- Bom Tereza, como havia te falado é algo temporário, por sorte não atingiu o osso e nada comprometedor. Você vai precisar ficar de cadeira de rodas por alguns meses, tenho uma indicação de uma fisioterapeuta que irá ficar cuidando de você, todos os dias. – O medico falou para Tereza que chorava.

- Não chora amiga, vai ser rápido sua recuperação. – Gabriel disse esperançoso.

- Quero ficar quieta, vão embora – Disse triste, não queria ficar pressa em uma cadeira, ainda mais dando trabalho.

- Amiga, por favor – Gabriel tentou.

- Vão – Disse fria.

   Gabriel e o medico saíram, o doutor deu as instruções para Gabriel, passou o contato da fisioterapeuta, e disse que Tereza seria liberada em uma semana.

***

   Os dias iam passando lentos para Tereza, que ficava mais triste a cada dia, Alexia tentava terminar tudo mais rápido na DP para ir embora, mas sempre se mantinha informada sobre o estado de Tereza, Gabriel e Samuel se entendiam e também se despediam, pois Samuka teria que ir embora.

No hospital

- Alexia vai embora – Gabriel falou quando estava no quarto, Tereza teve um susto, mas nada falou, seu coração estava apertado. – Não vai dizer nada?

- Você quer que eu diga o que? – Disse ríspida.

- Que a ama, oras – Gabriel ficou impaciente – Sabia que era galinha, mas não burra – Gabriel soltou.

- Quanta delicadeza hein senhor gay – Emburrou.

- Você sabe que está errada – Disse e foi em direção a porta – Não vou dizer mais nada, vou pra DP, amanhã você terá alta. – Disse saindo.

Fortal

- Amiga vai embora sem nem falar com ela? – Samuel insistia.

- Claro que sim, não tenho vocação para saco de pancada meu querido – Falou tentando ser forte.

- Alex, por favor, vamos embora amanhã, você tem que conversar com ela – Samuel tentava de todas as formas.

- Vou pensar no seu caso – Disse suspirando.

- Meu caso não, o seu – Riu.

3 horas depois

- Pode entrar – Tereza falou quando alguém bateu na porta levemente.

- Como você está? – Alexia falou, ficou distante. Tereza a encarava, tinha vontade de beijar aquela boca. Dizer que a amava, mas não podia ser um peso.

- Bem – Conseguiu dizer.

- Vim me despedir, amanhã volto pro Rio – Disse triste – Você pode me dar um abraço? – Ainda estava distante, Tereza apenas confirmou com a cabeça. Alexia foi se aproximando, as respirações estavam pesadas, corações batiam forte. Alexia abraçou Tereza, ficaram naquele abraço por um tempo que não souberam definir. Alexia foi se afastando, rostos colados, uma sentindo o suspirar da outra.

- Dá beijo, dá? – Tereza sussurrou, deixando Alexia doida. Se beijaram com saudade, Alexia procurava a língua de Tereza com desespero, o beijo se tornou cada vez mais voraz, as bocas se exploravam. – Desculpa – Tereza se deu conta do que estavam fazendo e se afastou.

- Me perdoa, eu não queria que tivesse acontecido aquilo – Alexia falou chorando.

- Você não teve culpa – Tereza falou fazendo carinho em seus cabelos – Adeus Alexia – Quando Alex pensou que iriam se acertar, Tereza vem com uma despedida.

- É isso que quer? – Alexia perguntou triste.

- Sim – Tereza disse fechando os olhos, as lagrimas iriam começar a cair, Alexia deu as costas e saiu. – Eu te amo – Tereza falou quando não podia ser mais ouvida.

- Amo você – Alexia sussurrou enquanto andava pelo corredor, chorava. – Adeus meu amor.

***

   Samuel e Alexia acordaram cedo, no dia anterior já haviam preparado tudo e se despedido do Gabriel. Se arrumaram e foram rumo ao aeroporto.

   Gabriel estava no quarto com Tereza, aguardavam o medico para a liberação, a fisioterapeuta iria no dia seguinte morar temporariamente com eles.

- Mocinha depois de tanta mal criação – Sorriu animado – Está liberada – O medico disse por fim.

- Finalmente – Disse fingindo irritação.

- Olha o bico hein – Gabriel riu. Apareceram dois enfermeiros no quarto e colocaram Tereza na cadeira. – Força amiga – Gabriel falava animando a amiga.

10:00 horas da manhã

   Alexia e Samuel entravam no avião enquanto Tereza e Gabriel saiam do hospital.

- Vida nova darling – Samuel falava para Alexia.

- Recomeço amiga – Gabriel falava para Tereza, segurava sua mão e empurrava a cadeira.

***

Uma semana depois

- Amiga para, você vai se tornar uma velha ranzinza e sem marida – Gabriel falava, Tereza estava sentada no sofá, a fisioterapeuta tentava começar mais uma sessão e Tereza estava difícil a cada dia.

- Esposa pra sua informação – Disse irritada.

- Tereza, se você quiser ficar boa, terá que fazer as sessões – A fisioterapeuta falou, tinha uma paciência absurda com a policial.

- Eu sei Simone – Suspirou – Mas não tenho vontade de nada, tenta entender – Disse por fim.

- Se você aceitar fazer as sessões ganha chocolate – Simone disse animada, Gabriel conhecia a amiga e sabia que ela iria aprontar mesmo doente.

- Se você me der cheiro eu até faço – Segurou o riso enquanto Simone ficava vermelha.

- Terezaaa – Gabriel chamou sua atenção.

- Que foi? – Riu – Não fiz nada.

- Vamos começar – Simone se levantou, já estava acostumada com o jeito de Tereza, queria muito ajudar a mulher.

   Simone era alta, cabelos negros de um liso fora do comum, seu porte era de dar inveja, tinha os olhos mais brilhantes. Se formou muito nova, estava gostando da companhia de Tereza e Gabriel, tudo que a policial falava ela levava na brincadeira. Tereza sabia que ela era hetero e não iria mudar, mas gostava de suas brincadeiras, isso ajudava na recuperação.

Rio de Janeiro

- Alex você vai acabar ficando marombeira desse jeito – Samuel falou entrando no salão de luta que tinha na DP. Alexia praticava no saco de areia.

- Não consigo parar de pensar nela – Falava enquanto dava socos e mais socos.

- Eu sei meu amor, mas já foi, vamos pra balada hoje e você vai pegar todas – Disse tentando animar a amiga.

- Quer saber – Parou de socar – Vamos sim – Pegou uma toalha e enxugou o rosto molhado de suor.

Fim do capítulo