Capítulo 8 - A Saga continua
23 anos depois...
-Mariana deixa de teimosia.
-Tia, eu quero ir contigo!
-Ah, é?! E quem toma conta deste lugar enquanto estivermos fora?
-A Camila, aliás o que ela não daria pra ser notada por você.
-Ah criança rebelde!!!
-Irá a Safira, Cristina. – Entrou uma linda mulata. Com ar de senhora de si.
-Irei sim Camila.
-Rever velhos amigos? – Sabia que o interrogatório era puro ciúme, mas fazia mal saber que em tantos anos Cristina mantinha Selena como a única mulher em seu coração.
-Não deixei amigos para trás. Os amigos que tive ou me acompanharam ou estão mortos, volto para sondar terreno, é chegada a hora de cumprir o destino de Mariana e assim será feito.
-Tem certeza que é somente isso, Cristina?
-Teria eu algum outro motivo? – Perguntou já irritada.
-Não ponha tudo a perder por causa do coração...
Camila saiu, e Mariana questionou:
-Ela falava da sacerdotisa, não é?
-É!
-Nada mudou com relação a ela? Mesmo 23 anos sem vê-la ainda a ama?
-Violentamente! Meu coração aperta ao pensar em como deve estar agora.
-Um dia amarei alguém assim...
-Que você possa envelhecer ao lado do seu amado!
Cristina estava voltando à Safira para averiguar a retomada do reino e verificar se o que descobrira era mesmo verdade: No dia de sua partida, Guilherme mantivera Selena viva com uma condição ao completarem 24 anos Mariana e Rosana teriam que duelar, para que mãe e filha continuassem vivas;
Seu regresso durou uma semana e meia, pois estava em terras distantes, ficou um dia inteiro a espreita e no cair da noite:
O castelo estava silencioso, Selena tomara seu banho e já estava preparada para dormir... A chuva lá fora era torrencial e os trovões e relâmpagos eram assustadores, e seu coração mostrava-se ansioso inexplicavelmente. Era como se esperasse algo.
De repente notara que havia alguém em seu quarto e sem sequer olhar sussurrou emocionada:
-Pensei que nunca mais voltaria a vê-la.
-Tens rezado? – Aquela voz... Como sonhara em ouvi-la novamente.
-Como uma louca à espera deste momento! – Virou-se se certificando de que sua amazona estava, de fato, ali.
-Acho que os deuses, em coro, disseram amém!
Ficaram de frente uma pra outra, Cristina tirara o chapéu, e emocionadas disseram:
-Os anos não passaram pra você amazona.
-Posso dizer o mesmo, minha sacerdotisa!
Abraçaram-se, e naquele abraço esqueceram toda a dor, todo o sofrimento, toda a amargura e toda a revolta. Foi um abraço demorado. E daquele abraço o beijo, avassalador e apaixonado que esperou por mais de 23 anos.
A camisola de Selena já se encontrava encharcada pelo corpo molhado de Cristina, a deixou arrepiada...
Cristina tirara a camisola de Selena e sua própria roupa, beijo-lhe e ch*pou-lhe os seios que rapidamente estavam a lhe demonstrar o desejo ainda vivo, beijou-lhe mais uma vez os lábios... As respirações estavam ofegantes e emanavam desejo e mais desejo... Deitaram-se na cama, gemiam por todos os poros... E eram impulsionadas a mais, sempre mais... – (ao som de Enigma: Sadeness) Cristina desceu-lhe até o baixo ventre e lá se embebedou com o néctar de Selena, que gem*u mais forte quase gritando, num estopim de prazer. Gritou por mais... E teve. Roçar de pele, gozo, orgasmo, satisfação e amor.
Aninharam-se nos braços uma da outra e deixaram-se permanecer no paraíso, após longos e penosos 23 anos no limbo.
No lado de fora da tela, todos que assistiam ao filme estavam sem respirar, de tão envolvidos com a cena... E sem contar a trilha sonora, tão atual e ao mesmo tempo tão propícia para o momento medieval em que as personagens estavam.
“Meu Deus eu vou morrer de taquicardia” pensou Clara ao observar o olhar atento com que Sarah assistia ao filme – “O que será que ela deve estar pensando, daria um milhão para ler os pensamentos dela agora”.
Sarah estava completamente alheia ao tormento de Clara, nunca passou pela sua cabeça que teria espaço no coração e nos desejos dela, estava empolgadíssima com o filme, estava apaixonada pela história. E assistindo a tudo aquilo de mãos dadas com Clara era melhor ainda, se contorceu para não tremer no reencontro das duas personagens do filme, com medo de Clara perceber.
Estavam abraçadas na cama. Faziam carinhos uma na outra. Sentiam seus corpos, seus cheiros... Matavam as saudades.
-Por onde andou estes anos?
-Mundo a fora, buscando aliados, e sem o risco de Guilherme ferir a herdeira do trono.
-Mariana já é uma mulher... Como ela está?
-Linda, hábil e muito inteligente.
Elas se olharam:
-E Rosana, como está?
-Rosana, está linda. É quase uma selvagem como você – Ambas riram – Por incrível que pareça, vejo você nela.
Ficaram em silêncio. Se beijaram. Mal podiam acreditar que aquele dia finalmente havia chegado:
-Eu não sei te descrever o que estou sentindo... É tão grande, tão intenso, tão assustador.
-Eu me lembro da vez que nos encontramos no Castelo sem querer, eu tremi tanto que pensei que fosse morrer.
-Não me diga, amazona, eu te fiz tremer.
-Até hoje ainda faz.
Beijaram-se e reiniciaram o ritual de entrega... A noite foi perfeita... Como ambas mereciam que fosse.
Bem distante dali...
Fazia três dias que Mariana saíra da casa onde estava em busca da tia, estava acampada bem longe dali, fizera uma fogueira, e comia algo.
O crepúsculo se anunciava, a noite vinha se aproximando sorrateiramente, ainda não havia chovido por ali, dava graças por isso, pois não sabia se sua tenda aguentaria.
Olhou ao longe, e avistou um cavalo, se aproximava cansado e devagar, pegou sua espada e ficou a espreita, seu coração apertou... Não sabia o por quê.
Quando o cavalo estava perto, notou que em cima dele havia uma mulher caída, correu ao encontro do mesmo, com receio de assustá-lo, conduziu o cavalo até a tenda, e com um pouco de esforço, tirou a desconhecida do mesmo, verificou sua pulsação, limpou-lhe o rosto e a acomodou em seu espaço para dormir.
“De onde será que ela vem? É uma bela jovem, será que está perdida?”.
Buscou mais gravetos, fez um chá de ervas que encontrou no meio do caminho, e sentou-se para presenciar o pôr-do-sol, era paciente e esperaria a estranha acordar.
“Quando será que aparecerá alguém especial na minha vida? Como dizer a minha tia que acho que tenho a mesma condição sexual que ela, que vive me dizendo que terei que fazer acordos pré-nupciais para reconquistar a coroa de meu pai?”.
De repente uma voz atrás de si:
-Quem é você? – A estranha de pôs de pé. Estavam visivelmente tonta.
-Você está bem? – Se preocupou Mariana
-Com um pouco de dor de cabeça, com fome, e sem saber onde estou.
Mariana levantou-se, e conduziu a estranha até perto da fogueira.
-Venha, tenho pão e chá. Vão lhe fazer bem, até a dor de cabeça passar e você poder comer algo mais consistente.
-Como saber se posso confiar em você? – Estava temerosa.
-Sou eu quem deveria fazer esta pergunta, afinal se quisesse algum mal a você, já a teria matado desde que chegou vagando inconsciente em seu cavalo.
-Desculpe-me, me chamo Rosana!
-Mariana!
-Obrigada, por ter me acolhido!
-Não tinha nada mais interessante pra fazer... Aproveitei para praticar a caridade. – Mariana sorriu e Rosana correspondeu. – O que faz por aqui, está perdida?
-Procuro alguém!!! Em meu reino haverá um grande torneio, e meu pescoço e o de minha mãe dependem da minha atuação neste duelo, procuro uma pessoa que é quase uma lenda no lugar de onde venho, e ela me ensinará a duelar;
-Quem você procura?
-É perigoso dizer, prefiro manter segredo... Embora eu nem saiba se esta pessoa está viva;
-De onde vem?
-Safira!
-Então caiu do céu, estou há três dias aqui, esperando passar um forasteiro que me leve até lá.
-Levaria-te, se não tivesse nesta busca.
-Podemos fazer um acordo?
-Que tipo de acordo?
-Ensino-te a duelar e você me leva até lá!
-Sabes duelar? – Perguntou incrédula.
-Sim, topas?
-Topo, mas terá que me ensinar tudo o que sabe, é o meu pescoço que está em risco.
-Deixa comigo!!!
Simpatizaram-se a primeira vista, a ponto de confiar sem medo... Não entendiam o que estava acontecendo, pois de costume já teriam duelado até chegaram a um consenso ou uma das duas caísse morta.
Fim do capítulo
Olá, meninas! Obrigada mais uma vez pelos comentários carinhosos...
Sobre este capítulo eu, particularmente, adoro o reencontro entre Selena e Cristina.
O próximo capítulo será sobre o final do filme e começo de novela das nossas meninas complicadas. Quem será que tomará a iniciativa?
A música deste capítulo, para que tiver interesse, é Sadeness - Enigma - https://www.youtube.com/watch?v=4F9DxYhqmKw
Beijos
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Mille
Em: 11/04/2016
Aí estou doida pra assistir esse filme.
Creio que Mariana e Rosana não entraram em arenas, e entre elas nascerá um grande amor igual a de Cristina e Selena.
Muito bom
Bjus e até o próximo
Resposta do autor em 11/04/2016:
Oi, Mille!
Hum... Será que rola uma paixão arrebatadora entre as duas jovens mulheres? O filme é criação minha... Para dar um tom mais interessante para o conto. Seria maravilhoso se alguém criasse um filme assim, né?!
Fico muito contente por vc estar gostando.
Bjs
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Sofi
Em: 11/04/2016
Que reencontro lindo! Muita gente não era capaz de esperar tantos anos. Vejo que isto é amor de verdade.
A Rosana e a Mariana não sabem quem é quem meu deus que ironia do destino
Resposta do autor em 11/04/2016:
Oi, Sofi!
Eu adoro o reencontro delas... Ainda mais ao som da música Sadeness, q tb acho maravilhosa... rsrs. O que será que essas duas meninas (Rosana e Mariana) aprontarão juntas? Amor ou guerra?
Bjs
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