Capítulo 19
Luiza estava na casa de Beatriz e Carol quis ir junto, apesar da negativa, Luiza não conseguiu convencer a irmã do contrário. 
-- Então, cadê a ruiva? - perguntou Bia que estava preparando o almoço. 
-- Teve que viajar com os pais - Luiza respondeu triste. 
-- Ah, agora eu entendi o motivo da visita - disse irônica -  E aí, Carol como você tá? 
-- Um pouco tonta, mas tô bem. 
-- Que bom. 
Lia entrou na cozinha e sorriu ao ver Carol. Aproxima-se da baixinha e tocou em seus cabelos. 
-- Oi... 
-- Oi Lia! - Carol disse sorrindo. 
Julia deu um beijo na bochecha de Carol e sentou-se de frente para ela. 
-- Tá muito linda, pequena. 
-- Pelo menos isso. 
Lia encarou Luiza. 
-- Oi Lulu... Que milagre por aqui. 
-- É que ela não está usando coleira esses dias - Bia debochou - A ruiva tá viajando. 

-- Ah, agora entendi. 
As meninas escutaram batidas na porta. Bia deu de ombros e Lia foi atender. 
-- Espero que ao menos o almoço seja bom para terem feito eu sair de casa... - Érika disse seca. 
-- Oi Érika - Bia abriu um lindo sorriso - Espero que você goste de lasanha. 
-- Você que vai cozinhar? - a loira perguntou espantada. 
-- Lógico. 
-- Nem vou comentar - disse se sentando e observando as primas - Cadê a Victoria? 
-- Ela não pôde vim, pois foi visitar os avós maternos - Carol explicou. 
-- Entendo. 
-- Como anda as coisas na sua casa, Érika? - Luiza. 
A loira bufou. 
-- Agora eles só vivem falando do aniversário do Felipe e do Fernando, apenas esse é o assunto.
-- Ah, seu irmão me convidou - Bia disse animada. 
-- Fernando? - perguntou na duvida. 
-- Não né, o Fernando é um escroto! O Felipe que é um doce. 
-- Ah sim... - disse a loira. 
-- Se eu gostasse de homem, casava com seu irmão.
-- Como se ele fosse querer uma pessoa como você né - irônica. 
-- Ué, o que tem demais comigo? - Bia disse se analisando. 
-- Tudo! Você é uma louca! Felipe merece uma menina direita. Garotas como você não servem para ter uma relação.
O sorriso de Beatriz se desfez. 
-- O que você disse? - disse irritada. 
-- É surda por acaso? - a loira falou arrogante.
-- Eu deveria partir essa sua cara de patricinha ao meio! - esbravejou. 
-- Vem... - Érika provocou. 
-- Chega às duas! - Luiza interveio na discussão. 
-- Você tem razão... Não vale a pena discutir com uma pessoa como ela - Bia disse olhando para Érika, que sorriu debochada.
-- Eu que devia falar isso. Meninas como você não valem a pena - irônica. 
-- Me respeita sua loira idiota! Você tá na minha casa! 
-- Não seja por isso! - disse se levantando e seguindo em direção a porta. Luiza foi atrás dela. 
-- Érika o que foi isso? Você nunca tratou a Bia desse jeito - disse Luiza. 
Érika respirou fundo. 
-- Eu sei... - disse encostando-se na porta e cruzando os braços - Fui dura, mas é que as coisas lá em casa estão péssimas. 
-- Eu sei o quanto você é pressionada, Érika - disse tocando levemente nos ombros da prima - Mas a Bia não tem culpa de nada. Pede desculpas para ela, Érika. 
A loira ficou um tempo em silêncio olhando fixamente para algum ponto no chão. 
-- Ok - disse andando novamente para cozinha. Luiza a seguiu novamente - Bia... - a loira a chamou. 
-- Oi... - Beatriz cortava alguns legumes e estava de costas para as meninas. 
-- Desculpa pela minha grosseria - disse sincera. 
Carol abriu a boca surpresa. Bia virou-se para encará-la. Sorriu. 
-- Tudo bem... Sei que você tá de TPM - brincou. 
Érika sorriu. 
-- Pode ser... 
O restante do dia foi tranquilo. A lasanha de Beatriz estava deliciosa e todas gostaram, até mesmo Érika. Elas sorriam de algumas coisas que falavam. Lia estava sendo cuidadosa com Carol. A baixinha achou o jeito de Lia fofo, lembrava muito Victoria, mas Julia era menos neurótica. A Conversa estava tranquila até começarem a falar sobre sex*. 
-- Então quem aqui é virgem? - Bia. 
-- Isso não é da sua conta né - Érika. 
-- Verdade - concordou Luiza. 
-- Fala isso porque aquela ruiva ainda não te pegou e você ainda é virgem. Que fraca hein -  Bia disse rindo. 
Luiza revirou os olhos e não disse nada. Estava constrangida. 
-- Lia? - Bia
-- Oi... - disse a garota.
-- Responde né. 
-- Eu não! - negou-se -  Isso é algo pessoal - falou envergonhada. 
-- Por que não fala você então Beatriz - disse a loira - Ainda é virgem? - perguntou irônica. 
-- Não sou virgem nem do... 
-- Beatriz! - repreendeu Luiza. 
-- Que? - perguntou inocentemente - Vai me dizer que você não pretende dá seu... 
-- Beatriz não ouse completar essa frase! Não está vendo que a Carol está aqui! - Luiza disse brava. 
-- Como se eu não soubesse né, Luh - Carol falou irônica. 
-- Tá vendo! - Bia estava rindo -  E você, Érika - disse encarando a loira - Já deu seu.... Sabe né? 
-- Não te interessa! - disse arrogante. 
-- Grossa -  Bia. 
-- Vamos mudar de assunto né - Luiza. 
-- Claro né, já que estou no meio de um bando de puras... - riu. 

***************
Daniela olhava atentamente pela janela de seu quarto. Seus pensamentos estavam longe. 
-- Dani...
A morena não escutava. 
-- Daniela - Karen aproximou-se a abraçando por trás - O que você tem, linda? - perguntou carinhosa. 
-- Nada. Estou apenas pesando... 
Karina se afastou e bufou. 
-- Aposto que naquela ruiva né! 
-- Sim. 
-- Esquece essa menina! Quantos foras você precisa levar pra entender que ela não quer mais você? - a loirinha estava irritada. 
-- Com a Rebecca eu me acerto depois. Agora meu maior problema é a vadia da Ana Luiza! Preciso separar ela da Rebecca, depois o caminho estará livre para eu reconquistar minha vermelhinha. 
-- Isso é obsessão, Daniela! 
-- Isso é amor, minha querida - disse irônica. 
-- Você não percebe que aquelas duas se amam? Até um cego percebe, droga! 
-- Isso uma hora vai passar. 
-- Não seja ridícula né... O amor não acaba assim tão fácil. 
-- Para de fazer cena, Karina - disse a morena irritada. 
-- Não é cena, porr*! Só dá raiva de ver você aí, toda obcecada por uma garota que não quer nada com você, sendo que têm várias pessoas te querendo de verdade. 
-- Você é uma né? - virou-se para encarar a loirinha. 
-- Você sabe que sim. Eu amo você, mas isso não importa né? - disse magoada. 
Daniela aproximou-se da loirinha puxando seu cabelo e encarando aqueles olhos de mel que lembravam uma certa ruivinha. 
-- Não vamos discutir por bobagens - disse antes de beijá-la loucamente. 
Karina nunca resistiu a morena e as duas fizeram um sex* louco o restante da tarde, no quarto da morena. 
Para Daniela karina só servia para sanar sua carência. Não se importava com os sentimentos da loirinha. Apenas a usava,  na primeira oportunidade iria descartá-la. Não suportava as cenas da garota. 
Durante todos esses meses que se passaram a morena tentou se reaproximar de Rebecca, mas a ruiva não queria papo com ela, principalmente depois que a morena havia machucado Ana Luiza. Todas às vezes que tentou se aproximar foi tratada com arrogância. Rebecca quando queria, sabia colocar uma pessoa em seu devido lugar, mas a morena era insistente e não pretendia desistir. Mesmo sendo tratada como um lixo pela a ruiva, muitas vezes ficava furiosa, mas nunca pensou em agredir Rebecca, o alvo de toda sua fúria era sem duvida alguma, Ana Luiza. 
Daniela fazia questão de infernizar a vida da garota na sala de aula. Se juntava com Virgínia e as duas faziam um inferno total na vida de Luiza, que apenas ignorava todas aquelas maldades. A morena ficava ainda mais furiosa, Luiza parecia não se importar com nada. Daniela não precisava observar muita coisa para saber que Virgínia morria de vontade de ficar com Ana Luiza. A morena muitas vezes bufava, não conseguia entender o que aquela garota tinha de tão especial para todas as meninas olharem para ela. Pensou em pedi ajuda a Virgínia, mas sabia que a garota jamais se envolveria em um escândalo, então preferiu deixar quieto. Mas a oportunidade chegou de repente, uma aposta, que Virgínia não ficou nenhum pouco triste em perder. Talvez a garota a ajudasse mesmo sem perceber. Torcia profundamente para isso. 
***************
Rebecca não demorou a voltar. Ficou apenas uma semana em Nova York, para seu alívio que não aguentava mais de saudade de sua princesa. Assim que chegou correu para casa de Luiza. Iria fazer uma surpresa para ela, que não sabia que a ruiva tinha voltado. 
Luiza estava sozinha em casa. Carol estava na quimioterapia junto com a mãe. A menina estava completamente relaxada, deitada no sofá,  tentando assistir um filme, mas seus pensamentos estavam longe. Estava com uma saudade enorme da sua namorada. Não conseguia parar de pensar na ruiva. Lembrava de tudo que estava vivendo ao lado de Rebecca e sorria bobamente. Muitas vezes chegava a ser zoada por Carol, mas a garota não se importava. Estava tão distraída pensando em Rebecca que se assustou com o som da campainha.  Levantou-se para atender, vestia apenas um blusão que ia até metade da coxa e um short curto, seus cabelos presos em coque frouxo. Luiza pensou que fosse qualquer pessoa naquela porta, menos a menina que era dona de todos seus pensamentos. Quando abriu a porta não teve tempo de pensar mais nada, pois Rebecca pulou em seu colo com as pernas em volta de sua cintura. Luiza a segurou fortemente mesmo assustada. 
-- Amor... - Rebecca sussurrou antes de beijar a namorada. 
Era um beijo cheio de saudade e desejo. A ruiva segurava a nuca de Luiza e controlava o beijo. Lambia, ch*pava os lábios de Luiza que estava ficando sem ar. Era um disputa de línguas. Rebecca ch*pou a língua de Luiza com sofreguidão, a menina gem*u em meio ao beijo. A ruiva sorriu. O beijo que começou cheio de desejo foi ficando mais calmo. Luiza colocou a ruiva no chão. Rebecca deu um selinho na namorada. Ficaram um tempo de testas coladas recuperando a respiração. 
-- Amor... Pensei que você só chegasse amanhã - Luiza sussurrou. 
-- Eu quis te fazer uma surpresa - sorriu - Gostou? 
-- Se eu gostei? Eu amei! - disse dando vários beijinhos pelo rosto da ruiva. 
Rebecca riu e se afastou. 
-- Para amor... Isso faz cócegas. 
-- Tá bom... Vem aqui, minha ruivinha poderosa. 
Rebecca aproximou-se e Luiza a abraçou apertado. Ficaram vários minutos assim, apenas curtindo o calor da outra. Luiza puxou a ruiva para o sofá. Rebecca sentou-se no colo de Luiza e observou as vestimentas da garota. 
-- Isso são roupas para ir atender a porta Luiza? - disse seria. 
-- Ah amor...  Eu tô sozinha aqui... Só queria ficar o mais relaxada possível. 
Luiza sorria e Rebecca se perdeu naqueles olhos verdes, acariciou o rosto da namorada 
-- Eu senti tanta a sua falta... - disse carinhosa.
-- Eu também, amor. 
-- Não consigo ficar mais longe de você, Lu... Fico angustiada... 
-- Então é duas, pois eu sinto a mesma coisa. 
-- Não quero mais me afastar de você. Próxima vez você irá comigo! 
-- Irei com todo o prazer - Luiza deu um selinho na namorada - Imagina conhecer Nova York - disse sorrindo. 
-- Vou adorar aproveitar o friozinho ao seu lado. Você será meu ursinho! 
-- Ursinho? - perguntou rindo.
-- Claro... Vai me aquecer na noites frias... 
-- Serei seu ursinho com todo prazer.
Luiza realmente iria conhecer Nova York um dia, mas não seria do jeito que imaginou e desejou. 
-- Tenho um presente pra você. 
Luiza finalmente reparou na pequena sacola que a ruiva tinha nas mãos. Rebecca entregou para ela.
-- Abre amor... 
Luiza abriu o embrulho com delicadeza. Dentro havia um pequena caixa, ela logo percebeu que se tratava de um anel. Abriu a caixinha e observou seu presente. O anel era repleto de pequenas pedras de brilhantes. O seu formato era simples, mas Luiza sabia que aquele anel havia custado uma pequena fortuna. 
-- Não precisava amor... - sussurrou. 
Rebecca tirou o anel da caixa e apontou o que estava escrito dentro dele. Luiza consegui ler. 
"Você é tudo que sempre quis... Você é minha princesa. Eu te amo, Luiza! RT"
Luiza se emocionou e sentiu os olhos arderem. Rebecca segurou a mão da namorada e colou o anel em seu dedo de forma delicada e depois beijou. 
-- Enquanto você usá-lo, será a prova que você me ama. Portanto, não tire mais desse dedo - disse sorrindo. 
-- Jamais. 
Se beijaram apaixonadamente. Passaram o restante do dia matando a saudade e cheias de carinhos. Estavam aproveitando a melhor parte do amor que as unia. 
***********
Daniela estava numa social na casa de Virgínia. Havia poucas pessoas ali. A morena observou aquele menino alto de cabelo castanho e pouca sardas pelo corpo. 
-- Fernando! - chamou. 
O garoto a encarou e sorriu, caminhou na direção das duas.. 
-- Daniela... Quanto tempo. Não te vi mais com a Érika. 
-- Pois é... Ando muito ocupada. 
Fernando encarou Virgínia. 
-- Oi Virgínia... - disse simpático. 
-- Oi Fernando - disse sorrindo. 
Os dois já haviam saído algumas vezes. 
-- Daqui há alguns dias é minha festa de aniversário. Se quiserem aparecer por lá, estão convidadas. Agora vou pegar uma bebida - disse se afastando. 
-- Você vai? - pergunta Virgínia. 
-- Não perderia essa festa por nada - disse com um sorriso jocoso.
-- Então irei com você. 
-- Seremos a atração de lá - disse rindo -  E ainda podemos encher a nojenta da Ana Luiza. 
Virgínia abriu um lindo sorriso. Queria ver Luiza. Fazia anos que a garota nutria uma atração pela garota. Ficou admirada quando a menina se assumiu para todo o colégio, toda aquela coragem a deixou fascinada. Nunca antes havia reparado em qualquer menina, mas Luiza tinha se tornada uma exceção. Já havia mandado vários bilhetes para a garota, mas Luiza nunca respondia. Virgínia queria matar a curiosidade, mas apenas teria coragem se fosse com Luiza. Queria vê-la e não iria perder essa oportunidade. 
Aquela festa prometia.

Fim do capítulo