Isabella

 

 

 

                 Entreguei a caixinha para ela, que pegou com as mãos trêmulas. Analisou a caixinha, segurava com cuidado como se fosse algo frágil. Abriu devagar, sorriu ao ver o que havia dentro. Meu coração parecia querer sair pela boca.

 

- Isso é sério? - falou com a mão na boca, completamente surpresa.

 

- Claro, não brincaria com isso. – falei sorrindo. – Então?

 

- Sim, eu aceito. Era tudo o que eu mais queria, desde que vi você. – me puxou para um beijo apaixonado.

 

                Peguei a caixinha de suas mãos, na parte de cima estava um papel escrito. “Casa comigo?”, junto havia um par de alianças, de ouro branco com um fio de ouro dourado no meio, de 10 mm. Quando as vi na vitrine da loja sabia que tinha que fazer isso. Já estava cansada de tentar fingir que não queria casar. Larissa é a pessoa certa para mim, e não me resta dúvidas em relação a isso.

 

- Pensei que seria um pedido simples, que deveria fazer algo especial. Mas aí lembrei que todos os dias ao seu lado são especiais. – comentei pegando uma das alianças e colocando em seu dedo anelar direito.

 

                 Ela não conseguiu conter as lágrimas, meus olhos que haviam sido fortes até agora me traíram, chorei quando ela pegou a minha aliança e colocou em meu dedo. Dentro das alianças estava gravado "Always Yours”, ela sorriu colocando a aliança em meu dedo.

 

- Sempre serei sua. – passou a mão em meu rosto com carinho.

 

                 Me olhava de forma apaixonada, parecia que nada mais no mundo importava. Ela não conseguia esconder o sorriso, aproximou-se ficando de joelhos na cama, me ajudando a ficar também. Nossos corações batiam na mesma melodia, ela segurou minha cintura, olhou meus olhos e sorrindo disse:

 

- Agora eu vou te beijar...minha noiva.

 

                 Grudou sua boca na minha, senti seus dedos baixando as alças da minha camisola. Virou meu pescoço para o lado, distribuindo beijos, deitou-me na cama lentamente. Colocando-se em cima de mim, retirou minha camisola, beijou minha boca, em seguida meu pescoço, meus seios já estavam enrijecidos, sua perna pressionava minha virilha, me deixando ainda mais excitada.

 

- Amor...para de me torturar...- pedi em súplica.

 

- Diz para mim o que você quer? – falou em meu ouvido.

 

- Faz amor comigo. – senti sua língua passando em minha orelha.

 

- O que mais você quer? Pede para mim, eu darei tudo o que você quiser.- falou sussurrando de forma sexy, apertou minha coxa com força.

 

- Lari, por favor, me fode...me fode gostoso, me faz goz*r para você. – falei beijando sua boca com força.

 

- Você quer dar para mim? – perguntou me olhando nos olhos. Acenei concordando. – Fica de quatro para mim? – pediu mordendo meu lábio inferior.

 

                 Fiz o que ela pediu sem questionar, virei me colocando na posição que ela havia pedido. Senti suas mãos passando das minhas costas as minhas coxas, senti o seu corpo colando no meu, me segurou na cintura com uma das mãos e desceu a outra pelo meu corpo, começou a brincar com o meu clit*ris devagar fazendo movimentos circulares, meu corpo já dava espasmos de prazer, involuntariamente comecei a gem*r, pude sentir ela intensificando os seus movimentos, eu já estava completamente louca de desejo, tudo o que queria era senti-la dentro de mim:

 

- Haa... meu amor...não me tortura desse jeito.

 

- Gem* para mim minha gostosa.

 

                        Foi impossível não fazer o que ela me pediu, quando já estava prestes a goz*r com o seu toque ela subiu a sua mão e devagar me penetrou, onde eu jamais havia sido penetrada, foi impossível não enlouquecer de prazer ao senti-la dentro de mim, seus movimentos começaram devagar e foram se intensificando, quanto mais ela entrava em mim, mais forte, mais rápido, mais eu enlouquecia de prazer, até que o meu corpo explodiu em um imenso orgasmo.

 

                        Deitou-se ao meu lado sorrindo e me abraçou, enquanto eu ainda ofegante dava sinais de prazer, o seu jeito doce, carinhoso e ao mesmo tempo safado e provocante me conquistou, sei que não consigo imaginar a minha vida sem ela, depois de alguns minutos me abraçou forte e disse:

 

- Você me enlouquece sabia?

 

                     Fiz que sim com a cabeça, tentando controlar minha respiração ainda ofegante, ela fazia carinho em minha barriga, mesmo de olhos fechados podia sentir que ela sorria.

 

- Isso parece um sonho. – confessou, se aconchegando em meu corpo suado.

 

- O que parece sonho?- perguntei encarando seus olhos verdes.

 

- Isso, a gente, assim. A aliança, a forma como você se declarou para mim. Foi tudo perfeito...

 

- Quase como em um sonho? – perguntei.

 

- Sim, como em um sonho. – aproximou seu rosto do meu me beijando com carinho. – Milena vai surtar quando ver isso. – mostrou a aliança, brilhando em seu dedo.

 

- Eu sei.

 

- Você está mesmo preparada para isso certo? – questionou séria. – Quero dizer, não está fazendo apenas por ser o que eu quero. – falou com a voz falha.

 

- Claro que não meu amor, eu quero isso, eu quero a gente, desejo ser sua, tanto quanto quero que você seja minha, para sempre. – levantei seu queixo fazendo que me olhasse. – Eu amo você Larissa.

 

                  O que era para ser um simples beijo, reacendeu a chama do desejo, eram quase três da manhã quando caímos exaustas na cama. Larissa se agarrou em mim, beijando minha nuca, me desejou boa noite e apagou. Acordei com o barulho de chaves na porta, havia esquecido completamente que hoje era dia de faxina. Olhei minha pequena dormindo em uma tranquilidade que me dava uma paz incomparável, procurei minhas roupas pelo quarto, não encontrei nada, lembrei que havia ficado no chão da sala.

 

                 Atrapalhada como sou acabei batendo o dedo na cama, o que me fez pensar em alguns palavrões, tudo o que eu precisava era que a senhora que arruma o apartamento encontrar minhas roupas espalhadas pelo chão. Iris era uma senhora quase cinquentona, vinha pelo menos duas vezes ao mês dá uma arrumada na minha zona. Me enrolei no lençol e sai do quarto, fechei a porta com cuidado. Quando me virei a senhora estava no corredor segurando meu vestido.

 

- Bom dia Dra. pensei que já tivesse ido trabalhar.

 

- Bom dia Iris, me atrasei um pouco. – sorri ficando vermelha, a senhora me olhava de forma engraçada.

 

- Tudo bem, bom vou colocar a roupa para lavar. Quer que eu prepare algo para a senhora? – perguntou andando para a lavanderia.

 

- Sim, por favor, e...bem...eu...- não sabia como falar que havia visita na casa, na verdade uma linda visita, de olhos claros e corpo perfeito, completamente nua na minha cama.

 

- Pode deixar, capricharei para sua visita. – sorriu divertida.

 

              Eu corei levemente, sacudi a cabeça passando a mão nos cabelos emaranhados. Soltei as meninas que estavam agitadas.

 

- Desculpa lindas, as mamães precisavam de um tempo sozinhas. Vão brincar por aí, cuidado.

 

              Abri a porta de vidro que dava acesso a varanda, as duas correram e foram brincar. Me senti em um desenho animado, tudo parecia mais lindo, o céu lá fora, até o barulho dos carros pareciam diferentes. Sorri meio idiota, o amor tem esse poder sobre as pessoas, torna-las mais felizes, não que seja algo ruim, pelo contrário, estou adorando sentir tudo isso.

 

              Voltei para o quarto, minha amada ainda estava na mesma posição de antes, meu corpo inteiro estava dolorido, não era para menos, depois de tudo o que fizemos na noite passada. Provavelmente iria dormir um pouco mais, agachei-me em sua frente, tirei uma mecha de cabelo que estava em seu rosto, contornei sua face serena, encostei meus lábios nos seus levemente, ela sorriu e continuou dormindo.

 

           Peguei uma roupa para vestir e fui para o banho, antes coloquei meu celular para carregar, o coitado estava sem bateria desde a noite. Senti a água entrar em contato com minha pele, meu corpo estava dolorido, sorri pensando que não tenho mais idade para tanta traquinagem na cama. Olhei meus seios marcados, algumas já estavam escuras. Flash da noite passada me fizeram sorrir. Larissa me completava de uma forma impressionante, era impossível parar quando ela está tão próxima a mim, me tirando a razão, me fazendo enlouquecer cada vez que me toca.

 

          Demorei mais do que esperava no banho, depois de me secar e me vestir, fui para o quarto. Encontrei Larissa sentada na cama, falando ao celular:

 

- Tudo bem, obrigada por ter ligado para avisar. Estaremos indo para lá daqui a pouco... Estou com ela sim. Obrigada Samantha, até logo.

 

         Era só o que faltava, o que será que essa ruiva biscateira quer essa hora da manhã, ligando para minha noiva. Minha “noiva”, meu Deus, Larissa é mesmo minha noiva agora, minha, só minha, o que significa que não preciso me preocupar com nenhuma cabeça de fogo assanhada.

 

- Está tudo bem?- perguntei secando os cabelos.

 

- Sim, mas aconteceu uma coisa...- fez uma pausa. – Senta aqui. – passou a mão na cama.

 

- Larissa vocês está me assustando, o que aconteceu? Por que Samantha ligou para você?

 

- O Siqueira, ele estava saindo de casa para ir trabalhar, quando ele tirou o carro da garagem veio outro carro e atingiu o dele.

 

- Meu Deus! Como ele está? Onde ele está? – perguntei apreensiva.

 

- Calma meu amor, ele está no hospital, o cara que bateu no carro dele era o Otavio, o segurança nem teve a chance de fazer nada para impedir a batida. A pancada foi em cheio do lado do motorista.

 

- Meu Deus! Nós precisamos ir para o hospital. Onde ele está?

 

- Bella, calma, você precisa se acalmar. – segurou minhas mãos.

 

- Como ficar calma, poderia ser você ou eu. Só me diz conseguiram prender esse canalha, me diz que esse pesadelo acabou, por favor.

 

- Ele teve que receber atendimento, foi encaminhado para o hospital, mas não se preocupe que ele vai pagar por isso. Prometo.

 

- Tudo bem, nós temos que ir para o hospital. Você vem?

 

- Claro, me deixa só tomar um banho. Nós iremos juntas, fica calma. Vai ficar tudo bem. – me beijou e seguiu para o banho.

 

         Peguei meu celular e liguei, haviam várias mensagens, Benjamim, Milena, Maísa, Ingrid. Minha cabeça estava uma loucura, a vida de Siqueira poderia estar em risco e mesmo com todo o cuidado que Larissa teve em relação a nossa segurança de nada adiantou.

 

- Dra, seu amigo está no telefone. – a senhora bateu na porta do quarto.

 

- Obrigada. – agradeci. – Oi Ben.

 

- Isa, onde diabos você estava que não atende esse telefone e muito menos o celular?

 

- Desculpa eu fiquei sem bateria.

 

- Tudo bem, você já está sabendo do Siqueira?

 

-  Sei, estou esperando a Lari tomar banho para irmos para o hospital.

 

- Tudo bem, não poderei ir, tenho que está na construção daqui a pouco, Milena está me esperando lá. Qualquer coisa me avisa.

 

- Pode deixar. Beijo.

 

- Beijo.

 

            Encerrei a ligação, troquei de roupa enquanto esperava Larissa sair do banho, segundo depois ela apareceu, trocou de roupa rapidamente.

 

- Você está bem? – perguntou quando saímos do quarto.

 

- Sim, só preocupada.

 

- Vai ficar tudo bem meu amor. Vamos?

 

- Sim. – segurou minha mão, no corredor encontramos Iris.- Estamos de saída.

 

- Certo. – observou nossas mãos dadas.

 

           Peguei minhas chaves e seguimos para o elevador. Larissa mantinha minha mão presa a sua, fazendo carinho com o polegar. O elevador demorou uma eternidade para chegar na garagem. Quando destravei o carro Larissa disse:

 

- Eu dirijo. – estendeu a mão para que eu entregasse a chave. – Você está muito nervosa Bella, me deixe dirigir.

 

- Tudo bem. – entreguei a chave.

 

            Entramos no carro e seguimos para o hospital, pelo retrovisor dava para ver o carro do segurança a alguns metros do nosso. Larissa dirigia com calma, o transito não estava tão complicado, levamos menos de quarenta minutos para chegarmos ao local. Larissa estacionou o carro e fomos para a recepção, quando ela ia pedir informação Samantha apareceu.

 

- Larissa, Isabella, ele foi levado para a sala de cirurgia. Aparentemente estava com hemorragia interna. Quebrou o braço esquerdo. Só saberão com mais certeza o estado dele depois de conterem a hemorragia.

 

- Nossa, onde está o cara que bateu nele?

 

- Ele não resistiu aos ferimentos, morreu a caminho daqui. Ele estava sem cinto de segurança, com o impacto da batida ele foi arremessado.

 

           Isso era algo que eu não queria, preferia que ele pagasse pelo que fez na cadeia. Me sentei na sala de espera, Larissa sentou-se ao meu lado, segurando minha mão e fazendo carinho com os dedos lentamente. Sobre os olhos atentos da ruiva que nos olhava.

 

- A Suse, alguém avisou o que aconteceu? – perguntei.

 

- Não sei. Vou ligar para casa. Já volto. – beijou minha testa e saiu para fazer a ligação.

 

          Vi Samantha acompanhar os movimentos de Larissa, como podia ser tão atrevida e descarada? Mesmo em um momento como esse ela ainda conseguia ser safada.

 

- Você tem muita sorte Dra. – falou sorrindo.

 

- Eu sei. – constatei.

 

- Muitas mulheres dariam qualquer coisa para ser metade do que você representa para ela.

 

          Era mesmo verdade, dei um pequeno sorriso mexendo na aliança em meu dedo. Ela notou o objeto e perguntou.

 

- Isso é uma...- parecia surpresa.

 

- Sim, é uma aliança.

 

- Vocês estão noivas? – perguntou incrédula.

 

- Sim, ontem à noite. Graças a vocês. – sorri vitoriosa. – A verdade é que sei que você nunca será uma ameaça, nem você nem ninguém. A Larissa me ama, independente de como você olha para ela. Percebi que não é por não confiar nela que sentia, sinto, ciúmes. É por medo de perde-la, eu a amo Samantha. E honestamente não me importo que você seja a futura presidente da empresa, não fique no nosso caminho. Podemos ser amigas, desde que você reconheça seu lugar, que não irá passar de presidente, por que ao lado de Larissa na cama apenas eu irei dormir. – resolvi jogar limpo.

 

- A Suse já está a caminho.- Lari falou sentando-se ao meu lado. – Alguma novidade?

 

- Não, nada ainda. – falei inclinando minha cabeça e fechando os olhos.

 

- Bella, você precisa comer algo, não tomamos café da manhã.- segurou minha mão.

 

- Podem ir, qualquer coisa eu aviso vocês. – a ruiva falou prestativa.

 

- Tudo bem. – concordei.

 

               Seguimos para a cantina, em nenhum momento Larissa soltou minha mão, o tempo inteiro fazia carinho. Fizemos os pedidos, Lari pagou e nos sentamos. Comemos em silêncio, minha cabeça doía um pouco.

 

- Esse não está sendo o dia que imaginei. – falou derrotada.

 

- Muito menos eu. Mas vai melhorar. Vamos voltar?

 

- Claro.

 

           Quando chegamos na sala de espera Samantha conversava com Susane. Percebi que ela estava chorando, não conseguia nem imaginar o tamanho do desespero que ela estava sentindo, ao saber que o homem que ama corre perigo. Logo que avistou Larissa agarrou-se a ela aos prantos.

 

            Permaneceram assim por um tempo, até que a mulher foi se acalmando aos poucos. Peguei um pouco de água estendo o copo para que ela pegasse. Me sorriu agradecendo, vi que ela percebeu a aliança em meu dedo, não comentou nada, mas pude observar em seus olhos que ela estava feliz por nós.

 

- Vai ficar tudo bem Su. – Lari falava passando a mão no ombro da mulher mais velha.

 

- Vai sim minha menina. Vai sim. – concordou.

 

           O tempo parecia não passar, Larissa estava quieta, talvez estar nessa situação lhe trouxesse lembranças do acidente que matou sua família. Segurei sua mão, lhe trazendo à tona. Ela me olhou e deu um sorriso tímido. O silêncio reinava, podia jurar que Susane fazia alguma oração de olhos fechados. Samantha saiu para atender uma ligação, Larissa permanecia imóvel ao meu lado.

 

- E se ele...- tentei falar.

 

- Não, ele vai ficar bem.

 

          Depois de quase uma hora e meia, o médico que fez o atendimento apareceu na sala de espera:

 

- A família de Siqueira Gullar?

 

- Aqui doutor. – Larissa disse.

 

          Nós levantamos esperando que o médico pudesse trazer boas notícias, Larissa segurava minha mão e de Suse, a mulher estava com os olhos cheios de lagrimas, não sabia distinguir pela cara do médico o que esperar. Só pedia a Deus que não fosse algo ruim.

Fim do capítulo