. Durante esse momento um filme rodava em minha mente, desde os primeiros treinos, tudo o que passei até agora quando instintivamente pude firmar minha lança e observar milimetricamente o alvo até que de uma vez num soco seco derrubei meu oponente que permaneceu deitado inerte.

Eu mal podia acreditar, havia vencido. De longe ouvia os gritos da torcida local e no meio dela, escondido, via o pai de Irving acenando.

Conduzi o cavalo até a saída principal corri até o esconderijo a fim de fazer as trocas rapidamente. Após a troca realizada seguimos de volta pra casa nos misturando à multidão que durante o trajeto cumprimentava Irving pela vitória e a passagem de fase ao lado de um pai orgulhoso ao seu lado.

Em casa pude raciocinar melhor sobre tudo o que havia acontecido e a loucura que havia feito. O medo e a angústia assolaram meu peito, entretanto, dentro de mim, no momento exato em que encarei o meu oponente e pude vencê-lo, uma paz interior me fez esquecer os problemas e dúvidas. Naquele momento só havia uma certeza, era aquilo que eu queria fazer pelo resto de minha vida.

No outro dia, as vésperas da ultima fase, acordei de madrugada tendo pela frente os comentários do meu pai sobre as façanhas de Irving na ultima prova:

_ O Irving está surpreendendo a todos, parece até um cavaleiro experiente.

Disse de cabeça baixa engolindo rapidamente o pão molhado no leite recém - fervido.

_ É o que falam pai.

Continuei sem querer dar continuidade na conversa.

Numa pausa rápida, o homem que aparentava pressa levantou os olhos e franziu a testa em direção ao comentário da garota:

_ Hum, eu pensei que você iria se animar de ver o seu amigo conquistando as primeiras vitórias, ainda mais depois de tantos anos de treino.

_ Não é nada não pai, eu estou um pouco cansada, mas eu estou feliz por ele sim.

Disse tentando uma animação meio ensaiada.

_ Bom, já estou indo para o palácio. Até mais tarde.

_ Até mais pai.

 Respondi ainda desanimada.

Durante a parte da manhã correu tudo bem. Organizei a casa, fui até o quintal colher os legumes para o almoço, alimentei as galinhas, porcos, e demais animais domésticos. Ao meio dia, ainda almoçando escuto uma batida insistente na porta. Era Irving e o pai, estavam ansiosos a minha procura para combinar os últimos preparativos e estratégias para a sequência do torneio. Naquele dia iria competir com um jovem, filho de um nobre vindo de um condado do sul. Segundo Irving, era um garoto com grande treinamento e, portanto, deveria me cuidar ainda mais e aguardar um futuro combate no solo.

Acabei não me preocupando muito, pois o que me afligia, na verdade, era a mentira que estava a cada momento criando grandes proporções.

Com a mesma estratégia do dia anterior, vesti a armadura de Irving e me dirigi ao local da competição. As sensações do dia anterior me acompanharam durante a prova. Ao sinal para iniciarmos o embate, conduzi com firmeza a lança e corri o mais rápido que pude em direção ao meu oponente. Na primeira tentativa, ambos conseguimos nos desviar das lanças. No segundo embate, atingi meu adversário num golpe certeiro. Ao cair no chão o mesmo ergueu-se rapidamente, dando vazão a uma luta no solo, razão pela qual parti para cima pulando do cavalo e iniciando uma verdadeiro combate disputado segundo a segundo. Realmente como Irving havia mencionado, o adversário estava muito bem treinado, tanto que num desvio mínimo da minha atenção, conseguiu me ferir o braço, fazendo um corte superficial que só senti depois que o sangue esfriou, depois que consegui vencê-lo com um golpe de pernas, no qual o seu desequilíbrio me possibilitou encerrar o combate.

Fui duplamente aplaudida dessa vez chamando atenção até mesmo da tribuna do Duque que se levantou continuando os aplausos da arquibancada. Eu acenei agradecendo a saudação saindo em disparada a fim de não ter problemas com o disfarce.

Durante a rápida substituição de cavaleiro para moça do condado, Irving chamou atenção para o sangramento do meu braço. Apesar de superficial, o mesmo chegou a pegar alguma veia, ocasionando um fluxo de sangue que rapidamente fora tratado pelo pai de Irving.

Sob as recomendações de pai e filho retornei para casa. Ao chegar pude tomar um banho quente e colocando a cabeça no lugar percebi e tomei consciência que estava a uma disputa de triunfar no torneio.

Um segundo de alegria, horas de preocupação.

Foi isso que aconteceu durante toda a noite que se passou. Não saía da minha cabeça o grande passo que havia dado e a responsabilidade que seria ir à final do torneio e, ainda, a possibilidade de ganhá-lo. A ansiedade me proporcionou observar o amanhecer em toda sua intensidade, só depois meus olhos puderam descansar.

No dia “D” almocei quieta. E com um pouco de sorte, meu pai não pudera vir almoçar em casa, o que me impediu de ensaiar mil e uma desculpas, caras e gestos que pudessem esconder minha preocupação e ansiedade. Como noutro dia, Irving e pai apareceram cedo, todavia, com recomendações para que eu me protegesse ao invés de me preocupar em ganhar o torneio, uma vez que já estava machucada e o meu oponente era confirmado como favorito. As qualidades inúmeras que favoreciam a vitória do meu adversário vinham desde atributos físicos, técnicos e a estratégia que o levaram até a final. Houve um momento no qual fora me sugerida uma possível desistência, mas já era tarde para o meu coração sair em fuga quando eu não tinha mais forças para fugir.

Seguimos o trajeto dos últimos dias em silêncio. A tristeza de todos pareciam já ter me condenado à derrota antes mesmo do combate ter iniciado. Todos tínhamos pisado ao chão e percebido a enorme distancia até então caminhada. Enfim, era uma tremenda responsabilidade divida entre todos, o que poderia trazer conseqüências irreversíveis de diversas formas a nossas vidas.

Não acompanhamos nenhuma luta durante quase todo o fim do torneio. Estávamos concentrados aguardando o momento das trocas e o momento que conduziria a luta. O clima era tenso. O pai de Irving, vez o outra me olhava com preocupação e um certo ar de arrependimento. Mas nada do que dissesse conseguiria tirar o meu foco ou me impedir de encarar meu destino. Não sabia se estava pronta, mas tinha certeza de que deveria seguir em frente.

O momento esperado chegou para os que o aguardavam. Nos entre olhamos ao sinal da ultima luta antes da de Irving, era o momento das trocas. Mais alguns instantes e eu estaria totalmente composta como um cavalheiro.

Saí em silêncio rumo ao embate. Nos despedimos apenas com olhares aflitos. Senti um frio percorrendo toda minha coluna até minha nuca, fazendo formigar da cabeça ao último fio de cabelo. Já não podia pensar em retroceder, eu só continuava e já não ouvia os gritos e incentivos da torcida enquanto caminhava no meio de todos.

Lembro-me de subir no cavalo, empunhar minha lança e seguir. Parecia estar flutuando durante os poucos metros que me separavam do meu destino. Não conseguia sentir absolutamente nada, só ouvia a voz dentro de mim que falava em parábolas indecifráveis, misturando a realidade da fantasia, do surreal quando minha consciência não mais controlava meus atos.

Uma lâmpada se ascendeu dentro de mim na sinalização para o embate. De repente um estalo me acordou do surreal e minha visão foi restaurada, eu estava me enxergando no jogo e sentia o meu adversário, na verdade, podia sentir o que ele pretendia, eu o via pelo cheiro, pelo som e demais sentidos, não sabia como, mas sentia-o.

Segui com a lança turvada levemente para baixo e ao sentir a aproximação do meu oponente conduzi a mesma a exatos 180 graus com desvio corporal a leste, o que me possibilitou maior defesa em relação a lança do meu adversário e conduziu-me ao acerto seco na região do abdome do jovem que caiu rasteiro no solo quente.

Durante a volta, acabei sendo atirada ao chão por um descuido e o embate de solo foi inevitável. Durante diversos minutos travamos uma batalha que parecia não ter mais fim devido a pericia e extrema qualidade técnica de ambos. Num momento, o braço machucado foi atingido oferecendo a vantagem para o meu adversário que facilmente me desarmou da espada. Quando tudo parecia se voltar contra mim, a minha força e vontade de vencer conduziu-me ao acerto que culminou no golpe decisivo do combate onde depois de desarmar meu oponente, consegui a imobilização total e a rendição do mesmo causando grande comoção e grande comemoração geral dos presentes.

Caí exausta no chão. Quase já não podia respirar. De repente senti as mãos que me erguiam e me aproximou até a tribuna do Duque onde todos de pé me receberam aos aplausos.

As vistas começaram a desembaçar e agora eu via nitidamente todos em volta e em cima da tribuna.

Um sinal foi feito, o Duque desejava falar e, assim, um silencio geral abril espaço.

_ Parabéns meu jovem! Fazia tempo que não tínhamos presenciado tanta valentia!

Disse o Duque expressando alegria pelo resultado.

_ Tenho muito prazer em presenciar disputas com cavaleiros tão capazes, ainda mais, aqueles que pertencem a minha região, pois mais que um prazer é também motivo de orgulho para todos nós termos um vencedor a quem incentivar nossos jovens e adultos!

Com muitos aplausos o Duque termina continua.

_ Assim, parabenizamos aos vencedores do torneio e também aos participantes pela coragem. Os aplausos abafaram qualquer tentativa de continuação por parte do Duque, o que me fez fazer uma breve reverencia e aproveitar a oportunidade, sair de fininho para não dar lugar a mais conversa. Todavia, os meus planos não puderam ser executados e quando virei às costas para sair fui segurada pelo assistente que me virou novamente para a tribuna. Todos se calaram.

_ Meu jovem, apesar do nome conhecido, você não espera sair sem mostrar o seu rosto para esta multidão agradecida pelo vosso espetáculo!

Disse o rei sorrindo. Ao meu lado o assistente me cutucava, mas eu inerte continuava.

_Anda garoto, o Duque está esperando.

Dizia o baixinho num tom preocupado.

_ Tira logo esse elmo!

 

Exclamou e me empurrou forte. Com o Duque aguardando, minhas pernas bambearam como não fizeram em todo torneio. Não havia saída, nem a mínima possibilidade de fuga. Aceitei meu destino e retirei lentamente o elmo.

Fim do capítulo

Notas finais:

Os capitulos serão realmente grandes e isto é proposital, meus queridos!Aguardo as criticas de sempre e o apoio costumeiro que tanto me faz feliz. Sem esquecer gostaria que soubessem que meu trabalho autoral como compositora musical se extende ao talento da minha grande amiga e cantora Viviane Cantarella. Baixem o link e ouçam as músicas do seu novo trabalho e ajudem a divulgar este grande talento, que também é parceira no movimento GLBT. Por favor, baixem e ouçam

http://www.4shared.com/mp3/xnr_9KE4ce/09_7_regras_2015_ok.html

http://www.4shared.com/mp3/tK3bHoFrba/04_meu_erro_2015_ok.html 

http://www.4shared.com/mp3/kTrCb1v5ba/03_me_devora_2015_ok.html

 

http://www.4shared.com/mp3/5LMglvqG/perdo_viviane_cantarella_mp3.html


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