-- Mãe, pai, venham aqui, por favor. -- Mônica os chamou. Estava na sala com Laila e Michael. 

-- Melhor falar sobre o jantar amanhã, não acha? -- Laila estava nervosa. Tinha conversado com a irmã sobre o que tinha combinado com Alexsandra. 

-- Que amanhã, Laila. -- Mônica discordou. -- Melhor agora logo, tu sabes como a mamãe gosta de saber das coisas com antecedência. 

-- Verdade. -- Laila concordou. 

-- Que foi filha, pra quê esse grito todo? -- O pai delas indagou chegando junto com Cida.  

-- Laila quer falar. -- Mônica disse dando um cutucada na irmã que a olhou com irritação e Mônica riu.

-- Que foi filha? -- Cida indagou com certa preocupação por toda a cerimônia de Laila e falar.  

-- É... -- Proferiu e depois limpou a garganta. -- Amanhã... Eu queria contar algo a vocês. -- Revelou olhando da mãe para o pai. -- Séria num jantar com a família toda.

-- Michael, abaixa isso e presta atenção na sua irmã, ela está falando. -- Francisco disse referindo-se ao volume de um jogo que o filho jogava no celular. 

-- Ah, pai. – Reclamou. 

-- Não vou falar de novo. -- Advertiu e logo observou o filho guardar o celular. 

-- E então filha, para que seria esse jantar? -- Cida questionou a olhando. -- Ou para quem? -- Sorriu. -- Suponho que queira nos apresentar alguém, ou estou enganada? -- Disse fazendo Laila sorrir meio envergonhada, sua mãe não deixava passar uma, pensava. 

-- É para uma pessoa sim, mãe, e vocês já a conhecem, mas o motivo do jantar, só vão saber na hora, ela quer está presente para contarmos juntas. -- Sorriu mais confiante lembrando de Alexsandra.

-- Ah mais um jantar chato pra apresentar namorado. -- Michael disse já de forma entediada e Mônica riu. 

-- Vai se acostumando, que quando tu arrumar a tua namorada vai ser chamado com toda certeza pra conhecer a família dela, e em um jantar e acredite, vai ser bem pior. -- Francisco afirmou sorrindo e em seguida deu leves tapas sobre o ombro do filho que revirou os olhos de forma descrente fazendo todos rirem.

-- Tá, mas ainda não é a minha vez é a da Laila, foco nela, valeu? -- Disse apontando a irmã e sorriu.    

-- Odeio ter que concordar contigo pirralho, mas tu tá certo. -- Mônica afirmou.

-- Mãe... -- Michael reclamou. 

-- Mônica para de chamar seu irmão de pirralho. 

-- Mas ele é...

-- Sou nada! 

-- Eiiii, parem os dois, agora! -- Cida disse aumentando o tom de voz deixando os dois filhos calados. -- Não quero mais saber desse assunto aqui, ouviram? -- Disse olhando entre os dois filhos. -- Ótimo... Continua filha. -- Cida disse olhando a filha de forma serena. -- Quem você quer trazer aqui em casa pra esse jantar?

-- A Alexsandra. -- Laila respondeu para surpresa e confusão dos pais.

-- Legal. -- Michael proferiu empolgado. -- Alex é fera. 

--Ei menino, para com isso, nada de vídeo game à noite e muito menos vai ficar incomodando a moça com isso. -- Francisco advertiu. 

-- E agora precisa dessa cerimônia toda para a Alex vir aqui? -- Cida indagou ainda confusa fazendo Mônica rir e junto Laila também sorrir de leve. -- Alex é quase da família filha, pode vir quando quiser. 

-- Eu sei mãe e a Alex também, mas dessa vez é por um motivo em especial.

-- Que motivo? -- Cida indagou.  

-- Não posso adiantar nada agora. -- Laila avisou. -- Podem esperar até amanhã à noite? Claro, se for possível organizar o jantar. -- Observou.

-- Claro que é, filha. -- Cida afirmou e sorriu. -- Não se preocupe.

-- Obrigada, mãe, a senhora é um máximo. -- Laila sorriu. -- Vocês todos são. -- Afirmou fitando o pai e depois os irmãos. -- Amanhã a partir das oito vocês saberão o motivo, prometo. -- Avisou entre sorrisos. 

-- Tudo bem, filha. -- Cida sorriu. -- Vou tomar meu banho. -- Cida disse saindo e logo depois o marido a acompanhou. 

-- Legal maminha. -- Mônica sorriu abraçando Laila. 

-- Vocês estão aprontando né? -- Michael disse as olhando rindo. 

-- Cala a boca pirra... Ah, volta pro teu jogo aí. -- Mônica sugeriu. -- Vem, vamos pro quarto. -- Mônica disse puxando a irmã mais velha.   

 

* * * *

 

-- Então? -- Samantha indagou fitando entre Susan e Júlia sentadas lado a lado a sua frente. Todas estavam devidamente acomodadas enquanto já degustavam suas comidas. -- Vão nos falar o motivo dessa formalidade toda de jantar? -- Sorriu. 

-- Verdade. -- Amanda concordou. -- Estou curiosa. -- Confessou. 

-- Posso, amor? -- Susan sorriu olhando sua esposa.  

-- Claro. -- Júlia afirmou pegando na mão de sua esposa. 

-- Nós vamos ser mães! -- Susan simplesmente avisou enquanto sorria com enorme felicidade fitando uma Amanda surpresa e feliz e uma Samantha também completamente surpresa e imensamente feliz pelas amigas, principalmente por Susan que sonhava em ser mãe.  

-- Sério? -- Samantha disse sorrindo as olhando ainda sem acreditar. -- Vão ter um bebê? Ser mães? 

-- Sim, sim, sim. -- Susan afirmou contente. 

-- Ai que lindo meninas. -- Amanda levantou-se e abraçou as duas mulheres desejando os parabéns. 

-- Sam? -- Susan a chamou, pois Samantha apenas a fitava com um sorriso bobo.

-- Ah, desculpa. É que... -- Sorriu e levantou-se ficando de frente para a amiga já em pé também. -- Você vai ser mãe... -- Disse agora de forma empolgada e a abraçou com grande contentamento. -- Meus parabéns, Su. -- Falou a fitando sorrindo. -- Estou tão feliz por você. -- Afirmou e em seguida olhou Júlia com o mesmo sorriso. -- Feliz por vocês! -- Confessou puxando Júlia para um abraço apertado. -- Parabéns futura mamãe. -- Disse a levantando no abraço fazendo Júlia rir acompanhada de todas. -- Me contem, como foi que tomaram essa decisão? Quando? Já estão fazendo os procedimentos? -- Samantha estava verdadeiramente empolgada e feliz com a novidade. 

-- Calma. -- Susan disse rindo. 

-- Meus Parabéns, Susan, Júlia. -- Natelly disse sorrindo com sinceridade, já havia gostado das duas mulheres, assim que as conheceu. -- Posso dar um abraço em vocês? 

-- Lógico que pode. -- Susan afirmou sorrindo. 

Natelly abraçou com carinho ambas as mulheres e logo elas retornaram a mesa, entre comentários, elogios e indagações sobre a novidade... Samantha explicou por alto todos os procedimentos que ambas as mulheres teriam que fazer e passar, respondeu perguntas e dúvidas de Susan e Júlia enquanto todas ali sorriam contentes por estarem compartilhando da felicidade do casal. 

-- Bom, a conversa e o momento estão ótimos, mas está tarde. -- Samantha observou. 

-- Verdade. -- Júlia concordou, era mais de onze horas. 

-- Ainda vai passar na casa do seus pais? -- Susan indagou olhando Samantha. 

-- Vou sim. -- Samantha afirmou. 

-- Então vamos indo. -- Susan disse levantando-se, sendo acompanhada pela esposa e as amigas. 

-- Se quiserem ir para casa daqui, podemos pegar um táxi. -- Samantha sugeriu. 

-- Vou fingir que não ouvi isso, Samantha Christine. -- Susan advertiu e Samantha riu. 

-- Chata. -- A médica disse rindo e abraçando a amiga. -- Sendo assim, vamos logo, lá eu pego o carro do Murilo.  

 

 

* * * *

 

-- Denguinho! -- Victória disse animada assim que Alexsandra abriu a porta. 

-- Afff. -- Alexsandra proferiu, odiava o apelido dado pela amiga, mas estava feliz por vê-la ali a sua frente depois de um tempo considerável, sorriu e logo já tinha uma Victória sorridente em seus braços em um abraço apertado e cheio de saudade, enquanto rodava com ela no colo. 

-- Ai que saudade de você! -- Victória confessou sorrindo ao ser posta de volta ao chão.  

-- Eu também, linda. -- Alexsandra admitiu. -- Mas me conta, como foi suas férias? Aproveitou bastante? -- Indagou fechando a porta. 

-- Ah foram ótimas, denguinho! -- Victória afirmou andando em direção a cama da morena e se jogando sobre ela. 

-- Imagino... -- Alexsandra riu aproximando-se a observando deitada em sua cama de forma atravessada. -- Arrasou muitos corações? -- Indagou rindo. 

-- Depende do que você quer dizer com arrasar. -- Victória advertiu sentando-se na cama sorrindo e fitando Alexsandra que a olhava em pé a sua frente. -- Fiquei com algumas mulheres sim, mas ambas estavam aproveitando o momento e a companhia uma da outra, nada além disso. -- Confessou. -- As férias foram excelentes, descansei e me diverti bastante. E ninguém saiu de coração arrasado, não. -- Sorriu. 

-- Ótimo. -- Alexsandra sorriu feliz pela amiga. -- Não quero reclamações sobre o trabalho no hospital, porque tem muito! -- Advertiu e teve que desviar de uma almofada jogada por Victória.

-- Estraga prazeres. -- Disse rindo e levantou-se indo até a morena, segurou com ambas as mãos a cintura de Alexsandra e a puxou para colar em seu corpo. -- Senti saudade de ficar assim com você... -- Confessou e em seguida a beijou no pescoço.  

-- Vick... -- Alexsandra ponderou interrompendo os beijos que a amiga dava em seu pescoço e ficou a olhando por um tempo. Victória tinha os olhos azuis esverdeados, cabelos castanhos cacheados curtos, um rosto pequeno e delicado, era mais baixa que ela uns quinze centímetros e esbanjava feminilidade. 

-- Que foi? -- Victória estranhou. -- Ah, você tinha me pedido colo. -- Sorriu lembrando. -- Problemas? -- Questionou, ainda tinha suas mãos sobre a cintura de Alexsandra    

-- Não... Podemos conversar? -- Alexsandra indagou e sorriu.  

-- Você está diferente. -- Victória observou.   

-- Diferente? -- Alexsandra inquiriu a puxando para sentarem na cama. 

-- Sim... Não sei, mais feliz, um brilho no olhar, sei lá... Diferente! -- Afirmou sentando-se ao lado de Alexsandra. -- Já sei, está envolvida com alguém, né?

-- Como você sabe? -- Alexsandra sorriu admirada. 

-- Alex, eu te conheço. -- Sorriu ajeitando-se e ficando de frente para a amiga. -- Mas me conta, quem é o sortudo da vez? Eu conheço? 

-- Vick, não é bem assim. -- Alexsandra avisou levantando-se, realmente sem saber como começar aquela conversa, suspirou e fitou a amiga. -- Não é só um caso, não dessa vez.  

-- Você está apaixonada? -- Victória indagou ainda surpresa. 

-- Sim, eu estou. -- A morena afirmou e sorriu lembrando da namorada. 

-- É, realmente, você está apaixonada. -- Victória notou pela primeira vez ao olhar Alexsandra mais atentamente, nunca vira a amiga como a estava vendo agora, um olhar seguro e cheio de sentimentos por alguém que era notório que só de lembrar a fazia sorrir cheia de carinho e felicidade, sorriu vendo a felicidade da amiga. -- Quem é o sortudo? Eu conheço? -- Questionou curiosa. 

-- Não, você não conhece e não é nenhum sortudo. -- Alexsandra avisou e respirou fundo lembrando de Laila. -- É uma mulher. -- Informou.

-- Uma mulher!? -- Victória quase gritou em surpresa, em seguida levantou-se um tanto esbaforida. -- Espera, tu não era hetero!? Alex, como assim uma mulher? -- Inqueriu a olhando deveras surpresa.

-- Vick, você com esse papo? -- Alexsandra riu, sabia que a amiga iria ficar surpresa, mas não que questionaria sua sexualidade. -- Eu fiquei com você várias e várias e várias....

-- Tá, eu já entendi. -- Victória a interrompeu em acordo, mas ainda pensativa. -- Ok, me dá só um instante para processar essa informação, está bem? -- Pediu a olhando. -- Mulher? – Inqueriu rindo.

-- Sim! -- Alexsandra afirmou também rindo, notando que Victória estava voltando ao seu normal. 

-- Gente... -- Victória proferiu enquanto balançava a cabeça em negação ainda sem acreditar na novidade. -- Babado fortíssimo. -- Disse e Alexsandra gargalhou, aquela era a sua amiga. -- Vem aqui, me conta tudo e não me esconda nada. -- Sorriu empolgada. -- Ênfase nos detalhes sórdidos, por favor. -- Avisou e ambas gargalharam juntas. 

-- Besta... -- Alexsandra disse ainda rindo. -- Vou te contar, mas sem detalhes sórdidos, pois não tem e nem se tiver. -- Confessou. 

-- Ahh não. -- Vick reclamou, mas riu. -- Vai me conta, quem é essa mulher que te prendeu e tirou de mim as maravilhosas noites de sex* com você? -- Disse e riu ao receber um leve tapa da amiga. -- Que foi? Sou sincera ué. -- Afirmou rindo. -- Não é sempre assim? Quando uma de nós está namorando não nos envolvemos. -- Lembrou. 

-- Verdade... -- Alexsandra concordou lembrando. 

-- É namoro sério mesmo, não é? -- Victória pode constatar a olhando 

– Está tão na cara assim? 

-- Está! -- Afirmou. -- Olha Alex, pra ser sincera eu nunca te vi com a cara mais idiota como a que você está agora. -- Disse e recebeu mais um tapa de Alexsandra. -- Ei, para de me bater e me conta logo. Qual o nome? De onde é? Me conta mulher! -- Pediu curiosa. -- Aff logo hoje que eu queria um sex* com mais intimidade e aquela pegada, sabe? -- Riu e teve que sair da cama correndo, pois Alexsandra iria lhe bater novamente.   

-- Assim não dá Vick, não vou te contar nada, pronto! -- Alexsandra disse rindo a olhando em pé a poucos metros dela. 

-- Vai me bater? 

-- Não. 

-- Certeza? -- Riu.

-- Victória! -- Alexsandra proferiu alto.

-- Tá. -- Riu voltando a sentar-se na cama de frente para sua amiga. -- Fala amor, quero saber. -- Sorriu sincera. 

Alexsandra sorriu e em seguida passou a narrar com calma, desde quando viu Laila pela primeira vez, esbarrando na mesma até o momento presente delas e, também os planos do dia seguinte, em falar para suas famílias sobre o relacionamento delas que, estava firme deixando ambas as mulheres felizes. Victória, por sua vez, escutou tudo praticamente em silencio, mas sem conseguir esconder sua surpresa a cada revelação de sua amiga, e em alguns momentos rindo e sorrindo notando o quanto Alexsandra sorria feliz ao contar de sua namorada, algo que nunca pensara que fosse acontecer, pelo menos algo que não passava pela sua cabeça, Alexsandra namorando sério, tanto um homem quanto uma mulher, principalmente uma mulher, sorriu. 

-- E é isso... -- Alexsandra finalizou e sorriu fitando a amiga. 

-- Nossa! -- Victória disse fitando um canto qualquer. -- Nunca pensei! -- Falou e ambas gargalharam juntas. 

-- Que eu fosse me apaixonar por uma mulher? 

-- Também. -- Confessou. -- Mas você não é de se apegar Alex, ou não era, enfim... Já namorou sim, mas você sabe, só por momentos legais, homens legais e tudo mais...

-- E quanto a você? -- Alexsandra indagou. -- Digo, você é mulher, nós já ficamos muitas vezes, mas nada além de sex*, momentos especiais claro, e eu nunca...

-- Se apaixonou por mim. -- Victória completou e ambas sorriram cumplices. -- Alex, antes de tudo, somos amigas, sempre nos demos muito bem na cama e fora dela é fato, mas agora é diferente, é quase palpável seu amor por essa mulher, eu... -- Sorriu. -- Estou besta. -- Afirmou. -- No início você se sentiu atraída por mim e visse versa, e isso não é amar, pode ser um início de paixão e tudo mais, ou paixão... Pode até ter durado essa nossa atração, mas depois foi apenas carência, necessidade...

-- Não concordo, eu me sentia atraída por você sempre que...

-- Vou chegar aí. -- Victória sorriu. -- Claro que tinha atração em todas às vezes que trans*mos, estou dizendo que depois de certo tempo, nós nos procurávamos sempre que estávamos sem ninguém, pra nos satisfazermos, ou estou errada?

-- Não. -- Alexsandra concordou, pois era verdade. -- Agora entendi o que você quer dizer. -- Sorriu.

-- O que eu disse, denguinho! -- Afirmou. 

-- Afff. -- Alexsandra proferiu, mas logo sorriu. -- Tudo bem pra você então?

-- Maria Alexsandra eu estou errada ou você estava com receio de me contar tudo isso por achar que eu iria ficar chateada ou coisa do tipo? -- Indagou já sabendo a resposta. 

Alexsandra suspirou forte. -- Sim. -- Confessou e Victória a fitou por um breve instante, mas logo ambas gargalharam juntas em cumplicidade. -- Desculpa, realmente nada a ver eu pensar isso. 

-- Eu entendo amor, talvez eu também pensasse isso se estivesse no seu lugar, não sei. -- Sorriu. -- Sabe o que é engraçado... 

-- O quê?

-- Reparou que sempre tivemos nossos rolos, mas quando uma de nós estava com alguém, apenas chegávamos uma pra outra e dizíamos “Tô comprometida” e pronto já sabíamos que não podíamos nos relacionar e ponto. -- Lembrou. -- E agora, está sendo totalmente diferente, estamos tendo uma conversa desse tipo pela primeira vez, o que me faz ter certeza de que, dessa vez, uma de nós está amando de verdade. -- Sorriu feliz por Alexsandra. 

-- Verdade... -- Notou e sorriu lembrando de Laila. 

-- Olha... -- Victória pegou ambas as mãos de Alexsandra. -- Vivemos ótimos momentos sim, muito especiais mesmo, mas para não deixar dúvidas, não estou chateada ou com ciúmes por você ter se apaixonado por ela e não por mim. Tire isso dessa cabecinha, se existir. -- Riu e Alexsandra riu também. -- Pelo contrário, estou muito feliz por você, por vocês, já aviso que quero conhecê-la logo. Ahhh tenho que avaliar essa Laila...

-- Vick.

-- Nada de Vick, tenho que ver se ela serve pra você, saber quais as intenções e tudo mais. -- Afirmou e ambas riram. -- Mas voltando aqui... Não estou chateada nem nada, estou feliz por você estar feliz, e até porque já imaginávamos que uma hora ou outra isso poderia acontecer, e quanto a mim, não tenho sentimentos a mais do que nossa bela amizade meu denguinho, se esse era seu receio, não é mais. -- Sorriu. -- Te amo sim, muito, mas é um amor de amiga, de irmã... Ah se bem que irmãs não se pegam, melhor só de amiga mesmo. -- Refletiu e Alexsandra gargalhou.

-- Você é um máximo sabia? -- Alexsandra constatou sorrindo feliz.

-- Eu sei. -- Victória disse e ambas ficaram se olhando em silêncio. -- Te amo! -- Ambas disseram praticamente juntas e sorriram cumplices. 

-- Vem cá. -- Alexsandra abriu os braços e Vick pulou nos braços da morena em um abraço apertado e cheio de carinho e cumplicidade. -- Você é muito especial pra mim, muito mesmo, te amooo sua chata. -- Afirmou. 

-- Você também é pra mim, meu denguinho. -- Gostava de dizer o apelido que dera a amiga só para irritá-la. -- Também te amo, muito. -- Sorriu desfazendo o abraço. -- Só vou sentir falta de uma coisa. 

-- O quê?

-- De um sex* com excelente pegada, agora! -- Confessou e riu. 

-- Vick! -- Alexsandra disse dando um leve tapa na perna da amiga. 

-- Aii, para de me bater criatura... Só estou falando. -- Riu. 

-- Sei...

-- Que horas são? -- Victória indagou deixando seu corpo cair sobre a cama. 

-- Vai dar meia noite. -- Alexsandra disse olhando a hora em seu celular e consequentemente vendo a foto de sua namorada a qual tinha posto como plano de fundo. 

-- Humm, linda! -- Victória afirmou observando a imagem.

-- Nem te vi. -- Alexsandra confessou rindo. 

-- Como que vê? Com esse olhar enfiado aí e os pensamento bem longe. -- Sorriu. -- Ela é linda, mas ainda tenho que conversar pra ter meu alvará. -- Disse dando leves tapinhas na perna de Alexsandra enquanto levantava-se saindo da cama. 

-- Olha, ela não curte muito você não. -- Alexsandra confessou observando-a ir em direção a seu closet. 

-- Não gostei dessa parte, como assim ela não me curte se nem me conhece. Eu sou super curtivel gente. -- Disse de forma indignada. -- Que foi que eu fiz? -- Questionou fitando Alexsandra de forma séria. 

-- Eu falei pra ela sobre a gente. -- Confessou.

-- O quê? -- Victória quase gritou. -- Alexsandra e nosso combinado? -- Questionou sentida. 

-- Vick, me desculpa. -- Alexsandra pediu levantando da cama e indo até a amiga. -- Mas a Laila me perguntou se eu já tinha ficado com uma mulher e insistiu em uma resposta, eu não podia mentir pra ela. -- Confessou em explicação.  

-- Porque não omitiu o meu nome? 

-- Ah no começo eu pensei que não teria problema nenhum, a não ser quebrar nosso pacto, mas depois vi que ela ficou chateada, chorou e tudo mais, eu fiquei desesperada, Vick. Eu contei tudo, e depois tive que ser firme pra não perdê-la, desculpa, mas foi o jeito.  

-- Por isso ela me odeia. -- Victória constatou balançando a cabeça em negação. 

-- Mas ela logo vai ver que somos apenas amigas, não se preocupe. -- Alexsandra disse pegando a mão da amiga e lhe fazendo um carinho. -- Desculpa ter contado, mas com você eu me entendo bem, mesmo brigando e tudo mais, sempre voltamos. -- Sorriu. -- Com a Laila é diferente, estamos nos conhecendo e está tão... maravilhoso, e não queria já começar mentindo.

-- Tudo bem, tem razão. -- Victória sorriu fazendo um carinho no rosto de Alexsandra. -- Depois que ela me conhecer e ver que somos apenas amigas e nada mais que isso, agora que vocês estão juntas, ela vai gostar de mim. -- Constatou. -- Afinal, sou bem gostável. -- Piscou e virou-se entrando no closet. 

-- E modéstia também. -- Alexsandra riu a observando. -- Vai dormir aqui?  

-- Sim, sim. -- Victória gritou e momentos depois voltou. -- E hoje você dorme de pijama, pelo amor do pai eterno! -- Afirmou jogando sobre Alexsandra o mesmo pijama que Laila havia usado na noite anterior. -- Ou Amor a sua namorada mesmo, mas durma vestida. -- Completou fazendo Alexsandra gargalhar olhando entre o pijama em suas mãos e a amiga.  

-- Vick, não rola. -- Alexsandra confessou mais calma. 

-- Aff. -- Victória revirou os olhos. -- Tá, mas não chega perto de mim. -- Victória falou começando a retirar blusa. -- Vou tomar um banho. -- Disse indo em direção ao banheiro. 

-- Vai lá. -- Alexsandra disse, olhou o pijama e riu. Mas logo lembrou que sua namorada o tinha vestido, sorriu e imediatamente o levou ao nariz aspirando o cheiro tão peculiar da mulher que lhe prendera por completo. -- Laila, Laila... -- Sorriu deslumbrada e novamente sorveu o perfume ali presente nas peças.   

 

* * * * 

 

-- Oi Filha!? -- Regina disse descendo a escada e vendo Samantha na sala. 

-- Oi Mãe. -- Samantha sorriu indo de encontro a ela e a beijou no rosto a abraçando com carinho. -- Te acordei? 

-- Não meu amor, estava deitada, mas acordada, te esperava e ouvi o carro. -- Sorriu. 

-- Estamos com a Su e a Ju... Como está tudo por aqui? 

-- Está tudo bem, meu amor. Como foi a viagem? 

-- A viagem foi tranquila... E minha filhota? -- Sorriu cheia de saudade. 

-- No seu quarto. -- Informou. -- Cadê a Amanda? Está tarde filha, porque vocês não dormem aqui? 

-- Não sei... Su e Júlia também estão aí, lá no carro, não sei se vão querer. 

-- Não tem de querer, está tarde demais. Vou lá. -- Regina disse se dirigindo a saída da sala para a área. Samantha riu e a acompanhou. -- Boa noite, queria. -- Regina disse ao ver Susan sair do carro. 

-- Boa noite. -- Susan sorriu lhe dando um beijo e um abraço. -- Sexy de robe. -- Falou sorrindo. 

-- Me respeita sua sem vergonha. -- Disse dando um tapa na bunda de Susan e ambas riram.  

-- Eu respeito. -- Afirmou. 

-- Sei. -- Riu. -- Boa noite, meninas. -- Disse vendo Júlia, Amanda e Natelly também saírem do carro. 

-- Oi. -- Júlia a beijou com carinho e a abraçou. 

-- Boa noite, dona Regina. -- Amanda sorriu e a abraçou com carinho. -- Tudo bem?

-- Sim e Você? 

-- Vai ficar. -- Sorriu. 

-- Boa noite. -- Natelly sorriu ficando do lado da mãe. 

-- Dona Regina...

-- Ah, por favor, sem o dona. -- Sorriu.

-- Tá... Regina, essa é Natelly minha...

-- Filha. -- Sorriu. -- Oi, minha querida. -- Regina a abraçou sem cerimônia e Natelly retribuiu como pôde. -- Tudo bem? -- Indagou a olhando sorrindo. 

-- Sim... 

-- Que bom... Você é linda, como sua mãe. -- Disse pegando no rosto de Natelly com sua mão esquerda enquanto que com sua mão direita acariciava o rosto de Amanda e sorria olhando entre uma e outra. -- Lindas! -- Finalizou. 

-- São sim. -- Samantha concordou, estava ao lado da mãe sorrindo. 

-- Né, filha. -- Regina sorriu fitando Samantha por um instante. 

-- Obrigada. -- Natelly e Amanda disseram juntas e com leve timidez. 

-- Vem, vamos entrar. -- Disse pegando na mão das duas mulheres. 

-- Não, viemos só... 

-- Vocês não vão sair daqui a essa hora, vão dormir aqui. -- Regina disse as fitando e em seguida olhou Susan e Júlia que estavam abraçadas sorrindo. -- E vocês duas aí, também. -- Avisou.

-- Oi? -- Susan indagou ainda rindo. 

-- Isso aí, vão dormir aqui, todas. -- Sorriu observando Susan e Júlia entreolharem-se e olharem para ela e depois para Samantha. 

-- Nem me olhem. -- Samantha afirmou rindo e logo se dirigiu ao carro. 

-- Vamos queridas. -- Seguiu conduzindo Amanda e Natelly para dentro de casa. -- Não demorem. -- Avisou para as outras três mulheres que ficavam. 

-- Falei que não ia dá certo! -- Júlia disse fazendo Susan e Samantha gargalharem. 

-- A Sam que foi acordar ela. -- Susan disse indo ajudá-la com a mala. 

-- Rum, tu já devias ter se acostumado. -- Samantha disse. -- Ela não pregou o olho até agora nos esperando. 

-- Verdade. -- Susan concordou sorrindo. 

-- De quem foi plano ficar no carro pra ela não nos ver? -- Júlia indagou rindo. 

-- Isso, de quem? -- Samantha riu olhando a amiga. 

-- Não custou nada tentar ué. -- Susan disse rindo. 

-- Eu falei que não daria certo. -- Júlia avisou. -- Amor você me deve um filme beemm romântico em casa. -- Disse e entrou.  

-- Tá vendo? -- Lembrou a aposta delas. -- Tudo culpa sua! -- Susan disse para Samantha que riu alto, sabia o quanto a amiga não gostava de assistir filmes românticos de mais. -- Aff.

-- Tudo isso por causa de um filminho? -- Samantha questionou rindo. 

 -- Nada... Eu queria aproveitar minha ruivinha ainda hoje.  

-- E o que te impede? -- Samantha indagou a olhando. 

-- Rum, a Júlia não faz sex* na casa dos outros. -- Susan falou desanimada. 

-- Ah é! -- Samantha gargalhou lembrando. -- Usa seus dons. -- Sugeriu. -- Agora ajeita essa cara emburrada e me ajuda aqui. -- Pediu entregando uma mala. -- Vem, vamos entrar. 

-- Ah filha, tava falando aqui pra Natelly onde ela vai dormir. -- Regina avisou. -- Susan, você e a Júlia ficam no quarto de sempre. -- Avisou se referindo ao quarto de hóspedes. -- Fiquem à vontade que agora eu vou dormir. -- Avisou e depois de dá um beijo em todas subiu para seu quarto. 

-- Vocês duas já sabem o caminho, se virem. -- Samantha disse olhando Susan e Júlia. -- Vamos subir, amor? 

-- Vamos. -- Amanda concordou. -- Vamos filha... Boa noite meninas.

-- Boa noite. -- As duas sorriram. -- Vamos indo também. -- Susan avisou. 

-- Natelly onde a mamãe disse que você iria ficar? -- Samantha questionou. 

-- No quarto de hospedes ao lado do quarto da Alex, amor. -- Amanda se adiantou. 

-- Ou com a Agatha. -- Natelly falou. 

-- Não, a cama da Agatha é de solteiro, você vai ficar melhor no quarto de hospedes mesmo. -- Samantha advertiu. -- E sem contar que ela vai te chutar horrores. -- Riu. 

-- Ah, amor quanto a isso não se preocupa a Natty também chuta. -- Amanda disse e riu. -- Ah shiii. -- Notou que estavam rindo alto. 

-- Chuto nada. -- Natelly disse rindo. 

-- Chuta sim, você que não sente porque quem sentia era eu quando dormia contigo. -- Amanda avisou. 

-- Tá, chutando ou não. -- Samantha disse. -- Você vai dormir aqui. -- Samantha disse abrindo a porta do quarto e mostrando a sua enteada. -- Acho que tem tudo que você precisa, dá uma olhada, se precisar de algo só falar, estaremos nesse quarto aqui do lado. -- Samantha apontou a porta ao lado.

-- Tá bom. -- Sorriu. 

-- Boa noite, linda. -- Samantha sorriu a fitando. 

-- Boa noite. 

-- Boa noite, meu amor. -- Amanda beijou e abraçou a filha. -- Qualquer coisa só chamar filha. 

-- Chamo sim... -- Afirmou.

-- Vai lá. -- Samantha disse e observou Natelly entrar. -- Vamos. -- Chamou por Amanda. 

-- Vamos...

-- Ainda? -- Susan indagou. 

-- Vai dormir sua chata. -- Samantha disse rindo. 

-- Dormir? Eu? Tu jura? -- Susan sorriu cínica. -- Au! -- Proferiu ao levar um tapa de Júlia.

-- Vai dormir sim! -- Júlia afirmou séria.   

-- Vaaii. -- Samantha riu. -- Boa noite. -- Disse já em frente a porta de seu quarto. 

-- Boa noite. -- As duas responderam rindo.

-- Ai um banho e rápido. -- Amanda disse baixo largando sua mala no meio do quarto. -- Mas antes, um beijo nessa coisa mais linda. -- Afirmou já seguindo em direção a cama onde Agatha estava dormindo como um anjo alheia da presença delas ali. Amanda sentou com delicadeza sobre a cama e debruçou-se para beijar com amor o rosto da pequena em seguida lhe fez um leve carinho no rosto e cabelos. Samantha a fitava sorrindo estava embriagada com a cena. -- Bons sonhos meu amor. -- Amanda desejou quase em um sussurro, deu mais um beijo na menina e saiu da cama. -- Vou tomar banho, amor. -- Disse olhando a morena e sorriu. 

-- Tudo bem. -- Samantha falou pegando a mala da namorada e a pôs em um canto adequado junto com a sua em seguida foi até sua filha, sorriu e sentando-se na cama a beijou com muito amor e saudade. -- Senti sua falta, minha vida. -- Falou baixinho enquanto lhe fazia um carinho no rosto delicado, sentiu a filha se mexer, mas sem acordar, sorriu. -- Mamãe te ama tanto meu amor... -- Advertiu de forma baixa e lembrando do que a filha passará na mira de um revólver na mão de um louco. Seus pensamentos voaram em medo, em ódio, em agradecimento... fechou os olhos e agradeceu por sua filha estar bem e ali a sua frente, sorriu feliz com os olhos marejados e cheio de amor, beijou novamente a filha e a pegou no colo logo em seguida, sorriu ao ouvir Agatha dizer algo desconexo, mas logo dormir novamente sem dar conta do que estava acontecendo.

Samantha a levou para seu quarto e com todo cuidado a colocou na cama, mas quando estava a cobrindo notou que sua pequena a fitava ainda de forma confusa.  

-- Oi, meu amor. -- Samantha disse sorrindo. 

-- Mãe!? -- A pequena deu-se conta de que era real a presença de sua mãe ali. -- Mãe a senhora chegou! -- Disse alegre pulando nos braços de Samantha. 

-- Sim, meu amor. -- Samantha sorriu a apertando em seus braços. -- Mamãe estava com saudades, muita...  

-- Eu também, mamãe, muita saudade da senhora. -- Agatha confessou ao desfazer o abraço e pegar com ambas as mãos no rosto de Samantha e sorrir. 

-- Cadê meu beijo? -- Samantha inquiriu sorrindo e logo sentiu os vários beijos estalados da filha por todo o rosto. -- Aiii que beijos deliciosos! -- Afirmou a abraçando novamente. 

-- A Amanda veio com a senhora? -- A pequena indagou interessada. 

-- Veio sim, linda e a Natelly também. – Avisou. 

-- Ebaaa. -- Agatha comemorou. -- Agora elas vão ficar pra sempre né? -- Sorriu empolgada.  

-- Humm... Isso é conversa para outra hora, filha. Agora é hora dessa mocinha linda voltar a dormir. -- Samantha a ajeitou na cama e a cobriu. 

-- Trouxe meu presente? -- Perguntou sorrindo ao lembrar.

-- Claro que sim. -- Afirmou. -- Mas só vai ganhar se fechar esses olhinhos lindos e dormir com os anjinhos. -- Samantha sorriu. 

-- Não estou mais com sono. -- Advertiu fazendo um bico e Samantha riu. 

-- Está sim, a instantes dormia profundamente o sono ainda está ai, só fechar os olhinhos que os anjos vem buscar você para dormir com eles.  

-- Anjos de verdade? -- Inqueriu fazendo uma expressão descrente. 

-- Sim, anjos de verdade. 

-- Mas eu não vejo eles, como eles são de verdade? -- Indagou fazendo Samantha rir.

-- Claro que você não iria simplesmente fechar os olhos e dormir, não é? -- Constatou fitando a filha com muito amor enquanto lhe fazia um carinho. -- Eu te amo, filha...     

-- Também te amo, mamãe. -- Agatha sorriu feliz. 

-- Dorme meu amor. 

-- Fica aqui comigo até eu dormir com os anjos? 

-- Fico sim... -- Samantha concordou em um sorriso. -- Agora fecha os olhinhos. -- Disse e em seguida a beijou desejando uma boa noite com os anjos. 

Agatha fechou os olhos passando a aproveitar o leve carinho que sua mãe lhe fazia no rosto e cabelos...

 

 

Fim do capítulo