Capítulo 68. Separação temporária.
Márcia e Andressa praticamente viram o dia amanhecer. Nenhuma das duas conseguiu dormir depois do episódio da noite passada. A coronel estava decidida a enfrentar o coronel Gutierrez de igual prá igual e seria daquele dia em diante. Telefonou para o pai e pediu que ele viesse até a sua casa e também chamasse os irmãos. Na hora do almoço já estavam todos reunidos na casa da coronel.
-- O que houve filha? Parecia tão desesperada ao telefone.
-- Papai eu estou com um grande problema e eu preciso de sua ajuda, ou seja, da ajuda de todos vocês.
-- Mas o que houve minha irmã? Perguntou Genaro já preocupado com a expressão de Márcia.
-- O negócio é o seguinte Genaro, ontem durante o jogo lá no estádio, eu recebi um telefonema do coronel Adamastor e ele me disse que precisava falar comigo e que viria hoje a noite aqui em casa porque já estava sabendo de todas as falcatruas do coronel.
-- E você o que disse a ele? Perguntou-lhe o pai.
-- Eu disse que tudo bem porque eu também queria conversar com ele sobre o Gutierrez. Até ai tudo bem e nós combinamos o horário e foi por isso papai que eu pedi para que o senhor viesse jantar aqui em casa essa noite e de preferência, quero a presença do coronel Vaz Amorim, porque ele conhece aquela raposa melhor do que eu.
-- Sim filha e onde está o problema?
-- Acontece senhor coronel Mantovanni que esse crápula do Gutierrez entrou em minha casa, me ameaçou e ainda ameaçou a minha esposa e os meus filhos. Enquanto a ameaça era dirigida a mim, tudo bem. Mas a partir do momento em que um dos homens dele colocou a arma na cabeça da Andressa e do nosso André a coisa mudou. Ele ainda ameaçou matar a ela e as crianças.
-- Mas que vagabundo e safado, como ele ousa a ameaçar minha nora e meus netos? --Eu é que vou matar essa imundice, e ainda ameaça a carreira da minha filha? – Mas ele não perde por esperar.
Andressa vendo que o sogro estava começando a ficar nervoso revelou o assunto que ela e Márcia haviam conversado durante a noite.
-- Coronel eu andei conversando com a Márcia e como eu estou de licença por causa do nascimento do Nicola e da Antônia, nós resolvemos que eu e as crianças vamos viajar para a casa de tia Juanita em Santa Rita do Passa Quatro.
-- É uma excelente idéia, mas e Márcia como ficará sem ver os filhos? Perguntou Marcelo.
-- Eu vou ficar com saudades meu irmão, mas com eles longe daqui, eu posso enfrentar esse verme. E além do mais, será por pouco tempo, não é meu amor?
-- Sim minha vida, logo estaremos todos unidos e agora precisamos traçar uma estratégia para que eu saia daqui com as crianças sem levantar suspeitas.
-- Faremos isso até quarta-feira e você vai comprar roupas para as crianças lá na cidade que minha tia mora e tem mais, para você também e assim que possível eu vou te buscar.
-- Então está feito, amanhã ou mais tardar quarta-feira, eu viajo para a casa de tia Juanita.
-- Marcelo será que você pode levá-los até Santa Rita?
-- Claro minha irmã e assim fica até melhor porque eu sou tio e se alguém estiver vigiando, pensará que eu estou levando as crianças para passear.
-- Sim meu irmão, mas tome cuidado. Essa raposa não pode nem pensar que eu estou tirando as crianças e a minha esposa daqui.
-- Fica em paz minha irmã. Mas há algo errado aqui em seu condomínio.
-- O que há Marcelo de tão estranho?
-- Aquele jardineiro é novo?
-- Como assim? – Eu não estou entendendo.
-- Acontece que não há só o jardim da sua casa para limpar e cortar a grama existem outras casas por aqui.
-- Eu já entendi Marcelo, espere um pouco.
A coronel que entendera o que o irmão havia falado, chegou bem próximo a janela da sala e viu quando o jardineiro estava ao celular falando com alguém e olhando para tudo que era lado. Márcia escutou claramente o nome do coronel Marcos Gutierrez, mas não fez nada porque se fizesse, as coisas sairiam fora dos eixos.
-- Marcelo acho melhor a Andressa não ir com você.
-- E por quê? Perguntou o coronel Mantovanni.
-- Porque eu acabei de escutar o jardineiro falando com o Gutierrez e tenho certeza de que ele já passou a fita para o canalha.
-- Então faremos diferente, eu levo a sua esposa e as crianças, falou baixo no ouvido de Márcia o coronel Vaz Amorim.
-- Está bem coronel, ficamos combinados dessa maneira pelo menos não vamos levantar suspeitas, afinal de contas, o senhor também é avô deles.
-- Obrigada minha querida pela confiança e consideração. Então estamos combinados.
O dia passou e a noite estava chegando. A coronel estava muito tensa e a esposa percebia isso. Porém, preferiu não perguntar porque ela já sabia qual era o problema de Márcia estar daquele jeito. No horário combinado o coronel Adamastor chegava na casa da coronel Mantovanni juntamente com a esposa e o neto.
-- Boa noite coronel Mantovanni!
-- Boa noite coronel Adamastor!
A coronel pediu que eles entrassem e se acomodassem porque ela iria avisar a esposa que eles haviam chegado. As crianças estavam brincando no escritório da coronel, enquanto Andressa acabava de trocar Antônia, pois já tinha trocado Nicola e dado-lhe de mamar e naquele momento o menino dormia nos braços da coronel.
-- O Adamastor já chegou meu amor.
-- Então vamos descer e nos preparar para a conversa e ouvir o que ele tem a dizer.
-- Meu amor, você endoidou? – Lembre-se do que o Gutierrez falou, ele ameaçou você e as crianças e tem mais, é por isso que eu quero que você vá ficar uns dias na casa da tia Juanita, até eu terminar com essa farra da farda.
-- Vamos escutar o que ele tem para falar e depois veremos o que fazer coronel Mantovanni.
-- Está bem amor, se você deseja assim, paciência!
Ao chagarem na sala o coronel estava muito a vontade conversando com o pai de Márcia. Logo depois o jantar foi servido e assim que terminaram, foram para a sala e começaram a conversar.
-- Coronel Mantovanni, a senhora sabe que o coronel Gutierrez está envolvido nas falcatruas que acontecem na sua unidade militar e no assassinato do major Clóvis?
-- Até ontem a noite eu não sabia coronel Adamastor, mas eu já desconfiava de algo, pois o Clóvis jamais faria o que fez.
-- E como você desconfiou disso Márcia?
-- Simples Adamastor, ele esteve em minha casa e ameaçou a mim e a minha família. Entrou em minha casa no meio da noite e disse que eu tomasse muito cuidado com o que eu iria falar para você. Aliás, como ele descobriu que você viria aqui em minha casa?
-- O que? Mas como? Eu não falei para ninguém, a não ser que??? Mas espera ai, eu estava no clube e o Harold estava por lá sentado em uma mesa ao lado da minha. Só pode ter sido aquele moleque
-- Será coronel que foi ele?—Mas pelo o que o senhor falou, pode ser ele que tenha dado a informação, pois ele é aliado do Gutierrez.
-- E o que você pretende fazer com isso Adamastor? Perguntou o pai de Márcia.
-- Eu não sei Giuseppe, mas uma guerra vai começar e eu vou estar nela.
-- Estaremos coronel, estaremos.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]