-- Fernanda! Levante já dessa cama. Você disse que irá tirar um cochilo de poucos minutos mais já são sete horas da noite. Vai se aprontar esqueceu que hoje é véspera de Natal?

-- não pai eu não me esqueci. Mais pra mim pouco me importa eu não gosto de Natal, desde que minha mãe morreu naquele acidente. já faz cinco anos mais para mim parece que foi ontem.

-- ela morreu por que estava na hora dela fazer o que. quem sabe Deus ouviu as minhas preces, sua mãe fez muito mal a mim tão vês isso foi a causa dela ter  morrido ela teve o seu castigo.

-- não fala assim da minha mãe! Você só pode estar de brincadeira com a minha cara! a minha mãe era uma excelente pessoa, você que sempre foi um traste, em quase todas as noites você chegava bêbado aqui em casa batia em nos duas. eu pergunto a Deus por que não foi você no lugar dela.- alterei o tom de voz, fui até  ele e o encarei.

-- quer saber de uma coisa eu não vou ficar aqui discutindo com você.  Hoje é um dia  especial eu vou trazer uma pessoa aqui em casa. e eu quero você pronta as oito.

-- eu estou pouco me lixando para essas suas namoradas eu quero e que todas vão pro inferno.

-- não da pra conversar com você Fernanda. Você  sempre é assim tão arrogante.-- ri ironicamente. Sai do quarto e fui para o banheiro.

Eu odeio meu pai. Eu sei que isso não soa bem mais e a verdade. Ele sempre fez mal a mim e a minha mãe. Desde criança eu nunca tive a sensação de ter um pai de verdade. Para mim o meu pai era como se fosse uma pessoa desconhecida que toda noite se sentava bêbado mesa do jantar ele sempre foi ausente na minha vida. A minha mãe sim ela foi uma ótima mãe ela me dava bons conselhos em algo que eu estava indecisa sempre esteve presente, me apoiou quando eu  assumi minha homossexualidade ao contrário do meu pai que nunca me aceitou.

Tomei banho e me vesti.

-- Fernanda eu quero você na sala agora!-meu pai adentrou o quarto invadido a minha privacidade que eu já não tinha a anos.

-- hei.. Não sabe bater na porta não? E se eu estivesse pelada aqui dentro.

-- eu já vi você pelada inúmeras vezes quando você era criança.

-- tá.. tá eu não quero saber. Vai lá pra sala que eu já vou.

-- tudo bem. não demora me ouviu?

-- claro que eu te ouvi eu não sou surda!

-- Fernanda.. Fernanda sempre tão arrogante.

-- e você  sempre tão chato e inconveniente.- Para minha surpresa ele saiu do quarto sem dizer mais nem uma palavra.

Fui pra sala sem animo algum. Eu odiava quando meu pai trazia alguém para mim conhecer. Era um puxa-saquismo que meu Deus. Algumas traziam presentes outras me bajulavam querendo ganhar o coração da filha do namorado. mais até hoje eu não consegui entender por que, que elas ficam com o meu pai, um homem tão grosso e ignorante , que eu me lembre o meu pai já trouxe aqui em casa umas oito namoradas, sei lá já até perdi as contas.

Assim que cheguei me deparei com uma mulher de costas. ela estava sozinha estranhei  meu pai não estar com ela a fazendo companhia. Me aproximei e inalei um ótimo cheiro que vinha da sua pele.

-- oi.- ela se virou e sorriu com os dentes brancos feito a neve.

-- oi..você é a filha do César?

-- sim. E você é..

-- sou a namora..- meu pai entrou na sala interrompendo a nossa conversa – ah.. pelo jeito vocês já se conheceram.- meu pai se aproximou da mulher e a deu um selinho.

-- sim. sua filha é muito simpática.

-- puxou ao pai.- revirei os olhos.

-- dessa vez você caprichou em pai, sua namorada é linda- a olhei  de cima a baixo e a de um pequeno sorriso.- ela ficou vermelha achei graça da situação.

-- quem manda eu ser gostoso.

-- faça-me rir- ri ironicamente e me sentei no sofá. Liguei a televisão. tentei assistir algo nos canais abertos mais meu Deus só tem porcaria. Ainda bem que existe TV a cabo. Acabei me interessando por um filme que estava passando. Meu pai foi pra cozinha  e a mulher se sentou do meu lado. Ela estava com um vestido preto coladinho mais muito comportado as pernas estavam a mostra e eu acabei prestando mais atenção nela do que no filme.

-- nossa! Esse filme é de terror?- ela estava amedrontada.

-- é sim. Nossa você esta com tanto medo assim? Está até pálida.

-- eu tenho muito medo desses filmes quando eu vejo um eu fico noites sem dormir.

-- tudo bem já vou tirar. - peguei o controle e mudei de canal as pressas. - ela respirou aliviada e eu ri sem parar.

-- do que você está rindo?

-- de você. Eu nunca vi uma pessoa ter tanto medo de filme de terror assim igual a você.

-- para sua boba- ela me deu um tapa de leve no braço e entrou na gargalhada.

-- você tinha que ver a sua cara seus olhos estavam  esbugalhados.- voltei a rir.

-- eu sempre tive medo dessas coisas. Quando eu era criança meu pai estava assistindo um filme de terror e eu acabei assistindo eu fiquei dois dias sem dormir.

-- nossa! Sorte sua que agora não passou nenhuma cena de terror.

-- verdade né ainda bem. Que filme é esse que está passando agora?

-- fica tranquila que não é filme de terror. -eu ri. -- o filme se chama minha é uma peça já viu?

-- não eu nunca vi. Eu estava doida pra ver esse filme. E do Paulo alguma coisa né?

-- sim Paulo Gustavo. Sorte que está no comecinho.

-- ainda bem. - ficamos assistindo o filme e assim que o filme terminou ela foi pra Cozinha ajudar o meu pai a terminar a ceia e eu fui para o meu quarto.

Quase meia noite meu pai me chamou pra ceia. Ajudei a por a mesa. Esperamos dar meia noite para desejávamos  feliz Natal uns aos outros. A meia noite meu pai me abraçou e me desejou feliz Natal e em seguida ela também me abraçou e me desejou feliz Natal, não sei por que mais eu me arrepiei com o seu toque.

Em todos os Natais eu e o meu pai tentávamos ser uma família normal até trocávamos presentes.

Eu o presenteie com um perfume e uma gravata e ele me deu um novo console de Xbox, eu amo vídeo games. E para a namorada dele que até agora eu não sabia  nome ele a comprou um vestido e um sapato.

Nos sentamos na mesa para comer. eles conversavam e eu não disse nenhuma palavra. A hora da ceia era quando eu mais me lembrava da minha mãe no Natal, era ela que fazia a ceia e eu sempre adorava. Deixei uma lágrima cair e a namorada do meu pai percebeu, ela olhou para mim por alguns segundos mais não disse nada.

Assim que terminamos de comer Meu pai ligou o som na maior altura e puxou a namorada dele pra dançar. Ele já estava bêbado como sempre. Ela tentava sair da dança mais ele não deixava. Eu até pensei em ajuda- lá mais achei melhor ela ver quem meu pai realmente Era.

Fui para cozinhas peguei algumas garrafas de  cerveja e fui para o quintal, sentei em uma escada que dava acesso a lavanderia.

Abri a cerveja e fiquei admirando as estrelas que estavam absolutamente lindas.

-- oi.- ela estava um pouco tímida.

-- oi.. Senta aqui. - ela logo se sentou e ficou admirada com as estrelas.

-- hoje a noite está linda você não acha?

-- acho. Você aceita uma cerveja?

-- aceito sim. - abri a cerveja e a entreguei.

-- obrigada- apenas sorri.

-- qual é o seu nome até agora eu não qual é.

-- eu me chamo Luciana, e o seu? Eu também não sei qual é.

-- eu me chamo Fernanda.

-- muito prazer Fernanda. - ela esticou o braço para um comprimento de brincadeira.

-- gostei de você Luciana. - dei um gole na cerveja.

-- gostou?

-- gostei. Você não é chata como as outras que vem aqui.

-- ah.. Obrigada.- ela sorriu  meia sem jeito.-- você tem quantos anos Fernanda? Você tem cara de vinte.

-- tenho 23 e você?

-- 32.

-- você parece ser bem mais nova.

-- obrigada. -- o seu pai sempre bebe daquela maneira?

-- sim sempre ele bebe até cair. Falando nisso cadê ele?

-- Ele foi dormir.

-- ah.. Sempre é assim ele enche a cara me enche o saco e vai dormir.

-- nossa isso sempre acontece?

-- sim sempre. Mais com o tempo você se acostuma.

-- você também gosta de beber Fernanda?

-- não ainda bem que isso do meu pai eu não puxei, eu só bebo de vez em quando socialmente.

-- hum.. Eu também não gosto muito de beber. Eu posso te fazer uma pergunta?

-- claro pode sim.

-- por que você estava chorando na mesa do jantar? a comida está muito ruim?-  Ela riu eu também.

-- é que a minha mãe morreu e no Natal eu lembro muito dela ela que preparava a ceia e tudo mais.

-- nossa o seu pai não me disse isso.

-- ele não gostava dela, não sei por que mais não gostava.

-- como isso tudo aconteceu?  Como ela faleceu?

-- minha mãe era empresária e ela sempre viajava de um estado para o outro e em uma dessas viagens o avião acabou caindo.

--  tinha muita gente no avião?

-- algumas pessoas da empresa em que ela trabalhava.

-- você tem irmãos? Nessas horas é bom ter alguém para dividir a dor.

-- não eu sou filha única.

-- que pena.  Já está um pouco tarde você pode me mostrar onde é o quarto do seu pai.

-- claro posso sim. Vamos,eu te mostro o caminho.

-- tá bem.

Entramos  e eu a mostrei onde era o quarto. Ficamos paradas na porta  olhando uma a outra. Pude ver claramente os seus olhos e eles eram lindos.

-- Boa noite Fernanda.

-- Boa noite.

Ela entrou no quarto e eu também fui dormir.

Fim do capítulo