Andressa está uma vara de brava. O Tigre de Bengala está prontinho para atacar!
Capítulo 5. Eu pego você.
No hospital Andressa andava de um lado para outro e nada a fazia parar. Nesse intervalo de tempo, Celina estava no Canil juntamente com a coronel Monteiro em sua sala. A menina estava brincando com o cachorro de pelúcia que a madrinha havia dado e de repente sem que a coronel esperasse gritou:
-- Mamãe Márcia! -- Mamãe Márcia! Começou a chorar correndo para os braços da coronel.
Cláudia se assustou com os gritos da menina e perguntou:
-- O que aconteceu minha pequena? – O que foi Celina?
A menina entre lágrimas e soluços respondeu para a madrinha:
-- Mamãe morreu, mamãe morreu tia!!!!
Assim que Celina disse essas palavras, a coronel sentiu um frio percorrer a espinha e logo em seguida o celular tocou. Era o coronel Raimundo que estava informando à madrinha de Celina o que havia acontecido. Cláudia assim que ouviu o relato dos fatos, disse que iria imediatamente ao hospital. Assim que desligou o telefone, ficou olhando para a afilhada e deduziu que Celina era mesmo uma criança especial.
-- Como é incrível a ligação dessas duas!
Assim que estava saindo, avisou ao subcomandante que estava indo embora e não retornaria mais à unidade. Pegou a menina e foi em direção ao hospital e ao chegarem Celina assim que viu Andressa correu para os seus braços chorando e dizendo para a mãe:
-- Mamãe Andressa!!! – Mamãe Márcia morreu!!!
Andressa olhou para a filha e ficou pasma ao ver a reação da menina.
-- Cláudia o que aconteceu com ela? Perguntou para a amiga.
A coronel chamou Andressa de canto e contou tudo o que havia acontecido. Viu depois que os outros três filhos de Márcia estavam sentados ao lado dos avós. Ambos estavam cobertos com o sobretudo que a mãe usava no momento em que estava na sala e de todos quem mais chorava era Nicola. André era igual à coronel e não demonstrava o quanto estava abalado, mas os olhos inchados de chorar e o silêncio, denunciavam o medo e o desespero de perder a mãe.
O tio e padrinho se abaixou e disse ao menino:
-- André meu querido sobrinho, fique em paz porque a sua mãe está bem. Só está fazendo alguns curativos e logo ela estará aqui!
-- Ela disse que jamais iria embora tio, mas ela vai, eu sei que vai e eu não vou mais ver minha mãe.
Todos ficaram sentidos com as palavras do menino. Os avós não tinham palavras para dizer qualquer coisa que fosse. Foi Nicola quem falou para o irmão:
-- Fica assim não André, a mamãe logo vai estar aqui e nós vamos para a nossa casa. Não é verdade tio?
-- Sim meu lindo, logo ela estará aqui!
Antônia estava no consultório de Laura, pois a menina estava com febre e a doutora havia dado a ela um remédio para que ela melhorasse.
-- Está tudo bem com a Márcia doutor? Perguntou Andressa quando viu que o dr. Magalhães saia do quarto.
Olhando para todos os presentes, ele calmamente respondeu:
-- Ela está ótima Andressa. Graças a Deus foram só os estilhaços que a acertaram dessa vez. E quanto ao seu marido dona Margarete, disse se referindo à esposa do tenente Donizete, ele também está melhor. Só que ficará afastado por uns dias, pois quebrou a cravicula e ele precisará ficar em recuperação. Mas do resto, está tudo bem.
-- E quando podemos ir embora doutor? Perguntou.
-- Vou assinar a alta dele agora e a da Márcia também!
-- Ah que bom Magalhães, você não imagina o quanto acabou de me fazer feliz! Disse Andressa.
Logo depois a coronel saiu da sala e os filhos ao vê-la correram em sua direção.
-- Mamãe! – Mamãe você voltou, disse André que apertava e beijava a mãe sem parar.
Os outros dois também abraçaram a coronel e logo todos estavam mais calmos.
-- Onde está Antônia meu amor? Perguntou para Andressa assim que a abraçou.
-- Está em observação com a Laura. A febre dela estava muito alta e então, ela resolveu medicá-la. Mas está tudo bem!
-- Eu quero ver a minha filha!
A coronel foi em direção à enfermaria e encontrou a filha dormindo. Abraçou a pequena e disse em seu ouvido:
-- Antônia minha princesinha, acorda que a mamãe está aqui!
A menina ao abrir os olhinhos viu que estava no colo da coronel e começou a rir.
-- Mamãe você não foi embora?
-- Não meu anjo, disse com os olhos cheios de lágrima. A mamãe nunca vai deixar vocês, eu prometo por tudo o que há de mais sagrado que isso não acontecerá. E agora, vamos para a nossa casa.
A menina fez sinal afirmativo com a cabeça e logo todos já estavam se encaminhando para as suas respectivas casas. A coronel combinou com os amigos e familiares, um almoço para o dia seguinte no clube dos oficiais e todos aprovaram.
Ao chegarem em casa, a coronel foi diretamente para o quarto e logo Andressa foi atrás. Quando chegou, as crianças estavam fazendo a maior algazarra e ao vê-la Márcia disse:
-- Vem meu amor, vem participar dessa farra!
Andressa não pensou duas vezes e também se atirou na cama e foi ai que a zorra aumentou. Ela e os filhos estavam felizes porque o pilar mestre da casa estava de volta e isso não havia dinheiro algum que pagasse toda essa felicidade.
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Dois dias depois a coronel já estava de volta ao batalhão. Quando os soldados viram o carro estacionar na vaga onde estava escrito comandante, logo que ela desceu foram em sua direção. O soldado Magno dói o primeiro a se aproximar e cumprimentar a coronel.
-- Seja bem vinda coronel, espero que tenha melhorado!
-- Pode ter certeza soldado que estou melhor ainda. É só uma questão de tempo para pegar o rato ou os ratos que aprontaram toda aquela baderna!
O soldado fitou a coronel e compreendeu o recado, porque ele sabia quem havia armado a bomba, porém, não podia contar porque havia sido ameaçado. Resolveu telefonar para o tenente Motta que era seu amigo e combinaram de se encontrar no fim do expediente.
Quando o soldado chegou ao local combinado, viu que o tenente Motta já o aguardava. Depois que se casou com a sobrinha da coronel Mantovanni, o tenente Motta entrou na academia e tornou-se um oficial. É claro que a tia de Carmela lhe deu uma força, porém o rapaz sempre era aplicado sendo que, fora o aluno que mais se destacou entre a turma e isso deixava o coronel Tavares muito orgulhoso do sobrinho. Ao ver que o rapaz chegara se levantou e o cumprimentou:
-- Magno tudo bem com você?
-- Oi Motta por enquanto está. Só não sei se vai ficar depois!
-- Porque você está falando isso Magno?
-- Motta eu sei quem armou aquela bomba para a coronel!
-- Como assim você sabe? Perguntou.
O soldado olhou em volta e disse:
-- Motta preste bem a atenção no que eu vou te contar e lembre-se que de agora em diante a minha vida corre perigo. Foi o capitão Esdras que mandou preparar o artefato e o major Nunes está envolvido nisso até o pescoço e eu tenho aqui comigo os nomes de todos o que estão envolvidos nessa tramoia. Tudo foi feito para assassinar a coronel e ela deve redobrar a segurança da família, principalmente dos filhos que são o seu ponto fraco e eles, sabem disso.
O tenente ficou abismado com o que estava escutando e perguntou:
-- Mais como você está sabendo disso tudo?
-- Dois dias antes do ocorrido, eu estava limpando a viatura da coronel e vi quando o major estava conversando com o capitão. Acho que eles desconfiaram que eu estava escutando e o Esdras então, chamou o Nunes para ir até a sua sala. Porém, eu fiquei curioso para saber o porque que dos dois se afastarem, fui atrás e fiquei no corredor escutando. Sem que eu percebesse o major abriu a porta e me viu. Então me pegou pelo colarinho e empurrou para dentro da sala onde o capitão estava e os dois me ameaçaram.
-- E porque você não contou para a coronel?
-- Motta eles estão vigiando todos os meus passos e a minha mãe já é uma senhora idosa que anda com dificuldade e a ameaça foi direcionada ela também. Eu queria saber se fosse com a sua mãe, o que você iria fazer! Se eu contasse para a coronel de manhã, a tarde a minha mãe estaria morta e eu só tenho ela tenente. Meus irmãos não querem saber de cuidar dela. É a coisa mais preciosa que eu tenho por isso, eu preciso da sua ajuda. Sei que a coronel vai me expulsar da polícia, mas eu prefiro assim ter que perder a minha mãe.
O tenente sabia que o amigo era uma pessoa honesta e prometeu ajudá-lo.
-- Posso te fazer um pedido Motta?
-- Sim meu amigo!
-- Se algo me acontecer, cuide da minha mãe para mim e diga que eu nunca fui covarde. Que eu somente quis protegê-la.
No momento em que estavam saindo do restaurante um carro se aproximou deles e de dentro saltaram dois homens encapuzados. Um deles atirou em direção ao soldado que caiu, porém o tenente com tinha ótima pontaria, reagiu e acertou os meliantes. O que estava no volante saiu em disparada com o carro deixando os dois para trás. Imediatamente Motta ligou para uma ambulância e depois para a coronel que não demorou a chegar.
Ao se inteirar dos fatos, a coronel deu ordem para remover o soldado até o hospital militar e ordenou que o capitão Prado, o sargento Macedo e o sargento Monteiro fossem juntamente com a ambulância até o hospital. Não sem antes pedir a autorização da tenente coronel que era a comandante do regimento de cavalaria ao qual eles pertenciam. O tenente Motta foi até o capitão e pediu que ele acompanhasse o soldado dentro da ambulância. Quando o major Nunes que já estava no local disse que iria junto o tenente disse:
-- O senhor não vai a lugar nenhum major! – Se quiser vai comigo no tático!
A coronel quando viu o que estava acontecendo perguntou:
-- O que significa isso tenente Motta, ele é um oficial superior e você deve respeitá-lo. Reitere-se agora ou mando prendê-lo por desacato a oficial!
-- Mas ele não é o meu comandante coronel Mantovanni e além do mais ele sabe muito bem sobre o que eu estou falando. Não é “major”? – E quanto a senhora faça o que quiser toda poderosa coronel Mantovanni!
A coronel ficou sem entender a reação do tenente, porque ele nunca elevara o seu tom de voz com ninguém, principalmente com ela que fora em outros tempos sua comandante. Ficou pensativa e percebeu que algo não cheirava bem.
Depois de tudo resolvido, a coronel intimou o tenente a comparecer ao batalhão. Pediu também ao coronel Tavares que viesse assim como aos oficiais de outras unidades.
-- Sargento Macedo, eu quero saber de tudo o que acontecer naquele hospital.
-- Sim coronel, eu a manterei informada.
Virando-se para o tenente ela disse:
-- E quanto a vocês dois, falou apontando também para o major, virão comigo agora!
-- Mas coronel, eu tenho compromissos inadiáveis! Disse o major.
-- Major Nunes isso não é um pedido, É UMA ORDEM! – e assunto encerrado!
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Quando chegaram ao batalhão, foram direto para a sala que a coronel estava usando provisoriamente. Assim que ela se certificou que todos estavam lá, começou a falar:
-- Em primeiro lugar senhores boa tarde e agradeço desde já a presença de todos. Em segundo lugar, eu quero saber que merd* foi aquela que aconteceu em frente ao restaurante. Alguém pode me explicar?
Todos ficaram olhando abismados, pois a cara que a coronel estava, demonstrava que ela não estava de muito bom humor. Andressa comentou com Cláudia:
-- O que será que aconteceu Cláudia? – Ela estava tão bem hoje pela manhã. O André e a Celina ficaram aqui com ela enquanto o Nicola e a Antônia estavam comigo e tudo estava bem!
-- Seja o que for saberemos logo!
-- Senhoras deixem para tricotar e contar fofocas para depois do expediente. Falou encarando a duas oficiais que estranharam o fato, pois a coronel nunca havia agido assim.
E olhando novamente para os demais falou:
-- Senhores o que aconteceu hoje foi muito grave, dois oficiais brigando em plena rua e na frente de todas aquelas pessoas? – Tenente Motta o que aconteceu de tão grave para o senhor ter uma reação como aquela com o major Nunes?
-- Pergunte a ele coronel Mantovanni!
-- Eu estou perguntando para o senhor! Bateu com a mão na mesa, fazendo todos ficarem abismados. Foi o coronel Raimundo que falou:
-- Tenha calma, coronel Mantovanni. Creio que o tenente tem uma boa explicação para nos dar, certo tenente?
Motta olhou seriamente para o coronel e depois para o major e levantando-se falou:
-- Tenho sim coronel Raimundo! – Só não sei se o major Nunes vai dizer se é verdade ou invenção do soldado Magno!
Foi Andressa quem perguntou ao tenente:
-- Tenente Motta apesar de eu não pertencer a esse batalhão, assim como os outros que estão aqui, eu gostaria de saber aonde o major entra na história?
-- É tenente o que ele tem com isso? Perguntou o coronel Tavares ao sobrinho.
-- É muito simples coronel Tavares e senhores oficiais presentes. Acontece que segundo o soldado Magno que agora está naquele hospital lutando para ficar vivo, o major Nunes e o capitão Esdras, tramaram contra a senhora coronel Mantovanni e por isso, tudo aquilo aconteceu no seu gabinete. E tem mais gente envolvida, portanto tome muito cuidado coronel, a senhora está mais uma vez cercada de serpentes.
Todos ficaram boquiabertos com a revelação do tenente e a coronel virando-se para o major perguntou:
-- Essa acusação procede major?
-- É claro que não coronel, esse moleque metido a oficial está mentindo. Pode ser até que o capitão esteja envolvido, mas eu? – O que eu ganharia com isso?
-- Ganharia o posto de comandante do batalhão e aquele safado passaria a major e a ser seu subcomandante. E como a coronel Mantovanni fica no pé de vocês, nada melhor do que riscá-la do mapa.
-- Cuidado com suas acusações tenente, elas podem lhe custar caro! Disse o capitão que entrava na sala nesse momento. – Aqui está cheio de raposas.
-- Concordo com o senhor capitão, inclusive acabou de entrar uma aqui na sala! – E tem mais, não tenho medo de ameaças, do senhor e de ninguém!
O comentário fez com que a coronel desse uma risadinha, mas no fundo ela estava explodindo de nervoso.
Depois de mais algum tempo de conversa a coronel disse aos presentes:
-- Senhores eu agradeço a presença de todos e desde já será aberto um IPM para investigar as acusações. E a vocês dois major Nunes e capitão Esdras, ficarão suspensos de suas atribuições aqui no batalhão. Quanto ao senhor tenente quero que fique ainda por aqui, porque preciso conversar com o senhor sobre a sua insubordinação perante a minha patente.
Quando todos já estavam se retirando, o celular da coronel tocou e ela pediu que todos aguardassem. Era o sargento Macedo informando que o soldado Magno estava morto. Ao desligar o telefone, olhou para os demais e disse com a voz embargada:
-- Senhores, o soldado Magno acaba de falecer!
Todos sentiram a morte do soldado e sem que esperassem o tenente Motta avançou em cima do major Nunes e lhe deu um soco que o fez cair em cima da mesa da coronel.
-- Desgraçado, miserável a culpa é sua e daquele safado do Esdras. Assassino, canalha, me larga coronel que eu vou mostrar para esse safado o que é ter caráter.
O tenente estava tão alterado que não percebeu que o coronel que o estava segurando era o tio. Motta ficou muito alterado e a coronel teve que chamar a atenção do rapaz, com a voz bem alterada. Foi onde se acalmou começando a chorar. Olhando para todos que estavam na sala e depois diretamente para a coronel e disse:
-- Ele era meu amigo coronel Mantovanni e está deixa uma mãe que está muito doente. Agora só Deus sabe quem vai cuidar dessa senhora, porque os irmãos não querem nem saber de cuidar. Com certeza irá para um asilo!
A tenente coronel chamou Márcia de canto e perguntou:
-- E agora coronel o que a senhora vai fazer?
-- Eu não sei, estou totalmente perdida com tudo isso. Sinto um peso enorme em minhas costas, queria no dia de hoje deitar e não acordar estou me pondo no lugar dessa mãe.
Andressa percebeu o quanto toda essa situação mexeu com a coronel. Ela também se colocou no lugar da mãe do soldado e entendeu que se isso acontecesse com um dos filhos, tanto ela como Márcia ficariam loucas.
Depois que todos já haviam saído a coronel conversou com o tenente e esse narrou para a ex-comandante e agora sua tia, o que o amigo havia contado. Agora ela entendia a reação do rapaz em relação ao major Nunes e depois com o capitão.
-- Motta você sabe que a regra pelo que aconteceu, é te suspender das suas funções. Porém, eu não sou sua comandante e isso não cabe a mim decidir. Mas se precisar de alguma coisa é só me telefonar. Por enquanto vamos deixar isso entre nós e agora, vamos até a casa da mãe do soldado Magno.
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A casa em que o soldado Magno morava com a mãe era simples. A coronel bateu palmas e de dentro dela saiu uma senhora baixa de cabelos bem grisalhos e com a pele já enrugada pelo tempo andando com dificuldade. Quando a senhora se aproximou, viu que era a coronel e se espantou:
-- Coronel Mantovanni o que a senhora faz em minha casa?
A coronel pediu para entrar e conversando com a mãe do soldado, contou o que havia acontecido. A mulher começou a chorar e foi até o quarto do filho. Lá ficou olhando e acariciando a farda que estava dentro do guarda-roupa. Ao ver a cena Márcia sentiu um aperto no coração que a deixou sem palavras para confortar a mulher.
Quando ela voltou para a sala, havia um quadro do rapaz com o traje de gala e isso a deixou mais triste ainda, pois viu num futuro não tão longe, os filhos que seguiriam a carreira militar, pelo menos em relação a André e Celina ela tinha certeza.
Depois de conversar com a mãe de Magno, a coronel se retirou e foi para casa. No caminho o tenente Motta perguntou:
-- E agora coronel, o que vamos fazer em relação a tudo isso?
-- Eu não sei tenente, mas antes preciso parar, sentar e pensar. Depois do enterro do soldado Magno é que eu vou decidir. Mas por enquanto, deixemos como está. Mais uma coisa eu te prometo, isso não ficará impune.
Motta deixou a coronel em casa e foi para a sua, pois ele e Carmela iriam jantar na casa do coronel Giuseppe. Quando Márcia abriu a porta, as crianças estavam brincando e assim que viram a mãe correram em sua direção. Foi para a biblioteca deixando por lá a pasta com o notebook. Voltou para a sala e sentou-se no sofá. As crianças sentaram mais próximas da mãe e começaram a conversar. Márcia dava atenção total aos filhos e isso deixava Andressa maravilhada com essa atitude da coronel, porque ela sabia separar assuntos de trabalho com assuntos de casa. Logo a janta estava pronta e Andressa veio chamar a todos para jantarem. Nicola como sempre era o primeiro a chegar e o último a sair. Os irmãos se divertiam com ele que era uma das alegrias da casa, ou seja, o matreirinho da turma. As mães observavam tudo e também se divertiam com as gracinhas do menino, assim como os irmãos.
Por volta das nove horas, a crianças começaram a reclamar de sono. Andressa e Márcia arrumaram os filhos e os colocaram para dormir. A coronel sempre colocava uma música bem suave e logo os pequenos acabaram dormindo. Quando foi para a cama, acendeu um cigarro e ficou pensativa. Andressa quebrou o silêncio e perguntou:
-- Amor você está se sentindo bem?
-- Sim minha linda! – Estou somente decepcionada com o ser humano.
-- Mas meu anjo não se culpe pelo o que aconteceu com o Magno. Você nem imaginava que isso iria acontecer, por favor não fique assim!
Márcia ficou a olhar Andressa e essa viu que o brilho dos olhos da coronel estavam opacos. Ela sabia que a coronel tratava seus comandados como filhos e a morte do rapaz havia derrubado Márcia.
-- Eu fui a casa dele amor e dei a notícia para a mãe. Foi a pior coisa que eu fiz hoje. Você precisava ver a feição dela, fiquei morrendo de dó e me coloquei novamente em seu lugar. Foi muito triste!
-- Eu sei amor o quanto você está sofrendo por isso. Sei porque você é uma excelente comandante e o Magno era seu subordinado e o jeito em que se deu a morte dele é que está te deixando assim. Mas nós vamos descobrir toda a verdade e ai meu amor nós colocaremos esses pilantras na cadeia.
Márcia olhou para a esposa e disse:
-- Eu já falei hoje que te amo?
-- Você me fala sempre, a toda hora e a todo dia. Eu também amo você coronel!
Por um momento Márcia se esqueceu de tudo e se entregou de corpo e alma para mais uma noite de paixão. Andressa fez o que quis com a coronel e ao final de tudo, dormiram abraçadas, porque logo viria mais um dia de lutas e batalhas.
Fim do capítulo
Mistééério!!! Como dizia a dona Milú!
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Lea
Em: 01/02/2022
Que seres humanos desprezíveis. Tudo isso por poder.
Resposta do autor:
Bom dia Léa.
Fico feliz por estar lendo a história.
Infelizmente minha querida as pessoas sempre se baseiam por poder e isso com dinheiro dá um casamento perfeito. Porém, vc verá que a coronel vai desmanchando essas falcatruas com a ajuda de amigos fiéis e da esposa.
Espero que continue acompanhando. Sugestões são bem vindas.
Abraços.
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