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  • Entre o Passado e o Presente II. “O que esses dois tempos verbais tem em comum?”
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Entre o Passado e o Presente II. “O que esses dois tempos verbais tem em comum?” por Catrina

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Palavras: 7488
Acessos: 3136   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 14. Na linha de tiro.

Quando a coronel chegou ao quartel, a irmã do capitão Nogueira já se encontrava à sua espera. Foi o tenente Donizete quem avisou sobre a sua presença.

 

-- Obrigada tenente, chame a dona Edna e depois me traga todo o dossiê que o Tenente coronel Trevisan me entregou.

 

-- Sim coronel volto daqui há pouco!

 

Assim que o tenente saiu, logo em seguida a irmã do capitão Nogueira entrou. Os olhos estavam vermelhos e inchados de tanto que havia chorado ao saber sobre a morte do irmão. Sentou-se e ao olhar para a coronel perguntou:

 

-- Quem fez isso com o meu irmão coronel Mantovanni? – Quem?

 

A coronel ficou olhando para a mulher e se sentiu penalizada com a sua situação. Isso fez com que ela voltasse há alguns anos atrás e recordasse da morte de Nicola. Também sentira a mesma coisa que a irmã do capitão sentia. Vendo que ela estava muito nervosa ofereceu-lhe um copo de água com bastante açúcar e depois de acalmá-la respondeu:

 

-- É o que eu quero descobrir dona Edna. Quem foi o assassino do seu irmão e se a senhora sabe de alguma coisa eu preciso que me conte. Nós duas sabemos que infelizmente o seu marido não presta e eu tenho certeza que tem dedo dele nisso. A senhora pode até não gostar de ouvir isso, mas não vejo outra coisa porque o seu marido na polícia é mais sujo do que pau de galinheiro.

 

Enquanto a mulher estava com o olhar perdido no espaço, a coronel estava com os papeis que ela havia lhe entregado. Ela já havia analisado todos eles e perguntou:

 

-- Dona Edna a senhora sabe de onde vem esses papeis?

 

A mulher se mostrou assustada quando a coronel mostrou-lhe o dossiê sobre a vida do marido e os documentos que ela havia levado para que a coronel os lesse. Agora que nada estava do jeito que a irmã do capitão imaginara, ela resolveu dizer o porquê de entregar aqueles documentos que estavam em seu poder.

 

-- Coronel quando eu resolvi vir aqui e entregar esses papeis que estão em suas mãos, eu já sabia que algo sairia errado. Só não imaginava que isso se daria com a morte do meu irmão. O Sérgio sempre foi um bom menino e quando ele passou no concurso da academia militar do Barro Branco, meu pai ficou muito feliz com essa proeza dele. Foi lá que ele conheceu o Esdras e logo se tornaram amigos. Ele não saia lá de casa, nós começamos a namorar e logo nos casamos, porque eu estava grávida e meu pai me obrigou a casar com ele. Como a senhora pode ver eles se formaram na mesma época e logo depois da formatura, eu acabei me casando com o Esdras. No começo meu irmão foi contra, brigou com papai, mas a arte já estava feita.

 

A coronel juntamente com o tenente Donizete que também estava na sala, ficaram escutando atentamente o que a esposa do capitão narrava. Foi quando o tenente pediu licença a coronel e perguntou:

 

-- Dona Edna a senhora nunca percebeu nada de errado nessa amizade entre seu irmão e o Esdras? – Como ele era com a senhora e o filho no começo de casados?

 

-- Tenente Donizete o senhor sabe que naquela época as mulheres não tinham autonomia para contestar nada. Principalmente as atitudes dos maridos e o Esdras sempre foi sistemático. No começo até a idade de seis anos do Junior ele era um excelente marido e cumpridor dos deveres. Porém, logo depois ele começou a mudar e se tornou violento. De repente começou a chegar com dinheiro e logo a nossa vida melhorou. O soldo de capitão não demorou a vir e com isso veio o major Pires Paiva. Daí para a frente foi que tudo piorou e o meu irmão começou a bater de frente com ele. Não demorou muito e o Sérgio também chegou a capitão.

 

-- E depois o que aconteceu dona Edna? Perguntou a coronel enquanto a sargento Meire digitava o depoimento da mulher.

 

-- Quando o Junior devia ter uns dez, onze anos, um dia chegou uma viatura na porta de casa. Quando bateram na porta e eu abri vi que era o major atrás do meu irmão perguntando se ele estava em casa. Eu respondi que sim e logo já estavam conversando. Lembro-me bem daquele velho safado dizer ao meu irmão que o cunhado já estava comprado, só faltava ele! – Nessa época o Esdras já estava na Rota e depois de um desentendimento entre ele e o major Trevisan, ele foi para o batalhão de choque e não demorou muito para que assumisse o comando, pois o major Radamés ficou com problemas de saúde e logo o Esdras já estava dando as cartas. E com isso é claro ele levou meu irmão para que assumisse o cargo de subcomandante. Porém, não deu certo porque o Sérgio não poderia assumir e com isso o major Nunes acabou sendo subcomandante daqui. Até meu irmão mudou de atitude e isso só fez com que ele começasse a andar com esses vagabundos.

 

-- Mas a senhora nunca percebeu nada e nem de onde vinha esse dinheiro que o Esdras e o Nogueira tinham em mãos? Perguntou a coronel.

 

-- Sim coronel, eu questionei o Esdras várias vezes. E como resposta só ouvi que eu era uma vagabunda que dava para qualquer um e que ele não tinha certeza se o Junior era mesmo filho dele! – Quando eu contei ao meu irmão ele simplesmente disse que eu não fizesse perguntas e deixasse as coisas como estavam.

 

De repente a mulher se levantou e pedindo licença a todos, abaixou o vestido e mostrou as cicatrizes que trazia no corpo. Haviam até marcas de queimaduras e isso deixou a coronel com mais raiva ainda do capitão. A sobrinha da coronel e o tenente ficaram pasmos com o que viram. Foi a sargento quem perguntou:

 

-- A senhora não foi à delegacia prestar queixa ou qualquer outra coisa?

 

-- Minha jovem você não imagina o que é ser casada com lobo em pele de cordeiro. Uma noite numa festa que aconteceu em nossa casa, chegou um homem de cabelos negros muito bem vestido. O Sérgio me apresentou dizendo que ele era um advogado muito bem conceituado e que logo tudo se resolveria. Coronel Mantovanni eu sempre estive a par do que acontecia, mas nunca ousei contar nada. Por isso deixei esses documentos com a senhora para que os analisasse. Ai tem depósitos bancários, notas fiscais e muitas coisas que a senhora irá cair dura quando ler com mais calma.

 

-- Farei isso dona Edna não se preocupe. Logo pegaremos o assassino do seu irmão porque ele terá muita coisa para contar.

 

-- Obrigada coronel! – A propósito, o seu irmão era muito parecido com a senhora.

 

-- Como? – Não entendi dona Edna!

 

-- Lembra-se sobre o advogado que esteve em minha casa na noite da festa? – O sobrenome dele era o mesmo que o seu coronel.

 

A coronel olhou abismada para a mulher que estava à sua frente e essa vendo o espanto da oficial disse:

 

-- Foi um prazer para nós conhecer o doutor Nicola Mantovanni! – Passar bem coronel!

 

Assim que a mulher se foi, a coronel pediu que a sobrinha pegasse o remédio da pressão porque ela não estava se sentindo bem. Meire rapidamente pegou e entregou para a tia.

 

-- Coronel a senhora está se sentindo bem? Perguntou o tenente.

 

-- Sim tenente daqui a pouco passa. É só um mal estar passageiro! – Sargento, por favor, telefone para o major Paiva Junior e quanto ao senhor tenente, vá até o regimento de cavalaria e me traga a tenente coronel. Ah e também peça a presença do capitão Prado, o major Teodoro e o tenente Motta.

 

-- Já estou indo coronel!

 

-- A senhora está se sentindo bem tia Márcia, ou melhor, coronel?

 

A coronel sorriu para a sobrinha e disse:

 

-- Sim minha princesa eu estou bem. Mas isso é frescura de gente velha não se preocupe!

 

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

 

Pouco tempo depois Andressa e os demais convocados pela coronel chegaram. Meire estava assustada e assim que viu a tia, chamou de canto e contou o que havia acontecido com a coronel. Andressa disse para a sobrinha que ficasse tranquila que Márcia era uma rocha.

 

-- Eu sei tia Andressa, mas e se acontecesse algo com a tia Márcia e eu não conseguisse socorrê-la?

 

-- Tudo bem minha linda, mas agora vamos sentar e ver o que a sua tia tem a dizer!

 

Meire achou estranho o jeito de Andressa se referir a coronel, porém a jovem não imaginava que aquilo havia deixado a tenente coronel nervosa. Mas para não assustar a menina, resolveu falar o que lhe viera na mente. Prometeu a si mesma que depois explicaria para a sobrinha o que acontecia quando a pressão de Márcia subia.

 

Assim que todos estavam acomodados a coronel começou a traçar um plano para colocar o capitão Esdras na cadeia e expulsá-lo da polícia militar.

 

-- Senhores oficiais, eu estou com dois documentos importantes em minhas mãos e creio que será interessante analisarmos juntos. Chamei você capitão Prado porque o assunto envolve o seu primo major Nunes e já que tanto você como o seu primo cabo Néri o julgam inocente, achei por bem chamá-lo para essa conversa.

 

-- Obrigado coronel Mantovanni, eu sei que a senhora nunca foi leviana e sempre foi justa com todos os seus subordinados. Mesmo que ele fosse um simples soldado. Tenho certeza de que provaremos a inocência do meu primo.

 

-- Eu também espero que isso aconteça Prado já que agora o capitão Nogueira é carta fora do baralho. E não se esqueça que eu comecei soldado e me orgulho muito disso. E não aluninho fuleiro da academia militar que não sabe nem mandar em casa quanto mais comandar uma guarnição ou um batalhão com mais de cinquenta homens.

 

Andressa percebeu que Márcia estava irritadíssima com o que acontecerá ao capitão. Apesar de ser rigorosa, a coronel até que era benevolente. Nunca admitiu que nada acontecesse a um subordinado seu, mesmo que algum deles estivesse envolvido em falcatruas e malandragens dentro da polícia. Prezava sempre mais pelo diálogo do que pela força bruta, mas algumas vezes era obrigada a apelar por força de circunstância maior.

 

Após analisarem os dossiês o cunhado da coronel disse:

 

-- Coronel Mantovanni como à senhora vai pegar esse rato? – Afinal de contas ele é um perigo ambulante e depois de analisar esse documentos, eu cheguei à conclusão temporária de que esse vagabundo é também responsável pela morte do soldado Magno.

 

 -- Ele está certo coronel, temos que planejar a coisa bem feita e não deixarmos que ele se safe. Acho que ele chegou no limite de falcatruas! Falou a tenente coronel.

 

Márcia olhou com carinho para a esposa e essa percebeu o amor que transbordava em seu olhar. O medo maior da coronel e a pressa em pôr as mãos em Esdras é que ele fizesse algo contra a esposa ou os filhos. Ela não mediria esforços para pegá-lo, nem que tivesse que dar a sua vida ou matar o capitão.

 

-- Concordo com a senhora tenente coronel. Então acredito que já temos o rato só falta armarmos a ratoeira e pegá-lo. O que vocês acham?

 

Todos os presentes concordaram com tudo o que havia sido falado na reunião. Agora era esperar o momento certo de agir.

 

No fim da tarde a coronel foi embora como se nada estivesse acontecendo. Quando chegou em casa, viu que a esposa ainda não havia chegado com as filhas, pois ela havia ido até a casa do sogro apesar de Márcia não haver concordado, ainda não tinha retornado. Os meninos não estavam porque ficaram em casa com o coronel Raimundo e com dona Severina.

 

O tempo foi passando e a coronel começou a ficar inquieta, pois já eram oito horas da noite e a esposa não dera nenhum sinal de retorno. Resolveu então telefonar para a casa do pai. Ao atender o velho depois de cumprimentar a filha disse:

 

-- Sim filha ela esteve por aqui, mas já faz tempo que foi embora. Eu quis levá-la, mas ela disse que iria direto para casa porque você a estava esperando. Porque? – Aconteceu alguma coisa?

 

Um mal estar e desespero começaram a bater na coronel e esta perguntou:

 

-- O senhor tem certeza papai de que ela viria mesmo para casa?

 

-- Sim filha, foi o que ela me falou. Mas o que está acontecendo Márcia?

 

-- É que ela ainda não chegou e o celular não atende, só dá caixa postal e eu estou começando a ficar preocupada!

 

-- Mas já era para ela estar ai! – A sua mulher não é de fazer essas coisas!

 

A coronel ficou parada por um tempo e depois disse ao pai:

 

-- Papai eu estou com um mal pressentimento. Acho que aconteceu alguma coisa com a Andressa e as meninas!

 

-- Você acha que tem dedo do Esdras nisso?

 

-- Acho não papai, tenho certeza. Mas já aviso, se esse vagabundo fizer alguma coisa com a minha mulher e as minhas filhas, eu vou matá-lo pode ter certeza disso. E pode avisar ao coronel Borges que ele também vai estar na linha de tiro porque para quem já matou dois coronéis matar mais um não me fará diferença!

 

-- Eu estou indo para a sua casa filha. Tenha calma!

 

-- Calma, eu gostaria de saber se isso acontecesse com a mamãe o que o senhor iria fazer? E dizendo isso desligou.

 

O sogro viu o estado em que a coronel estava e perguntou:

 

-- Aconteceu algo Márcia? Você está pálida!

 

A coronel olhou seriamente para o sogro e disse:

 

-- Aconteceu sim coronel Raimundo. A sua enteada e as suas netas sumiram!

 

-- O que? – Como assim sumiram?

 

-- E eu sei. A Andressa saiu já fazem duas horas da casa do meu pai que é praticamente aqui ao lado e ainda não chegou! – O que o senhor acha que aconteceu coronel?

 

-- Ah meu Deus, eu sabia que isso não iria acabar bem!

 

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

 

Logo todos já estavam na casa da coronel. Cláudia e Tavares estavam com os nervos a flor da pele e nada de Andressa e as filhas chegarem.

 

-- Uma coisa eu aviso, se algo acontecer com as minhas netas e a minha nora, eu mesmo mato aquele desgraçado! Falou dona Carlota que estava nervosíssima com o desaparecimento das três.

 

O cunhado de Márcia também estava muito nervoso com o desaparecimento da irmã e disse para que todos ouvissem:

 

-- Quem vai matar aquele vagabundo sou eu dona Carlota. Ai dele se tocar num fio de cabelo da minha irmã ou das minhas sobrinhas!

 

Enquanto isso Andressa acordava em um quarto, num lugar que não conhecia. Viu que estava amarrada e as filhas também. Celina e Antônia ficaram junto da mãe e o medo se via presente nas três. Antônia reclamou que estava com fome e os braços doendo. Celina tentava acalmar a irmã, mas de nada resolvia. Chorando ela perguntou:

 

-- Mamãe eu quero ir para casa, cadê a mamãe Márcia?

 

-- Calma filha ela logo virá tirar a gente daqui! – É só uma questão de tempo!

 

Logo ouviram que a porta se abriu e por ela entrou alguém conhecido de longa data.

 

-- E então minhas queridas, como estão se sentindo?

 

-- Esdras seu porco nojento, o que você quer?

 

-- Hora Andressa. Eu quero é a coronel Mantovanni, eu jurei que aquela maldita iria pagar tudo o que está fazendo. Avisada ela foi e aquela humilhação no quartel foi à gota d’água. Mas que erro ela deixar você sair sozinha, ainda mais com as suas filhas!

 

Celina olhou seriamente para o capitão e disse:

 

-- Minha mãe vai matar você!

 

O capitão riu da menina e disse:

 

-- Cale a boca fedelha, nem saiu da fralda e já acha que é gente! – Se você continuar com essa rebeldia eu fecho a sua boca de uma vez! Disse apontando a arma para ela.

 

-- Se você fizer algo com as minhas filhas Esdras, eu mato você! – Pode apostar nisso!

 

-- Sra. Mantovanni não se preocupe porque eu só quero uma pessoa e depois mais tarde, nós iremos conversar a sós! – Sabe que você está muito gostosa, a coronel faz muito bem para você! – Nem parece que você é filha daquele traste do major Pires Paiva! – Mas agora se me der licença, vou telefonar para uma pessoa que vocês conhecem muito bem!

 

Eram quase uma hora da manhã quando o telefone da casa de Márcia tocou. Rapidamente ela atendeu.

 

-- Alô quem fala?

 

Do outro lado da linha só se ouviu alguém gargalhar.

 

-- Coronel Mantovanni? – Que prazer falar com a minha comandante!

 

-- O que você quer seu traste? – Onde estão a minha mulher e as minhas filhas?

 

-- Calma coronel, elas ainda estão vivas isto é, elas continuarão se a senhora e os seus familiares cooperarem com as minhas exigências.

 

-- Esdras o que você quer?

 

-- Você coronel Mantovanni! –Temos muitas coisas a acertar e creio haver chegado o momento.

 

-- Pois bem quais são as suas exigências?

 

-- Em primeiro lugar coronel quero dizer que a sua esposa está muito gostosa e quem sabe eu e ela não cheguemos a algum acordo? – Afinal de contas, você não tem o que eu tenho e quem sabe ela não passe a gostar? – E quanto as suas filhas elas são duas meninas lindas e não vão querer ver a mãe com outra pessoa. Afinal de contas, assistir a uma cena de sex* explícito com a mãe delas as deixará com alguns problemas psicológicos! – Pense nisso coronel, logo entrarei em contato novamente!

 

-- Alô, alô, alô? – Desgraçado desligou!

 

Samir que até então estava somente observando perguntou à cunhada o que ele queria. A coronel então contou a todos sobre a conversa e as ameaças. Todos ficaram pensando no que fazer. Cláudia e o coronel Raimundo eram os que mais estavam abalados, pois as afilhadas estavam em perigo e tanto um como o outro sabia o que Esdras poderia fazer com elas. Foi o filho mais velho dos homens que perguntou:

 

-- Mamãe Márcia você vai trazer a mamãe Andressa e as minhas irmãs de volta?

 

A coronel olhou para o filho e chamou Nicola que chorava sem parar a falta da mãe e das irmãs. Ela se abaixou e disse:

 

-- Meus homenzinhos lindos, meus filhos amados! – Eu prometo, ou melhor, eu juro que vou trazê-las de volta e nós voltaremos ser a família feliz que sempre fomos!

 

Nicola que estava chorando falou:

 

-- Trás elas mamãe! – Eu quero a minha mãe e as minhas irmãs de volta, mesmo a Celina sendo chata!

 

Todos estavam penalizados com o pedido e a situação que os filhos estavam. A coronel então disse:

 

-- Juro que amanhã eu estarei de volta com elas. Nem que isso custe a minha vida!

 

Logo chegaram o coronel Borges, o major Delgado e o tenente coronel Trevisan. Esse último foi até a amiga e deu-lhe um forte abraço.

 

-- Fique calma amiga, vamos trazer a sua esposa e filhas de volta!

 

Quando o coronel Borges se aproximou de Márcia essa a olhou bem sério e disse:

 

-- Coronel Borges eu quero que o senhor ouça bem. Se algo acontecer com a minha esposa e as minhas filhas, eu mato o senhor! – Porque se o senhor não estivesse mancomunado com esse vagabundo, isso não estaria acontecendo! Disse ao pegar o velho pelo colarinho e prensá-lo contra a parede.

 

-- Calma filha o coronel só quer ajudar!

 

-- Ajudar desde quando? – A minha mulher e as minhas filhas estão nas mãos daquele psicopata e o senhor me pede para ficar calma? – Ah coronel Giuseppe Mantovanni, vá ver se eu estou lá na esquina!

 

-- Calma minha irmã, isso não é jeito de falar com o papai!

 

-- Mas Tchesca, a sua cunhada e sobrinhas estão sabe Deus aonde! – E se algo acontecer a elas? – O que eu vou falar para aqueles dois que estão ali chorando a falta delas? – Que eu falhei na promessa que acabei de fazer a eles? – Assim como eu falhei com o nosso irmão que eu prometi salvar, não consegui e ele acabou morto por minha causa. Pela minha incompetência? – Dá para pelo menos uma vez na vida vocês me entenderem? Respondeu chorando para a irmã que ficou penalizada. O coronel estava sofrendo juntamente com a filha, pois a admiração dele pela nora e o amor pelas netas era enorme. Foi o cunhado Samir quem disse para a coronel:

 

-- Fique tranquila cunhada, eu vou ajudar a pegar aquele crápula e nós vamos trazer as nossas meninas de volta. Não se esqueça de que elas também são a minha família e eu adoro aquelas duas baixinhas.

 

-- Obrigada pelo consolo Samir, mas eu vou ter que enfrentar o Esdras sozinha. É a mim que ele quer. Então é a mim que ele vai ter!

 

-- Mas Marcinha você não pode enfrentar sozinha, Sabe lá o que ele poderá armar contra você!

 

-- Eu sei Genaro, mas eu tenho que correr o risco e salvar a sua cunhada e sobrinhas! – Agora nesse momento eu não tenho saída a não ser acatar o que aquele vagabundo quer!

 

Dona Severina havia feito um chá de camomila com erva cidreira para acalmar a nora e os netos. Com isso os meninos acabaram adormecendo e a coronel conseguiu se acalmar. Vendo os filhos que dormiam falou:

 

-- Meus filhos tenham a certeza de que eu vou trazer a sua mãe e as suas irmãs de volta. Tenham calma e amanhã será um novo dia. Eu juro André e Nicola que amanhã elas estarão aqui, ou eu não me chamo Márcia Mantovanni, coronel da polícia militar!

 

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

 

Enquanto isso Andressa que estava amarrada à cama viu quando Esdras entrou e começou a alisar o seu corpo.

 

-- Tire essas mãos imundas de mim seu porco!—Minhas filhas estão aqui, saia seu imundo!

 

Como resposta a esposa da coronel levou um tapa na cara que a fez ficar zonza. Depois descaradamente o capitão falou:

 

-- Calma querida, eu estou primeiramente analisando o material, para saber se ele é bom mesmo. Agora veremos se nua você fica melhor ainda. E tenha paciência porque as suas filhas estão dormindo e só acordarão amanhã. E agora faremos uma festinha particular.

 

-- Não, eu não quero, não! Sai daqui!

 

Outro tapa foi desferido em seu rosto e Andressa temeu por sua vida. Ela percebeu que Esdras estava a beira do abismo e para ele nada do que acontecesse faria diferença. Esdras depois de tirar a roupa de Andressa e a sua, parou  para observar melhor  e disse:

 

-- Que monumento, não é a toa que a coronel fica louca por você!

 

Esdras deitou seu corpo em cima do de Andressa e começou a beijá-la. Ela se debatia, mas não estava conseguindo se livrar. Gritava mas ninguém a ouvia, mal sabia ela que a coronel estava desesperada com o seu desaparecimento e das filhas. Começou a rezar e de repente Esdras parou inerte em cima dela. Falhou na hora H e Andressa que havia percebido o que acontecera sentiu um alívio, pois o capitão não conseguiu o seu intento. Levantou-se e talvez por vergonha saiu sem falar nada. No fundo não tinha intenção de machucar nem a esposa e nem as filhas da coronel. O desejo de vingança era com a sua comandante, essa sim enfrentaria toda a sua fúria. Mas a coronel não tinha medo algum do capitão.

 

Por volta das quatro horas da manhã o telefone tocou. Assim que a coronel atendeu, a voz do outro lado disse:

 

-- Coronel Mantovanni? – Ainda acordada?

 

-- Fale logo o que você quer de verdade Esdras!

 

-- Eu quero você coronel estou com a sua família ou parte dela e se a senhora fizer tudo o que eu mandar, elas serão devolvidas sem nenhum arranhão. Caso contrário você terá que fazer três velórios e isso será muito triste.

 

-- Eu vou te matar desgraçado!

 

-- A senhora na está em condições de fazer nada coronel. Anote o endereço e venha para cá imediatamente. Mas venha sozinha, se eu desconfiar que a senhora está com alguém, vou mandar o que sobrar delas para vocês! – E venha desarmada.

 

-- Está certo Esdras eu vou, afinal de contas quem está dando as cartas é você!

 

Ao desligar a coronel disse aos presentes:

 

-- Amigos chegou a hora. Estou indo enfrentar a fera, mas prometo que voltarei junto com a minha mulher e minhas filhas.

 

-- Mas você vai sozinha e desarmada? Perguntou Cláudia.

 

-- Sim coronel Monteiro, essas foram as condições impostas por ele. Agora o resto só saberei quando chegar lá!

 

Despediu-se de todos e disse aos respectivos padrinhos dos meninos:

 

-- André, Laura, papai e mamãe. Tomem conta dos meninos para mim. Volto hoje mesmo.

 

-- Vá em paz filha, e deixe que aqui nós cuidaremos de tudo.

 

No horário combinado a coronel chegou ao lugar. Parou o carro e ao descer viu que o local era um galpão abandonado no bairro da Mooca, lugar onde elas e os irmãos foram criados. Havia muito lixo e o lugar se via que era frequentado por maconheiros, mendigos e outros tipos mais. Andou até a garagem que um dia serviu de carga e descarga de mercadorias. Entrou e a escuridão era imensa, imaginou o desespero que a esposa e as filhas estavam. Caminhou mais alguns instantes e de repente um vulto se fez na escuridão e ao sentir que alguém estava atrás dela virou-se e deparou com o capitão. Ficaram frente a frente e esse falou:

 

-- Que pontualidade britânica a senhora tem coronel!

 

-- Conforme o combinado capitão, eu estou aqui e agora vamos ao que interessa!

 

O capitão que estava armado se aproximou da coronel e ao revistá-la viu que estava desarmada. Rindo com a cena disse:

 

-- É coronel o que uma mulher bonita e gostosa não faz! – Aliás, coronel a sua mulher é muito gostosa e que dianteira ela tem. Conversamos muito durante a noite e ela realmente é demais. Agora entendo a sua obsessão por ela. Mas vamos ao que interessa. Vá andando com a mãos para cima coronel e não faça nenhuma gracinha senão a senhora tomba aqui mesmo.

 

-- Você está muito valente com essa arma Esdras. Sei que sequestrou a minha mulher e as minhas filhas para me afetar e realmente você conseguiu. Mas isso não quer dizer que eu estou com medo de enfrentar. Todo covarde é assim quando está armado, mas eu queria ver mesmo Esdras a sua coragem sem ela!

 

-- Cale-se coronel porque a senhora já me humilhou demais e eu prometi que a pegaria de qualquer jeito.

 

-- Humilhou por quê? – E eu lá tenho culpa se você defecou nas calças e todos ficaram sabendo?—Eu não contei nada a ninguém.

 

Sem esperar, a coronel levou uma coronhada na cabeça e sentiu que a camisa começou a ficar molhada. Assim que percebeu o sangue escorrer, jurou para si mesma que Esdras não sairia vivo daquele lugar. O capitão a levou para o mesmo lugar em que Andressa e as filhas estavam.

 

-- Senhora Mantovanni, tenho uma surpresa maravilhosa para você!

 

Quando Andressa viu que a coronel entrava pela porta, um sorriso surgiu em seus lábios. Mas por medo de algo acontecer não disse nada.

A coronel foi amarrada juntamente com a esposa que estava no chão e logo depois Esdras trouxe as filhas que também estavam amarradas uma na outra. Celina ao ver a coronel disse:

 

-- Mamãe você chegou? – Nós vamos sair daqui mamãe?

 

A coronel olhou para as filhas e disse:

 

-- Sim minhas princesas, nós sairemos daqui! – E vai ser hoje!

 

Antônia a essa altura, já estava sentada ao lado das mães e da irmã. Sentiu que estava em segurança com a presença da coronel.

 

-- Vocês podem até sair menininha, mas a sua mãe fica. E se eu perceber que ela está planejando algo, nenhuma de vocês sairá daqui!

 

-- Esdras deixe de ser covarde, é a mim que você quer. Portanto, deixe a minha mulher e as minhas filhas fora disso. A disputa é somente entre nós.

 

-- Ainda não coronel, eu quero que elas assistam o que eu vou fazer com você!

 

-- E o que você vai fazer seu imundo? – Pensa que eu tenho medo de você capitão?

 

O capitão se aproximou e deu outra coronhada na coronel. Desta vez a pancada foi próximo ao olho esquerdo e como todas nós sabemos, a coronel praticamente não enxerga muito bem! Andressa ficou desesperada quando viu o sangue escorrendo na cabeça da coronel tanto atrás como na frente. Celina deu uma mordida na mão de Esdras e esse deu-lhe um tapa que fez a menina desmaiar. A coronel fez menção de levantar, mas foi impedida pela esposa por que o capitão apontava a arma na cabeça de Antônia.

 

-- Se a senhora tentar alguma coisa coronel, eu mato a menina!

 

-- Esdras escute com bastante atenção, eu posso não sair viva daqui, mas você também não sairá.

 

-- Veremos coronel, veremos quem não sairá!

 

Logo Esdras se retirou trancando a porta e lá ficaram as quatro presas na sala que fora um dos escritórios do galpão. Andressa ao ver que o sangue escorria pelo rosto da coronel disse:

 

-- Ai meu amor porque você se arrisca tanto? – Você sabe que o Esdras quer acabar com a sua vida e você fica brincando de gato e rato com ele meu anjo?

A coronel olhou para a esposa e as filhas que estavam e calmamente respondeu:

 

-- Minha primeira dama confie em mim que nós vamos sair daqui e logo estaremos em nossa casa. Lá tem dois rapazes que desejam a volta da mãe e das irmãs. E eu prometi a eles que as levaria de volta e vou cumprir a minha promessa.

 

-- E como eles estão meu amor? – Que falta fazem os meus meninos!

 

Logo escutaram um barulho de máquina sendo ligada e com o apoio de Andressa ao se levantar, a coronel viu que Esdras ligava uma máquina de solda e imaginou o que ele estava planejando.

 

-- Esse filho da puta acha que vai me amedrontar? – Está totalmente enganado porque quem vai soldá-lo serei eu!

 

Virou-se para a esposa e disse:

 

-- Andressa você acha que consegue se soltar e as meninas também?

 

-- Creio que sim amor porque as cordas parecem estar mais frouxas e o Esdras não amarrou a das meninas tão forte assim!

 

-- Então você vai fazer o seguinte, tente desamarrar a Antônia enquanto eu desamarro a Celina, certo? – Depois fiquem como se ainda estivessem amarradas e quando tiver oportunidade você foge com as meninas. – Mas vamos logo que temos pouco tempo!

 

Com muito custo Andressa conseguiu desamarrar Antônia enquanto a coronel desamarrava Celina. Depois foi a vez de Andressa e em seguida essa soltou a coronel. Márcia explicou por onde elas iriam sair.

 

-- Então quando eu der o sinal, você sai correndo com as meninas ou se esconde. Mas fiquem em silêncio porque o Esdras vai espernear bastante e é nessa hora que eu vou pegar esse maldito. Agora vamos ficar como estávamos porque ele está voltando.

 

Quando voltou ,Esdras viu que tudo estava como ele havia deixado. A coronel, a esposa e as filhas fingiam estar dormindo. Enquanto isso na casa de Márcia, todos estavam apreensivos, pois ninguém sabia o que acontecia e os filhos estavam a base de chá e calmante que fora receitado por Laura que era a madrinha de André. Nicola estava deitado no colo do avô e André no do padrinho. Cláudia e Tavares assim como dona Severina e o coronel Raimundo estavam com os nervos a flor da pele, pois eles não sabiam o que acontecia e nem onde estavam as netas, filha e afilhada. Foi Cláudia quem disse:

 

-- Tavares eu estou cansada de esperar uma resposta da Márcia. Vamos atrás desse vagabundo e quando eu puser as mãos nele, pouca coisa vai restar desse canalha!

 

-- Mas Cláudia nós não podemos sair daqui, temos que esperar! -- Se fizermos algo, esse safado poder ter alguém nos vigiando e com isso acabar fazendo alguma coisa contra elas, principalmente com as meninas!

 

-- Ele está certo Cláudia, temos que esperar! Disse Genaro que a todo o momento olhava o relógio e se perguntava onde estavam a irmã, as sobrinhas e a cunhada.

 

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

 

-- Então coronel Mantovanni resolveu dormir? – Acorda desgraçada que o seu fim está bem próximo!

 

A coronel respondeu ao capitão:

 

-- O meu fim não capitão, o nosso. Porque você também não sairá vivo daqui!

 

Esdras puxou a coronel pelos cabelos e a fez ficar em pé. Andressa e as filhas olhavam tudo o que acontecia, mas não podiam fazer nada. Somente esperar a hora de agirem. Em seguida Esdras levou Márcia até onde se encontrava a máquina de solda e fez com que ela se deitasse na bancada. Assim que a coronel se deitou, ela fez sinal para a esposa e essa começou a se afastar com as filhas. O capitão achava que Márcia estivesse com as mãos amarradas, mas a corda estava frouxa e ele não havia percebido. Quando este foi ligar a máquina e olhar para onde estava Andressa, viu que elas e as meninas haviam fugido.

 

-- Desgraçada, maldita você coronel! – Elas se safaram, mas você não irá sair daqui!

 

Quando Esdras chegou perto de Márcia com o maçarico de solda ligado, a coronel deu-lhe uma pesada no peito que fez o capitão cair para trás. Nesse momento a coronel já estava com as mão livres e partiu com tudo para cima daquele que teria sido o seu algoz.

Esdras então rapidamente pegou o maçarico que havia caído ao chão e apontou para a coronel. Ela sem esperar sentiu uma dor inesperada e viu que algo a estava queimando. Olhou e viu uma pequena queimadura no braço esquerdo. Quando Esdras foi para cima da coronel, essa se desvencilhou e agarrou o capitão que a essa altura tentava novamente acertá-la novamente. Andressa e as filhas estavam escondidas e assistiam a tudo de longe. Elas viram quando a coronel deu uma chave de braço no capitão e que com muito esforço, conseguiu tirar a maçarico de sua mão, pois por causa da perda de sangue, a coronel estava ficando fraca. Sufocando o capitão e arrastando-o pelo pescoço, levou até onde estava a bancada e lá amarrou Esdras.

 

-- Me solta coronel, sua vagabunda!

-- Mas que falta de respeito com a sua comandante capitão! – Agora quem dá as cartas sou eu e tudo será do meu jeito Esdras. Eu disse que você só sairia morto daqui e eu vou cumprir o que jurei. Mas não vou usar isso em você não. É pouco para um canalha da sua laia, mas eu já arrumei um jeito de você morrer bem devagar.

 

Sem a coronel saber, Andressa havia mandado uma mensagem para o irmão dizendo mais ou menos o lugar onde estavam. André respondeu de volta e disse que estava indo para o local com os outros.

 

Quando a esposa e as filhas viram o que Márcia iria fazer, Celina correu em direção à coronel e agarrando em suas pernas pediu à mãe:

 

-- Mamãe Márcia não faz nada com ele!

 

Márcia olhou para a filha e naquele momento ficou sem saber o que fazer. O olhar da filha e o movimento que a esposa fez ao segurar o braço da coronel quando ela pegou o maçarico para cortar o capitão,deixou Márcia atônita. Retirando o objeto da mão da coronel, Andressa disse carinhosamente:

 

-- Não meu amor, não faça isso! – Não desça até o nível desse porco nojento, ele não merece isso e você tão pouco. Deixe a justiça cuidar dele e vamos para casa cuidar dos nossos filhos! – Isso não vai trazer de volta a Celina, o Nicola, o Magno, o Clóvis e tão pouco o capitão Nogueira! – Deixe as coisas para que a corte marcial resolva e quanto a você, a sua missão está cumprida, chega de sujar as suas mãos com mortes. Deixe-o ficar com a consciência pesada, não vale a pena.

 

Nisso chegaram ao local o pai da coronel, André, Cláudia, Tavares e o coronel Borges. O sogro da coronel olhou bem para o capitão e dando-lhe um murro disse:

 

-- Ainda bem minha filha que você não deixou que ela se sujasse com esse cabra safado.

 

E olhando para a coronel disse:

 

-- Minha nora deixe esse cabra safado se resolver com a justiça dos homens. Porque com a justiça divina ele logo vai se acertar.

 

-- É isso mesmo cunhada, não vale a pena! Disse André.

 

Márcia sentiu que alguém mais estava no galpão. Olhou para a coronel Monteiro e essa fez sinal que olhasse para frente. Ao olhar viu a figura dos avós e do major Assunção. Foi o velho Genaro quem disse:

 

-- Minha neta querida, tanto a sua esposa como os outros estão certos. Deixe que ele viva e fique com o peso da consciência e com a falta de respeito da mulher e do filho. Vá para a sua casa e cuide dos seus. Os meninos estão saudosos da mãe e das irmãs. Vá em paz e que Deus te abençoe.

 

O major Assunção aproximou-se e Márcia pode vê-lo claramente.

 

-- Amiga ouça o seu avô e aos que aqui estão. Você agora ficará em paz e acredite você fez tudo o que devia e estava ao seu alcance. Agradeço por tomar conta dos meus filhos e da minha esposa. Diga-lhes que estou bem! – Adeus e até breve!

 

A coronel após sair do estado de inércia em que ficara, desamarrou o capitão e disse:

 

-- Capitão Esdras, o senhor está preso por triplo homicídio, seqüestro e tentativa de assassinato a sua oficial superior. Podem levá-lo! Disse aos homens do serviço reservado que acompanhavam o coronel Borges.

 

Quando todos estavam saindo, Márcia chamou o coronel e falou:

 

-- Coronel Borges, peço que o senhor me desculpe pelo jeito que o tratei ontem. Sei que lhe faltei com o devido respeito, pois o senhor tem idade para ser meu pai e não foi certo a atitude que tive.

 

O coronel olhou para Márcia e disse:

 

-- Eu entendo coronel Mantovanni, sei que a sua esposa e os seus filhos são o maior tesouro que você carrega. Vamos esquecer esse assunto e julgar esse traste para que ele sirva de exemplo. Agora eu quero que você tire uns dias de descanso para ficar com a sua família. E diga o mesmo para a Andressa.

 

Enquanto terminava de conversar com o coronel, Celina e Antônia chegaram perto de Márcia e abraçaram a mãe que as pegou no colo e beijou as duas meninas. Celina olhou para o velho coronel e disse:

 

-- Oi vovô! E Antônia fez o mesmo que a irmã.

 

O coronel ficou com os olhos lacrimejados e respondeu:

 

-- Oi princesas! E virando-se para Márcia e Andressa somente disse:

 

-- As filhas de você são lindas! Falou saindo logo em seguida levando o capitão.

 

-- Vamos para casa amor, a sua missão terminou hoje e eu quero tomar um banho e descansar.

 

-- Você é quem manda minha primeira dama. Vamos porque tem dois rapazes lá em casa loucos para ver a mãe e as irmãs!

 

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

 

Ao chegarem na casa, todos as estavam esperando ansiosamente. Os meninos já haviam tomado banho e aguardavam o retorno das mães e das irmãs. Assim que a porta abriu, Nicola correu em direção as mães e as abraçou. Depois abraçou as irmãs e beijou as duas. André fez a mesma coisa e a família mais uma vez estava reunida.

 

-- Mamãe, mamãe a senhora voltou? Disse André que estava chorando de felicidade, assim como o irmão que também chorava. As meninas também começaram a chorar, mas depois todos se acalmaram. Celina e Antônia foram tomar banho e logo depois já estavam na sala brincando com as outras crianças. Andressa também foi tomar banho e depois que Márcia também tomou o seu banho, a esposa fez curativo na cabeça e na testa da coronel que estava com dores. Deu um remédio e Márcia acabou adormecendo.

 

Na hora do jantar, todos estavam na churrascaria e a alegria era geral. Meire, a mãe e a avó também haviam sido convidadas. Carmela e Enzo conversavam muito com a irmã e tudo virou festa. Pedindo um minuto de atenção, a coronel resolveu fazer uma revelação e todos ficaram atentos para ouvir o que ela iria dizer.

 

-- Meus familiares, amigos e companheiros. Tenho um comunicado a fazer e isso diz respeito a minha sobrinha Meire.

 

A moça ficou assustada e a coronel percebendo isso falou:

 

-- Calma Meire a notícia é maravilhosa. Eu quero dizer que na segunda-feira de manhã a senhorita vai até o hospital da Cruz Azul juntamente com a sua mãe e eu vou estar lá te esperando.

 

-- Mas porque tia Márcia, o que aconteceu?

 

-- Acontece que o major Lee Chang me telefonou e foi encontrado um doador para a sua mãe e segundo os resultados dos exames ele é compatível com ela. Portanto creio que logo a sua mãe estará curada.

 

A moça não cabia em si de felicidade e começou a chorar. Foi o avô quem disse:

 

-- Minha bambina não precisa chorar. Hoje é dia de festa e a sua mãe merece essa felicidade assim como você e a sua avó. Portanto não chore, sorria que a vida está dando uma nova chance para a sua mãe recomeçar, ou melhor, a todos nós.

 

-- Obrigada nono Giuseppe, tia Márcia e a todos que estão aqui nessa noite, eu só tenho a agradecer. Em especial às minhas tias que tanto me apoiaram e aos irmãos do meu pai. Sei que ele fez muitas coisas erradas e eu gostaria muito que ele estivesse aqui, mas onde ele estiver, quero que ele saiba que o meu amor por ele nunca acabou e será eterno. Disse a moça olhando para o pequeno Nicola que agora estava sentado em seu colo.

 

-- Como ele se parece com o meu pai! Pensou

 

Os olhos da coronel se encheram de água e todos ficaram emocionados com as palavras da jovem. Francesca se levantou e disse:

 

-- Hoje é dia de alegria, porque nós todos estamos aqui reunidos e deixemos as mágoas e erros para trás. Somos Mantovanni e sempre seremos unidos aconteça o que acontecer. E quanto a você Meire tenha certeza de que o seu pai está muito orgulhoso de você. E agora vamos comemorar porque a vida é para ser vivida!

 

Todos aplaudiram a irmã mais velha da coronel e mais uma noite se findava. Um novo amanhecer chegaria e com ele viriam novos dias e novos horizontes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Tudo terminou bem!


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