Capítulo 8. . Ela é mesmo uma Mantovanni.
Na segunda-feira assim que chegou ao quartel, a coronel perguntou pela sargento Meire. O capitão Nogueira informou que ela ainda não havia chegado e isso de imediato preocupou Márcia. Resolveu então ligar para o celular da sobrinha. Foi a moça mesma quem atendeu:
-- Olá coronel bom dia!
-- Bom dia sargento, mas eu estou ligando para saber o que aconteceu e porque a senhora não veio trabalhar hoje?
Depois de pensar se deveria falar a verdade ou não Meire continuou e disse:
-- Acontece coronel que depois do acontecido ontem na casa do seu pai, a minha mãe não se sentiu bem e eu resolvi que não iria trabalhar hoje!
-- Mas o que aconteceu com ela?
-- Nós fomos chamadas de pistoleiras pela sua cunhada, ou seja, a viúva do meu pai e a senhora acha o que coronel? – A senhora queria que a minha mãe batesse palmas?—A minha mãe coronel Mantovanni sempre batalhou e nunca precisou do seu irmão para nada. Por ter escutado isso, a minha mãe passou mal e eu tive que levá-la ao hospital para ela tomar uma bolsa de sangue. Por isso não fui trabalhar!
A coronel escutava atentamente o que a sargento estava falando e resolveu tomar uma decisão que talvez não fosse agradar ninguém, mas ela estava decidida a ajudar e disse para a “sobrinha”:
-- Fique tranquila sargento, eu sei e tenho certeza de que você é minha sobrinha. Por isso estou me pondo a disposição de ajudá-la e se precisar, eu mando exumar o seu pai e ai nós comprovaremos que você é mesmo uma Mantovanni.
Do outro lado da linha Meire respondeu:
-- Isso fica ao seu critério coronel e agora se não for pedir muito, eu preciso desligar. Passe bem coronel!
Assim que a moça desligou o telefone, Márcia decidiu que mandaria exumar o corpo do irmão, mesmo sabendo que isso iria irritar o velho Giuseppe, mas ela não estava nem ai sobre o que o pai iria pensar ou falar. De uma coisa ela tinha certeza, acabava de criar uma guerra entre ela e a cunhada.
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Na hora do almoço quando estava em casa, Andressa que estava com Antônia no colo, perguntou para Márcia que olhava atentamente para os filhos que estavam almoçando e perguntou:
-- O que foi amor, você hoje não conversou muito e vejo que está com problemas.
A coronel estava almoçando e ao olhar para a esposa disse:
-- Não é nada meu amor, eu só estava tomando uma decisão e acabei de decidir o que vou fazer sobre o assunto que envolve a Meire.
-- E o que você decidiu sobre o assunto da paternidade dela?
Seriamente a coronel disse:
-- Eu vou mandar exumar o Nicola! – Assim acabo de vez com isso!
Andressa olhou assustada para a esposa quando ela disse tal frase e novamente perguntou:
-- Mas anjo você já pediu autorização ao seu pai? – Ele vai chiar e muito!
-- Vou conversar com ele sobre isso. Mas creio que não haverá problema e ele querendo ou não, eu já decidi!
Andressa chegou até onde estava a coronel e disse:
-- Faça o que for melhor para todos amor e não se esqueça de que eu te apoio na sua decisão. Assim, evitamos futuros problemas, principalmente com a Silvana que não vai aceitar isso em hipótese alguma.
-- Não me interessa o que ela vai pensar, o que eu não posso é deixar essa moça que com certeza é mesmo minha sobrinha, a ver navios e ficar esperando migalhas. E fazendo isso, eu também estarei ajudando a mãe dela. Se ela for uma Mantovanni, tem direito de receber a parte que lhe cabe na herança!
Depois que almoçaram, a coronel não retornou ao quartel e assim se dirigiu até a casa do pai. Ao chegarem, dona Carlota estranhou o fato da filha, a nora e os netos, estarem lá naquela hora sendo que, era uma tarde de segunda-feira.
-- Boa tarde mamãe, tudo bem por aqui? – Cadê o papai?
-- Boa tarde filha, boa tarde Andressa e para você também meus lindos uma excelente tarde!
-- Boa tarde para a senhora também vovó! Responderam.
-- Boa tarde minha sogra linda!
Virando-se para a filha, Carlota disse:
-- Aqui está tudo bem minha filha e o seu pai está lá na biblioteca fazendo o que eu não sei, deve estar dormindo! -- Ultimamente ele só faz isso! Disse a mãe da coronel.
Quando estavam se afastando da mãe enquanto as crianças foram brincar na sala depois de darem boa tarde ao avô, a coronel disse para a esposa:
-- Não sei não amor, mas eu acho que a minha mãe quer relembrar os velhos tempos com o meu pai.
Andressa olhou para Márcia e disse:
-- Anjo isso são coisas de se pensar? – Você acha que a sua mãe está querendo...é isso que eu estou pensando?
-- Tenho certeza, você não viu a cara que ela fez quando disse que ele atualmente só dorme?
-- É eu percebi, mas aqui está me passando uma ideia maravilhosa, depois te conto! – Mas manda a sua mãe se preparar!
O coronel estava na biblioteca e assim que Márcia entrou, ele veio em direção à filha e abraçou a coronel perguntando:
-- Filha que prazer receber a sua visita, mas o que a trás aqui nessa hora?
-- Eu preciso conversar seriamente com o senhor papai e creio que além de ser um assunto delicado, o senhor não irá gostar, mas não vejo de momento outra alternativa.
-- Do que se trata minha filha, se você quer conversar comigo aqui é porque o assunto realmente é sério. Mas aconteceu algo entre você e a Andressa?
-- Não papai, entre nós está tudo bem, mas o assunto que me trás aqui chama-se Nicola.
-- Quem, o meu neto? O que houve com ele?
-- Não papai, o seu filho!
O velho ficou encarando a filha e disse:
-- Pois bem, fale o que realmente você quer!
Enquanto isso dona Carlota e a nora estavam conversando na sala e as crianças ferviam no meio dos brinquedos. Celina como sempre comandava a bagunça e André não ficava atrás. Quem não gostava muito era Antônia, pois a cada peça do quebra cabeça que montava, Nicola estragava. Foi quando Andressa disse ao filho:
-- Nicola Augusto, eu vou te colocar de castigo se você continuar com isso! – E falo sério!
O menino percebeu que a mãe estava ficando brava e disse:
-- Desculpa mamãe Andressa, eu vou parar de bagunça! – Desculpa Antônia e não conta para a mamãe Márcia, senão ela vai brigar comigo!
-- E muito merecido não é senhor Nicola, se a sua mãe Márcia te puser de castigo! Falou a avó.
Nicola viu que não tinha saída e resolveu aquietar o facho. Enquanto isso Thesca, Gênova e Genaro, chegavam na casa do pai. Foi a irmã caçula da coronel que disse:
-- Andressa minha cunhada querida o que fazes aqui? – A coronel deixou você sair sozinha?
-- Oi Gênova! – Não, a sua irmã está conversando com o seu pai e creio que daqui há pouco vai sair fumaça de lá da biblioteca!
-- Mas por quê? Perguntaram Thesca e Genaro.
Foi então que Andressa contou o que estava acontecendo e dona Carlota disse para a nora:
-- Andressa acho melhor ficarmos preparados, porque se eu conheço o Giuseppe, isso não vai ser fácil da sua esposa conseguir.
-- Mas mamãe, a Márcia está certíssima e nós devemos isso a essa moça. Se ela for mesmo nossa sobrinha e sua neta, isso será maravilhoso e sabem por quê? – Porque nós teremos mais uma lembrança do nosso irmão! Falou Genaro.
-- Também concordamos com ele mamãe. Essa menina tem que ter uma identidade e um sobrenome! Disseram Tchesca e Gênova.
Enquanto isso na biblioteca Márcia explicava ao pai o porque de ter tomado a decisão de exumar o irmão.
-- Isso está fora de cogitação Márcia!
-- Mas papai essa moça precisa saber que ela tem uma família e é justo isso. Não me diga que o senhor quer proteger o Nicola mesmo depois de morto. Eu sei o quanto isso ainda é doloroso, para mim também é, mas essa moça precisa provar que ela não é nenhuma pistoleira como disse a sua ilustre nora. Tenho certeza de que ela é sua neta e minha sobrinha, mas é preciso fazer isso! – Deixe de ser egoísta!!!
-- Eu não vou permitir isso e se ela quer provar que é uma Mantovanni, terá que ser de outra maneira!
-- Ah sei, o senhor quer o que? – que ela chegue aqui e seja tratada como uma legítima Mantovanni e escute novamente as besteiras que a Silvana disse? – É isso? – A única pessoa culpada nessa história toda é o safado do seu filho! – E o senhor sabe muito bem que não temos outra alternativa!
-- Mas eu não vou permitir que você fale assim do seu irmão. E se você me desobedecer, estamos de relações cortadas coronel Márcia Mantovanni!
Márcia sabia que o pai seria intransigente, mas não tanto assim e olhando para o velho disse:
-- Papai, eu vou fazer o que acho certo, fique em paz com a sua consciência isto é, se ela deixar e tem mais, a partir de hoje será como o senhor quiser coronel Giuseppe Carlo Mantovanni, estamos de relações cortadas!
-- Você não me desobedeça coronel! – Você ainda é minha filha!
-- Enquanto o senhor não deixar de ser intransigente papai, não terá acordo! – Passar bem coronel! E saiu deixando o velho atônito coma atitude da filha. Ao sair da biblioteca disse para a esposa:
-- Vamos embora Andressa, aqui já rendeu o que tinha que render.
-- Mas o que houve filha entre você e o seu pai?
-- Pergunte para o carcamano do seu marido dona Carlota!
Genaro entrou na conversa e disse para a irmã:
-- Não teve acordo não é Márcia?
-- Não Genaro, infelizmente não. O papai é muito chucro para certos assuntos e eu não estou mais a fim de dialogar com ele. Vou fazer o que a minha consciência manda. Vou mandar exumar o nosso irmão e está acabado!
Foi Tchesca quem disse:
-- Nos avise irmã quando você for fazer isso. Nós apoiamos você! – Essa moça tem que saber de onde ela é!
-- E quando você pretende fazer isso minha irmã? Perguntou Gênova.
-- O mais rápido possível e será nessa semana! Boa tarde a todos!
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Assim que saiu da casa do pai, Márcia estava com uma terrível dor de cabeça e Andressa perguntou:
-- Você não está se sentindo bem amor?
-- Não Andressa, eu não estou! – Não pensei que meu pai fosse tão intransigente a ponto de me falar o que disse.
-- E o que ele te falou?
Márcia contou para a esposa a conversa que teve com o pai e isso deixou Andressa irritada com o sogro.
-- Mas o seu pai hein amor, o velho intransigente! – O que ele pensa que a gente vai fazer? – É para o bem de todos e tem mais, eu também acho que essa moça é sua sobrinha, mas o resultado de DNA só dará mesmo os 99,9% se o seu irmão for exumado. Não adianta ele espernear e você sabe que tem o meu apoio para fazer isso.
-- Eu sei amor e agradeço muito a sua compreensão. Também não gosto disso, mas terá que ser feito.
-- Mesmo que você tenha que romper relações com o seu pai?
-- Sim, mesmo que eu tenha que romper com ele!
A semana estava passando normalmente e a sargento Meire apesar de ter voltado ao trabalho, ignorava o parentesco que tinha com a coronel. Na quinta-feira chegou o deferimento do pedido para exumar o irmão. A coronel mandou chamar a esposa e os irmãos. Quando chegaram na sala da coronel ela disse:
-- Meus caros irmãos e minha esposa querida, a autorização para a exumação do Nicola chegou e ela está marcada para amanhã às nove horas. Alguém quer desistir? – Se quiserem eu vou entender!
-- De jeito nenhum Marcinha, vamos com você até o fim! Disse Tchesca.
-- Pois bem, então amanhã nos encontraremos em frente ao mausoléu dos Mantovanni.
Assim que estavam saindo, Genaro disse para a irmã:
-- Você não vai na casa do papai? – Ele vai fazer um churrasco no sábado!
-- Não Genaro, eu não vou! – O papai tem que aprender um pouco sobre as coisas e como ele mesmo disse, estamos de relações cortadas. Se a Andressa quiser ir com as crianças, tudo bem, mas eu não vou. O papai me deve um pedido de desculpas e eu não vou me rebaixar para ele.
Andressa que escutou a conversa dos irmãos disse:
-- Se você não for anjo, eu também não vou! – E as crianças também não vão querer ir se você não estiver junto. Portanto Genaro, nós não iremos e enquanto seu pai continuar agindo assim, não tem acordo!
-- Eu entendo Andressa e também não concordo com isso. Aliás, maninha você conseguiu fazer a dona Carlota enfrentar o velho. Há tempos eu não via a mamãe revidar os coices do carcamano...kkkkkkkk...agora ele anda pianinho com ela. Mas tenha paciência porque ele uma hora vai cair na real e verá a besteira que fez! – Tenha um bom dia minha irmã.
-- Vocês também e obrigado por me apoiarem.
Assim que os irmão saíram a esposa da coronel que estava abraçada a ela disse:
-- Amor eu sinto muito sobre tudo isso que está acontecendo entre você e o seu pai. Sei que você sofre com esse afastamento, pois vocês se amam muito e isso me deixa magoada. Porque você não abaixa a guarda e tenta conversar com o coronel?
-- De jeito nenhum minha primeira dama a intransigência foi dele e não minha. O meu pai tem de aprender a ser benevolente em certas ocasiões e quem cortou relações comigo foi ele. Portanto eu só estou acatando o que ele me falou, ou ele acha que eu estou gostando de ter que ir até o cemitério e exumar o Nicola. Garanto que ninguém está sentindo tanto quanto eu! – Mas agora não tem volta.
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Quando chegaram em casa Andressa desceu do carro e ao entrar, viu que as crianças estavam fazendo muita farra com os avós. Assim que acabou de estacionar o carro Márcia viu que o carro do pai estava estacionado ao lado. Olhou para cima e pensou:
-- Lá vem bomba!
Assim que abriu a porta os filhos vieram correndo em sua direção e tanto fizeram que acabaram derrubando a mãe no chão e ai foi que os beijos começaram.
-- Calma, calma meus anjos. A mamãe é de todos vocês, agora vocês vão tomar um banho para jantarmos e depois conversaremos mais e vocês me contam o seu dia, ok?
-- Está bem mamãe! E subiram para tomar seus respectivos banhos. O quarto dos meninos assim como o das meninas, tinha uma suíte então não precisavam brigar para saber quem iria primeiro.
Quando dona Carlota viu a filha foi em sua direção e a abraçou.
-- Tudo bem minha filha? – Como está você?
-- Eu estou bem mamãe e a senhora?
-- Não tanto quanto eu queria, mas vou levando! – Filha, volte a conversar com o seu pai. Ele sente muito a sua falta!
-- Será que sente mesmo?
Andressa quando escutou o que Márcia havia falado, deu um olhar de reprovação para ela ao qual o mesmo não passou despercebido pela coronel. Depois de pensar, Márcia respondeu:
-- Está bem mamãe, mas eu não volto atrás e amanhã vamos exumar o Nicola!
-- Eu sei filha, o seu irmão me falou e eu quero estar junto.
-- Mamãe escuta o que eu vou te falar! – Não é bom para a senhora ir ver essas coisas, dói muito na gente fazer isso. Eu também não vou dizer que não me dói, mas eu sou forte e quanto a senhora mãezinha, vai ser um martírio. Portanto eu te peço, não vá!
-- Por mais que me doa Márcia, eu decidi que vou e pronto!
Depois de tentar convencer a mãe e não conseguir fazer com que ela não fosse a coronel disse:
-- Está bem mamãe se a senhora que assim, não posso fazer nada. Mas de antemão já aviso, não será fácil para nenhum de nós!
Assim que chegou na sala de visitas, viu que o pai juntamente com os sogros tomava vinho e ao vê-lo, Márcia já se preparou para escutar poucas e boas do velho. Aproximou-se e depois de cumprimentar os sogros, dirigiu-se em direção ao pai e disse sobre os olhares atentos da mãe, da esposa e dos sogros:
-- Boa noite coronel Mantovanni!
-- Boa noite...filha! Disse o velho quebrando o gelo entre os dois. Fazia uma semana que os dois não se falavam e tanto Márcia quanto o pai sentiram esse afastamento. Andressa que já havia falado com o sogro disse:
-- Que bom o senhor estar aqui coronel!
-- Eu também digo o mesmo minha nora, mas eu vim mesmo conversar com a coronel aqui e creio que será uma conversa definitiva!
-- Pois bem coronel estou pronta para ouvir o que o senhor tem a dizer. E pode ser aqui mesmo, afinal o coronel e dona Severina são da família também. E os meus filhos já que são espertos demais para a idade deles, também podem ouvir porque assim, já vão se acostumando que nem tudo na vida é cor-de-rosa!
Os filhos ficaram olhando para a mãe sem entender nada, mesmo assim ficaram quietos. Celina e André completariam quatro anos no próximo ano enquanto Nicola e Antônia fariam três e logo teria gente nova na casa da coronel, pois Andressa engravidaria novamente pouco tempo depois.
-- Amor, por favor, tenha calma! Disse Andressa bem baixinho no ouvido de Márcia.
Assim que todos se acomodaram e olhando para a filha, o coronel disse:
-- Filha sei que estamos com as relações um pouco estarrecidas, mas sei que o amor entre nós sempre foi mútuo. Você sabe que o seu pai aqui sempre foi um chucro, ignorante, mas eu fui criado assim. Os seus avós eram bons, mas muito antiquados e a única que conseguia dobrar o velho Genaro, era você! O velho fez uma pausa e continuou: -- Eu sei que fui duro com você, mas entenda o meu lado. O seu irmão apesar de tudo o que já aprontou, teve uma morte estúpida por coisas que ele mesmo causou e mesmo assim, eu sofri muito com isso e quando você falou que iria exumá-lo, toda aquela cena de anos atrás voltou com força e eu reagi da pior maneira possível. Peço que você perdoe esse velho ignorante, mas eu só estava tentando proteger o seu irmão, porque está sendo muito doloroso concordar com isso, mas como você que é sempre sensata nas suas decisões diz que o único meio de resolver a questão da Meire para saber se ela é mesmo uma de nós, eu permito sim que seja feita a exumação.
A coronel e os demais que estavam na sala escutavam atentamente o que o velho dizia. E por um momento os olhos de Márcia se encheram de água, mas a coronel manteve-se firme e disse:
-- Papai eu nunca quis desafiar ou faltar ao respeito com o senhor. Mas “vejo” que acabou sendo um pouco sensato em relação ao assunto. Eu entendo totalmente o seu ponto de vista, mas isso é necessário ou o senhor pensa coronel que isso não dói em mim. Até hoje eu carrego a culpa da morte do Nicola, porque se ele não tivesse entrado na minha frente e me empurrado ele não teria sido atingido por aquele desgraçado do Dimitri que deve estar no pior lugar que existe. A responsabilidade em proteger o Nicola era minha e eu falhei. E agora o senhor acha justo que essa moça pague por um erro que o meu irmão e seu filho cometeu a vinte e quatro anos? – Pai a sargento Meire merece saber sobre a família paterna e só assim eu vou ajudá-la a provar que ela é minha sobrinha e sua neta. Portanto papai se o senhor quiser mesmo ser sensato, não impeça isso. Dê a chance de a Meire ser sua neta, porque ela é a pessoa que menos tem culpa nessa história. O único culpado na realidade e nós sabemos muito bem é o Nicola, mais ninguém nem a mãe dela!
Dona Carlota se levantou e abraçou a filha dizendo:
-- Meu bebê, você está certa. Elas são as menos culpadas pela canalhice do seu irmão!
Dona Carlota, por favor, não fale assim do Nicola! Pediu Andressa.
-- Mas eu sou obrigada a reconhecer minha nora que o seu cunhado nunca foi boa bisca, infelizmente e espero que a influência do nome, não torne esse matreirinho que está sentado em seu colo, igual ao tio.
-- Isso não acontecerá mamãe se depender de mim a da mãe dele, será um homem de brio.
Depois de tudo acertado todos foram jantar. Nicola como sempre era o primeiro a ir para a sala de jantar e logo estava sentado no colo da coronel. André ficava enciumado e a coronel sempre dava um jeito de ficar com os dois. A coronel combinou o horário em que se encontraria com os pais no cemitério e na hora em que os velhos estavam saindo
Disse ao pai:
-- Papai eu quero agradecer o que o senhor está fazendo. Sei que é difícil e penoso, mas temos que ir até o fim.
-- Agora eu sei filha o quanto isso é importante para você! – Boa noite!
-- Boa noite papai!
Assim que colocaram as crianças para dormir Márcia e Andressa foram tomar banho. A esposa da coronel percebeu que ela estava tensa e perguntou:
-- Quer uma massagem amor?
-- Do jeito que eu estou cansada, eu quero sim meu amor. Esse assunto do Nicola tem me deixado tensa demais.
-- Eu sei por isso perguntei! – Hoje não faremos amor porque você está hipercansada.
-- Mas quem disse que eu não quero? – Vamos fazer muito amor sim! – Para você e para os nossos filhos minha primeira dama, eu nunca estou cansada.
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A coronel não dormiu direito durante a noite e logo pela manhã quando Andressa acordou, ela já tinha preparado o café e estava sentada a mesa juntamente com André e Nicola que como sempre falava para a mãe:
-- Mamãe Márcia to com fome!
-- Calma meu filho só estamos esperando as panquecas ficarem prontas e a sua mãe descer com as suas irmãs para tomarmos café.
-- Bom dia meus amores, não precisam esperar mais.
Márcia ao ver a esposa e as filhas deu um sorriso e disse ao filho:
-- Pronto seu comilão, agora podemos tomar café e depois vamos nos arrumar para sairmos.
Celina olhou e disse para a mãe:
-- Mamãe Márcia, nós também vamos com vocês lá ver o tio Nicola?
-- Vamos sim filha, mas se vocês não quiserem, poderão ficar na casa do vovô Vaz Amorim. Vocês querem ficar lá?
-- Não mamãe, eu quero ir disse para a coronel e os outros três também quiseram ir com as mães.
-- Então vamos terminar o nosso café e depois iremos!
Andressa olhava para a coronel e pensava:
-- Como eu amo você coronel Mantovanni!
Márcia parecia ter capitado o pensamento da esposa e respondeu:
-- Eu também te amo minha primeira dama!
-- Nossa meu amor, você leu meu pensamento?
-- Tudo o que vem de você Andressa, me interessa.
Andressa sentou-se no colo da coronel que já estava ocupado pelo filho e deu um beijo apaixonado em Márcia que além de quase ficar sem ar, a esposa ainda abraçava o pequeno Nicola que protestou:
-- Mamãe, assim a senhora me sufoca!
Andressa riu do protesto do filho e disse:
-- Mocinho esse colo é exclusivo, mas eu o divido com vocês!
As crianças riam do irmão e assim a família mais uma vez estava unida.
Por volta das nove horas todos já se encontravam em frente ao mausoléu dos Mantovanni. A coronel relembrou a última vez que estivera lá e isso não lhe trazia boas recordações. Afastou-se um pouco dos demais e orou pelos avós, tios, tia e em especial pelo irmão:
-- Nicola meu querido, desculpe-me o que vou fazer com você agora, mas sabes tanto quanto eu o quanto isso é importante. Dói-me saber que eu fui responsável pelo que te aconteceu e creia-me, que me sinto até hoje culpada por isso. Peço somente que me perdoe se falhei com você. Apesar de tudo sempre te amei e sei também que agora está tranquilo e bem orientado por nossos avós. Você tem uma filha linda, pois tenho certeza de que ela é mesmo uma de nós.
Nesse instante uma luz surgiu em volta de Márcia e ela percebeu que não estava sozinha. Foi o avô Genaro quem confortou o coração da neta dizendo:
-- Minha neta querida, não se sinta assim, o que aconteceu não foi e nunca será culpa sua. Acalma o seu coração e faça o que tem de fazer. Nós eu e sua avó Marieta estamos com você. Não tenha medo e logo você vai notar que o seu irmão está mais próximo do
que pensa, portanto, siga em frente.
A coronel sentiu uma leveza após o passe que os avós lhe deram e sorriu. Tudo ficaria bem.
No horário combinado começou a exumação. Márcia pediu que Andressa se afastasse com os filhos e ficaram somente ela e o coronel. Quando abriram a gaveta em que Nicola estava enterrado o coronel se pôs a chorar e disse:
-- Olha filha o que sobrou do seu irmão! – Olha isso!
Márcia abraçou o pai e disse:
-- Tenha calma papai já está no fim! – Sinto muito fazer o senhor passar por isso, mas o que tínhamos que fazer foi feito. Agora é colocar os restos mortais do meu irmão na urna e deixá-lo em paz. Quando tudo terminou, todos já estavam mais calmos e a coronel saia com alguns fios de cabelo do irmão e a certeza de ser Meire a sua sobrinha. Agora tudo se resolveria e isso não estaria acontecendo se a cunhada não tivesse falado besteira e ofendido a sargento.
Quando passaram em frente ao mausoléu da polícia militar, algo chamou a atenção de Celina e ela disse para a mãe:
-- Mamãe Andressa vamos parar aqui, eu quero ver quem era o soldado Magno.
Andressa se assustou com o pedido da filha e todos ficaram olhando para a menina. André também quis ir ver e a coronel olhou para Cláudia e essa entendendo o pedido de ajuda da comadre disse:
-- Vem aqui minha fofura que a madrinha leva você até lá. Vem também André!
O capitão Prado que estava acompanhando a tenente coronel, disse para Márcia:
-- Não se assuste coronel, às crianças vêm coisas que não vemos. Tudo está bem e isso é uma curiosidade comum entre eles. Mas é bom começarem a lidar com certas coisas porque futuramente será benéfico para ambos.
-- E desde quando ver gente morta é benéfico capitão?
-- A senhora entendeu o que eu falei, mas o seu medo não deixa que veja as coisas como realmente elas são. Os seus filhos tem mais coragem do que vocês todos juntos. Mas encerremos o assunto e vamos embora porque vai chover e muito.
Logo depois Cláudia e as crianças voltaram e Celina toda empolgada disse:
-- Nossa mamãe Márcia, tem tanta gente ai, mas todos estão bem, não é madrinha?
-- Sim minha criança, quase todos encontraram o seu lugar e outros também vão encontrar. E você André o que achou?
-- Tia Cláudia é bonito tudo aqui! Mamãe Andressa quando eu morrer eu vou ser enterrado aqui né?
Andressa e Márcia sentiram um aperto no coração e ela disse ao filho:
-- André Roberto, nunca mais diga isso meu filho e nem você Celina Eduarda!
-- Mas mamãe eu vou ser comandante da cavalaria e serei um herói igual a você, a mamãe Márcia, o vovô Giuseppe e o meu bisavô Genaro. E a Celina vai ser comandante do canil!
-- Está bem filho, mas agora deixemos para quando chegar o momento. Vamos esquecer essa história e ir para casa.
Assim que saíram do cemitério, a coronel foi até a casa da suposta sobrinha. Quando chegou foi recebida pela mãe da moça e logo em seguida a moça apareceu.
-- Bom dia coronel Mantovanni o que a trás aqui?
-- Vim buscar o seu material para fazermos o exame de DNA apesar de isso no meu ponto de vista ser uma besteira enorme, mas já que a senhora que assim sargento, vamos ao que interessa.
A coronel estava com a filha mais velha de Nicola e Carmela disse para a suposta irmã:
-- Meire se você não quiser continuar com isso, tudo bem porque eu sinto que você é mesmo a minha irmã.
-- Será que eu sou mesmo Carmela ou você só está com pena de mim e da minha mãe por causa das coisas que a sua mamãe falou na casa do seu avô?
-- Peço que desculpe as besteiras que a minha mãe disse, mas você há de convir que foi uma surpresa para todos e eu também fiquei sem reação quando você viu a foto do nosso pai na estante da casa do vô Giuseppe!
-- Nosso pai? – Enquanto eu não provar e esfregar isso na cara da sua mãe, não teremos parentesco algum dona Carmela Peres Cortez Mantovanni Motta!
A coronel que só observava e escutava a conversa entre as duas mulheres resolveu intervir e disse autoritariamente:
-- Vocês duas querem calar essas bocas? – Eu estou de saco cheio dessa conversa e vamos logo resolver essa merd* antes que eu bata nas duas!
As moças ficaram olhando assustadas para Márcia e logo depois o material para o teste foi colhido. Assim que tudo foi feito, Márcia disse:
-- No domingo estaremos no meu pai e até lá o resultado estará nas minhas mãos porque eu vou acompanhar isso de perto e eu quero você, a sua mãe e a sua avó lá na casa. E não me faça vir buscá-las, entendeu dona Meire!
-- Pois bem coronel, nós estaremos lá. Agora se me der licença, eu preciso cuidar da minha mãe!
Assim que saiu da casa a coronel disse para a sobrinha:
-- Acho melhor a sua mãe se preparar Carmela, porque ela vai ter que engolir o que falou!
-- Eu sei tia e se não for pedir muito, a senhora me deixa em casa, porque eu e o Motta temos coisas a fazer.
A coronel concordou e deixou a sobrinha em casa e de lá foi até o batalhão. As crianças estavam com Andressa, pois a tenente coronel não se sentiu bem e ficou aos cuidados da mãe e da sogra. Ela estava indisposta e pediu para a major Deise que tomasse conta de tudo e só a chama-se se fosse necessário.
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Quando chegou ao batalhão o capitão Nogueira foi ter com a coronel em sua sala e assim que entrou depois de cumprimentá-la disse:
-- Boa tarde coronel tenho novidades sobre o caso do soldado Magno.
-- E quais são essas novidades capitão?
-- A senhora tinha razão, o Esdras estava por trás de todas as falcatruas que aconteceram aqui e com o assassinato do Magno também.
-- Disso eu já tinha certeza, mas eu quero saber onde entra o major Nunes nessa história toda?
-- Ai é que está o xis da questão coronel, o major descobriu algumas coisas sinistras do capitão e esse quando descobriu, fez chantagem com o Nunes e tudo isso com a conivência do coronel Gutierrez e do Borges também!
A coronel olhou espantada para o capitão e disse:
-- O coronel Borges está envolvido nisso? – Só pode ser brincadeira, isso é uma acusação muito séria capitão!
-- Eu sei disso coronel, mas ontem mesmo eu gravei uma conversa do Borges com o Esdras e ouvi claramente quando o capitão disse que ele não se preocupasse, porque o bandido que havia sido ferido pelo tenente Motta, já estava longe de São Paulo.
-- Mas como você conseguiu isso?
-- Eu deixei um pequeno gravador na sala do Esdras e sem que ele visse ou percebesse que havia algo errado eu sai de fininho e ele não me viu E foi fácil porque ele usou o celular com o viva voz acionado. Quando ele foi embora, entrei na sala e peguei o aparelho de volta. Aqui está a gravação da conversa!
A coronel estava pasma de ouvir a conversa entre o coronel e o capitão. Disse ao subcomandante que logo ele teria uma resposta e pediu que na segunda-feira pela manhã, ele avisasse o major Nunes que os dois teriam uma conversa bem séria!
-- Bom capitão então estamos conversados!
Assim que terminou de analisar mais alguns papeis e depois de checar o andamento do batalhão, a coronel foi embora. Quando chegou em casa, os filhos já a esperavam para beijos e abraços. Nicola pulou no pescoço da mãe e não a largava de jeito nenhum. Andressa estava na cozinha foi em direção à Márcia a beijou apaixonadamente e perguntou:
-- Como foram as coisas meu amor?
-- Estou quebrada minha primeira dama, hoje foi um dia daqueles e depois tenho uma coisa para te contar que vai fazer você cair das pernas!
-- O que foi meu anjo? – O que aconteceu?
-- Calma que depois você vai dar risada! – Agora vamos jantar e depois quero tomar um banho e ver um pouco de televisão isso é, se eu conseguir.
Depois que jantaram, as crianças ficaram na sala assistindo televisão junto com as mães. Nicola foi o primeiro a manifestar que estava com sono e logo já estava dormindo no colo de Andressa. André e Celina assim como Antônia já dormiam no chão da sala e depois de levar Nicola para o quarto, Márcia pegou Celina e também a colocou na cama. Antônia e André também foram levados para os seus respectivos quartos e assim as mães também foram se deitar. Andressa abraçou a coronel e assim ficou por um bom tempo até que a esposa perguntou à coronel:
-- O que de tão interessante o meu amor tem para me contar?
A coronel olhou para a esposa que estava nua em seus braços e logo começou a narrar tanto sobre a guerra das sobrinhas como o assunto relacionado a morte do soldado Magno. Andressa ficou de boca aberta com as revelações e pediu:
-- Meu anjo, por favor, tome cuidado. O Esdras e o Borges podem ser perigosos e eu não quero mais te ver naquele hospital!
-- Calma minha gata selvagem, eu te prometo que tomarei cuidado dessa vez. Juro que não serei negligente e quanto a você, eu quero que também tome muito cuidado principalmente se estiver com as crianças porque se alguma coisa acontecer com vocês, eu mesma tirarei o couro daqueles dois. E agora, que tal vir me amar? – Só nos seus braços eu encontro a paz que tanto preciso!
Andressa ficou inebriada com a declaração da esposa e disse:
-- Eu sempre estarei aqui de braços abertos para te receber e amar você meu amor. Você sabe que não precisa me pedir para fazer amor, eu te amo coronel!
Andressa deitou por cima de Márcia e começou a acariciar os cabelos da coronel e de lá adiante seguiu com as carícias. Márcia estava calma e deixou que a esposa percorresse toda a extensão de seu corpo até que ela chegou ao ápice do prazer. Márcia retribuiu em dobro todo o carinho que a esposa lhe ofertara e depois de sentirem o prazer uma da outra, a coronel adormeceu nos braços de Andressa.
-- Dorme meu amor, que a sua batalha só está começando! Falou baixinho no ouvido da coronel.
Durante a noite, Márcia começou a sentir falta de ar e tanto o peito quanto a cabeça começaram a doer. Levantou-se calmamente e foi até o armário do banheiro onde pegou os remédios que tomava e foi até a cozinha. Tomou-os e voltou a deitar e viu que Andressa dormia calmamente. Esperou um pouco e logo também adormeceu.
Pela manhã acordou e já se sentia melhor, mas sentiu que a pressão estava alta e tomou outro remédio. Quando Andressa acordou Márcia e os filhos estavam na piscina, pois era sábado e o dia ensolarado estava lindo. O café da esposa estava pronto com suco, pães, doce e frutas. As crianças já haviam comido e brincavam na água sobre os olhos atentos da coronel. Nicola era o mais afoito e depois de dar bom dia para a esposa, ela resolveu entrar na piscina e ficar perto do caçula dos homens. O menino adorava água e mesmo com a boia que usava nos bracinhos, Márcia estava sempre em alerta. Andressa tomava o café e olhava a alegria dos filhos com a coronel e pensava em tudo o que já haviam passado e sorriu feliz.
-- Vem mamãe brincar com a gente! Disse Celina toda empolgada.
-- Eu já vou filha, deixa só a mamãe colocar o biquíni.
A coronel olhou a esposa de cima abaixo e ao chegar perto de Andressa disse:
-- Se estivéssemos só nós duas, o biquíni poderia ser dispensado, mas com as crianças estando aqui já fica complicado.
-- Pode deixar amor, depois eu atenderei o seu pedido com o maior prazer! Disse olhando maliciosamente para Márcia.
A manhã passou e com ela chegou a hora do almoço. As crianças queriam comer peixe e a coronel ficou receosa em levá-los ao restaurante por causa de Nicola, que era alérgico a peixe. Márcia além de convidar a madrinha e o padrinho de André, ainda convidou os pais, os sogros e os amigos de sempre. Estendeu o convite à sobrinha e ao marido e estes aceitaram de bom grado. Quando Laura chegou com as filhas e a esposa, Márcia perguntou:
-- Laura minha amiga, eu relutei para atender ao pedido das crianças, mas será que isso não fará mal ao Nicola?
A doutora tranquilizou a amiga dizendo:
-- Ele ainda está tomando o remédio para a alergia?
-- Rigorosamente no horário como você receitou um dia sim e outro não! – Inclusive hoje ele já tomou o remédio!
-- Então ele poderá comer, mas não o deixe exagerar, porque sabemos o quanto ele é fominha!
-- É mesmo Laura, desde que era bebê, apesar de eles ainda continuarem a serem nossos bebês.
-- Em casa também as meninas são nossos bebês. Mas elas estão crescendo tão rápido! – Olha a Lorena com a Celina, parecem duas mocinhas conversando.
As duas mães ficaram observando as filhas e ambas chegavam à mesma conclusão de que ali já estavam as suas respectivas noras.
O almoço foi um sucesso. Márcia controlou o impulso alimentício do filho de tudo quanto foi jeito. A única coisa que Nicola não gostou muito foi do bacalhau, mas em matéria de camarão, o matreirinho era esperto. Foi a madrinha e avó dona Carlota quem disse à nora:
-- Andressa esse moleque é uma draga! – Tem mais apetite que os outros e sinceramente eu não sei aonde vai tanta comida, deve ter puxado a Márcia!
Andressa começou a rir e disse para a sogra:
-- Dona Carlota nem eu sei mas ainda bem que eles praticam natação e fazem alguns exercícios, isto é, quando a Márcia está disponível.
-- Coitadinhos ela deve pegar pesado com eles! – Porque no quartel dizem que ela é terrível!
-- Nem tanto minha sogra, eles são pequenos, mas gostam de fazer os exercícios. O André adora praticar corrida, mas a Márcia explica como eles devem fazer e tudo acaba virando festa. Por enquanto ela ainda não pega pesado.
Enquanto sogra e nora conversavam, Márcia estava atenta ao filho. Ela estava com medo de que os camarões dessem reação alérgica no menino por isso, ficou em estado de alerta. No final do almoço todos combinaram de se encontrarem no dia seguinte na casa do coronel Giuseppe. Samir perguntou para a cunhada:
-- Márcia o resultado do DNA está contigo?
-- Está Samir e amanhã a surpresa será dupla, pois além de ser o aniversário do meu pai, ele nem desconfia que a Meire é mesmo neta do velho Giuseppe. E tem mais, não comente nada com ele porque serão duas surpresas.
O cunhado ficou sem entender e novamente perguntou:
-- Mas qual é a outra?
-- É que nós resolvemos fazer uma festa surpresa para os setenta e seis anos do seu sogro. Portanto, diga para aquela boca de caçarola da Tchesca, não abrir a boca e nem dar bola fora.
-- Pode deixar cunhada, eu dou um jeito de segurar a boca de caçarola da Thesca!
Á noite o tempo estava muito frio e as crianças não quiseram sair. Márcia a toda hora ficava de olho no filho para ver se o menino estava com alguma mancha pelo corpo, mas a coronel sabia que os filhos tinham uma saúde de ferro, principalmente Nicola que era quatro centímetros mais alto do que André e mais fortinho. Lorena havia ficado na casa de Márcia e iria dormir no quarto com Celina e Antônia. A filha da coronel ficou toda feliz quando Laura deixou a menina ficar.
-- Pode ficar tranquila Laura, se ela quiser ir embora, eu levo. Disse Márcia para a amiga que respondeu:
-- Duvido Márcia, essas duas não se largam mais!
A coronel viu a alegria das filhas e disse para as três meninas:
-- Bom já que não vamos sair, o que as minhas princesas e os meus príncipes querem comer? Perguntou sob o olhar carinhoso de Andressa que falou para Márcia.
-- Mas são todos uns matreirinhos não é amor? – Olha a cara de pau dos meninos?
-- Sabe de uma coisa minha primeira dama? Disse abraçada à esposa que agora estava sentada em seu colo.
-- O que meu amor?
-- Eu amo vocês e acho que hoje é uma boa oportunidade para conversarmos com eles aquele assunto sobre termos mais um filho. O que você acha?
Andressa ficou radiante e disse:
-- Ótima ideia amor, é um bom momento, ou melhor, um ótimo momento!
-- E ai meus amores, vocês já decidiram o que vamos comer? Perguntou Andressa.
Foi Celina quem disse para as mães:
-- Nós decidimos que queremos pizza, coca-cola e lanche do Mc Donald’s mamãe Andressa!
-- Então comeremos pizza, lanche e coca-cola certo amor?
-- Por mim está ótimo minha primeira dama! – Então, vamos comer. Respondeu a coronel
Depois que as crianças escolheram os sabores das pizzas e os lanches que queriam, a coronel reuniu a todos e disse que precisava conversar com os filhos. Lorena olhou para a coronel e disse:
-- A senhora quer que eu saia tia Márcia?
A coronel respondeu carinhosamente:
-- Não princesa da tia, você fica também, afinal somos todos, uma família e vocês todos fazem parte.
A menina sorriu e ficou abraçada junto a Celina e isso não passou despercebido pelas “sogras”.
-- Conta logo mamãe! Falou André que já estava inquieto.
Márcia sentou-se ao lado de Andressa e começou a falar para as crianças:
-- Meus amores, vocês sabem o quanto eu e sua mãe amamos vocês. Nós agora de momento estamos com um planejamento, mas isso vai depender da aceitação ou não de vocês. Por isso, nós resolvemos hoje que estamos todos em casa e contar para todos.
-- Fala mamãe! Foi a vez de Antônia falar. Foi Andressa quem disse:
-- Calma filha! – O assunto é o seguinte moçadinha, eu e a mamãe Márcia estamos querendo arrumar um irmãozinho ou uma irmãzinha para vocês. Mas isso só acontecerá se todos nós, estivermos de comum acordo e nós precisamos de vocês para tomarmos essa decisão.
As crianças ficaram olhando para as mães com cara de espanto e depois de a ficha ter caído, André disse:
-- Eu quero que seja menino! – Porque menina é muito chata!
-- Eu também mamãe, já tem muita mulher aqui em casa! Disse Nicola que apoiava o irmão.
-- E vocês Celina e Antônia, o que acham dessa ideia?
Antônia respondeu para a mãe:
-- Eu gostei mamãe, mas tem que ser menina!
Celina que escutou tudo atentamente disse aos irmãos:
-- Vocês são tudo uns bobos! -- Se for homem ou mulher será irmão da gente do mesmo jeito. Para mim tanto faz o importante é sermos unidos como sempre fomos! – Eu também gostei da ideia mamãe!
Márcia e Andressa ficaram olhando de boca aberta espantadas com reação da filha. Elas jamais imaginavam que Celina fosse assumir essa postura e foi Andressa que disse:
-- Tem certeza que vocês gostaram da ideia. Ele ou ela tem que receber o carinho de todos nós. Mas se quiserem, podemos desistir!
-- Não mamãe, ele ou ela será o bebê da casa! Respondeu Nicola que foi apoiado pelos irmãos.
-- Bom amor diante disso, vamos comemorar!
Depois de jantarem, as crianças tomaram banho e depois de brincarem mais um pouco todos foram dormir. Lorena e Celina dormiram bem juntas uma da outra, pois no quarto tanto das meninas como dos meninos, haviam três camas, para o caso de visitas.
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No domingo pela manhã Márcia acordou e foi até a cozinha. Quando entrou, viu Nicola sentado na cadeira e depois de abraçar e beijar o filho, perguntou o que ele estava fazendo lá.
-- Eu estou com fome mamãe!
-- Bom então diante disso, vamos preparar o nosso café e esperar os outros acordarem e depois de arrumarmos tudo, nós iremos para a casa do vovô Giuseppe!
Márcia percebeu que o filho estava com o olhar distante e perguntou:
-- No que você está pensando príncipe da mamãe?
O menino olhou para a mãe e perguntou:
-- Mamãe se nós tivermos aqui em casa um bebê, a senhora e a mamãe Andressa vão dar mais atenção para ele do que para nós?
Andressa que estava chegando na cozinha com Celina e Lorena abraçou Nicola e respondeu ao filho:
-- Não meu amor, nós nunca deixaremos de amar vocês! – Todos continuarão sendo muito amados e sabe por quê? – Porque o nosso amor por vocês é enorme e sempre será, mesmo que venham mais um, dois, três ou seja quantos filhos nos forem permitidos por Deus. Portanto, podem ficar tranquilos que temos amor para todos!
André e Antônia foram os últimos a acordar e logo também já estavam na cozinha e o café foi servido. Dona Severina e o coronel já estavam desde sexta-feira para a casa do pai de Márcia, pois a sogra da coronel ficou de ajudar dona Carlota e as filhas com os preparativos do aniversário do coronel.
Na hora do almoço, todos já se encontravam na casa do coronel. Só estavam faltando Meire, a mãe e a avó. Quando a campanhinha tocou dona Carlota foi atender e viu as três mulheres paradas à sua frente. Cordialmente pediu para que elas entrassem e as acomodou. Logo Márcia e Andressa vieram cumprimentá-las e a coronel falou:
-- Meire tenha calma, isso está por pouco e logo você fará parte dos Mantovanni!
-- Eu espero coronel que isso tudo acabe hoje!
-- Não seria mais fácil você chamar a mim e aos irmãos do seu pai de tios?
A moça ficou olhando para Márcia e respondeu:
-- Sinceramente coronel eu acho difícil pelo menos de começo. Mas me deixe acostumar com a ideia e depois quem sabe isso aconteça!
-- Mas se vê que és mesmo uma Mantovanni, é cabeça dura igual ao seu avô Giuseppe!
-- Veremos coronel, veremos!
Depois que Márcia se afastou, Carlota e Enzo vieram conversar com Meire que estava junto da mãe e da avó conversando com Samir. Foi o cunhado da coronel quem disse:
-- Olha minha jovem, tenho certeza de que logo estará usando o sobrenome do seu pai. E aviso que não precisas ter medo da Silvana porque nós estamos ao seu lado e se quiser já podes me chamar de tio Samir e a Thesca de tia.
-- Obrigada Samir, mas prefiro esperar!
-- Prefere esperar o que Meire? Perguntou Carmela ao se aproximar.
Meire olhou e viu que a meia irmã se aproximava juntamente com a mãe.
-- A prova de que o senhor Nicola é o meu pai!
-- Veremos mocinha, creio que isso não passa de armação! Disse Silvana.
-- Mamãe, por favor, componha-se! – Fique de boca calada!
-- Carmela não fale assim comigo nesse tom! – Exijo respeito!
-- Então se comporte para não ser colocada daqui para fora pelo seu sogro!
Silvana não gostou da reação que Carmela teve, porém, preferiu não protestar e quando o almoço já estava pronto, dona Carlota chamou a todos. Nicola como sempre comeu de tudo e depois falou para Andressa que estava com a barriga doendo.
-- Também filho você parece um saquinho sem fundo! – Mas vem aqui que a mamãe vai te dar um remédio e logo você já vai melhorar.
-- Mas o que aconteceu com o meu menino? Perguntou Márcia que se aproximava dos dois.
-- O seu menino aqui como sempre, exagerou e eu acabei de dar um remédio para ele, por isso está murcho assim.
A coronel pegou o filho no colo e logo fez com que ele dormisse. Quando acordou, Nicola já estava em ponto de bala.
-- Melhorou Nicola? Perguntou Celina.
-- Melhorei cadê a mamãe Andressa? Perguntou para a irmã.
Celina pegou o irmão pelas mãos e disse:
-- Estão todos na piscina, só esperando você acordar para comemorar o aniversário do vovô Giuseppe!
-- Oba vai ter bolo e doce?
Celina riu do jeito que o irmão falou e depois de beijá-lo disse:
-- Vai Nico tudo o que tivermos direito de comer. Mas agora vamos que a mamãe Andressa já vem vindo. Disse a menina que vinha de mãos dadas com o irmão.
-- Mas que lindos, a mamãe vai tirar uma foto de vocês!
Os dois fizeram pose e logo a foto estava tirada.
-- Agora vamos que a mamãe Márcia vai fazer um pronunciamento para nós.
Quando Andressa voltou com os filhos a coronel sorriu e disse:
-- Amigos hoje estamos aqui para duas comemorações ao qual eu fiz questão de deixar para o dia de hoje. Como todos sabemos, o meu querido pai está fazendo mais um ano de vida e espero que Deus permita a ele fazer muito mais.
O velho estava emocionado com a festa surpresa e não balbuciava uma palavra qualquer, devido a felicidade que estava sentindo.
-- E como vocês sabem, eu tive um assunto familiar para resolver durante a semana e isso me afastou um pouco do meu trabalho, dos meus filhos e da minha querida esposa. Porém, isso tudo foi válido e sabem por quê? – Porque eu tenho a honra de apresentar à vocês e em especial ao senhor papai um dos melhores presente de sua vida. Isso para mim é por demais gratificante pois eu apresento a vocês a mais nova membro da família Mantovanni. E olhando para Meire disse:
-- Por favor, Meire se aproxime! – Senhores eu tenho a honra de apresentar-lhes a mais nova Mantovanni. A senhorita Meire Teresa Cerqueira Mantovanni, minha sobrinha e secretária no batalhão!
Todos os presentes que não sabiam do assunto ficaram de boca aberta.
-- Portanto papai eu te dou a sua neta Meire, filha do nosso ilustre Nicola e da senhora Maira Cerqueira. Mamãe, papai, essa moça é mesmo uma Mantovanni.
O velho foi até a filha e a abraçou dizendo:
-- Obrigada filha por esse presente maravilhoso que acaba de me dar. Ou melhor, a todos nós. Sei que seu irmão ficaria orgulhoso disso apesar de não saber qual seria a reação dele. Mas o importante é saber que ele deixou mais uma lembrança viva para nós e isso não tem preço. A sua mãe sempre teve certeza de que a Meire era nossa neta, mas como você sabe, eu e ela somos dois velhos ignorantes e entender certas coisas para nós é muito complicado por isso peço que me perdoe quando eu disse que não queria a exumação do Nicola e isso me doeu muito, porém, se eu morresse hoje, estaria feliz, porque conheci uma mulher de fibra que é você Maira que mesmo com alguns problemas, criou essa moça sem dever nada a ninguém.
Todos estavam emocionados com as palavras do velho coronel que se encaminhou em direção a Meire disse:
-- Minha neta perdoe esse burrão chucro que é o seu avô, mas eu fiquei mesmo surpreso quando você disse aqui naquele dia que o Nicola era o seu pai. Não duvidei, mas acho que eu não queria aceitar o que já era tão obvio. Peço a você também Maira que desculpe as besteiras que o pai dessa menina fez, ele sempre foi uma ovelha desgarrada, mas entenda ele era meu filho e só eu sei o quanto todos nós sofremos a perda dele. Mas agora eu quero suprir toda essa distância e falta que fizemos à vocês. Por favor, Meire perdoe-nos e só me resta a dizer que seja bem vinda aos Mantovanni, minha neta.
A moça que chorava com as palavras do avô disse:
-- Coronel Giuseppe eu e minha mãe nunca quisemos tirar um centavo de vocês e creia-me que fiquei tão surpresa quanto vocês em descobrir que o seu filho era meu pai e que a coronel era minha tia. Não estamos aqui para fazer média e nem graça, simplesmente eu queria saber quem eram os familiares do meu pai. Só isso!
O velho então disse:
-- Por favor, não me chame de coronel, mas sim de avô. Porque agora você tem uma família e isso é o que importa.
Silvana que até então estava quieta disse:
-- Coronel Mantovanni, o senhor vai acreditar nessa conversa toda? – Onde está esse resultado que ninguém viu? – Se vê que essa moça é somente uma caça heranças e eu duvido que isso não tenha sido forjado!
Carmela interpelou a mãe e disse:
-- Chega mamãe, pare com essa palhaçada. A senhora sempre soube que o papai nunca foi um santo e isso que a senhora disse é coisa da sua cabeça de dondoca. Sim, porque nunca soube o que é trabalhar e se a senhora fosse mais atuante em seu casamento, talvez ele não tivesse feito tanta besteira. Porque o seu apoio ele nunca teve e sim, sempre quis ser conhecida como a esposa do Dr. Mantovanni nada mais. E isso para manter a pose de dondoca!
A coronel que até então observava disse para a sobrinha:
-- Carmela por favor, não fale assim com a sua mãe! – Ela tem lá suas futilidades, mas é sua mãe! – E eu conheço muito bem quem ela é, portanto, você nem precisava dizer isso.
-- Mas tia Márcia, ela sabe bem do que eu estou falando e isso não é novidade para ninguém e até o seu sobrinho Enzo sabe disso, mais prefere se fazer de mudo, surdo e tonto. Sim, porque para ele é tudo bom demais, não trabalha, só estuda e ainda continua posando de bom vivant? – Ah tia tenha a santa paciência, a minha mãe e o Enzo já passaram dos limites!
-- Carmela não fale assim com a mamãe!
-- E quanto a você Enzo, cale a boca! – Meire, por favor, não ligue para o que a dona Silvana diz e tenha certeza de que a partir de hoje você terá uma aliada, ou seja, eu sua irmã Carmela!
-- Agora chega disso! Foi a vez de dona Carlota falar. – Hoje é dia de festa e eu quero paz e harmonia e quanto a você Silvana, olhe esse resultado e engula de uma vez por todas a sua petulância ou eu serei obrigada a te convidar para se retirar desta casa!
-- Mas dona Carlota!
-- Eu falei CHEGA! –Acabou o assunto. Ele está morto e enterrado igual ao Nicola, portanto, ACABOU!!!! – E agora vamos comemorar!
Andressa e todos os presente ficaram atônitos com a mãe da coronel. Foi Cláudia quem disse para a esposa:
-- Meu amor eu nunca vi a dona Carlota agir assim e olha que eu conheço essa italianada a mais de vinte anos!
-- Eu também fiquei pasma com isso meu amor, mas agora como ela mesma disse, vamos comemorar!
A festa prosseguiu normalmente e foi Meire quem chamou Márcia de canto e disse:
-- Obrigada por tudo coronel, ou melhor, tia Márcia. Agora eu estou feliz e ficarei mais ainda, depois de ver minha mãe curada.
-- Não se preocupe minha querida, nós vamos resolver o problema de saúde da sua mãe, porque agora vocês também são da nossa família e isso como disse o seu avô, não tem preço.
A mãe e a avó também vieram agradecer à coronel e ela também disse para as duas:
-- Fique tranquila Maira, nós estamos juntos e logo você ficará boa. Agora vocês estão protegidas, mas já te aviso de antemão, você viu o quanto o velho é chucro. Mas tem um bom coração.
-- Eu entendo o seu pai Márcia e não vejo por esse lado. Vejo um homem de brio e caráter que sempre gostou das coisas certas. Só isso e agora se nos der licença precisamos ir porque eu tenho horário para tomar os remédios e não posso atrasar um só minuto.
Quando todos estavam saindo Thesca disse:
-- Bem vinda minha sobrinha, agora você tem uma família e conte comigo e com o seu tio Samir em tudo o que precisar.
-- Obrigada tia pelo apoio, mas eu só queria que o meu pai estivesse aqui vendo isso.
Giuseppe o irmão mais novo de Márcia disse:
-- Não se preocupe minha linda, ele está vendo isso de algum lugar e creio que está muito feliz! – Boa noite e bom descanso!
Depois de se despedirem de todos, elas saíram levando a certeza de que tudo agora ficaria bem. E ficaria mesmo, porque agora elas tinham alguém.
Márcia e os filhos juntamente com a esposa também se retiraram, pois o dia seguinte seria de muito trabalho e agora pelo menos de momento, os Mantovanni podiam descansar em paz.
Ao chegarem em casa e depois de arrumarem as crianças para dormir, Andressa disse quando estavam deitadas:
-- Parabéns meu amor, agora vejo que está mais calma e feliz!
-- E estou mesmo minha primeira dama, por enquanto no quesito família eu estou em paz. Agora falta a parte profissional, mas isso eu vejo depois. E agora eu quero você assim toda nua como está, porque eu quero muito te amar e a noite será curta para nós!
-- Então vem meu amor, que eu quero te dar de tudo quanto for jeito. Quero também o nosso brinquedo para apimentar essa noite!
-- Seu pedido como sempre é uma ordem! – Eu te amo Andressa!
-- Eu também meu amor!
Fim do capítulo
Silvana esperneou mas não adiantou. Meire é mesmo neta do velho Giuseppe e sobrinha da coronel. Portanto ela também é uma Mantovanni. Agora é esperar a herança do pai.
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Lea
Em: 01/02/2022
Nunca esperei uma atitude assim da viúva do Nicola. Depois de ser amparada por toda a família MANTOVANNI e principalmente pela Márcia e Andressa,ela agir assim com toda essa arrogância,para cima da Meire e da mãe dela. A garota não tem culpa por ter sido,o pai dela um irresponsável
Se não fosse pela a Márcia ela não teria nem casa para morar!
E os problemas no batalhão,esperamos que a Coronel e a sua família passe por algo tão desatroso como foi a tempos atrás.
E para esse casal não há tempo ruim,todo dia é dia. ADORO!
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