Capítulo 12. Os filhos estão sempre em alerta.
Enquanto as crianças estavam brincando de acampamento, com direito a comidas e bebidas, pois dona Severina havia feito algumas guloseimas para os netos e com isso todos brincavam sem brigas. Celina como sempre era a líder da galerinha, porque assim como a mãe Andressa, ela já sabia se impor. A coronel estava sentada na sala com a esposa e a comadre, porque Silvana havia ido dar de mamar para a filha caçula. Foi Laura quem perguntou:
-- E agora Márcia diante disso que está acontecendo, o que você pretende fazer?
-- Eu não tenho a mínima ideia do que fazer Laura. Só sei que precisamos agora de momento descobrir o paradeiro do Nogueira. O problema é saber que eles já se conhecem a tempo, isso porque entraram e saíram da academia na mesma época. Só que depois cada um foi para uma unidade diferente e amanhã eu e o Donizete vamos procurar descobrir algo sobre o que aconteceu.
-- Mas amor isso pode ser perigoso e eu tenho medo que algo saia errado. Você bem que poderia colocar alguém em seu lugar!
-- Minha linda primeira dama, eu sou a comandante daquela unidade. Então sou eu que tenho de ir atrás e saber o que aconteceu, não posso fazer de conta que nada está acontecendo. E eu tenho a plena certeza e sou obrigada a concordar com o major Nunes de que o capitão Nogueira está morto. E eu tenho mais certeza ainda de que aquele vagabundo e cagão do Esdras está envolvido nisso até o pescoço.
Andressa não contestou o que Márcia havia falado, porque no fundo ela sabia que a coronel estava certa. Afinal, ela era a comandante e esse caso não poderia passar em branco. Laura também concordou com Márcia e restou para a esposa desta aceitar a decisão. No fundo o medo de perder a coronel era tão intenso que Andressa pediu licença e foi até o quarto. Ao chegar se jogou na cama e começou a chorar.
-- Márcia ela sempre reage assim? – Dessa maneira?
-- Sim Laura a minha esposa é tão família quanto eu. E o medo maior dela é que algo aconteça comigo!
-- Mas ela está certa em se preocupar, afinal você além de ser o mundo dela, é também o porto seguro deles e o pilar mestre também. Portanto eu concordo com você e assino embaixo o que ela falou. Se isso acontecesse com a Silvana ou as minhas filhas, eu também ficaria preocupada.
Nesse instante em que as duas conversavam, Silvana que havia escutado a conversa disse:
-- Ainda bem meu amor que você não passa por essas situações. Senão acho que eu ficaria louca se te perdesse. Por isso, eu entendo o medo da Andressa. Porque eu também tenho medo de que aconteça algo com vocês ou as nossas filhas principalmente a nossa Lorena.
Laura chamou a esposa e depois de sentá-la em seu colo respondeu:
-- Fique tranquila minha jaguatirica, isso não acontecerá! Disse beijando a esposa.
Nicola chegou perto da mãe e disse baixinho no ouvido da coronel:
-- Mamãe acho que a mamãe Andressa está chorando.
-- Como você sabe filho?
-- Porque eu e a Celina vimos quando ela passou por nós. Você não brigou com ela mamãe?
-- Não meu filho, fique tranquilo porque nós não brigamos. Mas obrigada por me avisar, eu vou lá ver a mamãe esta bem?
-- Vou ficar te esperando! Falou o menino fazendo com que a mãe desse risada e pensasse: -- Esse é mesmo um Mantovanni, crica igual ao avô!
Ao chegar no quarto, viu que a esposa estava sentada na cama. Aconchegou Andressa em seus braços e perguntou:
-- O que houve minha primeira dama? – Porque chora meu amor?
Andressa estava com os olhos inchados de chorar. Simplesmente respondeu para a coronel:
-- Tenho medo meu amor! – Medo de que algo saia errado e acabar perdendo você!
Márcia abraçou a esposa e depois de enxugar as lágrimas de Andressa falou:
-- Minha amada esposa e mãe dos meus filhos fique tranquila porque eu não vou dar o gostinho daqueles ratos me derrubarem. A coronel Mantovanni ou raposa do deserto já sabe como vai agir. Portanto minha rainha eu te peço que tenha calma e paciência. Logo ficaremos livres de tudo isso e se você quiser para se sentir mais segura, eu peço a minha aposentadoria, saio da polícia e ficarei mais com você e as crianças.
Andressa olhava para aqueles olhos apaixonantes e mais calma respondeu:
-- Não meu amor, eu não te quero fora da polícia! Aquilo é a sua segunda casa e eu não quero que você acabe sua carreira por causa de nós.
-- Mas querida vocês são mais importantes do que a minha carreira policial.
-- Eu sei meu anjo que nós estamos acima de tudo, mas eu não posso aceitar isso. Eu te conheci na polícia e não fora dela. Portanto só peço que você se cuide.
Márcia beijou a esposa e calmamente começou a roçar o pescoço de Andressa e logo elas já se entregavam novamente a mais um momento de amor.
Quando saíram do quarto, Nicola estava sentado na sala brincando com os irmãos e as filhas de Laura. Assim que viu as mães foi logo perguntando:
-- Mamãe Andressa a mamãe Márcia brigou com a senhora?
Andressa riu do filho e respondeu:
-- Não meu príncipe, eu e a mamãe não brigamos! – Conversamos sobre alguns assuntos no trabalho dela, somente isso e a mamãe ficou preocupada foi só o que aconteceu!
Nicola ficou olhando, mas se deu por satisfeito com a resposta de Andressa. A coronel já tinha contado para a esposa qual tinha sido a última do filho.
-- Esse moleque sabe ser chato quando quer. É bem o velho Mantovanni mesmo, escolhemos o padrinho certo para esse rato.
As crianças deram risada e isso deixou Nicola irritado. Olhando para a irmã respondeu:
-- Celina você é tonta. Bando de idiotas, até o André fica fazendo graça! E saiu bravo indo em direção ao quarto. Foi Silvana quem disse:
-- Andressa esse menino é bravo!-- Olha bem diz aquele ditado que filho de peixe peixinho é! -- Estou besta Laura!
-- É Silvana ele puxou a mãe. Porque a Andressa é assim, quando emburra só Deus sabe!
-- Concordo com você Laurinha. Esse menino tem o gênio igual ao da Andressa e se bobear quando ficar mais adulto vai ser encrenqueiro. Já estou até vendo a cena, eu e a mãe dele sendo chamadas no colégio militar por causa de brigas! Disse a coronel.
-- É nada, o meu menino não é assim. Ele pode até ser rebelde, mas é muito fofo! Falou Andressa. Logo depois Nicola vinha descendo a escada e olhando bem sério disse:
-- Tô com fome mamãe!
-- Mas já filho? -- Vocês acabaram de comer um monte de coisas gostosas que a vovó preparou! – E tem mais, nós almoçamos e você já está com fome? Respondeu Andressa.
-- Ah mamãe, eu quero churrasco!
-- Estão vendo amigas, nisso ele puxou a Márcia. Esse menino adora churrasco, nunca vi igual.
Nicola ficou olhando para Márcia e essa ao levantar-se respondeu ao filho.
-- Tudo bem faremos churrasco, mas alguém vai ter que me ajudar! -- E realmente filho, a mamãe aqui está com fome e também amor, já são quase seis horas da tarde. É natural que ele esteja com fome porque até esse churrasco sair, os outros estarão com fome.
-- Tia Márcia nós podemos ir ajudar também? Perguntou Lorena.
-- Claro minha princesa, vamos todos o que vocês acham?
A coronel escutou somente um “Oba” e logo todos já estavam na área onde havia a churrasqueira. Andressa, Laura e Silvana se divertiam com Márcia e as crianças. Dona Severina também se juntou a eles e logo todos estavam se divertindo. Logo depois o sogro de Márcia chegou e a sogra da coronel logo se assanhou.
-- Andressa, o Raimundo chegou. Vou até lá ver como foi o dia dele no quartel!
-- Vai lá minha sogra. Depois que casou, só pensa no Raimundão e no pintão que ele tem. Velha assanhada!
Andressa olhou para a coronel e rindo disse:
-- Amor como você ousa falar sobre a vida intima da minha mãe?
-- Mas minha primeira dama, fazia tempo que não via a coisa, agora quer ver todo dia e toda hora. Vai é matar o velho, agora só falta a minha mãe inventar história. Aliás, ela te mandou um recado.
-- Ai anjo, só você para me fazer rir. Mas que recado é esse que a minha linda sogra mandou você me dar?
Olhando para a esposa e as amigas, a coronel falou:
-- Ela quer que você vá com ela comprar umas lingeries. Porque segundo a sua sogra as que ela usa, já estão ultrapassadas.
Andressa que até então estava séria olhando para a coronel disse:
-- Já sei por que ela anda querendo mudar o guarda roupa. Ela está a fim de apimentar as noites de amor com o seu pai.
Foi a vez da coronel rir com a afirmação da esposa:
-- Apimentar o que? As noites de amor? Mas já faz tanto tempo que os seus sogros não fazem isso. Acho que o coronel Giuseppe vai só pelo cheiro e olha lá! Ah essa eu queria ver!!!
Laura, Silvana e as crianças ficaram olhando e começaram a rir da colocação que Márcia havia feito em relação aos pais. Foi Laura quem falou:
-- É Márcia, mas não deboche dos seus pais. De repente aparece um Mantovanizinho por ai e então eu vou querer ver a cara de vocês! – Fica brincando com coisa séria, já imaginou Andressa o seu cunhado Giuseppe ou a Genova perdendo o lugar de caçulinhas do Clã Mantovanni?
-- Olha Laura, eu queria ver isso! -- Só para ver a cara da sua comadre!
-- Mamãe o vovô e a vovó vão fazer igual a você e a mamãe Andressa fazem? Perguntou Celina e isso fez com que Márcia e Andressa ficassem roxas de vergonha. Laura e Silvana se divertiam com a situação. As crianças também haviam entendido e então Antônia falou:
-- Mamãe Márcia é assim que você e a mamãe Andressa vão dar um irmão para nós? – Fazendo igual ao vovô e a vovó?
-- Antônia e Celina minhas princesas. Isso não é assunto para vocês ouvirem e nem comentarem. Quando chegar a hora e o momento certo, conversaremos sobre isso!
Com essa explicação as crianças se convenceram e voltaram a brincar. Logo os pais de Márcia e os amigos de sempre, chegariam à casa da coronel. Porém, ela sabia que esse momento de lazer com a família era bom para renovar as energias, porque o dia seguinte seria uma incógnita e ela sabia muito bem disso. E nesse meio tempo em que estava sem trabalhar Andressa já estava começando a providenciar o mais jovem dos Mantovanni. O pequeno Gabriel Henrique Pires Paiva Mantovanni que seria o xodó dos irmãos, principalmente de Nicola.
Fim do capítulo
Kkkkkkkkkk...Esse molequinho é foda!!
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