Capítulo 4
CAPITULO QUATRO
Estava em minha sala terminando de assinar uns documentos para enviar ao fórum, quando Mariana entrou como um furacão e fechou a porta com um estrondo. Aquilo não era um bom prenuncio, mas já estava esperando por isso desde que cheguei e me preparei psicologicamente para escutar.
- Ok – começou ela – Já que você não teve a decência de me procurar ...
- Eu já ia até sua sala. Estava só terminando de assinar isso aqui. É sério. – Tentei argumentar
- Eu quero que você me diga exatamente o que aconteceu entre você e aquela mulher ontem, pois não gosto de me sentir como estou me sentido. Vamos diga logo. – Ela estava alterada
- Mari, não aconteceu nada. Clara foi apenas minha namoradinha de adolescência. Fazia muito tempo que não nos víamos. Foi um choque revê-la. Nada mais.
- Nada mais? Só isso mesmo? Então porque você ficou parecendo uma completa idiota na frente de todo mundo? Não conseguia despregar os olhos dela!
- Não aconteceu nada disso. Foi impressão sua Ruiva. – Retruquei pra tentar amenizar as coisas.
- Impressão minha? Sério? Você acha que eu sou imbecil ou o que? – Disse indignada.- Talvez esteja certa, fui uma estupida vindo até aqui tirar satisfações com você.
Levantei-me e fui em sua direção, precisava tentar acalma-la, afinal estávamos na empresa e aquele bate boca exaltado chamaria a atenção dos funcionários.
- Nem se atreva a me tocar! Fique aí mesmo onde você está. Se chegar mais perto não sei do que sou capaz. - Disse se afastando de mim, com ódio no olhar.
Me assustei, nunca havia visto Mari tão descontrolada.
-Ruiva para com isso vai. Não fica assim. Nós somos adultas, vamos conversar como tal, por favor. – Falei enquanto pensava em alguma coisa pra tentar consertar a situação.
- Não me chama de Ruiva! Não vai conseguir se safar com isso. Quanto a sermos adultas, bom eu sou, já quanto a você não tenho bem essa certeza. Ontem parecia mais com um cachorro de rua esfomeado salivando na frente da máquina de frangos da padaria! Ô meu Deus que frango estonteantemente lindo!
Após essa afirmação estapafúrdia não me contive e comecei a rir, o que foi muito pior, acho que se ela tivesse alguma coisa à mão teria atirado em mim sem pensar duas vezes. Percebendo isso, me contive e fiquei séria novamente.
- Mari, me desculpe. Olha, vamos conversar com calma. Você não precisa ficar assim. Eu te garanto que não é o que você está pensando. Podemos sair para almoçar juntas. Que tal?
- Eu não quero almoçar com você. Não queria nem estar aqui olhando pra você agora de tanta raiva que estou. Aliás, pensando bem, nem sei se quero mais alguma coisa com você. Não depois de ontem. Senti-me um lixo. Foi como se eu nem estivesse lá. Você só tinha olhos para aquela mulher.
Eu não gosto de cobranças, muito menos de cenas de ciúmes, mas naquele caso tinha que admitir que ela estava com razão. Eu fora uma cretina, fizera um monte de coisas erradas e tinha que reparar aquilo. Ela não merecia o que tinha acontecido.
- Me perdoa Ruiva. Não foi essa a minha intenção, eu juro. Na verdade, estava surpresa. Só isso. Não faz assim vai. Não faz isso com a gente. Vem aqui pra perto de mim, vem. – Pedi toda carinhosa.
- Não. Estou magoada. Sentida mesmo. Tá tudo doendo aqui dentro. Não quero nada com você. Não agora. Estou confusa. – Falou.
- O que eu preciso fazer pra você me perdoar? Fala que eu faço. Você não imagina o quanto estou me sentindo mal com tudo isso.
Sem me responder, ela simplesmente baixou os olhos e então pude notar que ela estava realmente triste. Seus olhos estavam marejados. Não era só ciúme, era uma coisa diferente eu não sabia dizer exatamente o que, mas era mais profundo. Aproximei-me lentamente e a prendi em meus braços, ela me abraçou, colocou a cabeça em meus ombros e começou a chorar baixinho. Estava me sentindo uma babaca inconsequente pelo que tinha feito. Não era minha culpa, mas ao mesmo tempo era. Realmente eu fiquei parecendo um animal no cio e não um ser racional. Me deixei guiar pelo instinto e não pela razão. Claro que eu a tinha magoado. Eu merecia levar uma surra.
- Mari- sussurrei em seu ouvido - o que existe entre nós é tão bom, tão gostoso. Adoro estar com você. Seus beijos, seus abraços. Por favor, não vamos deixar esse fato de ontem abalar tudo isso. Me desculpe. Eu gosto tanto de você. Você não sabe o quanto.
Suavemente levantei seu queixo e deixei que ela visse em meus olhos que estava falando a verdade, toquei sua face com carinho, meus lábios buscaram os dela em pequenos e delicados beijos, aos poucos senti que ela correspondia, minha língua invadiu sua boca e o beijo foi se tornando mais quente, e em pouco tempo o que era apenas um beijo suave de reconciliação se tornou um amasso de tirar o folego, que só foi interrompido pelo telefone que começou a tocar insistentemente.
- Ana, o telefone. – Disse afastando sua boca da minha.
- Deixa tocar. – Respondi beijando seu pescoço.
- Ana, estamos no escritório. Você tem que atender. – Me empurrou sorrindo
- Droga! – Respondi me afastando e atendendo o aparelho.
- Alô. Oi Fátima. Quem é? Ok. Me dá um minuto e pode transferir a ligação.
- Quem é?
- O doutor Luiz Felipe. Tenho que atender infelizmente. – Disse piscando pra ela.
- Tudo bem. Ana, eu quero que saiba que dessa vez eu te perdoo, mas nunca mais faça isso comigo novamente entendeu?
- Eu te prometo. – Respondi séria.
- Ok. A gente termina essa conversa hoje à noite na sua casa? - Perguntou mordendo o canto dos lábios.
- Com certeza absoluta. – Retruquei com um sorriso sacana.
Ela saiu da minha sala rebol*ndo suavemente, me deixando com a cabeça tonta de desejo. E só então atendi o cliente que estava aguardando na linha.
O restante do dia passou sem maiores imprevistos, tive uma reunião com novos clientes que me tomou a tarde inteira, mas que foi ótima para o escritório, e no final do expediente estava bem mais relaxada e feliz. Tudo tinha se resolvido da melhor forma possível, principalmente em relação a Mari, que para mim no momento era o mais importante. Ter trabalhando tanto foi muito bom, afinal como dizia a minha avó o trabalho afasta maus pensamentos.
Já estava de saída quando Clarisse apareceu me convidando para bater um papo, afinal era sexta feira e merecíamos sair um pouco, disse ela pensando que eu ia cair no seu jogo, no fundo eu sabia muito bem o que ela queria e sabia que não desistiria até conseguir, por isso liguei para a sala da Mariana, avisei que Sisse queria conversar comigo. Falei que a pegaria mais tarde em sua casa para um jantar e cinema, e tudo o mais que ela quisesse. Como ela sabia que Clarisse às vezes queria uma conversa particular, aceitou tranquilamente.
Fomos ao barzinho de sempre, e mal tínhamos acabado de pedir as bebidas ela começou:
- E aí, me conta o que você está sentindo? Mas conta tudo viu, nada de tentar me enganar. – Disse ela daquele seu jeito direto.
Dei minha típica risadinha nervosa, e pensei comigo mesma “como se eu conseguisse esconder alguma coisa dela, sem que ela me arrancasse a força”.
- Não tenho porque te esconder nada Sisse, afinal você é minha melhor amiga. Sabe de tudo sobre a Clara.
- Então conte logo pois estou morrendo de curiosidade, afinal ontem o clima quase pegou fogo. Menina o que foi aquilo? Parecia que a qualquer momento uma podia levantar com a faca na mão pra te matar, outra pra te fuzilar, e outra pra te enforcar. E você nem estava percebendo isso, a impressão que dava era que podia pular em cima da Clara e trans*r ali mesmo na frente de todo mundo. Eu já estava pensado qual era o hospital mais próximo, e a delegacia também. – Disse tudo isso num folego só.
Fiquei roxa de vergonha, não imaginava que tinha deixado isso tão claro. Depois daquele comentário entendi o porquê de Mariana estar tão chateada comigo. Eu tinha sido uma filha da puta.
- Sério Sisse? Foi tão evidente assim? Eu realmente não percebi que estava dando tão na cara.
- Evidente? Você está brincando né? A menina nem conseguia olhar pra você sem ficar embaraçada. Era como se ela estive nua. Até eu estava ficando sem graça, afinal não se esqueça que eu conheço muito bem aquele olhar. – Disse maliciosa.
- Para com isso. Você está me deixando envergonhada. E depois sei que você está exagerando como sempre, só pra deixar constrangida.
- Tá bom. Você realmente não estava babando nela não. Hunf! Mas conta, como você está? Teu coração, tua cabeça?
- Não sei explicar. Estou confusa, fiquei feliz por vê-la novamente, lembrei do que vivemos, meu corpo me traiu e realmente estava excitada. Mas ao mesmo tempo triste, agitada, nervosa, o jeito com que ela falou comigo, a forma que me tratou, como seu não tivesse sido alguém importante em sua vida. Sinto como se um furacão estivesse dentro de mim, misturando tudo e destruindo minha sanidade, que nunca foi muito boa mesmo, como você sabe. – Desabafei.
- Ai Aninha. Eu sabia que isso ia te abalar. Imaginei que estivesse bem mal mesmo.
- Abalar não é bem a palavra. Isso realmente desmontou as minhas estruturas. Na verdade, estou assim desde antes de ontem, quando a vi pela televisão.
- Como assim a viu pela televisão? – Perguntou levantando as sobrancelhas.
E aí contei tudo a ela. Depois de duas horas de conversa ainda não tinha conseguido me entender, e nada tinha mudado continuava me sentindo estranha, desamparada, perdida. Sisse não podia me ajudar. Ninguém podia, nem eu mesma, o que eu sentia por Clara sempre fora forte demais. Por mais que eu tentasse não conseguia parar de pensar em certas coisas. Será que tudo isso estava acontecendo com ela também? Ou será que não? Estaria ela levando tudo numa boa? Quanto mais isso martelava em minha mente, mais eu queria uma resposta.
E foi com esses pensamentos amotinados em minha cabeça que fui pra casa me arrumar para meu encontro com Mariana, que foi delicioso como sempre. Era sempre muito bom trans*r a noite inteira e depois adormecer com ela em meus braços, e não foi diferente daquela vez. Nossa noite tinha sido maravilhosa, mas uma coisa não tinha sido igual as demais, uma coisa que só eu sabia e que me deixou muito mal, em um determinado momento durante as nossas brincadeiras não tinha sido com Mari que eu tinha trans*do, mas sim com Clara, era ela que estava em minha cabeça, eu sei que é errado, mas não planejei isso, foi automático. Agora deitada aqui, com Mari dormindo em meu peito e esperando o sono chegar eu tinha a certeza de que minha vida não seria mais como antes. Mais uma vez Clara iria muda-la. Eu não sabia como, mas tinha a certeza de que aconteceria.
Já fazia quase quatro meses que minha amizade com Clara havia começado, e com o passar do tempo ficamos cada vez mais próximas. Minha mãe estava adorando tudo aquilo, afinal eu tinha enfim feito uma amiga, coisa que nunca fiz questão de ter. O que minha mãe não sabia, e nem Clara também, é que o que eu sentia por ela não era amizade, era algo bem diferente, um sentimento que tinha despertado minha sexualidade de um jeito que eu nunca imaginei. Quando estava com ela minha vontade era de beija-la, aperta-la em meus braços, sentir o calor do seu corpo e fazer tudo o que devia, seja lá o que fosse, visto que eu, nunca havia feito sex*. Na verdade, estava lendo algumas coisas sobre isso, escondido é claro. E essas coisas estavam povoando minha cabeça e fazendo com que eu me tocasse todas as noites antes de dormir.
O fato era que não havia o porquê de me preocupar se Clara saberia ou não sobre o que eu sentia, já que jamais teria a chance de fazer qualquer coisa que fosse com ela. Amigas é o que éramos, nada mais. Isso as vezes me deixava muito mal, ela era tão inocente e eu ficava sonhando com seu corpo. Eu estava mentindo pra ela, bem mentindo não, mas escondendo a minha verdadeira essência. Nunca poderia contar, pois tinha medo que ela se afastasse de mim ao saber que era diferente, e eu não saberia mais viver sem tê-la ao meu lado. Estava acostumada com sua risada clara e contagiante, sua voz de timbre marcante, sua companhia tranquila e amigável, nossos papos sobre tudo o que gostávamos em comum.
Nos encontrávamos todos os dias após as aulas apesar de estarmos em colégios diferentes, um dia na minha casa outro na dela, e passávamos a tarde juntas, eu a ajudava com as matérias, conversávamos, ouvíamos música, assistíamos a Sessão da Tarde comendo pipoca. E nos fins de semana, sempre que podíamos também ficávamos juntas, íamos ao cinema, ou apenas ficávamos jogando conversa fora. Quando minha família ou a dela marcava outro programa era um tormento para mim.
Naquela tarde era eu quem ia para a casa dela, no sábado seria seu aniversário de quinze anos e estava pensando em que presente comprar, estava meio sem ideias e ia perguntar diretamente o que ela gostaria de ganhar. Sempre muito prática que era, preferia dar algo que ela realmente quisesse.
Quando cheguei em sua casa, sua mãe disse para eu subir direto pro quarto, onde ela estava estudando, e foi o que fiz como sempre, mas naquele dia as coisas seriam diferentes.
- Oi Ana Banana! – Me disse sorrindo assim que entrei.
-Clara eu já cansei de falar pra não me chamar assim. Eu não gosto, já não basta eu deixá-la me chamar de Analu? – Falei com cara de poucos amigos enquanto sentava ao seu lado na cama.
- Eu sei disso muito bem, é que você fica tão bonitinha brava e por isso continuo te chamando assim. – Provocou.
- Ah muito legal da sua parte. Fico muito feliz em saber disso. – Respondi ficando vermelha
- Você é tão bobinha Ana Banana. Sua besta! – Continuou com a provocação.
- Nossa quanto elogio estou recebendo hoje. A que devo a honra? – Perguntei usando minha fina ironia.
- Estou feliz. Ontem eu e mamãe fomos comprar meu vestido para a festa. E ele é lindo! Exatamente como eu queria. – Seus olhos brilhavam.
- Que bom. Gosto de te ver feliz. – Era verdade.
- Quer saber de uma coisa, deveria ser surpresa, mas vou te mostrar. Você vai adorar, eu aposto.
Dizendo isso ela se encaminhou para o guarda roupa e pegou um cabide com um vestido azul da cor dos seus olhos. Era um tomara que caia, com um corpete prateado que começava embaixo dos seios o que os deixaria bem marcados e terminava na cintura de onde a saia descia solta e vaporosa. Lindo mesmo. No mesmo instante fiquei imaginando como ela ficaria nele e comecei a divagar, quando dei por mim percebi que ela estava me encarando de um jeito diferente como se conseguisse ler meus pensamentos e então como quem não quer nada ela tirou o vestido do cabide e colocou em cima da cama, depois lentamente começou a desabotoar a calça jeans.
Eu não conseguia acreditar no que estava vendo, devia ser um sonho, uma ilusão. Completamente abobada e paralisada, meus olhos seguiam os seus movimentos. A sensação que eu tinha é que poderia morrer a qualquer momento por uma parada cardíaca. Suas calças desceram suavemente sobre seus quadris e escorregaram por suas pernas formando um monte no chão, ela passou por cima delas e em seguida suas mãos subiram até a ponta da camiseta e assim como a calça ela a tirou e jogou no chão. E então como se fosse uma visão do paraíso ela estava parada na minha frente apenas de calcinha e sutiã, e eu simplesmente estava hipnotizada, olhando para seu corpo de cima a baixo e sentindo uma pulsação louca no meu sex* que parecia que ia explodir.
- Ana? O que foi? Nunca viu uma mulher antes de calcinha e sutiã? – Perguntou, e isso me tirou do estado catatônico.
Completamente sem graça, e extremamente envergonhada desviei o olhar.
- Na verdade não Clara, eu não tenho outras amigas esqueceu? Mas o que diabos você está fazendo? Por que tirou a roupa na minha frente? – Murmurei baixando os olhos.
-Eu não tirei a roupa, ou será que estou nua e não sei? – Brincou ela
- Ok. Isso o que fez foi o que então? Mas enfim pra que ficou só de lingerie?
- Para que você acha? Vou experimentar o vestido, é claro. Quero que me diga se você acha que fico bem nele. Ou você acha que eu queria que me visse seminua? – E deu uma risadinha sacana.
Então levantei o olhar e o que vi em seus olhos me deixou mais perturbada ainda, era uma mistura de malicia e uma outra coisa que eu não consegui definir e também uma ousadia, como se ela estivesse esperando alguma coisa de mim, uma resposta que eu não podia dar.
- Ah tá bom, coloca esse vestido de uma vez. Não vai dar pra eu te dar uma opinião se você não colocá-lo. – Balbuciei sem jeito, cruzando os braços na frente dos seios para esconder a reação que eles estavam tendo diante da visão do seu corpo.
Pra não ficar olhando pra ela enquanto se vestia, fixei meu olhar na revista que estava em minhas mãos e tentei fingir que estava em qualquer outro lugar menos ali.
- Marte chamando Terra! – Disse parada de costas na minha frente, tirando um barato.
Quando olhei para cima percebi o que ela queria, que eu fechasse o zíper do vestido, aí fiquei ainda mais desorientada, “Meu Deus como vou fazer isso, se minhas mãos estão tremendo como gelatina? ”, pensei desesperada. Reunindo toda a minha coragem tentei me concentrar o máximo possível, me esforcei para ficar em pé e comecei a puxar o zíper para cima, arrepios trespassavam meu corpo conforme os nós dos meus dedos corriam por suas costas nuas, e me pareceu que algo semelhante também acontecia com ela pois a estava sentindo tremer. No final eu já não conseguia mais sentir nada em meu corpo que não estivesse latejando desesperadamente, inclusive meu sex* estava completamente molhado e inchado.
Quando terminei o processo de tortura ao qual havia sido submetida, ela se virou e estava linda, o vestido tinha ficado perfeito, marcando cada uma das suas novas curvas, e que curvas, diga-se de passagem. Bem diferente de mim, Clara tinha as medidas perfeitas para fazer com que os meninos virassem a cabeça para olhá-la, aliás não só os meninos, já tinha visto muito homem feito babando por ela.
- E aí, o que você achou? – Perguntou olhando pra mim.
- O vestido é lindo mesmo. Você estava certa. – Respondi sem desgrudar os olhos do seu rosto.
- Só isso? O vestido é lindo? Mais nada? – Fez muxoxo
- Co... como assim? – Gaguejei
- E eu? Eu não fiquei linda também? Isso é o mais importante. Foi por isso que coloquei o vestido.
- Claro! Foi isso que eu quis dizer, que você está ... linda. Linda demais, na verdade. Incrível!
Ela se olhou no espelho que ficava na porta do guarda roupa.
- Não sei, não. Parece que está meio estranho aqui em cima. Acho que preciso tirar o sutiã pra gente poder ver melhor.
- Não! – Exclamei sem me conter - Nada disso!
Ela virou-se bruscamente em minha direção e sorrindo perguntou.
- Por que não? Deixa de ser boba! - E foi levando as mãos até o fecho
- Para Clara, isso não é necessário. Não há nada errado com a parte de cima. Além disso, prefiro ver como fica de verdade no dia da festa, com todo o resto da produção, sapatos, maquiagem e essas coisas. E tem mais, preciso ir ao banheiro, estou apertada. Aproveita e se troca de uma vez.
- Mas quem vai me ajudar com o zíper? – Perguntou.
Nem respondi, parti em desembestada carreira para o banheiro, não passaria por tudo aquilo novamente de jeito nenhum. Lavei meu rosto que estava pegando fogo e me sequei, pois, a umidade da minha calcinha estava me incomodando. Quando voltei ela já estava vestida e sentada na cama.
- Pelo jeito você estava bem apertada mesmo. Saiu correndo como louca. Foi muito difícil tirar o vestido sozinha. – Falou brava
- Estava apertada sim. Mas vamos mudar de assunto. Clarinha, eu estou pensando no que vou te dar de presente, mas não consigo imaginar o que você gostaria de ganhar. – Disse sentando-me ao seu lado na cama.
Ela então me encarou e disse:
- Não mesmo Analu? Tem certeza que não sabe o que quero? Não tem a mínima ideia.
Senti minhas mãos suando. Afinal que porr* estava acontecendo com ela naquele dia? Estava tão estranha, me deixando desconfortável, fazendo coisas que nunca tinha feito antes.
- Não mesmo Clara. É sério. Por favor, me dá uma dica. – Quase implorei tentando acabar com aquela esquisitice.
- Tá bom, se você está dizendo que não sabe, eu vou te ajudar. Vou te dizer exatamente o que quero ganhar de você, mas não hoje.
- Como assim não hoje? Faltam apenas dois dias para o seu aniversário você tem que me falar pra dar tempo de eu comprar. – Avisei.
- Não. Eu só vou falar no sábado, na hora da festa.
- Grande! Como eu não tinha pensado nisso antes? Babaca que eu sou. Sábado será um ótimo momento para que eu saia correndo, tentando achar um lugar para comprar o presente. Cara muito boa ideia! – Disse com desdém.
- Para de ser besta Ana! O que eu quero você não vai precisar comprar.
- Como assim não vou precisar comprar? Não vai me vir com ideias mirabolantes de eu ter que fazer o seu presente com minhas próprias mãos. Você está mesmo a fim de me deixar doida hoje né? – Perguntei exasperada.
- Por que? Eu já consegui te deixar doida hoje? – Respondeu erguendo o canto da sobrancelha – Mas fica tranquila não terá que fazer o presente com as suas mãos.
- Sério mesmo? Só no sábado? – Ainda tentei descobrir.
Sem me responder ela voltou sua atenção para o clip na televisão e começou a falar sobre a música que estava tocando. Não consegui entender nada do que tinha acontecido, e nem o que ela quis dizer sobre o presente, mas confesso que ela instigou minha curiosidade. O que ela estava pensando em aprontar? Fui para casa naquele dia com a cabeça cheia de ideias, e o corpo moído de desejo não satisfeito.
Mari se moveu, e eu voltei da minha viagem ao passado. Tinha que parar com aqueles devaneios ou enlouqueceria. Dei um beijo no topo de sua cabeça, me abracei ainda mais a ela e voltei a tentar dormir. Quando consegui, meus sonhos eróticos foram com uma adolescente de dezesseis anos de idade e profundos olhos azuis.
Fim do capítulo
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lenna11
Em: 09/10/2015
Essa história tá cada vez melhor! Parabéns!
Resposta do autor:
Oi Lenna
Tudo bem?
SEja bem vinda ao meu cantinho de bate papo.
Muito obrigada por estar acompanhando a estória. Fico muito feliz que esteja gostando.
Volte sempre pra bater um papo viu?
Um bom fim de noite e ótima leitura
Beijos
K.
Sem cadastro
Em: 14/09/2015
nossa, to adorando sua história, adoro essas voltas ao passado! não demora muito, fiquei super curiosa... fiquei nervosa aqui junto com a Ana Lucia com a situação, quem já passou por isso sente de novo ao ler.. kkkkkkkk
Resposta do autor:
Oi Sofia. Obrigada pelo comentário. Postei o quinto capitulo, espero que goste. Abraços.
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Mille
Em: 14/09/2015
Muito bom, qual seria o presente que a Clarinha pediu a Aninha. Posso até está enganada mais a Anã não sentia sozinha esse desejo todo.
E essa ruiva é esquentada, na próxima vez ela irá fazer um estrago na Ana.
Bjus
Resposta do autor:
Oi Millie, você não terá mais que esperar para saber...rs. Quanto à Ruiva, bem vamos ver o que você acha nos proximos capitulo. Muito obrigada por seus cometários. Beijos
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Maria Flor
Em: 14/09/2015
Ain, que delícia de história.
Quero mais!
Beijo!
Resposta do autor:
Oi Maria Flor. Fico muito feliz que esteja gostando. Espero que continue acompanhando. Beijos
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