Isabella

 

                  O jantar com meus pais foi muito agradável, os dois pareciam gostar de Larissa e ela não ficava atrás quando se trata deles. Já estávamos no estacionamento do bar onde o pessoal estava quando ela me perguntou o que aconteceria quando ela terminasse a construção do shopping. Honestamente não faço a mínima ideia do que pode ou não acontecer, o que eu sei é que estar ao seu lado é algo que eu quero, por muito tempo.

 

                  Antes que eu pudesse responde-la Milena nos atrapalhou, tivemos que sair do carro, ela segurou minha mão e caminhamos em direção ao bar. Logo que nos juntamos aos outros Milena começou com as implicâncias com Lari. Chegamos à conclusão de que ela provavelmente tomou a garrafa de vinho inteira. Todos estavam bebendo, menos eu’ que precisava dirigir e Lari já que havíamos acabado de chegar.

 

                Ela se ofereceu para ir pegar nossas bebidas, todos optaram pelo whisky, antes de levantar-se segurou minha mão com carinho. Senti meu coração se aquecer, percebi que não conseguiria passar um dia sem ver seu sorriso. Segurei sua mão, fazendo com que ela se sentasse novamente. Eu tinha certeza que seria tudo o que ela quisesse, se ela precisava de um motivo para ficar aqui de vez, eu seria esse motivo. Aproximei minha boca de seu ouvido e sussurrei:

 

- Eu sempre serei o motivo para você ficar. Eu amo você. – ela sorriu, daquele jeito que me desarma inteira, que me deixa ainda mais apaixonada e encantada por ela, aquele sorriso que me faz não desejar nada mais da vida a não ser admira-la.

 

                Fui pega totalmente de surpresa quando ela segurou minha nuca e me beijou, sem se importar onde estávamos. Fiquei sem graça ao reparar que todos haviam parado para prestar atenção em nós duas. Ela mantinha aquele olhar que me desvendava a alma, que me prendia completamente. Ouvi Milena resmungando algo, em seguida Isac saiu em direção ao balcão.

 

                Como tudo que é bom dura pouco Milena comentou:

 

- Lariii, eu sei que já bebi muito, mas aquela ruiva ali linda de matar não é a Samantha? – falou apontando na direção.

 

                   Pior que era a desgraçada mesmo, e realmente estava linda de matar, observei Ester e Bianca babarem por ela. Larissa também estava olhando-a se aproximar, acho que involuntariamente apertei sua mão fazendo-a olhar para mim.

 

- Belo show meninas. – falou erguendo o copo que estava em sua mão.

 

                   Ela mantinha um ar esnobe e superior que me tirava do sério.

 

- Isso não foi nada, show mesmo só entre quatro paredes.- falei calmamente.

 

                  Como eu imagina ela não pareceu se deixar abalar, as meninas não esconderam a reação a patada que eu dei e soltaram um “auti, essa doeu”. A ruiva sorriu e perguntou:

 

- Posso me juntar a vocês? – olhava diretamente para minha namorada.

 

                   Larissa ficou sem reação nenhuma, a mulher completou.

 

- Quis dizer me juntar a vocês na mesa, não na cama.

 

- Claro, sente-se. – já que ninguém respondeu Ester falou.

 

- Obrigada- agradeceu, sentando-se. – Pelo visto vocês não estão mais juntas. – disse apontando para Milena e Larissa.

 

- É..é... em relação a isso eu...eu.

 

- Aqui está a bebida meu amor. – Isac falou colocando uma garrafa de whisky na mesa. – Perdi alguma coisa? – olhou na direção de Samantha. – Oi.

 

- Olá. Pelo visto você está aproveitando outros horizontes Milena. Bom para você.

 

- Nós nunca tivemos nada. Ela só... – Larissa tentou se explicar.

 

- Só não queria deixar que ela caísse na sua lábia, e sei que você será minha chefe e tudo mais, mas antes de ser funcionaria da empresa eu sou a melhor amiga da Lari e ainda continuou não querendo que ela caia na sua lábia, então você poderia fazer a gentileza de nos deixar curtir a noite sem a sua ilustre e intrometida presença. O que acha? – Milena sustentou o olhar para a ruiva, que pela primeira vez ficou sem ação.

 

                Se soubesse que só precisa de uma garrafa de vinho e de Milena para colocar aquela mulher no lugar dela já teria feito isso a mais tempo. O silencio na mesa era constrangedor, até que a ruiva falou:

 

- Entendo. Aproveitem a noite. – falou levantando-se.

 

                Todos olhávamos para Milena, até que caímos na risada.

 

- Nunca vi ninguém defender um amigo assim. – Ester disse gargalhando. – A coitada ficou com a cara no chão.

 

- Não me importo, provavelmente nem lembrarei disso amanhã mesmo. – tomou uma doze de bebida e todos rimos.

 

- Você sabe que vai precisar pedir desculpas a ela, não é? – Isac questionou.

 

- Isabella, você acha que devo me desculpar? – me encarou.

 

              Os outros olharam em minha direção esperando pela minha resposta.

 

- Honestamente? Ela mereceu o tratamento. – olhei para Larissa que falou em meu ouvido.

 

- Você sabe que eu vou ter que me desculpar, certo?

 

- Sei sim, mas podemos aproveitar o momento? – sorri tirando uma mecha de cabelo que cobria seu rosto.

 

- Sim. – me sorriu de volta.

 

             Fizemos questão de não tocar mais no assunto. Já era mais de uma da manhã quando resolvemos ir embora. Bianca e Ester foram para casa de taxi, Isac acabou indo dormir com Milena. Enquanto eu dirigia os dois acabaram cochilando no bando de trás. Larissa por mais que tivesse bebido não mostrava sinais de embriaguez.

 

- Tenho prova amanhã, vou ter que ficar em casa para estudar.

 

- Vou ficar o dia sem te ver?

 

- Sim, podemos almoçar juntas.

 

- Não posso, prometi almoçar com a Maísa.

 

- Que pena. Ia adorar almoçar você, quer dizer com você. – sorriu passando a mão na minha perna.

 

- Entendi muito bem o que você quis dizer.

 

- Que bom que entendeu.

 

                    Chegamos em casa, acordar os dois bêbados não foi uma tarefa fácil. Rimos ao vê-los apoiando-se um no outro caminhando para dentro.

 

- Eles são o par perfeito.

 

- Não mais que a gente, - Lari falou, encostando seu corpo ao meu. – Adoro seu cheiro. – passou o nariz no meu pescoço.

 

- Humm. – senti meu corpo arrepiar.

 

- Adoro como você se entrega para mim.

 

                     Invadiu minha boca em um beijo quente e intenso, suas mãos tocavam minhas costas por baixo da camiseta, me arranhando. Meus dedos bagunçavam seus cabelos loiros. Sentia o desejo me inebriar, meu abdômen doía por conta da necessidade de um toque mais íntimo. De repente escutamos um barulho seguido de gargalhadas. Nos afastamos com o susto e corremos em direção ao som das risadas.

 

                     A cena era realmente cômica, Milena não conseguiu abrir a porta e como a coordenação motora dos dois não era das melhores acabaram caindo por cima do vaso que ficava perto da porta. Eles estavam cobertos de terra e rindo sem parar. Não conseguimos nos controlar, rimos pra valer dos dois deitados cobertos de terra.

 

- Lari, acho que quebramos o vaso. – Milena disse rindo sem parar.

 

                    A luz da sala foi acessa e Suse apareceu para ver o que havia acontecido, quando ela abriu a porta falou:

 

- Tenho até medo de perguntar o que aconteceu aqui.

 

- Suseeeee, - Milena se levantou cambaleando e abraçou a mulher. – Acredita que o vaso caiu em cima da gente, não é meu bem? – perguntou a Isac que permanecia no chão.

 

- Foi exatamente isso que aconteceu. O céu está cheio de estrelas hoje. – ele realmente estava bêbado, o céu estava completamente nublado.

 

- O que esses dois beberam? – Suse perguntou.

 

- Su, é melhor eu não lhe fornecer essa lista.

 

- Tudo bem, vamos entrar.

 

              Susane nos ajudou a leva-los para o quarto. Larissa tentava fazer Milena se manter acordada enquanto subíamos a escada. Suse e eu levávamos Isac.

 

-Isa, você precisaaa, casar com a Lari, eu gostoo muitão dela.

 

- Tudo bem Isac, eu sei que você gosta dela. – falei ficando vermelha.

 

                Enquanto colocamos Isac na cama, Larissa tentava dar um banho em Milena. Suse e eu saímos do quarto, já no corredor ela me disse:

 

- Você sabe que ele tem razão? A Larissa é mesmo para casar.

 

- Eu sei. – sorri passando a mão nos cabelos nervosa.

 

- Posso ver que vocês se amam de verdade, o tempo é precioso. Aproveitam ao máximo o amor de vocês querida. Pense nisso.

 

                 Beijou meu rosto e foi para seu quarto. Senti as mãos de Lari em minha cintura.

 

- Deu trabalho mais consegui, os dois estão completamente apagados. Está tudo bem? – perguntou.

 

- Sim, só cansaço. – na verdade estava pensando no que Suse havia falado.

 

- Claro, só preciso de um banho.

 

                Fomos para o quarto, tomamos banho juntas, logo em seguida capotamos. Abri os olhos e primeira imagem que vi foi Larissa com metade do corpo coberto pelo lençol. Cabelos bagunçados, sorri beijando seu rosto e fui para o banho. Me arrumei para trabalhar, deixei um bilhete no meu travesseiro, sai do quarto. A casa ainda estava em silencio, não queria nem pensar na ressaca que meu irmão e Milena iam ter.

 

- Bom dia Isa, já de pé a essa hora? – Suse perguntou quando entrei na cozinha.

 

- Pois é, preciso ir trabalhar.

 

- Toma café da manhã comigo? Sei que aqueles três não irão acordar tão cedo hoje.

 

- Claro. – sentei-me me servindo de café preto. – Larissa precisa acordar para estudar, as duas tem prova hoje.

 

              A mulher sorriu do que falei:

 

- Eu sei pareço até mãe das duas. – sorri também.

 

- Você era tudo o que minha menina precisa encontrar.

 

- Você está exagerando. – sorri sem graça.

 

- De forma alguma.

 

               Sorriu tomando um gole de seu café. Conversamos amenidades, ela prometeu me ensinar o prato preferido da Larissa.

 

- Bem, preciso ir já estou em cima da hora. Obrigada pelo café da manhã. – disse me levantando.

 

- Imagina, eu que agradeço a companhia. Vem almoçar conosco?

 

- Não, tenho compromisso. Até mais tarde Suse.

 

- Até.

 

               Me despedi da mulher, peguei meu carro e segui para a empresa. Meu celular tocou, coloquei na viva voz sem ver quem era.

 

- Alô.

 

- Isabella, será que você tem notícias do irresponsável do seu irmão?

 

- Tenho..

 

- Aquele muleque sai daqui para ir para faculdade e não vem dormir em casa, nem se quer avisa nada. Eu não tenho mais idade para isso.

 

- Mamãe calma, ele está inteiro, provavelmente acordará com uma baita ressaca, mas está inteiro.

 

- Graças a Deus. Onde você está?

 

- Chegando na empresa.

 

- Tudo bem, bom dia de trabalho, beijo.

 

- Obrigada mãe, beijo.

 

              Sai do carro, encontrei Maísa e Benjamim.

 

- Bom dia.

 

- Bom dia Dra.- responderam.

 

- O que o ilustre casal fez ontem? – perguntei.

 

- Posso definir isso em uma palavra: “ casamento”. – respondeu minha amiga.

 

             Caminhávamos lado a lado, chegamos ao elevador. Benjamim me explicou o que estava acontecendo.

 

- Encontramos o lugar perfeito para o casamento, só que não restam vagas para quando pretendemos casar. – falou quando entramos no elevador.

 

- Mudem a data, é simples. – falei dando de ombros.

 

- Olha Bem, ela diz: “ mudem a data, é simples”. – Maísa falou me imitando.- Isabella querida, só tem vaga nesse lugar para daqui a um mês. Não posso organizar um casamento em tão pouco tempo.

 

- Não teve graça a imitação e eu não falo assim. Nós podemos ajudar, aposto que Milena e Larissa iriam adorar.

 

- Será? – perguntou.

 

- Por favor acalma a fera? – Benjamim pediu nos deixando sozinhas, ele ficou no setor abaixo do nosso.

 

               Acenei para ele que agradeceu, beijou Maísa e saiu.

 

- Mas falo sério, as meninas não iriam se importar em ajudar, se quiser posso perguntar.

 

- Ai Isa, obrigada, não sei o que seria de mim sem você. – me abraçou.

 

- O almoço ainda está de pé? – perguntei já chegando a minha sala.

 

- Claro.

 

- Até mais tarde então.

 

              Entrei em minha sala com a secretária atrás de mim.

 

-Dra Ingrid pediu que assim que a senhora chegasse fosse até a sala dela. Sua mãe ligou e não deixou recado. E uma tal de Alana também ligou. – suspirei ao ouvir a última parte, o que diabos ela poderia querer comigo tão cedo.

 

- Obrigada. Daqui a pouco vou falar com Ingrid. – a mulher se retirou.

 

             Guardei minhas coisas e fui saber o que Ingrid queria comigo. Quando o elevador abriu dei de cara com Samantha, ela estava de óculos escuros, e um copo de café, parecia em uma ressaca pior que a de Milena e Isac quando acordassem.

 

- Bom dia Samantha, pelo visto aproveitou a noite. – sorri entrando.

 

- Bom dia Isabella, aproveitei sim. Com duas mulheres lindas por sinal. – falou sorrindo de forma safada.

 

- Pelas marcas em seu pescoço pensei que eram mais. – o elevador parou e eu sai, reparei que ela seguiu para o banheiro, provavelmente esconder manchas de se pescoço que não existiam.

 

               Ri pra valer da minha brincadeirinha, a secretária de Ingrid me mandou entrar, disse que ela já me esperava.

 

- Bom dia Ingrid.

 

- Bom dia Isabella, preciso que você redija o contrato de Samantha, Siqueira está resolvendo a minha saída da empresa. Por falar dela queria muito saber onde ela se meteu que ainda não apareceu aqui. – falou olhando o relógio.

 

- Não faço ideia. – disse dissimulada. –Quanto ao contrato eu cuidarei disso, não se preocupe.

 

- Por falar em gente sumida, onde está sua namorada e Milena?

 

- Em casa, as duas tem uma prova hoje. Acabamos saindo ontem à noite e eles resolveram ficar em casa hoje.

 

- Crianças. – falou sorrindo.

 

- Desculpa o atraso, o transito estava um inferno hoje- Samantha entrou de forma afobada na sala.

 

- Transito, certo. – Ingrid disse observando a cara de recém acordada da ruiva. – Bom pode acompanhar Isabella que ela irá redigir seu contrato, para ser assinado hoje.

 

- Não preciso que ela me acompanhe, assim que eu terminar venho para que ela assine. – falei rapidamente, tudo o que eu menos queria na vida era ficar presa em uma sala sozinha com essa viúva ruiva. Sorri internamente do apelido.

 

                  Ingrid olhou para ela, depois para mim e por fim finalizou:

 

- Como queira.

 

- Bom vou indo.

 

- Obrigada Isabella. 

 

                    Acenei para ela e me retirei da sala. Como planejado eu fiz o bendito contrato, mandei para que ela assinasse e levaria para que Larissa assinasse também. Não retornei à ligação de Alana, mandei um e-mail com as mudanças e a cópia do contrato anexado. Era quase meio dia quando Larissa me ligou.

 

- Bom dia meu amor. Eu recebi seu recado. – falou com a voz rouca

 

- Bom dia linda, na verdade quase boa tarde já, fico feliz que tenha recebido. O que acha? – falei sorrindo.

 

- Verdade, acabei dormindo demais, ainda tenho que estudar. Depois da prova vou direto para sua casa. Como estão as coisas por aí?

 

- Tudo bem, redigi o contrato de Samantha hoje. Acrescentei algumas cláusulas que achei necessárias.

 

- É mesmo? E quais seriam?

 

- Ficar longe de você, não lhe cantar na frente dos outros nem quando estiverem sozinhas, coisas simples. – ouvi ela sorrir.

 

- Certo Dra, aposto que Milena irá ficar feliz em fazer essas cláusulas serem obedecidas.

 

- Com certeza. Bom mais agora deixando de brincadeira, a Maísa precisa da nossa ajuda. Eles encontraram o lugar perfeito para realizar o casamento.

 

- Que bom, e onde entra nossa ajuda nisso tudo? – falou bocejando.

 

- Precisa ser daqui a um mês. Ela não consegue fazer tudo sozinha, então entraremos em ação, se você e Milena toparem claro. – falei apreensiva.

 

- Pode contar com a gente. - sabia que ela iria aceitar.

 

- Ótimo, então já aviso a ela daqui a pouco.

 

- Tudo bem meu amor, vou deixar você trabalhar, tenho que ir comer algo e ver se Mile já acordou, precisamos estudar.

 

- OK, bom estudo linda. Amo você.

 

- Até mais tarde. Bella.. Te amo.

 

             Encerrei a ligação e fiquei sorrindo com o celular na mão.

 

- Cara de apaixonada amiga. Que lindo.

 

- Pois é, então vamos almoçar?

 

- Claro.

 

          Seguimos para o shopping, durante o almoço Maísa perguntou:

 

- Então vai me dizer por que viemos almoçar aqui?

 

- Quero fazer uma surpresa para a Larissa.

 

- Sou todo ouvidos.

 

            Expliquei a ela a história das fotos, ela adorou a ideia. Fomos a loja para revelar as fotos escolhi as fotos, aproveitei para revelar algumas para mim também. Depois de andarmos por quase todo o shopping passamos em frente a uma loja que me chamou atenção.

 

            Entramos e depois de quase trinta minutos a moça da loja embrulhava o que eu havia comprado. Foi difícil me decidir qual escolher, estava apreensiva.

 

- Você acha que ela vai gostar? – perguntei para Maísa.

 

- Ela vai amar, agora se acalma mulher. – falou pegando o embrulho e saindo.

 

             Sentia um friozinho no estomago, por mais que eu soubesse que ela iria gostar estava ansiosa para saber sua reação. Fomos para a empresa, Maísa seguiu para sua sala, depois que eu guardei minhas compras, fui para uma reunião com Siqueira. Sai da empresa já eram quase seis e meia, durante a tarde inteira não tive tempo de ligar para Larissa, e nem ela de me ligar, provavelmente estava estudando.

 

             Fui direto para sua casa, peguei as meninas e passei no restaurante para encomendar nosso jantar. Já em casa tomei um banho demorado e fiquei esperando Larissa aparecer.

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo