Capítulo 75. Reencontro com a família.
Por volta das duas horas, a coronel se despediu dos seus soldados, entrou no carro e saiu. Os que haviam participado do extermínio de Barbatana e seus comparsas, já haviam também ido embora, pois a coronel havia prometido que eles seriam dispensados por volta das treze horas e retornariam ao serviço somente na segunda-feira. Ela também havia liberado quem não estivesse de plantão no fim de semana e quem quisesse, poderia ir tranquilamente à festa do coronel. De lá do quartel, passou na casa do irmão que a acompanharia na viagem. Ao chegar, buzinou e a cunhada saiu na porta da sala dizendo que o marido já estava vindo. Marlene a esposa de Genaro, também iria com eles para a casa de dona Juanita e foi a própria coronel que havia feito o convite para a cunhada.
Sairam em direção ao interior indo pela rodovia Anhanguera, isso porque o caminho era mais curto e a coronel gastaria somente três horas de viagem. A conversa fluía animada e Marlene perguntou para a cunhada:
-- Márcia, o que você acha que acontecerá na festa do Gutierrez?
-- Olha Marlene minha cunhada querida eu não sei te dizer, mas eu estou doida para ver o que vai acontecer. A única coisa que eu tenho certeza é que depois de amanhã à noite, o coronel Marcos Gutierrez não será mais coronel da polícia militar e sim mais um criminoso atrás das grades.
-- Márcia minha irmã querida, até eu quero ir nessa festa. Afinal de contas o nosso irmão se envolveu nessa teia de aranha por causa desse vagabundo. E além do mais, como está a sua ação para recuperar a casa do Nicola e livrar a Carmela e a Silvana dessa situação?
-- Então meu irmão você e a sua esposa estão convidados e quanto ao caso da nossa cunhada Silvana e de Carmela tudo indica que o banco além de devolver a casa, terá que ressarcir as duas com um valor que eu calculei com juros e mais a ação que eu impetrei como ofensa moral ao nosso irmão, creio que elas receberão por volta de uns quatrocentos mil reais.
-- Nossa isso será um bom dinheiro e você como uma excelente advogada que é, ganhará a causa.
-- Assim espero Genaro.
Por volta das dezoito horas, chegaram na casa de tia Juanita. Ao vê-los a velha falou:
-- Meus sobrinhos queridos que bom vê-los novamente!
-- O prazer é nosso tia Juanita! Falou Márcia para a tia.
-- A mãe de vocês ligou avisando que você e o Genaro viriam aqui em casa.
-- É verdade tia, eu vim também buscar a minha esposa e os meus filhos. Onde eles estão?
-- Estão lá no fundo perto do pomar, sentados. A Andressa vai adorar a surpresa e as crianças mais ainda, elas sentem tanto a sua falta Márcia, dá até dó deles, principalmente o André.
-- Eu vou fazer uma surpresa para eles tia Juanita.
-- E o tio como tem passado? – Ele está bem? Perguntou Genaro.
-- Sim meu querido Genaro, agora ele está muito bem! —Foi até o mercado e já deve estar voltando.
-- Ótimo tia porque vocês irão viajar conosco amanhã. Temos uma festa para ir.
-- Eu sei qual a festa, a Andressa me contou. Mas eu prefiro sair com seu tio, isto é, se você Márcia não se importar.
-- Sem problemas tia, se preferir assim, por mim tudo bem! – O importante é a senhora e o tio se sentirem bem. Agora se me derem licença, preciso ir ao encontro de minha esposa e dos meus filhos.
A coronel deu a volta pela casa e viu que Andressa estava com Antônia no colo, Nicola estava no carrinho dormindo e os dois mais velhos brincavam sentados no chão que apesar de ser todo de terra, era muito bem limpo e o pomar dava um ar de calma e tranquilidade. Márcia se aproximou sem ser notada e quando a esposa percebeu que alguém se aproximava, virou-se e deu de cara com a coronel. Nesse momento um sorriso surgiu nos lábios de Andressa e esta então falou:
-- Meu amor que surpresa gostosa, ai que saudade eu estava de você! Falou Andressa dando um beijo apaixonado na coronel e sendo retribuída ao mesmo tempo por ela.
-- Eu também meu amor, não via a hora de chegar, parecia que a estrada não terminava nunca. E os nossos filhos, estão bem?
Nisso quando a coronel mal terminava de perguntar para a esposa, os filhos vieram correndo em sua direção. Ela já havia beijado os dois mais novos e Nicola, estava em seu colo, enquanto Antônia estava no colo de Andressa. Ao ver Celina e André se aproximando sorriu e abraçou as crianças dizendo:
-- Meus filhos lindos, que saudade de vocês! – A mamãe Márcia promete que nunca mais vai se separar de vocês e da mamãe Andressa! Falou abraçando os quatro filhos e a esposa que nesse momento chorava juntamente com Márcia e as crianças.
Depois de matarem as saudades, entraram em casa e encontraram Samir e Francesca que estava conversando com o irmão, a cunhada e os tios. Márcia cumprimentou a todos em especial ao cunhado que havia deixado as duas lojas que tinha no bairro do Brás com os três filhos para ajudar na proteção de Andressa e dos filhos.
-- Samir meu cunhado querido, o que eu faço para agradecer essa ajuda que você me deu?
-- Minha cara cunhada, não precisa fazer nada. Eu faria tudo novamente para proteger a sua esposa e os meus sobrinhos. Afinal vocês são a minha família e eu devo muito a você que sempre me ajudou e me deu o dinheiro para que eu pudesse abrir a minha primeira loja na rua Oriente você se lembra?
-- Sim meu caro cunhado e graças a Deus, você conseguiu chegar lá e hoje é o Rei dos Tecidos e Armarinhos Chafic.
-- Então faremos o seguinte Márcia, ninguém deve nada a ninguém certo?
-- Está bem Samir então ficamos combinados assim, ninguém deve nada a ninguém.
As conversas fluíam normalmente e por volta das sete horas da noite, a coronel disse que iria tomar um banho e depois todos iriam jantar fora. Pediu licença para os tios e foi ao quarto onde Andressa e as crianças estavam. Vendo que a esposa estava se preparando para dar banho nos filhos, foi ajudá-la e depois de todos estarem limpinhos, cheirosos e os dois mais novos alimentados, Márcia chamou Andressa e disse bem baixo em seu ouvido:
-- Agora que eles estão descansando um pouquinho, que tal nós tomarmos banho juntas e fazermos amor?
-- Hummm...pensei que não iria pedir!
-- Então vamos meu amor. Quero matar toda a saudade que eu senti de você por todos esses dias e noites que ficaram sem luz com a sua falta e a das crianças.
Andressa olhou bem safadamente para Márcia e já totalmente nua falou:
-- Vem quente que eu estou fervendo, minha coronel.
Sem mais pensar, Márcia tomou Andressa em seus braços e a carregou até o banheiro e lá mesmo começaram a fazer amor. A saudade e a distância não tinham mais importância porque ambas haviam terminado e daquele momento em diante separação nunca mais. Após se amarem, Márcia encostou a cabeça entre os seios de Andressa e falou:
-- Andressa eu senti tanto a sua falta! – Achei que essa distância não iria acabar nunca e para ser sincera, eu estava torcendo para que você mudasse de ideia.
-- Eu sei Márcia, senti isso quando conversamos pelo telefone e depois de pensar e analisar os prós e os contras, eu decidi que estaca na hora de eu e as crianças voltarmos para estar ao seu lado. Por isso te mandei a mensagem, pedindo para que você viesse buscar a mim e aos nossos filhos. Eles também estavam sentindo muito a sua falta, o André ficou até um pouco adoentado, mas está tudo bem, foi só um resfriadinho e a Celina ficou dois dias sem comer, mas depois graças a Deus tudo melhorou.
-- E tudo isso por causa daquele safado do Gutierrez. Mas amanhã à noite, ele cairá em desgraça e pagará por tudo o que fez a todos nós, principalmente à você, nossos filhos e ao meu irmão que se deixou influenciar por aquele vagabundo.
-- Mais amor, e se ele não quiser se entregar vivo?
-- Ai eu terei duas opções: atendendo ao seu pedido, fazer um churrasco ou cortar a cabeça, assim como eu fiz com o Barbatana. E em último caso, não se esqueça que a minha P-40 e o meu Magnun 44, estão sempre comigo.
-- Eu só espero que nenhum dos nossos amigos saia ferido dessa festa e você principalmente coronel Mantovanni, faça o favor de tomar muito cuidado.
Depois de conversarem mais um pouco, desceram para a sala onde estavam os outros e se despediram, subindo novamente em direção ao quarto. A coronel estava cansada da viagem e ela aproveitaria para descansar. Os outros se recolheram depois cada um para o seu quarto. Depois de olharem as crianças e ver como elas estavam, Andressa e Márcia se amaram mais uma vez e depois adormeceram porque no dia seguinte estaria começando a derrocada do coronel, e se o sábado durante o dia prometia muitas surpresas, imagine à noite.
Fim do capítulo
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