Neste capítulo Carolina conta detalhes de sua história com Fernanda, confira!
CAPÍTULO 2- A MULHER DA DESCOBERTA
CAPÍTULO 2- A MULHER DA DESCOBERTA
Carol me estendeu a mão, me deu a taça de vinho e pediu para que eu a acompanhasse. Levantei e a segui pelo corredor. Por um segundo passou em minha mente que conheceria o quarto de Carolina, mas ela me levou ao que ela chama de sua própria galeria. Era um cômodo bastante original e despojado onde ela possuía diversas fotos, quadros e também uns confortáveis puffs pretos e vermelhos.
—O Show vai começar! Toma, separei um bloco de folhas para você fazer as anotações que achar necessárias, e, por favor, apenas escute e anote o que achar interessante. (Neste instante Carol me direcionou até um dos puffs e sentou-se ao meu lado.De repente projetou uma foto, diminuiu a quantidade de luzes acessas do ambiente, trazendo todo o foco para a imagem de duas jovens aparentemente muito felizes.)
— Esta ao meu lado é a Fernanda. Eu sou a de cabelo escuro, pra variar! Fernanda e eu éramos melhores amigas, nossos pais eram sócios em uma empresa chamada Gotout. Por conta da afinidade deles, nossas famílias sempre estiveram juntas e nós sempre nos demos bem – eu a observava falando e olhando fixamente para a imagem que havia projetado – Fernanda tinha 16 anos nessa foto e eu 17. Estudávamos juntas, saiamos juntas, ela era como uma irmã que eu não tive, era minha melhor amiga, nesta época nós namorávamos e os nossos namorados também eram amigos, ou seja, viviamos juntas! Ela era a menina mais linda e desejada da escola, tinha cabelos louros e longos, olhos cor de mel, aquela boquinha rosa e aquele corpo esculpido que deixava todos os garotos babando. Certo dia meus pais viajaram e eu fiquei sozinha em casa com meu irmão mais velho, o Lucas, ele era amigo do meu namorado na época, o Henrique, faltavam poucas semanas para o natal e resolvemos fazer uma festa para a Fê, pois, depois de umas semanas ela iria viajar e passar uma longa temporada fora do Brasil estudando. Convidamos os nossos amigos mais próximos e fizemos essa despedida. Como qualquer boa festa de jovens, rolou muita pegação, muita bebida e dessa festa eu me lembro de duas coisas: a primeira é que eu nunca tomei um porre tão grande como naquele dia e a segunda é que quando vi a Fernanda saindo da minha casa, tive uma sensação estranha, eu não conseguia compreender, era como se eu soubesse que nos distanciaríamos de qualquer forma, mesmo ela dizendo que falaria comigo todos os dias.
Semanas depois Fernanda viajou para Espanha, foi estudar e morar na casa de um primo até arrumar um emprego e conseguir se estabilizar melhor. Henrique, Sergio e eu a levamos no aeroporto, nós não nos desgrudávamos um segundo se quer e a despedida certamente rendeu boas lágrimas. Éramos muito ligadas, muito unidas, ela era alguém além de uma amiga para mim e eu não tinha muitas amigas, então certamente eu sentiria na pele a falta dela e ela a minha.
Passado alguns meses Fernanda, além de estudar, começou a trabalhar, eu também comecei minha faculdade e resolvi me empenhar em alguns hobbies, como a dança. A relação dela com Sérgio não ia bem, a verdade é que ele era um galinha, e poucos meses depois dela estar longe ele estava ficando com outras meninas, nisso, eles tomaram a decisão de terminar. Muitas coisas mudaram em nossas vidas, a rotina diária nos fez começar a perder contato, já não tínhamos muitos assuntos e tempo compatível para conversarmos e passado seis meses que ela estava lá, quase perdemos o contato de vez, mal nos falávamos. Até que Certo dia ela me ligou, falou q desejaria muito que eu fosse visita-la, a principio pareceu meio estranho porque não tínhamos mais tanto assunto, mas ela era minha amiga, querendo ou não sentíamos saudades uma da outra e então eu me motivei em ir e passar o natal com ela. Depois de praticamente um ano nos veríamos novamente, certamente essa viagem renderia boas histórias!
Comprei as passagens e fui! Quando cheguei à área de desembarque logo a vi com aquele sorriso de ponta a ponta, dando aqueles pulinhos de animação. Eu sorri e fui a sua direção, era muito bom vê-la novamente, embora existisse a distancia entre nós, meu carinho por ela continuava intacto. Abraçamo-nos fortemente e conversamos sobre todos os assuntos do cotidiano enquanto ela dirigia me levando até sua casa. Ela disse que muita coisa tinha acontecido, falou q mudou bastante, que sentia muito a minha falta e que sabia que eu deveria ir e viver um pouco do novo mundo dela, principalmente agora que ela tinha o seu próprio apartamento, mesmo que não fosse muito espaçoso. Realmente ela tinha razão, era tudo o q eu precisava fazer, era onde eu precisava estar, sabe? Henrique eu estávamos bem, mas eu precisava respirar novos ares e ela tinha algo que me prendia, eu poderia ficar horas ao lado dela sem me cansar, sempre foi assim e...Eu só pude compreender isso quando meus lábios tocaram os de Fernanda.
Calma! Eu vou contar como isso aconteceu−disse Carol, levantando a mão no exato momento em que eu ia fazer essa pergunta.
Fomos a um bar bem conhecido em Madrid, resolvemos beber os drinks que nunca tínhamos bebido antes, dançar, curtir a noite. Depois de tomar uns bons drinks e dançar como amávamos dançar, decidimos beber em casa e aproveitar para conversar um pouco mais. Neste momento já estávamos “altas” o suficiente e próximas também. Ela me contou de várias loucuras que tinha feito, dos seus affairs e também do seus amigos de trabalho. Estávamos sentadas uma de frente para a outra, no chão. Eu Olhei bem para ela, observei seus lábios e tive a estranha vontade de beijá-la. Ela olhou para mim meio desconcertada e me perguntou o q eu estava olhando, eu só sorri e falei que nada e recebi um “estranha!” como resposta. Eu me contive a principio, estava meio nervosa, insegura dos meus sentimentos, emoções. Então passei a mão em meu cabelo, arrumando e observando o delicado pescoço, o belo decote que ela possuía, sua bela cintura e me aproximei ainda mais dela, mordendo os meus lábios de tanta vontade que estava de agarra-la. Naquele momento comecei a ver a Fê não como minha amiga, mas como uma mulher que eu gostaria de ter, era algo estranho, mas acredito que a bebida e as minhas emoções a flor da pele me ajudaram a ter coragem o suficiente. Então Peguei as mãos dela e perguntei: “Você ainda confia em mim?” ela ficou com uma cara de confusa, me olhou como se não estivesse entendendo o que se passava e respondeu titubeando: “eu... Carol... Eu confio, mas...”. Eu não deixei completar a frase, pus minha mão na nuca dela e a beijei levemente, docemente, ai! Era como se eu estivesse dando o primeiro beijo da minha vida, era tão mágico, que lábios gostosos, macios. Para minha surpresa ela não pediu que eu parasse se deixou levar pelo momento, apenas dizendo que eu era louca. Eu beijava sua boca, beijava seu pescoço, acariciava seus seios, sua barriga, sua cintura... Até que ela pediu para eu parar, disse que precisava me contar algo, enrolou um pouco, disse que estava tentando me contar, mas eu sempre a cortava e então contou que uma de suas loucuras foi ficar com uma menina. Eu fiquei surpresa, mas a minha vontade era tê-la ali, naquele exato momento! Eu não pude esperar mais, poderíamos deixar pra conversar sobre isso depois, Então não perdi tempo, coloquei meu dedo sobre a boca dela, cortando a sua explicação, deitei-a naquele chão e dedilhei o seu corpo como se fosse um violão, tirei sua blusa, tirei sua calça, tirei toda sua roupa. Ela tinha os seios mais perfeitos que já vi, ela tinha o melhor perfume que já senti, cai em seus seios como um bebê faminto, toquei-a e a sensação que tive era a de que eu estava tocando o céu... Aquela voz dela sussurrando ao meu ouvindo, ela se doou pra mim, eu me perdia apreciando aquele corpo milimetricamente perfeito, aqueles olhos de quem pedia mais, aquela boca entreaberta de tanto prazer... Não me contive, fui a êxtase em fração de minutos. Fernanda me deu a sensação de vida, a sensação de liberdade e me levou ao desconhecido, morremos de prazer naquele tapete da sala, onde só existíamos nós e mais ninguém.
No outro dia acordamos e rimos da situação, ficou um clima estranho, um o pensamento de que talvez aquilo não era o certo a ser feito, conversamos sobre a menina que ela tinha ficado, ela me contou detalhes e eu fiquei meio chateada por ela me esconder isso, mas queríamos aproveitar uma à outra, queríamos nos jogar nesses novos prazeres que descobrimos juntas. Para nós, a nossa amizade não poderia ser abalada e pelo contrario, estaria apenas com mais vida depois da melhor noite de amor de nossas vidas, e assim continuamos com nossas noites intensas e divertidas de amor.
Na minha ultima noite lá, Fê me falou que tinha uma surpresa pra mim. Vendou meus olhos, prendeu minhas mãos e começou a me acariciar enquanto eu estava em pé. A princípio era uma sensação completamente estranha, algo novo. Ela segurou firme em minha cintura, e falou baixinho: “fica tranquila, eu te guio”, depois tirou minha roupa, e me deitou na cama. Sentou encima de mim e começou a beijar meu pescoço, a passar o dedo em minha boca, a passar a língua delicadamente em meus seios, eu delirava de prazer e ficava mais louca ainda por não poder beija-la, tocá-la como eu tinha feito nos demais dias. Ela me deixou mais louca ainda quando descia lentamente sua língua por minha barriga, até chegar ao meu sex*! Aquela língua suave, quente, macia, quanto prazer, eu me contorcia de tanto tesão, quando cheguei onde nenhum homem tinha sido capaz de me levar: ao orgasmo. Ela tirou minha venda, me beijou e disse que me amava, arrumando meu cabelo, enquanto se acomodava em meus braços. Eu a olhei ri e começamos novamente mais uma sessão de amor. Depois, Cansadas, exaustas de tanto prazer, acabamos dormindo. Logo o despertador tocou, olhamos uma para outra, enquanto nos abraçávamos deitadas naquela cama que nos cabia tão bem, e ela disse: “Adia esse voo! Não vai!”. É claro que a minha vontade era não ir, mas não tive escolhas, dei um beijo nela, me levantei, tomamos um bom banho juntas e ao tomar café falei algo que estava guardado dentro de mim desde o nosso primeiro beijo: “Fê, essa viagem me fez entender algo que eu não era capaz ao te olhar, te sentir... Eu sabia que em nossa amizade havia algo diferente...eu não te vejo como minha amiga, eu te vejo como uma mulher. Sabe? Não quero que isso acabe!” Ela olhou nos fundos dos meus olhos, e secando minhas lágrimas falou: “Carol, o nosso amor será eterno!” e me deu um beijo doce.
A nossa despedida foi bastante dolorosa, era como se eu voltasse para o Hemisfério Sul do mundo sem a outra metade de mim, mas prometemos não deixar isso morrer e eu, com minha mente ingênua acreditei que isso seria possível. Chorei a viagem inteira, tudo o que eu queria era estar ao lado dela!
Voltei ao Brasil e não demorou muito para que eu não suportasse mais a ideia de estar ao lado de um homem, descobri o que eu realmente queria pra mim no primeiro beijo que dei nela e após alguns meses terminei com Henrique. Nos primeiros meses, Fê e eu mantínhamos uma relação saudável a distancia, nos falávamos constantemente e dizíamos à falta que as nossas loucuras, o nosso sex* fazia. Depois de sete meses mantendo uma espécie de relacionamento liberal, resolvi viajar novamente, fazer uma surpresa para Fê, ia pedi-la em namoro, estava disposta a mudar algumas coisas na minha vida para me manter mais próxima dela.
Quando cheguei lá, para minha surpresa, um homem abriu a porta, era Diego, quem ela me apresentou como seu amigo do trabalho, mas que quando eu perguntei quem ele era, ele se apresentou como seu namorado. Fernanda ficou vermelha quando me viu, me puxou pelo braço para um canto e me contou à verdade que já me parecia obvia, para minha dor ela admitiu que estava com ele pois necessitava de alguém, estava se sentindo sozinha e disse que nunca pretendia me magoar. Fiquei transtornada, irritada, magoada e a insultei bastante até que ela respondeu chorando que seria impossível mantermos um relacionamento sério, que me amava, mas não saberia enfrentar tudo isso. Naquele momento meus sonhos de jovem caíram rio abaixo, depois de ouvir aquilo eu não consegui falar nada além de: “Você me fudeu, Fernanda! Eu queria namorar com você! Confiei quando você disse que me amava e me queria por perto! Eu vou esquecer tudo que um dia eu pensei em ter com você”. Neste momento, Fernanda largou meu braço e me deixou ir.
Eu já desconfiava que talvez ela pudesse ter feito algo, afinal, estávamos longe, era tudo novo para nós, mas não imaginei que ela estivesse envolvida com o Diego a ponto de me deixar partir. Sei que ela também sofreu com a situação, mas foi ela que impulsionou essa minha partida. Entrei na crise da primeira decepção, voltei para o Brasil o mais rápido que pude e prometi a mim mesma que nunca mais me relacionaria com uma mulher, que promessa tola!−Nesse momento Carol deu um riso meio desconcertado− jamais conseguiria isso! O interessante é que eu descobri em meio à dor que as mulheres são a cura para os meus problemas! Passado algum tempo, apareceu uma mulher que me fez descumprir a minha promessa, mas essa será a próxima história.
(Carol acendeu as luzes, estendeu o braço para me ajudar a levantar e me levou até a mesa de jantar).
Neste momento eu tinha esquecido que eu era uma escritora, me perdi totalmente observando a forma que Carolina contava sobre esse romance, ela tinha um prazer que transpassava o seu corpo ao falar da parte sexual, um amor ao dizer sobre sua amizade e envolvimento com Fernanda, mas aparentava estar curada da rejeição que teve! Eu podia sentir todos os sentimentos que ela viveu, era tudo tão real para mim... Ela é incrível!
— Sente-se! Vou buscar nosso jantar!
Eu sentei, observando-a andar e esperando ela buscar o nosso jantar em sua cozinha.
—você mesma que cozinhou?
— Sim! É algo simples, mas é uma das minhas especialidades, Penne ao molho pesto! Espero que gostes!
— Está magnifico! Posso te fazer uma pergunta, Carol?
—Se for relacionada aquela história acredito que não, já te contei tudo o que tinha para contar!
—Bom, na realidade eu ia te pedir a receita deste macarrão, ele está divino! – Ela riu, olhando em meus olhos e falou: “Vou fingir que acredito! Ok?”.
Depois que jantamos, não demorei muito, voltei para casa e minutos antes de eu deitar para dormir recebi uma mensagem de Carol, que dizia: “Tente não ficar tão desconcertada da próxima vez! Boa noite!”.
Fim do capítulo
Atenção: Os dois próximos capítulos serão disponibilizados a partir do dia 21/03!
Aguarde e deixe seus comentários!
Beijos da Candy!
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Silvana Januario
Em: 19/03/2016
Amei esses dois primeiros capítulos.
Muito bem escritos e adorei Carol.
Sinto que Fernanda é o que podemos chamar de "calcanhar de Aquiles"...
Aguardo ansiosa.
Abraços!!!
Resposta do autor em 20/03/2016:
Olá, Silvis!
É um prazer saber que você está gostando!
as historias da Carol São maravilhosas!
aguarde mesmo, a partir do dia 21 temos Mais!
Grande Beijo!
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