Das limpezas que eu faço e do sono que não vem
São Paulo, 03 de fevereiro de 2016. 3h25min
Já é madrugada e eu simplesmente não tenho sono.
Drª Thaís suspendeu minha medicação para a insônia então agora sou só eu com os meus pensamentos.
Rebeca está ressonando ao meu lado, Odin está meio embolado no lençol aos meus pés. Tudo parece perfeitamente tranquilo. Normal.
Eu lavei toda a roupa e toda a louça, deixei a casa impecável antes de me deitar.
Tem algo em lavar e arrumar as coisas que está intimamente ligado a nossa alma.
É como se, ao mesmo tempo, eu botasse ordem nas coisas dentro e fora de mim.
Quando estou esfregando o chão ou botando a roupa pra quarar no sol eu não sou uma pessoa doente; esfrego as manchas que existem dentro e fora de mim até a exaustão.
Agora eu entendo a minha avó: não há depressão que não se cure em um balde de roupa pra lavar.
Enquanto o corpo limpa do lado de fora, a mente vai fundo nas questões que precisam ser resolvidas.
Nunca gostei tanto de lavar o banheiro como gosto agora. A água e a água sanitária levam embora qualquer resquício de medo ou dúvida que possam existir, acredite em mim.
O grande problema é que as coisas sempre sujam de novo.
Tenho alguns comprimidos pra dormir escondidos em uma gaveta. Me sinto praticamente uma drogada, mas o que eu posso fazer? Tomo metade às vezes só para induzir ao estado de calmaria e alcançar o sono. Por favor, não me julgue por isso.
(Drª Thaís sabe desses remédios, certo? Não posso estar tão errada assim.)
Engulo o meio comprimido e fecho os olhos. Me lembro de cada beijo que eu dei. Construo uma história de amor, na minha cabeça, com cada mulher que já passou por mim.
Sinto minha barriga crescendo aos poucos e normalmente durmo quando nossos filhos estão nascendo... Nem o sono me deixa viver esse momento em paz!
Boa noite, querida.
Fim do capítulo
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