Capítulo 13
Cheguei em casa, almocei com a minha mãe e depois fomos ao shopping.
Compramos muita coisa, minha mãe adorava sapatos e toda vez que ia ao shopping comprava pelo menos uns 5 e já comprava vários pra mim também e eu adorava rsrs.
Íamos ai cinema e enquanto minha mãe ia comprar as entradas eu fui comprar a pipoca.
Enquanto esperava sinto um cheiro bom, familiar atrás de mim, me virei de vagar e era ela.
-- eer, oi. – eu
-- oi – ela disse envergonhada
-- Como você esta? – eu
-- Bem, e você? – Beatriz
-- Bem, e o namoro? – eu
-- Não tem mais namoro, acabei de me encontrar com ela e a gente terminou. – Beatriz
-- Que chato, e você esta bem? – eu
-- Estou sim, ela é uma garota legal, mas não era ela sabe... – Beatriz
-- Hum... – eu
-- Natália, eu sei que ela é sua amiga, mas a gente...
-- Beatriz, você não me deve explicações. – eu a interrompi
-- Ok. – ela disse abaixando a cabeça
-- Beatriz? – mãe
-- Oi Dona Ana, como vai? – Beatriz
-- Muito bem e você? Aquela ida até la em casa nunca chegou né? – mãe
-- Pois é, um dia quem sabe. Vocês vão ao cinema? - Beatriz
-- Então, filha, recebi uma ligação de um paciente que esta muito mal e precisa me ver, vamos ter que cancelar nosso cinema, mas eu já comprei as entradas, vá com a Beatriz. - mãe
-- Então ta mãe, depois nos falamos. – eu
-- Aproveitem por mim meninas, beijos. – mãe
E minha mãe saiu, me deixando ali com a Beatriz.
-- Então... Vamos? – eu
-- Vamos – ela disse com um sorriso lindo no rosto
Entramos no cinema e logo ela já foi pras ultimas poltronas como de costume.
-- Já tinha esquecido essa sua mania. Só sento aqui quando venho com você ao cinema. – eu
-- Que bom, assim quando você ver esses lugares vai se lembrar de mim. – Beatriz
Não respondi o que ela falou, mas fiquei feliz com aquilo.
O filme começou e o silencio pairava, eu tinha tanta coisa pra falar pra ela, mas eu não conseguia.
Eu nunca tinha problema de comunicação com ninguém, sempre falava o que eu queria na hora que eu queria, mas com ela eu não conseguia, não naquele momento.
Eu estava nervosa, minhas mãos suavam, mas por que isso? Comia aquela pipoca rápido pra aliviar o nervosismo e ela parecia fazer o mesmo.
Quando fui pegar pipoca no saco ela colocou a mão também e nos tocamos. Minha pele se arrepiou inteira, só com um simples toque na mão dela. Nos olhamos e eu não conseguia desviar do olhar e ela também.
Fomos nos aproximando cada vez mais, eu já sentia seu hálito perto da minha boca, então pela primeira vez agi pela razão.
-- eer, o filme já vai acabar. Depois eu queria conversar com você. – eu
-- ta bem – Beatriz
Terminamos de ver o filme em silêncio e depois fomos em direção ao estacionamento.
-- Vem, vamos dar uma volta. – eu
-- Já esta tarde, eu preciso ir pra casa. – Beatriz
-- É rapidinho, depois te deixo em casa. – eu
-- Não precisa não, mas se é rapidinho, vamos. – Beatriz
Fomos o caminho todo em um clima tenso, sem trocarmos uma palavra. A levei para a praia, a mesma praia em que brigamos.
-- Praia a essa hora Natália? É perigoso. – Beatriz
-- Calma, não tem ninguém aqui, e se você quiser a gente nem sai do carro. – eu
-- Ok, o que você queria conversar. – Beatriz
-- Você gosta da Dani? – eu fui direto ao ponto
-- Gosto, ela é uma garota legal. – Beatriz
-- Você não entendeu. Você gosta mesmo dela? Não só por ser uma garota legal? – eu
-- Se você quer saber se eu a amo, não, eu não a amo. Amor é muito mais. Acho que o amor é algo muito forte, não é como paixão que você sente do nada por alguém junto com atração. O amor é mais que isso, te muda, te deixa confusa, nervosa, um frio na barriga e só uma pessoa consegue fazer tudo isso. A Dani é legal, mas a gente não daria certo. – Beatriz
Fiquei chocada com a resposta dela, fiquei um pouco em silencio olhando pro volante pensando.
-- Você esta bem? – Beatriz
-- Por que vocês nunca trans*ram? Namoraram 5 meses. – eu
-- Você só se importa com isso né Natália? Sexo não é tudo. – Beatriz
-- Eu não te entendo Beatriz, o que faz uma pessoa da sua idade hoje em dia namorar com alguém e nunca querer sex*? – eu
-- Eu não quis, tem algum problema? – Beatriz
-- Tem sim, isso é estranho, qual o seu problema? – eu
-- Eu sou virgem Natália, pronto, esta feliz? – ela disse nervosa
-- Virgem? Ah para Beatriz, você tem 20 anos, hoje em dia isso não existe mais. – eu
-- Desculpa ser uma exceção na sua estatística, mas eu sou virgem sim, e tenho o direito de ser virgem até o dia que eu amar de verdade alguém e saber que esse alguém me respeita e esta comigo não por sex*, mas por que gosta da minha companhia, e quando eu achava que tinha encontrado essa pessoa, ela me decepcionou de mais, exatamente por isso, por sex*! – Beatriz
-- A Dani é assim mesmo...
-- Eu não estou falando da Daniella, Natália, meu Deus, abra seus olhos. – ela disse gritando
-- O que você quer dizer com isso garota? – eu
-- Que era você Natália, mas não sei mais se é. Você não é o que parece, é uma garota mimada e fútil. Vai sofrer muito até se tocar que dinheiro e beleza não são tudo da vida. Só vai se tocar quando sentir falta de alguém com você por mais de uma noite. – ela disse isso e saio do carro
Eu fiquei em choque, eu não sabia desses sentimentos e dessa pureza da Beatriz.
Hoje em dia encontrar uma garota de 20 anos virgem é igual Coca-Cola no deserto.
E quem é ela pra dizer que dinheiro e beleza não são tudo? Ela também tem dinheiro e é linda, deve ser como eu também, mas adora dar seu showzinho.
Fiquei ali naquela mesmo lugar por horas, pensando em como aquela garota me irritava mas mexia comigo ao mesmo tempo.
Saber que ela me amava, mas eu estraguei tudo me deixou muito triste.
Eu geralmente não me importaria com isso, mas dessa vez me importei e muito, e algo em mim dizia pra eu procura-la e seguir meu coração, mas meu outro lado me dizia que isso era roubada, que eu não aguentaria ficar com ela sem sex*.
Entre esses pensamentos vejo o sol nascer a minha frente na beira da praia.
Fui pra casa, tomei um banho e fui pra aula.
Quando cheguei a Dani já veio falar comigo.
-- Nat, terminei com a Bia ontem. – Dani
-- Eu sei. Falei com ela ontem – eu
-- Falou? E como ela estava? – Dani
-- Ótima. – eu
-- Onde vocês se viram? – Dani
-- No Shopping, fomos ao cinema – eu
-- Nossa, você não perde tempo mesmo heim, eu mal terminei com a garota e você vai ao cinema com ela. – Dani
-- Ai Daniela, não enche. – eu
-- Nem digo mais nada. Hey, quer ir la pra casa logo? – Dani
-- Pode ser, te pego no trabalho. – eu
-- Ótimo, estou com saudade de você – ela disse com AQUELE olhar.
Fomos pra aula e o dia passou voando, quando chegou a hora fui buscar a Dani no trabalho e depois fomos pra casa dela.
Fim do capítulo
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