Eu já tinha visto a cena, mas dessa vez foi tão pior, eu parei de dançar e a garota que dançava comigo olhou pra traz e viu elas se beijando.

 

-- Sua amiga se deu bem pelo jeito. –garota

 

Eu não falei nada, só continuei ali parada olhando.

 

-- Se você quer colocar ciúme tem que fazer direito. – eu

 

-- Como assim? – eu

 

-- Vou te ensinar. – garota

 

Ela veio me puxando pela pista até chegar perto da Dani e da Beatriz, elas ainda se beijavam e a garota agora dançava pra mim passando a mão pelo meu corpo, às vezes passava sua boca bem perto da minha e confesso que eu já estava adorando aquilo tudo e resolvi é entrar no joguinho dela. Quando a garota viu que elas tinham parado de se beijar foi à vez dela. Foi chegando bem perto até colar nossas testas ainda dançando, com uma mão segurou minha cintura e a outra puxou minha nuca para um beijo urgente.

 

Ela beijava muito bem, tinha uma pegada incrível e correspondi o beijo a altura do dela que já estava ficando quente de mais.

 

- UAU! – garota

 

Olhei para procurar a Dani e elas não estavam mais lá. A garota olhou também e disse.

 

-- Acho que deu certo. – garota

 

-- Rapidinha você heim. – eu

 

-- Estava só esperando a oportunidade certa. – garota

 

Aquela garota era muito abusada, mas eu gostava disso, precisava de pessoas assim. Com atitude.

 

Falei pra ela que iria ao bar pegar uma bebida e fui ao banheiro também.

 

Quando cheguei ao banheiro ouvi um choro vindo de uma das cabines, achei estranho, mas devia ser alguma menina que tinha terminado com o namorado, nem liguei.

 

Quando eu estava lavando as mãos, a cabine de onde tinha alguém chorando se abriu e por curiosidade fui olhar pra ver quem estava lá, me assustei ao ver a Beatriz, com os olhos vermelhos e a maquiagem toda borrada.

 

-- Beatriz, o que houve?

 

-- Nada.

 

-- Você estava esse tempo todo chorando ai por nada? Me conta, posso te ajudar? Cadê a Dani?

 

-- Deve estar no bar, só disse que vinha no banheiro.

 

-- E por que estava chorando?

 

-- Nada não, me esquece Natália.

 

Eu estava me sentindo mau, ver aqueles olhos lindo, vermelhinhos de tanto chorar, aquela aparência triste.

 

-- Bia, para de ser cabeça dura, me deixa tentar te ajudar. Qual é o problema?

 

-- Qual é o problema? O problema é você Natália

 

-- Eu? Mas o que eu fiz?

 

-- Estava lá agarrando aquela oferecida.

 

-- hahaha você estava com ciúmes Beatriz?

 

-- Eu não.

 

-- Ta bom, mas você estava no maior amasso com a Dani, e até onde eu sei você namora com ela e não comigo, por que ficou assim por me ver ficando com aquela garota?

 

-- Ai Natalia, me deixa, esquece isso. Eu sou uma idiota mesmo. – ela disse saindo

 

A segurei pelo seu braço e disse

 

-- Ei calma, vai sair daqui com o rosto assim todo borrado?

 

Passei o polegar pelo seu rosto secando uma lagrima que caia e limpando seu rosto sujo pela maquiagem que tinha escorrido.

 

Ela me olhava com um olhar que me deixava sem armas, totalmente entregue. E foi nessa entrega de sentimentos de ambas as partes que fomos nos aproximando até acontecer o inevitável, um beijos banhado de paixão e lagrimas angustiadas da Beatriz.

 

O beijo não demorou muito e a Beatriz se afastou.

 

-- Eu não posso fazer isso com a Dani, ela não merece.

 

Eu não disse nada, sequei seu rosto, peguei um papel toalha e limpei seus olhos.

 

-- Pronto. Está linda como sempre. Pode voltar e arrasar na pista.

 

Ela ficou me olhando e deu um sorriso fofo.

 

-- Obrigada. – ela disse segurando minha mão e saiu

 

Como essa garota me deixa, nossa senhora.

 

Fui pra pista de novo e voltei a dançar.

 

De longe vi a Beatriz e a Dani conversando no bar e depois irem pra pista também.

 

Fiquei mais um tempo lá dançando e depois fui ao bar. Pedia doses de bebidas que eu nem conhecia, quando eu já estava bem mal a Bia e a Dani chegaram.

 

-- Nat, acho que você deveria parar de beber. – Dani

 

-- Não me lembro de ter trazido a minha mãe pra balada. – eu

 

-- Natalia, eu tô falando sério, você está de carro e já está muito bêbada. – Dani

 

-- Você está de carro? Não acredito, que irresponsabilidade. – Beatriz

 

-- Eu hein, você duas, me deixem em paz. Vão achar outra pra incomodar, crédo. – eu

 

Elas não falaram mais nada e foram pro banheiro. Eu já sabia das intenções da Dani levando a Bia pro banheiro. Fiquei ali mais um tempo bebendo e eu já nem via e falava coisa com coisa até que vejo elas saindo do banheiro, a Dani com uma cara de frustrada e a Beatriz com cara de brava e foram pra perto de mim. Eu que já não sabia mais o que falava e não controlava mais nada falei.

 

-- Que cara é essa de quem comeu e não gostou Dani? Ou melhor, não comeu e não gostou HAHAHAHAHAHAHA. – eu

 

-- Cala boca Natália! – Dani

 

A Beatriz não disse nada, mas me olhou com um olhar de reprovação, mas devido ao nível de álcool nem me importei.

 

-- Dani, eu vou embora. – Beatriz

 

-- Deixa que eu te deixo em casa. – Dani

 

-- Não precisa, eu pego um taxi. – Beatriz

 

-- Ta tarde, deixa eu te levar. – Dani

 

-- Eu não quero. To indo, depois a gente se fala. – ela disse dando um selinho na Dani e saindo

 

-- O amor é lindo mesmo. – eu

 

-- Não tem graça Natália. – Dani

 

Ela estava muito brava e saiu, deve ter ido embora também. Eu já não me aguentava mais em pé e fui pra fora da boate a fim de tentar achar meu carro e ir pra casa.

 

Quando estava saindo, não aguentei e cai na calçada, não tinha mais quase ninguém na rua, os poucos que tinham eram a maioria bêbados piores do que eu. Até eu ouço alguém falar me ajudando a levantar.

 

-- Você não esta em estado de dirigir.

 

-- Ah, você voltou? – eu

 

-- Não vou te deixar dirigir sozinha até na sua casa. – Beatriz

 

-- E a sua namorada? Acho que ela não vai gostar nada disso heim. – eu

 

-- Para de ser idiota e levanta dai. – ela disse me ajudando a levantar

 

Caminhamos até meu carro que ela que teve que procurar por que eu não sabia mais onde ele estava, e ela foi dirigindo, eu dormi o caminho inteiro e acordei quando a Beatriz me ajudava a andar e entramos em um prédio, não reconheci o lugar. Paramos na frente de uma porta e ela tocava a campainha até alguém abrir a porta.

 

-- DANIIIIIII – eu falei gritando

 

-- O que vocês estão fazendo aqui? – Dani

 

-- Dani, ela não estava em condições nenhuma de dirigir e eu não sei onde é a casa dela, deixa ela ficar aqui hoje. – Beatriz

 

-- Claro, entrem.  - ela disse ajudando a Beatriz me levar para o quarto de hospedes.

 

 

 

Quando eu deitei na cama foi como se me dessem tranquilizantes pesados. Cai no sono na hora.

Fim do capítulo