Capítulo 79. A morte do coronel ditador.
Andressa ficou desesperada com a situação e pediu para que a coronel deixasse isso para lá, mas ela estava irredutível. O desafio do coronel Marcos Gutierrez havia acirrado mais ainda a raiva que Márcia Mantovanni estava dele.
-- Alguém faça alguma coisa! Exclamava desesperada a mãe da coronel.
-- Deixe que ela sabe o que está fazendo Carlota, afinal de contas ela é uma Mantovanni!
-- Giuseppe isso não é hora de se pensar numa coisas dessas. Afinal, é a nossa filha que está enfrentando aquele demônio. Falou dona Carlota nervosa com a inércia do marido.
Foi quando a major Deise falou para a mãe da coronel:
-- Não adianta dona Carlota, a senhora conhece bem quem é a coronel. E agora que foi desafiada ninguém vai segurar a Márcia.
-- Ah meu Deus, a minha filha está correndo perigo e ninguém faz nada?
Enquanto isso os dois coronéis começaram a duelar. Márcia estava decidida a dar um fim em Gutierrez e o coronel também desejava a mesma coisa. O coronel partiu para cima de Márcia e essa se defendeu do primeiro golpe da espada que Gutierrez desferiu em direção a barriga da coronel.
-- Vamos coronel Mantovanni, está fora de forma?
-- Não coronel Gutierrez, ao contrário de você, eu sei esperar a hora certa de atacar.
O duelo começou a ficar mais acirrado e a coronel em um golpe certeiro, acertou o abdômen do coronel, porém, fora somente de raspão. Ambos caíram por cima da mesa e mesmo assim, a coronel ganhava terreno. Os que estavam assistindo estavam tensos, os amigos da coronel, os oficiais da corte militar e outros que por lá se encontravam, temiam mais pela vida de Márcia do que a de Gutierrez. Alguns estavam até fazendo apostas para ver quem levava a melhor. Porém, a coronel levava vantagem. De repente ela olhou para o lado e viu que a filha corria em sua direção. Gutierrez ao ver que a menina vinha em direção à mãe, tentou golpeá-la e então a coronel pulou em cima da filha e ao protegê-la com seu corpo, sentiu uma pontada em seu ombro. Ao olhar viu que a espada havia transpassado essa região e a dor que a coronel sentiu foi imensa. Mas mesmo assim, protegia a filha da fúria do coronel. Quando a coronel Monteiro voltou para o salão e viu a cena, correu em direção à amiga e essa pediu que ela levasse a menina dali. Celina estava assustada e chorava muito, assim como o irmão. Os outros dois que ainda eram muito pequenos, estavam alheios a tudo o que se passava. O compadre de Márcia o coronel Tavares, havia juntamente com o cunhado da coronel e outros policiais levado alguns dos que estavam detidos. Dona Carlota desmaiou e foi amparada pelo marido. O coronel Vaz Amorim enfrentava também o coronel Adamastor, pois eles tinham uma certa diferença do passado para acertar e ninguém imaginava que o motivo era a mãe de Celina. Sim, Célia havia ido embora com o coronel Adamastor deixando os filhos com o pai e nem a coronel Mantovanni sabia dessa história da ex-sogra. Agora a hora tinha chegado e prender Adamastor era ponto de honra não somente para a coronel Mantovanni, mas também para o ex-sogro.
Enquanto a filha foi levada para longe da coronel, esta tentou se levantar, mas foi impedida por Gutierrez que tirava a espada do ombro de Márcia para golpeá-la novamente. Quando o coronel foi para cima dela tentar novamente feri-la, Márcia virou-se e cravou a espada na barriga do coronel que sentiu como se ela tivesse transpassado e saído do outro lado ao qual também, percebeu que um filete de sangue saia de sua boca. Márcia segurava a espada e com o pouco de força que lhe restava e com o ódio estampado em seus olhos, disse ao coronel:
-- Eu lhe avisei Gutierrez, não brincasse comigo e nem ousasse mexer com a minha família, principalmente com a minha esposa e os meus filhos. Eu podia até deixar que você ainda vivesse, mas o que você tentou fazer hoje com a minha pequena Celina, não tem perdão. Os meus filhos e a minha esposa são os bens mais valiosos que eu tenho e se hoje eu não fosse rápida, você teria matado a minha filha. Portanto coronel de merd*, crápula safado a sua viagem é somente de ida. Tenha uma ótima viagem ao umbral.
-- Vá para o inferno Mantovanni, eu amaldiçoo você e todos os seus sua maldita!!!
-- Eu vou sim Gutierrez, mas você vai chegar primeiro e ai nós vamos ver o que acontecerá depois. Mas antes de você ir para lá, saiba que foi essa espada que está transpassada em você que matou o seu amiguinho Barbatana. Sim coronel, fui eu que esquartejei aquele traste e só não faço isso com você, porque agora a sua morte está próxima. Aliás, eu estou vendo algumas sombras bem escuras atrás de você e tem mais, eu armei tudo para a sua desmoralização no dia de hoje e agora, vá em paz coronel, pois seus amigos do umbral estão à sua espera.
-- Eu te odeio Mantovanni!
-- Eu também na realidade nunca morri de amores por você. E tem mais, eu sempre soube quem eram todos vocês.
A coronel retirou a espada do coronel Gutierrez e este caiu para trás morto. Olhou para os lados e viu que Andressa caminhava desesperada em sua direção. Nesse instante a coronel sentiu que por causa dos ferimentos suas forças a abandonavam e ao ser apossada de uma tontura, caiu desmaiada nos braços da esposa que chorava copiosamente. O doutor Magalhães examinou a coronel e disse:
-- Calma Andressa que ela está bem. O que precisamos é removê-la para o hospital, fazer alguns curativos e deixá-la em observação por pelo menos essa noite.
-- Coronel Giuseppe será que o senhor pode cuidar das crianças para mim? – Eu preciso ir ao hospital com ela!
-- Sim minha nora, vá que eu, a sua sogra e os seus pais cuidaremos deles.
Logo em seguida Andressa foi juntamente com Márcia que estava na ambulância para o hospital. A coronel respirava normalmente, mas os paramédicos a haviam colocado num balão de oxigênio para evitar complicações. Porém, segundo o médico, seus sinais vitais estavam normais. Um certo tempo depois a coronel acordou e ao ver a esposa disse:
-- Minha primeira dama, que bom você estar aqui!
-- Eu estarei sempre com você meu amor e agora descanse porque já estamos chegando ao hospital.
-- Fica comigo Andressa e, por favor, não me abandone. Eu amo você! – E os nossos filhos estão bem? Onde estão? – E a Celina onde ela está? -- Aquele canalha a machucou?
-- Amor eu jamais vou te abandonar, eu estou aqui e logo estaremos com os nossos filhos. Somente hoje você vai ficar em observação e amanhã iremos para a nossa casa e ficaremos em paz. Tenha calma, as crianças estão na casa do seu pai e está tudo bem com a nossa menina e graças a você ela não sofreu nada.
-- Ainda bem meu amor, eu fiquei com tanto medo de perder a nossa menina.
-- Ok, ok...mas agora descanse meu amor, eu estou aqui.
-- Acabou amor, agora eu creio que consegui limpar o bom nome da Força Tática livrando aquela unidade dos crápulas que por lá existiram. E também consegui cumprir o que prometi ao major Assunção no dia do enterro.
-- E o que você prometeu amor?
-- Que eu colocaria na cadeia todos os que haviam contribuído para o que aconteceu com ele e que eles, não ficariam impunes. Será que eu consegui cumprri a promessa feita a um amigo morto?
Ao terminar de falar a frase para a esposa, a coronel adormeceu novamente, pois o doutor havia ministrado um calmante para que ela relaxasse. Andressa acariciou o rosto de Márcia e disse em seu ouvido:
-- Sim meu amor, você cumpriu a sua promessa e tenha calma porque tudo está bem. E tenha certeza de que agora o seu amigo major Clóvis Assunção, descansará em paz. Boa noite meu amor, eu te amo! Disse segurando com carinho a mão da coronel.
Fim do capítulo
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