IV Capítulo

Ao chegar na portaria do prédio de Amanda, respirei fundo, pedindo aos céus sabedoria com as palavras. Precisava deixar aquela linda mulher livre para recomeçar sua vida, sem machucá-la demais, porque sabia que a dor seria inevitável.

Passei cumprimentando o porteiro que era velho conhecido, já que a mais de um ano visitava aquele lugar constantemente. Ao chegar à porta a encontrei me esperando. Abriu mais a porta para que eu entrasse; veio beijar-me a boca, desviei disfarçadamente levando o beijo na face. A senti enrijecer o corpo e fechar os olhos expressando dor com aquele meu ato.

Respirei fundo; isso não seria fácil!

_ Oi linda – cumprimentei sentando-me no sofá.

_ Oi amor – Amanda respondeu olhando nos meus olhos como se sondasse meus pensamentos para decifrá-los – Aceita uma bebida?

_ Sim, seria bom – aceitei nervosa.

Após preparar nossos drinks, sentou cruzando as pernas sensualmente e acendeu um cigarro; coisa que só fazia quando muito nervosa. Conversamos sobre amenidades, sobre nossos trabalhos, nossas famílias. 

Perguntou sobre minha mãe e sua saúde. Elas se apreciavam muito... Minha mãe chegara a dizer que teria muito gosto em ter tão linda moça como nora, uma vez que jantamos juntas em sua casa. Respondi que este mês falara muito com mainha por telefone e que ela me assegurara estar bem. Comentei, porém, que não apareci lá em Salinas das Margaridas onde esta reside atualmente.

Jantamos naquele clima de tensão disfarçado! Ao terminar, fomos tomar o café na varanda e a conversa que não podia mais ser adiada, teve início.

_ Amanda, você sabe o quanto te gosto e respeito. Tivemos mais de um ano nos relacionando, embora sem nenhum compromisso firmado. Agora sinto que não dá mais para continuar e não posso simplesmente sumir sem te dar nenhuma satisfação... Sei que adiei isso, mas não foi por canalhice e sim porque estava sem coragem de lhe infligir o que estou causando agora: dor! Perdoa-me Amanda, por não te amar como você merecia e merece ser amada. Desculpe-me por não ter tido a coragem de romper nossa relação quando percebi que estavas muito envolvida. Sei que fui egoísta usufruindo do seu amor e lhe dando tão pouco em troca. Perdoa-me e eu te peço: esqueça-me! Abra os olhos, olhe a sua volta; uma mulher linda como você tem inúmeras pessoas interessadas. Então se abra para o novo, guarde o que tivemos como algo bom, mas que agora ficou numa página atrás que precisa ser virada, para que nesta nova página da sua vida possa ser escrita uma bela e especial estória de amor!

Amanda ouvia tudo isso calada, suas lágrimas corriam copiosamente por sua face e eu as enxugava com carinho, sentindo o peito apertado por ser a causadora de tamanha dor. Quando terminei de falar ela se lançou nos meus braços e apertava-me num desespero de dar dó. Puxei-a para meu colo a consolando. Colou sua boca na curva do meu pescoço e começou a beijá-lo escorregando aqueles lábios quentes pelo meu queixo, chegando ao meu lábio inferior que sugou com volúpia, me arrepiando inteira. Aprofundou o beijo explorando a minha boca como conhecia me agradar e excitar. Virou-se sentando de frente pra mim em meu colo, espalhando inúmeros beijinhos em meu rosto com carinho.

Correspondi por um momento, depois lentamente saí do beijo e a encarei.

_ Amanda, isso não seria certo contigo...

_ Psiu! – ela pôs os dedos nos meus lábios silenciando meu protesto e beijando-me novamente, disse entre nossos lábios – Diz nada não Cin... Eu já imaginava que essa noite seria um ponto final na nossa estória. Eu te gosto muito... Mas sei que não sou apreciada do mesmo jeito, nunca fui. Seu coração, parece já ter dona, mesmo que você nunca tenha dito. Sonhei, sim sonhei que talvez um dia você o conseguisse dar pra mim. Sonhei e perdi! Você não pode dar o que não tem! Não vou implorar... Até imploraria se soubesse que teria uma chance de ser a mulher da sua vida. Mas, não me iludo mais; sei que este lugar não será meu, nem de ninguém mais, a não ser a quem o detém por direito. Bem, não posso ter seu coração, não sou a mulher da sua vida... Entretanto, sou uma mulher especial pra ti, eu sei. E esta mulher especial quer uma despedida! – Silenciosa olhou-me nos olhos por instantes, depois me suplicou – Fica comigo esta última noite e me deixa te amar Cin?!

Tinha meus olhos cheios de lágrimas. 

Amanda é uma mulher realmente especial! Se pudesse ter escolhido, ela seria a mulher da minha vida. Segurei seu rosto com carinho, comecei a beijá-la e lentamente a lhe tirar as roupas. Fui beijando seu pescoço, depositando pequenas mordidas em toda aquela macia área, subindo até morder com um pouco mais de força o lóbulo de sua orelha direita. Fui recompensada com um gemido e o corpo dela espremendo-se mais ao meu.

_ Cin, vamos para meu quarto?! – pediu com voz rouca.

Levantei com ela e nos dirigimos aos beijos para seu quarto, minhas roupas foram caindo pelo corredor; ao chegarmos à cama eu já estava nua. Amanda estava louca de tesão como há muito não via. Virou-me de bruços e começou a mordiscar gostosamente as minhas costas me levando a loucura, pois ela sabia o quanto era sensível naquela parte do meu corpo. Foi descendo ao longo da minha coluna entre beijos e mordidas. Eu já tremia excitada.

Ao chegar às minhas nádegas deu pequenas mordiscadas e desceu nas minhas coxas, dando-lhes o mesmo tratamento até atrás dos joelhos. Com as mãos afastou delicadamente minhas pernas e começou o caminho nas partes internas delas até chegar ao centro do meu prazer e, inesperadamente, me invadir com a língua iniciando um lento e enlouquecedor vai e vem, entrando e saindo de mim por trás.

_ Aiiii... Ahhhhh – eu gemia enlouquecida com sua língua me invadindo. Ela não dava trégua. Acrescentou seu dedo médio no meu interior dando estocadas lentas – Shiish... Mais Amanda... Vai! Assim...

As estocadas foram ficando mais rápidas e eu comecei a rebol*r na cama acompanhando o ritmo imposto por ela.

_ Assim amor, rebol* pra mim gostosa! Eu quero lembrar-me de você assim, derretendo em minhas mãos, delícia... – Amanda sussurrava no meu ouvido lambendo-o, pois subira montando em minhas costas enquanto acelerava as estocadas e mexia esfregando-se em mim. 

Pelo tom rouco de sua voz e gemidos que estava soltando, sentia que ela estava também próxima do gozo. Comecei a rebol*r e roçar nela mais rápido.

_ Vai Manda, goz* comigo linda...

_ Ai amor... Amor mexe mais ligeiro... – Amanda ensandecida – Uiiiiiiiii, eu vou goz*aaaaaaaaaar...

Explodimos juntas no gozo naquela hora. A senti cair ao meu lado e não lhe dei descanso. Parti pra cima do seu corpo começando a beijar sua boca. Beijos profundos sugando sua língua forte como ela gostava, em minutos ela incendiava de novo. Suas mãos acariciavam minhas costas e cintura.

Eu fui fazendo um caminho de beijos do pescoço até seus seios; ali mordisquei. Lambia hum enquanto massageava o outro. Amanda enlouquecia, falando frases ininteligíveis enquanto, gem*ndo, puxava meus curtos cabelos. Eu fui descendo até morder sua cintura lhe causando calafrios.

_ Tá gostoso Manda? – provocava enquanto lambia de um lado a outro o seu abdômen.

_ Shiiiiiiiiiii, Sim minha loucura!

_ Fico só aqui, ou desço mais um tiquinho?!– provoquei sacana – Hein, gatinha retada?

_ Ain Cintia, maltrata não gostosa... – pediu ela – Me ch*pa amor!

Parei nesta hora e lhe encarei de lá debaixo com uma cara bem safada. Amava aquelas brincadeiras na cama; isso era compartilhado por ambas e nesta nossa despedida não poderia ser diferente.

_ Vou... Mas, se irei permanecer ch*pando ou não, quem vai dizer são seus gemidos – falei lhe encarando provocantemente.

_ Meus gemidos serão intensos dependendo do desempenho aí embaixo, mostre competência e será recompensada por inúmeros deles – Ela disse como resposta, sorrindo safadamente e empurrando-me em direção ao seu sex* me apressando.

Comecei a lamber seu sex* vagarosamente debaixo para cima, ela estava molhadíssima como eu gostava. Dei lambidas intercaladas por sugadas em seu clit*ris; de repente, alternei tudo isso botando a boca no clit*ris e tirando, causando o choque quente e frio com a entrada e saída dos lábios.

_ Ahhhhhhhh, assimmmm... Mais rápido!– Amanda gemia loucamente.

Intensifiquei este movimento de ch*padas e os quadris dela arqueavam-se de encontro a minha boca querendo aprofundar contato. Não lhe neguei isso e para enlouquecê-la de vez a penetrei com dois dedos, estocando intensamente ao mesmo tempo em que sugava com fome seu nervo durinho dentro da minha boca.

Em minutos ouvi um grito alto com meu nome e o corpo de Amanda dando vários espasmos de gozo. Subi rapidamente sobre ela me colocando entre suas pernas, encaixando nossos sex*s. Estremecemos juntas ao nos sentirmos molhadas uma na outra. Beijei sua boca e comecei a me esfregar gostoso nela. Amanda gem*u se abrindo mais para sentir melhor nossos grelos se tocando. Começamos a rebol*r, segurei sua perna dando espaço e me encaixando melhor.

_ Ai... Assim Amanda, rebol* gostosinho vai! – aumentei a intensidade dos movimentos fitando seus olhos. Ela lançou os braços no meu pescoço, suas unhas na minha nuca arranhando, acariciando... Nosso fogo aumentando, aumentando... Até que senti sua boca se abrir e um gemido descontrolado sair dela, suas unhas, neste momento do gozo, rasgavam minhas costas. Arqueei os quadris buscando mais os dela e derramei-me em gozo desabando sobre ela.

Passamos a noite assim, nos amando até cairmos exaustas no sono.

Acordei no outro dia com Amanda toda enlaçada ao meu corpo dormindo tranquilamente. Fiquei pensando se a acordava e me despedia ou saía discretamente. Enquanto cogitava qual a melhor saída, a senti despertar e beijar meu pescoço.

_ Bom dia, linda. Tentando fugir sem se despedir?

_ Sim, pensando na possibilidade – Sorri sincera.

_ Nada disso! Vai tomar café comigo e depois seguimos nossos caminhos de vidas separadas amorosamente, mas ligadas por uma linda amizade! Combinado?! – falou isso dando um sorriso triste e estendendo a mão em minha direção para selarmos este acordo. 

Olhei aquela mulher especial tomando sua mão num aperto, lhe puxando pra um abraço e um afetuoso beijo na testa.

Levantamos, preparamos nosso café entre brincadeiras. De vez enquanto um clima de tristeza parecia tomar conta de Amanda, mas ela lutou enquanto estávamos juntas para não ser subjugada pela dor da perda. Ela lutava e eu torcia para que a pessoa certa para Amanda estivesse a caminho e chegasse logo em sua vida. Ela era merecedora da felicidade a duas. 

Suspirei... Pra mim não chegaria este dia do compartilhar, amar, sorrir, chorar com a pessoa amada. Eu já me conformara com isto desde os 18 anos, mas torcia para que meus amigos vivessem isso, principalmente esta mulher que encarava agora.

Horas depois, estava no saguão do edifício, com duas malas contendo roupas e alguns objetos pessoais que ficavam ali para qualquer eventualidade. Enquanto aguardava o táxi que chamara, repassei em minha mente nossos últimos instantes juntas...

Na saída, Amanda abraçara-me na porta; dei um beijo casto em seus lábios, virei e fui embora sem olhar para trás. 

Ouvi um soluço dolorido antes de a porta ser fechada nos separando, como se simbolizasse também um fechar de portas do nosso relacionamento.

_ Fica bem linda! Seja feliz – murmurei enquanto adentrava no elevador.

Fim do capítulo