Lorena

Rana abre a porta e fico parada olhando-a. Ouço sua voz pedindo para que eu entre. Saio do transe que estava só com sua presença à minha frente. Meu coração batia tão forte que parecia os tambores do Olodum! Respiro fundo e entro. Dou-lhe um beijo e abraço! Espero que ela não perceba o meu estado!

Sou apresentada a Yasmin e Amira. São umas gracinhas! Entrego os chocolates de cada uma e me viro para Rana.

- E a senhora, dona Rana, não podia ficar de fora. Este é seu. - entrego a sacola.

- Não precisava - Diz um pouco envergonhada

- Precisava sim!Estes vem  com recheios sortidos: avelã, cereja e trufas tradicional.

-Huum. Depois do almoço a gente come. Vou pensar se lhe dou um. -  me olha sorrindo

- Se eu te contar que não sou muito fã de chocolate? Mas se quiser me dar um, aceito o com recheio de cereja.

- Não acredito! Como pode não gostar de chocolate? - Continua sorrindo e me olha fixamente.

Tenho que controlar os meus sentimentos, ainda mais quando  me olha desse jeito! Ela me faz perder o rumo, não sei como agir com ela. Suspiro.

- Pois é - respondo tentando arrumar a bagunça dentro do meu peito.

- Bom, vamos almoçar que deve estar com fome!

Balancei a cabeça afirmando que sim.

Seguimos em direção à cozinha.

Sentamo-nos à mesa que é redonda. Yasmin sentou-se à minha direita, Amira à esquerda, deixando um lugar à minha frente para mãe.

Rana veio com os pratos, me informando serem típicos da Síria. Para mim não seria problema, pois gosto de comida árabe. Sou boa de garfo, ou melhor, não tão boa assim, tem certo tipos de comidas que não entram!

Detesto cebola! Tenho uma prima que diz que toda casa tem uma chata que não gosta de cebola...na minha...sou eu!

Fiquei um pouco sem graça, pedi desculpa, mas não me servi do tabule, justamente por conter muita cebola!

Rana perguntou se aceito um vinho.

- Se você me acompanhar, bebo uma taça.

- Acompanho sim. Um Cameneré?

- Como a senhora descobriu que gosto desse? Se quase não bebo? - Digo surpresa.

- Tenho os meus informantes. - Sorri e pisca. Ela não imagina o efeito dessa piscada em mim!

Foi maravilhoso o almoço na casa de Rana, me senti super bem. Conversamos, brincamos. As meninas são encantadoras. Prometi pegá-las para passear no Ibirapuera, que assim como o Parque Villa-Lobos, vou com frequência andar de bicicleta!

Hoje tive a certeza que sinto algo a  mais por ela, do que uma simples amizade. Só não sei se a recíproca é verdadeira. Ah...quer saber ...sou teimosa, determinada! Vou conquista-la, não sei como ainda, mas vou! Como diz um trecho de uma música: "Quem sabe faz a hora não espera acontecer"

Saio da casa de Rana, entro no meu carro, abro os vidros das janelas, ligo o som e dirijo para casa. Sinto-me mais leve, mais feliz! Dá vontade de gritar! Mas  limito-me a cantar e balançar ao ritmo da música,  sentindo o vento bater em meu rosto! Sensação boa! Rana, que me aguarde!

https://www.youtube.com/watch?v=jGflUbPQfW8

Fim do capítulo