With the Stars por Alex B
Capítulo 5
Havia se passado uma semana desde que tinha entregue o pato para Camila. Depois disso, mesmo eu indo com uma frequência até considerável na casa de Diana eu quase não a via. As vezes que acontecia de nos encontrarmos, eram sempre encontros rápidos. Ela estava ajudando a mãe a ir atrás de uma casa, papelada da escola e na semana seguinte o pai chegaria. Era final de tarde de um sábado, eu estava largada no chão da sala dos Hansen enquanto assistia a um filme que por sinal já estava terminando, Diana estava roncando no sofá atrás de mim, ela pegara no sono na metade do filme. Não havia ninguém na casa além de nós.
Quando escuto o barulho de chaves e logo em seguida o som da porta se abrindo eu levanto minha cabeça e olho pra trás para ver quem tinha chegado. Era Camila. Ela estava usando um vestido rosa colado até na cintura e solto a partir de então, estava com uma bolsa no ombro e algumas sacolas na mão e ainda não tinha percebido minha presença, me levantei e dei uma espreguiçada, foi ai então que ela olhou em minha direção.
- Ah ,Oi Laura, Tudo bom? Não sabia que estava aqui! – ela me deu um sorriso lindo.
- Então, ultimamente eu tenho passado mais tempo aqui que você. – Retribui o sorriso. Ela deu uma risada baixa.
- Estou ajudando minha mãe com as coisas da mudança e essa semana está realmente corrida. – Assenti com a cabeça e fui até ela e lhe dei um beijo na bochecha, cumprimentando-a. Aproveitei e peguei algumas sacolas de sua mão para ajuda-lá. Dirigimos-nos para a cozinha, coloquei as sacolas na mesa e sentei na cadeira. Camila começou a tirar as compras da sacola e guarda-las.
- Então, já acharam uma casa? – Perguntei enquanto a observava, podia ser coisa da minha cabeça, mas sempre que a via ela estava cada vez mais bonita.
- Mais ou menos, tem uma em vista, é inclusive perto daqui! Eu gostei bastante e minha mãe também, só vamos esperar meu pai chegar na Terça e ver se ele aprova.
- E da escola o que achou?
- Adorei a escola, gostei muito da estrutura dela e achei bem organizada.
- Diana me contou que você é muito inteligente. – Ela abriu um armário no alto e estava na ponta dos pés para tentar guardar uma caixa de cereal. Me levantei da cadeira e me aproximei devagar dela por trás, quase colando meu corpo ao dela. – Quer ajuda? – Seus pelos da nuca arrepiaram quando sussurrei em seu ouvido enquanto colocava uma mão apoiada levemente em sua cintura e com a outra pegava a caixa de cereal e a colocava no armário. Camila se virou pra mim, apoiei a mão livre no balcão enquanto a outra permanecia descansando em sua cintura. Era evidente a atração que eu sentia por ela, tudo em Camila me chamava a atenção e me fazia ter a necessidade de estar perto dela o tempo todo, ela me encantava de uma maneira com a qual jamais me senti antes. Ela me olhava nos olhos e eu em momento algum ousei desviar o olhar, entretanto não consegui decifrar o que poderia estar sentindo, ela não retirou minha mão de sua cintura e apesar de não ter demonstrado se gostou da aproximação ela, no entanto, também não se afastou. Resolvi me afastar antes que fizesse algo que poderia me arrepender depois. Mesmo com meus instintos gritando para que me aproximasse novamente, eu apenas me sentei na cadeira que estava antes. Levantei o olhar,e ela ainda estava na mesma posição e ao ver que eu estava a olhando se virou novamente e continuou guardando as compras.
- Diana exagera, só mantenho minhas notas num nível aceitável. – Ela retomou o assunto de antes.
- Você pretende fazer qual faculdade?
- Não sei. Não costumo pensar muito sobre o futuro, ainda estou meio indecisa. E você? Tem cara de quem irá fazer algum curso de exatas. – Ela se virou pra mim e lançou um sorriso, Camila era sempre tão natural e espontânea.
- Na verdade eu também ainda não sei o que vou fazer. Realmente eu amo exatas, mas não descartei algo em outra área ainda. Vamos ver, ainda temos um ano inteiro pra decidir.
- Claro, temos sim. – Ela me deu outro sorriso, sem mostras os dentes – Onde está Diana?
- Dormindo no sofá, mal aguentou chegar na metade do filme e já estava capotada. – Ela riu, e dessa vez sorri junto.
- A cara dela fazer isso.
- A cara de quem fazer o que? – Diana apareceu na cozinha bocejando e com cara de quem tinha se drogado durante três dias.
- Estávamos falando justamente de você, de como é chata e tentando entender porque nos te aturamos! – Respondi enquanto roubava uma maçã da fruteira em cima da mesa.
- Me atura, Carter, porque sou a única que também te atura.
- Mentira que a Kate me ama.
- A Kate, tadinha, faz caridade com você, é diferente entendeu? – Camila riu e Diana pegou a maça que eu estava comendo. – E pare de comer minhas maças, vou mandar a conta pra tua casa.
- Eu comprei mais Diana. – Camila respondeu. – Deixa ela comer. – Ela sorriu pra mim e piscou.
- Claro que deixo Mila, até parece que ligo! Daqui a pouco minha mãe adota a Laura, porque praticamente mora aqui já.
- Tudo bem, tudo bem! Sinto que essa é minha deixa, mais tarde nos falamos,pode ser? Ou vai sair com Henry? – Diana apenas deu de ombros. – Me manda mensagem quando decidir. E... hum, Camila, me passa o numero do seu celular? Pra gente se falar e bom, sempre que Diana te trocar pelo Henry, é só me dar um toque que nós fazemos alguma coisa.
- Você sendo sempre uma pessoa útil, Carter. Ainda mais com minha prima. – Lancei um olhar mortal para Diana.
- Claro. – Camila não pareceu ligar e me passou o número, depois disso me despedi e segui até minha casa. Alice tinha pedido minha ajuda com o basquete, ela pretendia entrar para o time da escola e estava treinando com ela sempre que podia, havíamos feito uma cesta no quintal de casa, coisa provisória, meu pai prometeu colocar depois uma cesta decente, e pelo horário eu estava atrasado para o nosso treino e não a tinha avisado. Alice com certeza ficaria estressada.
Assim como previsto Alice brigou comigo pelo atraso. Treinamos por um bom tempo, e conversamos bastante também. Ela me contou que estava ficando com um menino do time de futebol americano, e que achava que estava se apaixonando.
Bom, se ele era do time de futebol americano, Henry provavelmente conhecia e eu com certeza iria pedir uma ficha completa dele, só para garantir que Alice não iria se machucar e que o menino valia a pena. Depois do treino entramos para preparar a janta, como minha mãe estava de plantão e meu pai ainda não havia chego, eu e Alice cuidamos do jantar. A louça ficou por conta do Sean, então assim que terminei subi para meu quarto, coloquei algumas músicas para tocar e fiquei pensando, peguei meu celular e olhei para o número de Camila, ela ainda não tinha o meu, então decidi mandar uma mensagem de boa noite e me identificar. Não demorou muito e ela respondeu com um ‘boa noite’ também e um durma bem. Sorri depois de ler, eu certamente dormiria muito bem depois daquela mensagem, que apesar de simples, me deixou feliz.
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Estava na cama, de olhos fechados, tinha a intenção de passar a manhã toda de domingo dormindo, apesar de não abrir os olhos sabia que estava começando a amanhecer, e por ser tão cedo ainda, estranhei quando percebi que a porta do meu quarto foi aberta, cuidadosamente. Me fingi de morta. Seja lá quem fosse que mudasse de idéia e me deixasse fundir com a cama até quando meu corpo cansasse. Entretanto não foi o que aconteceu. No segundo seguinte mal pude respirar, um corpo havia pulado em cima de mim com tudo, sem dó nem piedade.
- Acorda Laura, saia dessa cama imediatamente! Olha que dia lindo e você dormindo aqui. – Reconheci a voz de Kate falando alto no meu ouvido.
- Qual é Kate, não são nem sete horas ainda, o que faz aqui? – Peguei o travesseiro o cobri minha cabeça.
- Deixa de ser preguiçosa e levanta dai. – Ela se levantou da cama e puxou meu edredom, me deixando apenas com meu pijama, um baby doll azul claro e meu travesseiro. – Tenho um convite a fazer, o que acha de passarmos o dia na fazenda do meu tio?
O tio de Kate era um senhor viúvo e muito rico. Não sabia muito bem o que ele fazia, mas era algo relacionado a gado. Tinha diversas fazendas pelo estado, porém a fazenda que Kate se referia era uma perto da cidade, uma hora e meia de viagem. A fazenda era imensa com direito a um Haras particular e uma cachoeira dentro dos limites das terras. Sempre íamos lá passar algum fim de semana, a casa ficava quase sempre vazia, era muita mais habitada pelos empregados do que pelo tio de Kate, que vivia viajando.
- Troy vai? – Me virei para encarar Kate, que acenou positivamente com a cabeça. – Diana e Henry também vão?
- Claro.
- Ah muito obrigada pelo convite então, não estou afim de segurar vela de dois casais. - Voltei a afundar minha cabeça no travesseiro. Kate voltou a se aproximar de mim, ou melhor, subiu nas minhas costas.
- Bom, nem mesmo se Camila também for? – Pude sentir que Kate sorria, mas ainda assim não ousei me virar para ela.
- Camila também vai?
- Claro que vai. Eai o que me diz?
- Ok, eu vou.
-Sabia que ia mudar de opinião. – Ela se levantou da cama novamente. – O que um nome não faz não é?
- Nada a ver, Kate. Estou indo porque alguém precisa ser o responsável. – Kate deu um risada gostosa.
- E você seria esse responsável? Acho que não. Além do mais, não é como se você disfarçasse muito bem o interesse na Camila.
- Eu não estou interessada nela ok? Já basta a Diana e suas inConstanceações, não me venha você também.
- Aham ok. Por hora deixaremos assim. Vai, levante-se logo e vai se arrumar. Daqui uma hora em ponto Troy e eu passaremos aqui pra te buscar. Não se atrase. – Kate saiu do quarto fechando a porta.
Percebi que estava com um sorriso no rosto desde quando Kate disse que Camila também iria. Foi involuntário. Animei-me com a possibilidade de passar o dia todo com ela. Teria a oportunidade de mostrar um dos meus hobby’s, andar a cavalo. Eu adorava ir a esta fazenda do tio de Kate por causa disto, seu haras particular me permitia perder horas a fio em cima de um cavalo.
Dito e feito uma hora depois Kate e Troy estavam na porta de casa. Me despedi dos meus pais e de Sean, Alice tinha ido passar o dia com suas amigas no clube. Assim que entrei no carro fui recebida por um caloroso ‘oi’ de Troy. Kate, que dirigia o carro, deu partida e foi rumo a fazenda.
- Diana, Henry e Camila não iam também?
- Eles vão, mas devem ir lá pela hora do almoço. – Foi Troy quem me respondeu.
- Hum, entendi.
Assim que percebi já havíamos chego na fazenda, ajudei a descer algumas coisas do carro e levei para a cozinha, cumprimentei alguns empregados que estavam por ali.
- Leve suas coisas para um dos quartos de hospedes Laura, você já sabe onde fica. Meu tio está viajando, temos a casa apenas pra nós.
Acenei com a cabeça positivamente e me digiri para o andar de cima. Entrei no quarto e deixei minha mochila numa poltrona. Não havia levado muitas coisas, só trajes de banho pra quando fossemos entrar na cachoeira e uma muda de roupa. Peguei meus óculos de sol e fui ate a janela, de lá pude ver Troy correndo atrás de Kate, e quando a alcançou os dois caíram na grama e ficaram se olhando por um tempo, logo mais começaram a se beijar. Sorri com a cena, eles tinham a sorte de um amor tranquilo. Se um dia eu amasse um décimo do que eles se amam e fosse retribuída já me daria por satisfeita. Peguei meu celular e tirei uma foto deles. Olhei mais adiante e pude ver o lugar onde ficavam os cavalos. Dois deles estavam andando pela Arena acompanhados por Robert, o tratador.
Desci as escadas calmamente, observando os quadros pendurados na parede. Para um homem viúvo, o tio de Kate tinha muito bom gosto para a decoração da casa. Fui até a porta dos fundos da casa, e fiquei parada observando o casal que ainda estavam deitados na grama, os dois de barriga pra cima olhando o céu.
- Vão pra sombra pelo menos. Não dou mais que meia hora para o Troy estar que nem camarão.
- Falou a pessoa que é transparente. Não tem moral não, Laura.
- Cala a boca, Troy. – Dei risada.
Cheguei perto deles e dei uma mão pra cada, ajudando-os a se levantarem ao mesmo tempo.
- Ainda são dez horas, o que vamos fazer? – Perguntei enquanto os observava tirar a grama da roupa.
- Troy já quer ir para a cachoeira, o que acha?
- Huum podem ir, vou conversar com Robert e andar um pouco a cavalo, tudo bem?
- Claro, Troy e eu vamos ficar lá até a hora do almoço, depois passo no haras e te pego pra almoçarmos ou se mudar de idéia já sabe onde fica a cachoeira.
- Ok, pode ser.
- Aqui, Laura. – Troy tirou seu boné e colocou na minha cabeça. – Fica com ele.
- Obrigada.
Fiz um rabo de cavalo e o passei pelo boné, ajeitei na cabeça e dei um ‘ok’ com a mão para ele. Eles retornaram para a casa para trocarem de roupa e eu me dirigi para o Haras. De longe Robert me viu e acenou. Quando cheguei perto, subi na madeira da cerca da arena e sentei. Robert me deu um imenso sorriso, era um homem por volta de seus trinta e cinco anos, solteiro, bonito,barba por fazer, porte físico de um atleta e um sedutor nato. Se passaria facilmente por um rapaz de dez anos mais jovem.
- Laura, quanto tempo! Assim que você e dona Kate entraram de férias achei que a veria mais por aqui.
- Pois é, também achei, mas essas férias estão sendo bem agitadas.
- Não espere um convite da Kate para vir aqui, sabe que tem passe livre. – Kate e Mário, tio da Kate, já haviam me dito isso e avisado Robert, sempre que quisesse poderia vim ver e andar a cavalo. Mario também era apaixonado por cavalos e das vezes em que conversamos, a maior parte do tempo o assunto era esse.
- Eu sei, mas fico sem graça. Não se preocupe, vou tentar vir mais vezes.
- Lola estava com saudades sua, quer dar uma volta nela?
- Claro, por favor! Também estava morrendo de saudades dela. – Lola era uma égua toda branca exceto pelas patas marrons e uma mancha grande também marrom no olho direito.
- Vou buscar ela pra você, já volto.
- Tudo bem.
Tinha me apaixonado desde a primeira vez que vi Lola, ela costuma ser arisca, entretanto comigo ela não o é. O que me faz sentir importante. Vi Robert chegando com ela e desci da cerca, fui me aproximando deles lentamente. Ele fazia carinho em sua crina e ela já estava com a sela. Deu-me espaço e montei.
- Vai andar aqui na arena ou pela fazenda?
- Por enquanto vou ficar aqui dentro. Obrigada, Robert.
- Qualquer coisa é só me chamar. Vou alimentar os outros cavalos.
- Lola não vai comer?
- Ela já foi alimentada, não se preocupe. Fique a vontade.
Assenti com a cabeça. Comecei a andar lentamente pela arena, explorando o local, aproveitando o fato de depois de muito tempo sem andar a cavalo. Deixei me perder em pensamentos. O fato de Camila ter mexido de uma forma incrível comigo me deixava de certa forma incomodada. Não queria admitir, mas era meio que inevitavel, porque quando estava com ela eu não pensava nas consequências, apenas queria estar ao seu lado.
- Não sabia que andava a cavalo. – E como um imã que procura seu lado oposto, Camila estava ali, encostada na madeira da cerca, onde eu mesma estava antes. Seu cabelo estava trans*do, e ela vestia um short azul claro e uma blusinha de alça branca, estava linda.
- Há muitas coisas ainda a meu respeito que você não sabe. – Sorri pra ela.
- É verdade, mas tenho tempo agora, não se preocupe.
- Chegou faz muito tempo aqui? Pensei que só viriam depois do almoço.
- Conseguimos vir antes. Chegamos há uns vinte minutos, descemos as coisas do carro e um dos empregados falou que Kate e Troy estavam na cachoeira. Diana e Henry já foram pra lá.
- Porque não foi com eles pra cachoeira? E como sabia que eu estava aqui?
- Diana disse que você muito provavelmente estaria aqui, e como queria te ver, vim pra cá. – não pude deixar de sorrir ‘e como queria te ver’.
- Ficou esse tempo todo me olhando? Por que não me chamou logo?
- Você parecia estar no seu próprio mundo, Laura. Não quis te incomodar.
- Você nunca incomoda, tenha certeza disso. – Ela sorriu. - Hey quer andar de cavalo também? – Cheguei mais perto de onde ela estava.
- Ah eu nunca andei de cavalo antes, tenho medo. Acho melhor não.
-Não precisa ter medo, é muito tranquilo andar a cavalo. Faz assim, você monta comigo, pode ser? A gente da uma voltinha e se mesmo assim não se sentir a vontade nós paramos. – Ela me olhou e pareceu pensar por um momento.
- Tudo bem, vou confiar em você.
- Não vai se arrepender, eu garanto. – Desci de Lola, com a intenção de trocar de égua,já que ela era arisca e não queria que Camila se assustasse. Estava distraída procurando por Robert com o olhar para chamá-lo e pegar um cavalo mais manso, assim que o avistei fiz sinal para que viesse ate onde estávamos. Camila entrou pela porteira e quando me dei conta estava fazendo carinho na crina de Lola. Quem acabou se assustando foi eu. Olhei de Camila para Lola sem acreditar, ela estava aceitando o carinho de Camila como se já tivessem uma intimidade própria. Geralmente Lola não deixava nem que chegassem muito perto, quem dirá fazer carinho.
- Como ele se chama? – Camila perguntou olhando para mim.
- É... é ela. Se chama Lo... – tossi- Ela se chama Lola.
- Ops, me perdoe pela indelicadeza Lola. – Ela voltou sua atenção para Lola – É um bonito nome, garota, assim como você. Aposto que tem muitos pretendentes por aqui.
A essa altura Robert já havia se aproximado, e estava tão incrédulo quanto eu observando a cena de Camila fazendo carinho em Lola. Ele estava do meu lado, eu ainda segurava as rédeas e Camila até então parecia não ter notado sua presença
- Tudo bem, Laura? – Robert perguntou. Camila olhou para nós, lançando um sorriso simpático pra Robert, que retribuiu.
- Anh acho que sim. É.. Robert, esta é Camila, prima de Diana. – Ele estendeu a mão para ela se cumprimentarem. – E Camila, este é Robert, ele trata dos cavalos daqui.
- Prazer, Robert. – Ele assentiu com a cabeça e murmurou um ‘igualmente’.
- Robert, eu ia pedir um cavalo manso para que eu e Camila pudéssemos andar, mas agora não sei, Lola e ela parecem ter se dado bem. O que acha? – Camila franziu a testa e nos olhou.
- Apesar de estar com você ainda, e do aparente entrosamento que a Lola teve com Camila, acho melhor pegar outro animal, só pra garantir. Mas devo admitir, eu só vi Lola aceitando uma pessoa assim uma vez, e foi com você,Laura. – Eu sorri com aquilo. Robert pediu licença para Camila e levou Lola.
- Por que não podemos andar com a Lola?
- Camila, Lola é uma égua muito arisca, e por vezes até agressiva.
- Ela não me pareceu agressiva, se me permite, achei ela muito meiga.
- Por algum motivo que não sei explicar, ela não foi arisca com você.
- Mas você estava andando nela.
- Aham, por algum outro motivo que eu também não sei explicar ela não o é comigo. Robert demorou um tempo pra doma-lá e ela acabou se acostumando com ele também, mas fora isso ela não costuma aceitar muito bem a aproximação de pessoas. Kate mesmo não consegue chegar perto dela.
- Talvez ela só seja mal compreendida
- Talvez.
Robert retornou com um cavalo marrom. Deixou o cavalo comigo e perguntou onde andaríamos, desta vez preferir andar pela fazenda. Ajudei Camila a subir e logo em seguida subi também. Robert abriu a porteira e comecei a andar. Camila estava na minha frente de modo que eu tinha que ficar bem próxima ao seu corpo para poder guiar. Seu cheiro me desconsertava totalmente, me inebriava. Percebi que seu corpo ainda estava meio tenso.
- Relaxe, não precisa ter medo. Eu estou aqui com você.
Ela virou um pouco o corpo para poder me olhar, isso nos deixou mais próximas, encarei seus lindos olhos e ela me deu um sorriso assentindo com a cabeça. Fomos andando pela fazendo a trotes lentos, um devagar caminhar. Conforme íamos andando ia apresentando a fazenda a Camila. A fazenda era quase completamente coberta por grama, por pastagem. Exceto por uma parte, quase ao final da fazenda, que por sinal não era pequena, em que havia uma plantação de girassóis, era lindo aquela parte, e foi obra da falecida esposa de Mário. Depois de sua morte, Mario não ia mais com tanta freqüência naquela parte, dizia que aquele lugar lhe trazia muitas lembranças de sua esposa e por isso não conseguia nem ao menos chegar perto. A fazenda era meio montanhosa e assim que subíamos um morro conseguíamos ver a plantação. Queria levar Camila até La, e estávamos subindo este morro.
- Vou te mostrar um lugar lindo daqui. Tenho certeza que irá adorar.
- Aposto que sim, a fazenda é linda. E ainda não vi a cachoeira.
- Depois daqui, passamos por lá pra encontrar com o pessoal, tudo bem?
- Claro.
A essa altura estávamos a poucos passos do topo. Fiquei olhando Camila, observando sua reação. Assim que os girassóis entraram no nosso campo de visão a boca de Camila se abriu em um perfeito ‘O’ para depois um lindo sorriso tomar conta de seu rosto. Sorri junto com ela.
- Laura, isso aqui é lindo! – ela se virou para falar comigo.
- Aham, muito bonito. Ainda mais esse horário em que eles estão todos para cima.
- Podemos descer até lá?
- Podemos sim.
Comecei a descer o morro indo em direção aos girassóis. Chegando La desci do cavalo e ajudei Camila a descer. Confesso que segurar sua cintura me fez arrepiar. Havia um tronco ali, fui até lá e amarrei as rédeas do cavalo. Quando me virei Camila já estava entre os girassóis, com os braços abertos, sorri com a cena, ela estava simplesmente linda.
- Vem aqui, Laura. – não demorou muito e me juntei a ela.
- Gostou daqui?
- É maravilhoso.
- A mulher de Mário quem fez esse campo de girassóis. Se eu não me engano a família de Antonieta é francesa e na casa dos avós dela, na frança, havia um campo como esse. Quando ela veio para os EUA com os pais, conheceu o Mario, ele disse que assim que a viu foi amor a primeira vista. Assim que eles vieram morar nessa fazenda, Antonieta fez questão de fazer este campo de girassóis.
- Nossa, que bonito. E você acredita em amor à primeira vista, Laura?
- Não sei bem se a palavra certa seria ‘amor’, acredito em uma atração muito forte que você possa sentir pela pessoa, alguma conexão sabe? E depois com o tempo essa afinidade, conexão se estreita e as pessoas se apaixonam, e ai sim vem o amor pela outra pessoa. E você o que acha?
- Acredito que o amor possa se manifestar a primeira vista sim, e de forma arrebatadora ou também como uma amostra, uma prévia sabe? E depois vai ficando mais forte, essa segunda opção não se distancia muito da sua própria teoria. Acredito em almas gêmeas também, que existe uma metade sua por ai, e quando você encontra essa pessoa, pela primeira vez, você sabe que ela é destinada a você. Você sente isso. Acho que isso seria o amor à primeira vista, o reconhecendo de duas almas gêmeas.
- E você já sentiu isso?
Camila apenas me lançou mais um de seus lindos sorrisos e saiu correndo pelo campo. Não aguentei e corri atrás dela. Não estava muito longe, mas Camila parou de repente e como eu estava atrás dela, foi inevitável que nós trombássemos e nos levei diretamente ao chão. Camila ria descontroladamente e eu apenas conseguia admirar sua beleza.
- Você está bem, Camila? Não se machucou?
- Está tudo bem, não se preocupe. Acho que você tem uma atração em cair comigo. – Eu ri.
- Eu não tive culpa, em nenhuma das vezes. – Percebi que ainda estava sobre seu corpo e que isso poderia a machucar. Me levantei e ajudei ela a se levantar também. – O que deu em você pra sair correndo? Já viu o tamanho disso aqui? Poderia muito bem se perder no meio desse monte de girassóis.
- Tenho certeza que se eu me perdesse você me acharia. – Sorri com aquilo, tinha a impressão que iria até o inferno por ela, sem pensar duas vezes.
- Vem, vamos voltar. Já deve ta na hora do almoço e o pessoal deve estar procurando a gente. – peguei em sua mão e nos guiei de novo até onde tínhamos deixado o cavalo.
Ajudei ela a subir de novo, desamarrei a guia e subi também. Fui em um andar lento de novo, bem devagar, para aproveitar a paisagem e claro, a companhia de Camila.
- Você sujou suas costas.
- Sério? Limpa pra mim? – Passei a mão em suas costas, limpando a pouca terra que tinha ali, quando percebi minha mão estava repousada em sua cintura e eu não queria tirar ela dali.
- Quer guiar um pouco?
- Tem certeza?
- Tenho sim, é bem tranquilo. – Passei a guia pra ela, e minha outra mão ainda estava em sua cintura. – Aqui segure. É só segurar, se quiser virar pra direita ou para a esquerda é só puxar a guia pro lado. Se quiser parar você puxa ela pra trás, ok? – ela assentiu com a cabeça. – E se quiser um pouco mais rápido é só bater levemente com os pés, ok?
- Na teoria parece fácil.
- Vou te mostrar como faz cada coisa. – Tirei minha mão de sua cintura e coloquei em cima da mão dela que estava com a guia, e fui mostrando como fazia cada coisa. Na hora que acelerei um pouco o trote do cavalo ela assustou e pediu para andar devagar novamente. – E ai, deu para pegar?
- Deu sim. Agora só me diz em que direção tem que ir.
- Tudo bem. Pode ir tocando reto.
Depois de um tempo chegamos na cachoeira e já não havia mais ninguém por lá. Ficamos só um tempo, Camila quis descer para molhar os pés e o rosto por conta do calor, eu a acompanhei. Assim que chegamos na casa, antes de entrar Robert veio buscar o cavalo e nos informou que o pessoal estava na sala. Entramos e Troy e Henry estavam jogando cartas sentados no chão.
- Onde estão as meninas? – perguntei. Eles levantaram o olhar para nós.
- Demoraram, estávamos esperando vocês para comer. Sumiram. – Foi Troy quem respondeu.
- Laura me levou para conhecer a fazenda a cavalo, fomos até a cachoeira e não estavam mais lá.
- Não faz tanto tempo assim que chegamos também, Diana e Kate estão La em cima e já devem descer. – Henry disse enquanto voltava sua atenção para suas cartas na mão.
Camila também subiu. Logo mais as meninas desceram e fomos almoçar. Depois do almoço os meninos quiseram voltar para a cachoeira, subi para pegar minha roupa de banho. A tarde passou rápido, ficamos basicamente na cachoeira, levamos coisas pra comer por lá e fizemos um piquenique. Sempre que podia admirava o corpo de Camila, era perfeito e me esforcei muito para não ficar apenas a admirando. Fizemos até briga de galo, cada um com seu respectivo namorado, e eu e Camila como outra dupla. Quem acabou ganhando foi Kate e Troy, em segundo ficou Diana e Henry. Camila e eu perdemos de cara, ela era muito ruim e não conseguiu derrubar ninguém, mesmo eu a incentivando aos gritos. Acabou dizendo que atividades que envolviam força física não eram seu forte. A noite começou a cair e resolvemos voltar para a casa. Jantamos e logo arrumamos nossas coisas para irmos embora antes que ficasse muito tarde.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Ana_Clara
Em: 04/11/2015
Então no caso delas foi amor a primeira vista! Essa sintonia que elas têm é muito gostosa de se acompanhar. A Cam consegue ser totalmente fofa nesses momentos. Confesso que fiquei curiosa para saber o que ela pensa da Laura. Lindas! d84; d84; d84;
Resposta do autor:
Muito boa essa ligação delas né? Camz é um poço de fofura hahahah Acho ela incrivel!
A historia é só pelo ponto de vista da Laura! mas pelas atitudes e diálogos a camz demostra o que pensa! :)
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