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Entre olhares e sorrisos: encontrei você por Gi Franchinni

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Capítulo 40

Clara estava passando por dias difíceis no trabalho. Nunca em toda sua trajetória profissional a jovem perdera tantas causas ao mesmo tempo e isso mostrava claramente que estava ocorrendo algo de errado com ela. Por sorte a jovem já havia conquistado a confiança das pessoas que trabalhavam com ela, assim eles não questionaram sua capacidade profissional, mas propuseram para a jovem tirar alguns dias de férias e tentar relaxar um pouco a mente.
 
Como Clara não estava em posição de negar as férias, a jovem decidiu pegar esses dias de folga para fazer uma viagem ao litoral paulista, sem comunicar com ninguém. Queria ficar distante de tudo e de todos e tirar um tempo para si mesma. Precisava esquecer Mariana, pois se continuasse com os pensamentos dispersos do jeito que estava, certamente perderia seu cargo no escritório em que trabalha.
 
Dessa forma, a jovem arrumou sua mala e saiu de carro para a baixada santista. A única coisa que tinha em mente era a necessidade de esquecer Mariana para poder tocar sua vida, da melhor maneira possível. Ao longo do caminho para o litoral, a jovem tentou se convencer de que tudo voltaria ao normal em sua vida depois que colocasse um fim em suas lembranças, porém sabia que a parte difícil dessa história seria exatamente colocar um ponto final em tudo o que viveu com Mariana.
 
Ao chegar na baixada santista, a jovem deixou suas malas na casa de veraneio de seus pais e foi logo seguindo para praia. Precisava ver o mar e sentir a tranquilidade que aquele ambiente proporcionava. Porém, logo que avistou o mar se lembrou de como Mariana amava praia, sentou-se na areia e pensou:
 
- "É, realmente não vai ser fácil esquecer, mas eu preciso!! Preciso voltar outra pessoa para São Paulo, ou corro o risco de até perder meu emprego, não posso ficar distraída e triste do jeito que estou, preciso reagir, a Mariana fez a escolha dela, não quis me esperar, preferiu se envolver com outra pessoa e agora certamente nem pensa mais em mim. Hoje, será a última vez que pensarei nela, chega!"
 
A morena ficou na praia até ver o Sol se pôr e em seguida retornou para a casa, tomou um banho e se deitou na cama para descansar. Não demorou muito e a jovem adormeceu, devido ao cansaço emocional que vivenciava. Somente algumas horas depois, despertou assustada como se estivesse perdendo a hora para o serviço. Demorou alguns minutos para a morena se tranquilizar de que estava de férias na praia e que precisava somente relaxar e organizar sua vida.
 
- Meu Deus, o que está acontecendo comigo?? - Disse a jovem, já se levantando da cama. - Nossa, que horas são agora?? Acho que dormi demais.
 
A morena pegou seu relógio de pulso que estava sobre uma mesinha no quarto e constatou que já iria dar 22 horas.
 
- Nossa, preciso comer algo, já está muito tarde.
 
Sem pensar duas vezes a morena seguiu para uma lanchonete próximo à casa onde estava ficando e sem demorar, pediu um sanduiche com um suco natural. Ao se sentar à mesa para esperar o garçom levar-lhe o lanche, a jovem começou a reparar à sua volta. Havia diversas pessoas, muitas estavam em grupos, outras com apenas uma companhia, mas não tinha ninguém sentado à mesa sozinho. Foi exatamente naquele minuto que a jovem percebeu como sua vida estava solitária e infeliz.
 
Clara ficou o tempo todo em que estava na lanchonete olhando paras as pessoas, que riam, brincavam, conversavam e começou a sentir falta de sua vida social, percebeu que não tinha se afastado apenas de Mariana, mas também tinha se distanciado de Alex, de Manuela, de Laura e até mesmo de sua família. Sempre que a jovem era chamada para fazer alguma coisa em família ou com os amigos, ela colocava o pretexto de estar trabalhando muito e por isso não poder sair.
 
Aqueles minutos em que passou na lanchonete foram suficientes para fazer a jovem se sentir pior do que já estava. Assim, logo que terminou de comer, Clara retornou para a orla da praia e ficou um tempo caminhando e olhando para o mar, como se estivesse implorando que todas as suas dores se dissipassem naquela imensidão azul escura.
 
Depois de muito caminhar, a jovem resolveu retornar para a casa, pois já estava bem tarde para ficar perambulando sozinha na orla da praia. Quando adentrou a casa, Clara foi logo caminhando até o quarto e voltou a se jogar na cama, esperando que a noite não demorasse a passar. Porém, sabia que iria demorar para dormir por causa do "cochilo" que tirara há pouco tempo, no início da noite. Assim, a jovem se levantou novamente da cama e pegou seu celular para tentar se distrair na internet.
 
Já com o celular em mãos, a morena voltou a se deitar na cama, porém, quando olhou no visor a jovem se assuntou com a quantidade de ligações perdidas anunciadas na tela.
 
- Nossa, quem será que me ligou tantas vezes assim???
 
Enquanto falava a jovem foi selecionando a opção "ligações perdidas" e quando descobriu que aquelas várias ligações eram de Alex a jovem ficou irritada.
 
- Caramba!!! O Alex perdeu a noção??? Que saco isso, se eu não atendi é por que não estou podendo, que porr*!!!
 
Clara estava demasiadamente irritada, mas não se dera conta de que isso na verdade era fruto de sua própria solidão e até mesmo pela inveja de saber que o primo estava namorando um outro homem, que por sinal era o melhor amigo de Mariana.
 
- Esquece, Alex, preciso de um tempo para mim, não vou te retornar.
 
Quando estava terminando de completar a frase, Clara percebeu que também havia uma mensagem de Alex e, sem pressa nenhuma abriu-a para ler:
 
"Clara, onde vc tá?? Preciso urgente falar com vc... por favor, me retorne assim que puder."
 
- Urgente?? Ahh conheço você Alex, aposto que brigou com o Fred.  - Falou a jovem, ainda sem conseguir conter sua irritação descabida - Me desculpa, mas não vou retornar agora, preciso mesmo de um tempo. Assim que eu retornar para São Paulo eu te procuro.
 
Clara desligou o celular e o colocou sobre a mesinha que ficava no quarto. Até sentiu um aperto no coração por estar sendo egoísta em não procurar o primo para saber o que estava acontecendo, porém, estava se sentindo tão perdida e desesperada para apagar os sentimentos que tinha por Mariana que acabou agindo daquela forma.
 
- Me comprometi em voltar outra pessoa para São Paulo e assim será.
 
Assim, sem se arrepender, a jovem se conformou em deixar o celular desligado e pegou um livro para ler. E foi dessa forma que ela passou grande parte da madrugada, pois o sono novamente insistia em fugir-lhe e constantemente a jovem se via presa aos pensamentos sobre Mariana. Porém, a leitura tornou-se uma válvula de escape para lhe tirar a tensão e desviar seus pensamentos, mesmo que momentaneamente, da realidade.
 

 


 
----------XX----------

 

 
 
Uma semana já havia se passado e Mariana já estava com tudo pronto para realizar sua mudança para Itália.  Sr. Augusto ficara muito feliz com a notícia de que a filha fora chamada para trabalhar em outro país, embora soubesse o quanto seria difícil ficar longe dela. Já Fred, ficara o tempo todo grudado com a amiga, ajudando-a a resolver os últimos detalhes da viagem. A loira pedira para ele olhar seu apartamento, já que ela decidira não vendê-lo ainda, pois não sabia se as coisas dariam certo na Itália.
 
Mariana continuava com o coração apertado em relação a Clara, porém a correria para resolver as coisas acabou lhe ajudando a não pensar muito sobre aquela história e o foco da jovem se voltou totalmente para organização de sua mudança.  Quando chegou sexta-feira à noite, tudo já estava pronto para a mudança e Mariana acabou conseguindo antecipar sua ida. Assim, logo após tomar um belo banho, a loira se sentou em seu sofá e voltou a pensar naquela que ainda era dona de seu coração.
 
Porém, dessa vez os pensamentos só ficaram sobre àquilo que Clara tinha de melhor, a jovem lembrou-se das conversas entre elas, de como a morena já lhe fizera feliz, lembrou-se também do sorriso da jovem e de como tudo parecia melhor quando ela olhava para ele. A loira também começou a pensar em como o amor é algo extraordinário. Certa vez, quando era jovem, Mariana escutara uma leitura na missa em que falava sobre o amor. Na leitura, o amor era descrito assim:
 
"O amor é paciente, é bondoso; o amor não é invejoso, não é arrogante, não se ensoberbece, não é ambicioso, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda ressentimento pelo mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (Parte da Carta de São Paulo aos Coríntios, capítulo 13)"
 
 Mesmo nova, Mariana questionava se o amor de fato era tudo isso, não conseguia compreender como alguém, além do próprio Deus, poderia suportar tudo por amor. No entanto, depois que começou a namorar Clara e principalmente depois que as jovens romperam o namoro, Mariana começou a ter dimensão do que a passagem bíblica falava. Realmente seu amor por Clara era enorme e ela realmente seria capaz de superar muitas coisas por causa da morena. Assim, pensou consigo:
 
- " O amor tudo suporta, tudo perdoa, não guarda ressentimento pelo mal sofrido."
 
E foi alimentada por aqueles pensamentos que Mariana, num impulso, decidiu abrir seu notebook e enviar um e-mail para Clara fornecendo a última chance para ela mostrar que tudo aquilo tinha sido um engano e que ela a amava sim, conforme seu coração lhe dizia.
 
Assim, a loira colocou um link de uma música do Elton John no e-mail e em seguida escreveu algumas  palavras, das quais ela sabia que seriam decisivas em sua vida:

 
"Https://www.youtube.com/watch?v=6Kk4x7R_i5k (You Gotta Love Someone)

 
Clara, sempre gostei muito dessa música do Elton John, ela diz que você pode fazer muitas coisas: parar o mundo, roubar a face da lua, tirar um pedaço do sol e até mesmo vencer o relógio, mas antes você precisa amar alguém.
 
Fiquei pensando, que graça teria a vida se nós não fossemos capazes de amar uma pessoa? É... felizmente eu posso dizer que realmente a vida não teria muito sentido se o amor não fizesse parte dela... e se eu digo isso, é por que já experimentei o amor. Eu decidi lhe enviar esse e-mail para dizer que esse alguém que eu amo sempre foi você. Em nenhum momento esse amor foi abalado ou deixou de existir, na verdade eu sempre alimentei a esperança de reatarmos, porém, nunca entendi o motivo de suas atitudes comigo.

 
Enfim, não quero escrever muito, só gostaria que você realmente fosse sincera comigo, Clara, pois alguma coisa me diz que tem algo de errado nessa história. Por isso eu te peço, se esse meu amor for de fato correspondido pelo seu, te darei uma última chance para esclarecermos essa história. Te esperarei em meu apartamento até o próximo domingo de manhã, caso você não apareça, te garanto que você nunca mais me verá e colocarei, de uma vez por todas, um ponto final em meus sentimentos.

 

 
Mariana"
 


Assim que terminou de escrever, a loira enviou o e-mail e desligou o computador. Sentiu-se tranquila por ter feito aquilo, pois percebera que nesse tempo todo ela estava em paz consigo mesma, entretanto, notou que seu e-mail estava confuso e não dizia claramente por que ela estava dando o prazo de poucos dias para Clara lhe procurar.
 
- "Quer saber?? Não importa, o principal eu disse, eu falei que ainda a amo, que sempre amei, agora é com ela."
 
A loira deu o assunto por encerrado e logo em seguida ligou para o Fred, chamando-o para ficar com ela em seu apartamento. O jovem, como sempre, aceitou o convite e logo apareceu na casa da amiga, para fazer-lhe companhia. Não demorou muito para que Alex também aparecesse por lá e, os três jovens ficaram a noite toda assistindo filme e conversando sobre a Itália e os planos que eles já tinham de visitar Mariana.
 
Em nenhum momento da conversa, Mariana comentou com os amigos sobre o e-mail que enviara para Clara, mas era certo que a jovem esperava receber uma visita dela a qualquer momento. Porém, isso não aconteceu e logo já se aproximava o sábado à noite, o que seria a última noite de Mariana no Brasil, antes de sua mudança para Itália.
 
Naquele sábado, Fred e Alex organizaram uma festa de despedida para a loira no próprio apartamento dela e eles contaram com a presença de alguns de seus amigos, de seus familiares e é claro, de seu pai e de sua esposa Andrea. A festa estava muito animada, mas no momento das despedidas, a jovem se emocionou bastante e ao mesmo tempo se sentiu privilegiada por ter à sua volta tantas pessoas queridas. Contudo, a sensação de estar-lhe faltando algo ainda se fazia presente em seu coração, mas Mariana não deixou aquilo transparecer para seus amigos e familiares, que tanto lhes davam carinho e atenção.
 
Ao final da festa, somente Fred, Alex, Sr. Augusto e Andrea ficaram no apartamento da jovem para ajudá-la na arrumação. Enquanto todos estavam limpando a bagunça da festa, Sr. augusto chamou a filha para ir até o quarto com ele, para poderem conversar. Logo que adentraram o quarto, o pai da jovem fechou a porta e começou a falar com ela, seguindo sua intuição de pai:
 
- Minha filha, acho que a festa foi muito boa, mas ainda ficou faltando algo, não é mesmo?
 
A jovem olhou para o pai, lhe deu um abraço forte e respondeu logo em seguida:
 
- O senhor me conhece, né pai, sabe o que estou sentindo.
- Sei minha filha. - Disse Sr. Augusto, se sentando na cama, ao lado da filha.
- Pai, eu enviei um e-mail para a Clara, dizendo para ela me procurar até amanhã de manhã, caso ainda me ame.
 
Sr. Augusto respirou fundo, como se estivesse tentando se controlar para não discordar da filha e falou:
 
- Não vou dizer que você fez errado, minha filha, mas você já estava ciente do que poderia acontecer.
- Sim, eu tenho ciência de que isso provavelmente vai acabar da mesma forma como já está: sem respostas.
- Talvez seja a hora de parar de fazer as perguntas, Mariana.
- Sim, também acho isso pai. - Concordou a jovem, cabisbaixa. - Amanhã irei para a Itália com a consciência tranquila, por ter feito de tudo para ter aquele amor.
- Sim minha filha, somos a prova de que você fez de tudo.
- A gente não pode ter tudo, não é mesmo?
- O que é nosso, nos pertence, filha, sempre acaba voltando para gente. Mas o que não é não tem jeito, por isso, só nos resta esquecer e aceitar.
- Tem razão pai. Por isso, estou em paz, agora sei que posso ir para a Itália e me permitir ser feliz lá.
- Com certeza, meu amor. - Disse Sr. Augusto, dando um beijo na testa da filha. - Só vai deixar um velho aqui, cheio de saudade.
- Aii pai, não fala assim e o senhor não está velho, está muito novo até. Quem sabe não vem até um novo herdeiro por aí?? - Brincou a jovem.
- Que isso minha filha, até a Andrea já está velha para isso. - Respondeu Sr. Augusto de forma atrapalhada.
- Sei sei, bom, de qualquer jeito eu sempre visitarei vocês. Também quero receber a visita de vocês lá na Itália.
- Nós iremos sim, meu amor, pode deixar. Agora eu quero que você preste muita atenção. - Sr. Augusto virou-se para a filha e disse, olhando em seus olhos - Jamais deixe alguém estragar sua felicidade, ninguém tem o direito de fazer isso. Se ame mais do que aos outros, pois esse é um dos segredos da felicidade.
- Obrigada pai, obrigada pelos conselhos, pela educação que o senhor me deu. Te amo muito.
- Também te amo, minha filha. Continue sendo essa pessoa maravilhosa que você é. Jamais mude seu jeito por causa de alguém e nem mesmo pelas coisas que você conquistar. Sempre seja humilde e lembre-se das suas raízes, das suas lutas. Enfim, sei que não preciso ficar falando essas coisas, mas é meu papel de pai, né. - Finalizou Sr. Augusto, emocionado.
- Obrigada mesmo, pai. - Foi a única coisa que a loira conseguiu dizer.
 
Os dois se abraçaram novamente e permaneceram assim por algum tempo, até que escutaram Andrea batendo na porta.
 
- Pode entrar, Déia. - Gritou Mariana.
- Achei vocês dois. - Disse ela, assim que adentrou o quarto.
- Estava despedindo da minha filha.
- Pois eu também vim me despedir, já terminamos de arrumar tudo, acho melhor deixar a Mari descansar agora, ela fará uma longa viagem amanhã.
- Você tem razão, meu bem. Vamos embora então. - Disse Sr. Augusto, com uma voz embargada, demonstrando o quanto já estava emocionado por causa da despedida.
- Vem aqui me dar um abraço, Mari. - Falou Andrea.
 
A loira se levantou e deu um forte abraço na esposa de seu pai.
 
- Se cuida lá e volte para nos visitar, não se esqueça do Brasil.
- Jamais, voltarei sempre, Déia. E vocês também estão intimados a me visitar.
- Será um prazer, minha querida.
- Déia, cuida do meu pai. - Pediu a jovem.
- Cuidarei sim.
- Ei, eu estou aqui, viu. - Disse Sr. Augusto, mais parecendo uma criança chorando.
- Ai pai, tem que pedir para ela cuidar do senhor mesmo, olha seu estado. - Brincou a jovem, apontando as mãos para o pai. - Vem aqui.
 
A jovem abraçava agora o pai, que estava aos prantos.
 
- Não chora pai, se não vou chorar também.
- Tudo bem filha, tudo bem, o velho aguenta. - Falou o pai, enxugando as lágrimas. - Tem certeza que não quer que a gente te leve ao aeroporto amanhã?
- Tenho sim pai, já vai ser a maior choradeira só com o Fred e o Alex, imagina se vocês forem. Prefiro fazer desse jeito.
- Eu entendo, minha filha. Mas olha, assim que você chegar, me liga.
- Claro pai, ligo sim, se cuida também viu.
 
Os dois deram mais um abraço forte e em seguida Sr. Augusto puxou Andrea e saiu do quarto rapidamente, antes que voltasse a chorar na frente da filha. Andrea acompanhou Sr. Augusto, mas antes conseguiu acenar com a mão para Mariana, que também estava contendo o choro ao avistar o pai e ela saírem de seu quarto correndo.
 
Depois de um tempo Fred adentrou o quarto e encontrou a jovem chorando.
 
- Ai meu amor, não fica assim.
- Eu sei Fred. - Disse chorando - Mas, é que vai dar tanta saudade.
- Own minha flor, vai sim e isso é uma coisa boa, porque é sinal de que você tem pessoas queridas em sua vida.
- Com certeza, Fred. Obrigada pela força. - Disse a loira, secando as lágrimas e abraçando o amigo. - Fred, tenho uma coisa para te falar.
- Ai meu Deus, não me venha com revelações bombásticas justo na véspera de sua viagem.
- Não, larga de ser bobo menino, não tem nada de bombástico nisso.
- Então me diga, o que você tem para me falar?
- Bom, eu mandei um e-mail para a Clara na sexta-feira.
- Sério? Mas, o que você escreveu?
- Vou te mostrar, é melhor.
 
A loira se levantou da cama, pegou o notebook, abriu seu e-mail e mostrou para o amigo o vídeo e o que havia escrito.
 
- Nossa, essa música do Elton John é fantástica.
- É sim, pena que não surtiu efeito nenhum. - Disse desanimada.
- Ela nem te ligou?? Nada, não deu sinal de vida??
- Não, não disse nada, nem respondeu o e-mail, nem me ligou, não fez nada.
- E ela não sabe que você está de mudança para a Itália, né?
- Acho que não sabe, por que eu não disse no e-mail.
- Entendi, mas disse que esperaria por ela até amanhã de manhã.
- Sim, mas nem quero pensar nisso, por que ela me procuraria no último dia de prazo que eu dei? Já era Fred.
- É Mari, a Clara não tem jeito. Acho que realmente chegou a hora de esquecer.
- Pois é amigo, esquecer!! Palavra difícil essa, né? Mas tem feito parte constante do meu vocabulário. - Ironizou Mariana. - Agora eu consigo fazer isso.
- Não fica triste não, Mari, por favor, não quero que você viaje assim.
- Não estou triste, Fred, estou até bem. A minha vida vai continuar, vou atrás da minha felicidade e no final, quem ficará infeliz é ela. Não sei como pode uma pessoa conseguir viver mentindo para si mesma, ou viver fingindo não sentir determinadas coisas. Mas enfim, isso já não me diz respeito mais, não é mesmo?
- Isso mesmo, Mari, estou gostando de ver você de cabeça erguida.
- Estou sim de cabeça erguida, acho que aprendi muito, Fred, aprendi com meus erros, com meus acertos e agora estou pronta para enfrentar o novo.
- O novo sempre deve ser bem-vindo!! - Enfatizou Fred.
 
Os dois jovens conversavam quando Alex adentra o quarto com uma cara de sono engraçada.
 
- Ihh, já vi que tem gente aí que quer ir para cama.
- Ai, realmente estou um trapo hoje, trabalhei até o momento em que começou sua festa, Mari, estou esgotado!
- Eu imagino, Alex, vá para casa descansar, amanhã eu ficarei esperando vocês aqui para me levarem ao aeroporto.
- Tem certeza que não quer que a gente fiquei aqui? - Perguntou Alex.
- Tenho! Vão para a casa e me deixem curtir a última noite aqui no meu apartamento. - Disse Mariana, empurrando Fred e Alex para o corredor, em direção à sala.
- Tudo bem então. Amanhã por volta de meio-dia passamos aqui para te levar. - Falou Fred, já caminhando para a porta.
- Está bem, meus amores, obrigada.
- Mari, fica bem mesmo! - Pediu Fred
- Eu estou muito bem, Fred, até aquele aperto estranho que eu estava sentindo no coração foi embora. Finalmente estou me sentindo leve. - Respondeu a loira de forma sincera.
- Eu acredito, dá para perceber isso pela sua fala. - Disse Alex. - Bom, então, até amanhã, minha querida.
- Até amanhã!
- Beijo, minha florzinha linda - Disse Fred.
- Beijo, gato!
 
Os dois jovens saíram da casa de Mariana deixando-a finalmente sozinha. Dessa vez a jovem não estava com o coração perturbado pelas lembranças de Clara, nem mesmo por continuar sem respostas para as dúvidas que tinha quanto a história que vivera com ela. Tudo finalmente estava se tranquilizando em seu coração e agora só restava passar aquela noite no Brasil para depois poder vivenciar as novas experiências na Itália. Assim, a jovem seguiu para o banheiro, tomou um banho quente e logo depois foi se deitar, com o coração em paz e a cabeça livre de pensamentos ou lembranças pesadas.
 
No dia seguinte, Mariana acordou por volta de 10 horas e, como havia combinado com Fred e Alex de sair para o aeroporto por volta de meio-dia, a loira foi logo dando um jeito de finalizar a arrumação das malas e já ficar pronta também, para apenas esperar a hora de viajar. Assim, antes das 12 horas a loira já estava com tudo pronto para a viagem, então ela se sentou no sofá e começou a pensar sobre sua vida e inevitavelmente sobre Clara.
 
Se lembrou das coisas que vivera no último ano e de como tudo havia acontecido rápido com ela, não apenas do ponto de vista profissional, mas também em relação à sua sexualidade. Descobrira há pouco tempo que gostava de mulheres, conseguira se assumir para seu pai, experimentara pela primeira vez um amor verdadeiro, enfim, sentia-se viva e até mesmo alegre por ter passado por tudo o que passou.
 
É claro que ela gostaria de estar hoje ao lado de Clara, gostaria que a história entre elas tivesse sido escrita de maneira diferente, porém, não era possível voltar atrás. Sua vida estava agora projetada para o futuro, evidentemente a palavra "projetar" já remete ao futuro, mas quantas vezes nossos projetos se matem arraigados ao passado? Quantas vezes vemos nossos planos falharem justamente por que não fomos capazes de mirar para o futuro?
 
Sim, dessa vez, a jovem Mariana olhava de fato para frente. Sabia que Clara não iria mais aparecer, sentia que agora era real, não iria mais ver a morena. Foi com esse sentimento que loira pegou uma folha de papel e começou a escreveu suas últimas palavras para àquela que durante tanto tempo fora o amor de sua vida.

   

"Clara, nem sei como começar esta carta. A verdade é que não gostaria de estar aqui escrevendo, mas como nem tudo na vida é como desejamos, aqui estou, com o coração na mão... mas ao mesmo tempo sei que essa é a única solução..."

 

A loira parou de escrever por alguns minutos e começou a reviver por lembranças aquele momento em que se encontrara com Clara pela primeira vez. Depois, voltou a pegar a caneta e escreveu suas memórias daquele dia no papel...

 

"Quando te vi pela primeira vez sabia que você transformaria minha vida. Lembro-me como se fosse hoje, você entrando na agência de turismo procurando informações sobre pacotes de viagens. Eu ainda era estagiária e você se direcionou justamente à minha mesa... estava tão linda, mas é claro, você é linda, assim nem precisa de muito para prender a atenção das pessoas..".


A loira não poderia negar o quanto aquelas lembranças faziam seu coração se acelerar. Levou a mão ao peito, respirou fundo e voltou a escrever...


"Não estava entendendo ao certo o que você me despertava, só conseguia admirar sua beleza, sua pele naturalmente bronzeada, seus olhos pretos e penetrantes, um sorriso de fazer parar o trânsito e os cabelos compridos e soltos tão pretos quanto seus olhos. Nossa, nunca vi beleza igual, seu andar elegante e seguro me fez ficar ainda mais vidrada em você. Estava em transe... apenas voltei à realidade quando ouvi pela primeira vez sua voz...

 

Achei aquilo tudo uma loucura, afinal, não gostava de mulheres, sempre ficava com meninos, assim não dei muita importância para o que estava acontecendo dentro de mim. Quando fui te atender estava toda atrapalhada e nem sabia explicar porque. Você deve ter achado graça da situação, mas eu estava tensa diante de sua presença. Depois que você foi embora eu só pensava no seu sorriso... o mesmo sorriso que tenho hoje em minha memória e que estará presente em meus pensamentos para onde quer que eu vá.

 

Porém, foi difícil assumir que esse sorriso não me pertencia, nunca foi meu.. nunca será... Tive raiva, tentei esquecê-lo... Mas depois de um tempo percebi que devo extrair de minha vida apenas aquilo que me faz bem. Assim, preferi guardar seu sorriso como lembrança de algo que me despertou para vida, que me levou ao encontro do que eu realmente sou.

 

Você deve estar se perguntando por que estou escrevendo tudo isso... Na verdade nem eu sei, acho que é porque não terei outra oportunidade de te contar essas coisas. Sim Clarinha, isso é uma despedida, não posso mais lidar com essa situação.

 

Tentei de todas as formas lutar por você, fiz de tudo, mas infelizmente chega uma hora que temos que aceitar, não podemos obrigar ninguém a nos amar. O carinho e admiração de uma pessoa nós conquistamos com o tempo, mas o amor é natural e quando tem que acontecer ele surge sem muito esforço. Eu amei você de graça... você não precisou fazer nada, em pouco tempo de convivência eu percebi que o que sentia era amor."

 

A loira parou novamente de escrever e involuntariamente se recordou do último encontro que elas tiveram, de como Clara duvidara de seu amor. Sentiu uma dorzinha no coração, mas não fora uma dor capaz de lhe abalar, assim, voltou a pegar a caneta e continuou a escrever a carta...

 

"Infelizmente você não acreditou em minhas palavras, estava cega diante dos fatos, tentou me convencer de que tudo não passava de um carinho especial, de que era afinidade entre amigas e que logo eu me arrependeria do que estava dizendo. Ainda hoje me pergunto como você pode fazer tão pouco do meu amor...

 

Clara, eu poderia te dar o mundo se você permitisse... não um mundo de riquezas e outras coisas banais, mas te daria um mundo de coisas simples regado de alegria e de amor, te completaria em cada detalhe do dia a dia. Porém isso tudo foi pouco para você. Sofri muito para aceitar isto, mas agora estou aqui, finalmente me desprendendo de você...

 

Vou atrás da minha felicidade... percebi que jamais a encontrarei ao lado de alguém que se entrega apenas pela metade a mim... Espero que você seja feliz... Eu te amo Clara... mas pode ter certeza, hoje eu me amo mais... vou buscar minha felicidade e só a encontrarei longe de você.

 

Conforme havia combinado, te esperei até hoje de manhã... na verdade meu coração ainda tinha esperanças de que você tocaria a campainha ou pegaria a chave extra e entraria de surpresa como já fez algumas vezes, mas minha razão anunciava a realidade... você não me pertence... nunca pertenceu. Estou deixando o Brasil e junto com ele deixo todo sentimento que tenho por você. Adeus Clara, espero que um dia você seja forte o suficiente para ir atrás da sua felicidade.

 

 

 

Mariana

   

A loira terminou de escrever a carta e pensou consigo:
 
- "Não sei por que escrevi isso, ela nunca vai ler, mas, acho que isso foi uma despedida, a despedida que eu precisava fazer, mas que jamais gostaria de ter feito".
 
Mariana colocou a carta na mesinha, próximo ao telefone e assim que se levantou do sofá escutou a campainha tocar. Correu para atender a porta e viu que já eram Fred e Alex, prontos para levá-la ao aeroporto. Assim, sem enrolar, os jovens ajudaram Mariana a colocar as malas no carro e esperaram que esta desse a última olhada em seu apartamento, para conferir se estava tudo em ordem.
 
- Pronto, podemos ir.  - Disse Mariana, sentindo um aperto normal no coração de quem está prestes a se mudar para longe. - Adeus minha casinha, até qualquer dia.
 
Sem olhar para trás, a loira trancou a porta e desceu pelo elevador, acompanhada dos amigos, que estavam compartilhando com ela aquele sentimento de despedida.


Fim do capítulo


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Comentários para 40 - Capítulo 40:
Lana queen
Lana queen

Em: 25/09/2016

Chorando...provavelmente agora é a cena do primeiro capítulo... Tudo perfeito Gi...Parabéns sou sua fã.


Resposta do autor:

E a história volta para o seu momento inicial...

 

Triste né, nem gosto de um drama, de desencontros, rsrs

 

Obrigada, minha querida!

 

Beijos

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lucy
lucy

Em: 11/01/2016

ai que aperto me deu no coração....

quero saber se vai dar tempo da Clara pegar ela ao menos no aeroporto ? não néh ? já 

imaginava....

Clara tem que chutar tudo pro alto e viajar atrás da loira, acho que é o que vai fazer...

veremos rs (leremos) rs   bjs nota mil !


Resposta do autor em 13/02/2016:

Ei minha cara leitora,

 

Acho que esse capítulo foi o ápice do drama dessa história, né? rs... Retomamos ao caítulo inicial, onde deixei um spoiler para vocês. Pena que estou respondendo atrasada, adoraria fazer um suspense para vocês. rsrs

 

;)

 

Beijos

 

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Sem cadastro
Sem cadastro

Em: 09/09/2015

Olá Gi, 

Seguindo os seus passos! Que bom que resolveu postar sua história nesse novo espaço,  mais uma demonstrando todo o carinho e consideração que tem por suas leitoras.

Por que não me surpreende que já esteja entre as histórias mais comentadas do Top Tens? Rsrs

Tenho absoluta certeza que em breve teremos tantos ou mais comentários do que você já havia angariado no Abcles. 

Desejo-lhe todo sucesso por aqui  e estarei aguardando ansiosa a continuação de Entre Olhares e Sorrisos e esperendo, como sempre,  ser surpreendida e tocada por esta linda história.

Grande Beijo,

Anastácia.

 

 

 

 


Resposta do autor:

Querida Anastácia,

 

É tão bom ter você aqui, sempre amei seus comentários e não ter uma leitora como você por aqui seria uma grande perda, tanto para mim quanto para a riqueza dos comentários. Meu carinho e consideração por vocês leitoras são formas que encontro de retribuir toda a atenção que me é conferida por cada uma. 

Ah, obrigada! É muito gratificante ver a história alcançando essa visibilidade. Isso, sem dúvida, devo à vocês! Fiquei triste quando o site acabou, pois tinha tantos comentários fofos e reflexivos... os seus se inserem nesse contexto. 

Que bom que estará sempre por aqui. Me deixou muito, muito feliz.

 

Um beijo carinhoso!

 

Giovanna.

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