Capítulo 76. Começou a festa, e que venha o jubileu.
Ao acordar pela manhã, Márcia viu que havia algo entre ela e Andressa. Ao levantar o cobertor, viu que Celina e André estavam entre elas. Acordou a esposa e falou:
-- Dá uma olhada nisso aqui meu amor!
-- Ai que fofos meu anjo, nossos filhos são lindos e olhe só como eles dormem tranquilamente. Até o Nicola e a Antônia parecem estar em estado de graça.
Elas não sabiam, mas como dizia a avó materna da coronel, eles estavam brincando com os anjinhos, por isso estavam tranquilos.
-- Pois então minha linda primeira dama, vamos levantar?
-- Sabe que eu adoro quando você me chama de primeira dama?
-- Eu sei só que antes você era da cavalaria e agora por enquanto, não é a primeira dama da Força Tática, mais será. Agora meu amor é só questão de tempo e da noite chegar.
Levantaram, tomaram banho e quando as crianças acordaram, deram banho em todos e desceram para tomar café. Genaro ao ver os sobrinhos, foi ao encontro deles e depois de beijar a todos, sentou com eles no chão e ficaram a brincar. Nicola como sempre, estava mamando enquanto que Antônia e os demais tomavam suco de laranja com acerola. Por volta das dez horas da manhã retornaram a São Paulo. Os tios não quiseram ir com eles e prometeram que no fim de semana seguinte, iriam para a capital e ficariam alguns dias na casa de dona Carlota.
-- Então tia Juanita e tio José, nós estaremos esperando a visita de vocês.
-- Pode esperar Marcita que nos encontraremos na casa da sua mãe. E por favor, tomem cuidado nessa festa porque vocês estão mexendo com gente perigosa.
-- Fique tranquila tia, hoje eu encerro o mandato do coronel.
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Quando chegaram em casa, Andressa foi colocar as crianças para dormir porque a noite todos estariam na festa do coronel. Márcia e Andressa haviam decidido que não deixariam os filhos com ninguém e que todos iriam para a festa. E se de repente o coronel Mantovanni resolvesse ir embora da festa, ele levaria as crianças para casa.
Enquanto a esposa se preparava para descansar um pouco da viagem, a coronel estava ao telefone com o tenente Prado combinando à hora de entregarem o presente ao coronel Gutierrez.
-- Pode deixar coronel que o presente será entregue na hora certa.
-- Obrigada tenente e tome cuidado para ninguém desconfiar de nada. Eu não quero problemas para você.
-- Fica em paz coronel que o único problema será o tamanho do presente.
-- Então está certo Prado, à noite nos falamos.
Ao desligar o celular, subiu para o quarto e deitou-se ao lado da esposa.
-- Com quem você estava conversando? Perguntou Andressa.
-- Eu estava falando com o tenente Prado sobre o presente especial que o coronel irá ganhar.
-- Ai, ai, ai... isso não vai acabar bem!
-- Vai sim meu amor, tenha a plena certeza disso.
Por volta das dezoito horas a coronel acordou e resolveu levantar e logo em seguida, a esposa também levantou. As roupas já estavam preparadas para serem usadas, pois no convite estava escrito que o traje seria de gala, ou seja, todos os policiais que lá estariam desde soldados a oficiais, deveriam ir à festa com essa vestimenta.
Quando o relógio marcava oito horas da noite, a coronel com a esposa e os filhos, já estavam saindo de casa, pois haviam combinado com os amigos e familiares que todos se encontrariam às nove horas no clube e depois da apresentação musical que seria apresentada em homenagem ao jubileu do coronel Gutierrez a festa começaria pra valer.
Ao chegarem foram cumprimentadas por alguns policiais que lá estavam e depois juntamente com os filhos, se encaminharam à mesa que estava reservada para elas e os familiares. O pai da coronel logo que viu a filha e a nora, veio cumprimentá-las e beijou os netos que estavam sentados dois no colo de Márcia e dois no de Andressa.
-- Boa noite meninas, tudo bem?
-- Sim papai, graças a Deus por enquanto está tudo bem. E a mamãe onde está?
-- O que as mulheres fazem filha? Só pode estar fofocando com a sua sogra, a mãe da coronel Monteiro e mais umas outras que estão por ai.
-- E o senhor está com ciúmes coronel Giuseppe? Perguntou Andressa.
O coronel olhou para a nora e franziu o cenho e depois respondeu:
-- Não minha linda nora, eu não estou com ciúmes da sua sogra.
O coronel pediu licença para a filha e a nora e foi conversar com o coronel Vaz Amorim que havia chegado a pouco com dona Marina. Os dois coronéis ficaram tomando um drink e conversando sobre vários assuntos. Celina assim que viu o coronel, puxou Márcia pela mão e mostrou para a mãe que o coronel Vaz Amorim estava conversando com o avô Giuseppe. A coronel entendeu o recado da filha e pegando a menina no colo, foi até onde estavam o pai e o ex-sogro. Ao chegarem, a menina estendeu os braços para o coronel e quando este a pegou no colo chamou de vovô. Os olhos do velho se encheram de água e virando-se para a coronel falou:
-- Obrigada por me dar uma neta tão linda Márcia.
-- Não há o que agradecer coronel, todos os meus filhos são seus netos e eu fico muito feliz pelos avôs que eles tem.
Nesse momento todos olharam em direção a porta de entrada e viram quando o coronel Gutierrez entrou com a esposa e logo em seguida Adamastor também adentrava ao recinto. Márcia, os familiares e os amigos, juntaram as mesas e acabaram fazendo uma só. A coronel Monteiro disse para Márcia:
-- E ai minha amiga, é hoje que encerramos a vida de canalhices desses dois crápulas e de mais alguns que estão aqui?
-- Sim coronel, é hoje que a onça bebe água, a porca torce o rabo e a raposa do deserto ataca.
-- E nós estamos aqui para te ajudar, porque você sabe que somos duros na queda e sempre foi assim. Ainda mais agora que me tornei comadre sua e da Andressa ao batizar aquela mocinha que está no colo do coronel Vaz Amorim.
-- Bom amiga então vamos nos preparar porque o show vai começar. E eu não vejo a hora de entrarmos em ação.
Todos estavam sentados jantando, quando o coronel Borges começou o discurso do Jubileu de Prata, destacando as atuações do coronel Gutierrez na polícia e de sua dedicação às causas nobres. Andressa falou próximo ao ouvido da coronel:
-- Mais que cara de pau amor, ele não deve saber das falcatruas do Gutierrez, só pode ser isso para falar esse bando de asneiras.
-- Pode ser que você esteja com a razão minha primeira dama. Mas vamos aguardar e ver até essa palhaçada irá.
Logo depois foi a vez do coronel Adamastor e do tenente coronel Azevedo, falarem sobre os vinte e cinco anos de oficialato do coronel. Em seguida o próprio coronel foi chamado para discursar. Porém, mal sabia ele que o seu reinado estava no fim.
Quando estava para terminar o discurso, chamou a coronel Mantovanni e essa foi até onde estavam os coronéis. Ao subir no palco o coronel perguntou:
-- Já está tudo pronto para o início do nosso plano de acabar com o Adamastor?
-- Sim coronel, é só o senhor dar o sinal.
-- Ótimo Mantovanni, mas uma coisa me intriga!
-- O que acontece Gutierrez que está te deixando assim?
-- Aquele desgraçado do Barbatana sumiu do mapa e nem os comparsas daquele safado conseguem ser localizados.
-- Ah coronel pode ter certeza de que quando o senhor menos esperar, ele vai aparecer.
-- Que Deus te ouça coronel e que santo Expedito nos proteja.
-- A mim ele já protege agora resta saber do senhor se ele o protege também.
Quando voltava para a mesa, a coronel viu que o subtenente Hainz se dirigia em sua direção.
-- Boa noite coronel, a festa está muito boa!
-- E vai ficar melhor subtenente, pode esperar! Falou e logo em seguida deu as costas para o jovem indo se sentar com a esposa e os filhos.
A festa estava muito animada e logo alguém anunciou no microfone que havia um presente para o coronel. Este foi em direção onde estava o tal presente e viu que a caixa era um pouco grande. Ao verem a tal caixa a coronel e os amigos que haviam participado da chacina do meliante e seus comparsas, ficaram com cara de que não sabiam de nada e continuaram assim como todos, olhando em direção ao coronel. No sacão haviam sido colocados dois telões e qualquer coisa que acontecesse no salão, era passada para esses telões.
Quando o coronel começou a abrir a caixa, estranhou o cheiro, mas não deu muita atenção para isso e ao terminar de abri-la tomou o maior susto de sua vida, pois lá estavam os restos mortais de Barbatana e todos puderam ver o que tinha na caixa. O coronel ficou desesperado e sem cor quando viu e olhou diretamente para onde estava a coronel, porém, não disse nada porque afina de contas, ele não tinha nada e prova nenhuma contra ela e os demais.
Fim do capítulo
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