Bom dia, Meninas!
Demorou um pouco mais do que o previsto. Me perdoem por isso. Mas, segue outro capítulo caprichado para vocês. Vamos conhecer um pouco mais da nossa Vilã e o primeiro contato com suas "vítimas".
Boa Leitura
E uma ótima quinta-feira para vocês.
Abraços!
Você só é especial, porque eu quero que você seja...
Hold still right before we crash
'Cause we both know how this ends
A clock ticks 'till it breaks your glass
And I drown in you again
'Cause you are the piece of me
I wish I didn't need
Chasing relentlessly
Still fight and I don't know why
If our love is tragedy, why are you my remedy?
If our love's insanity, why are you my clarity?
( Clarity – Zedd Feat Foxes).
Margarida chegara em Presilhas um mês depois do assassinato de Folgaça e seus capangas. O caso ainda repercutia nacionalmente e era tratado como segredo de polícia , mas sem provas e nem possíveis mandantes o único caminho para aquele embrólio seria o esquecimento e a inserção no rol de estastisticas de crimes brutais da secretária de justiça do estado. Sérgio, ainda debilitado optou por ficar na capital e continuar o seu tratamento, o que foi bem visto aos olhos de Ida, que detestava a alcunha de salvaguardar de outro ser humano. “Não me ligue, eu ligo para você”. Informou, antes de partir em um fiat sedan prata alugado por intermédio de sombra.
A pequena pousada “Solstício de Verão”, era o destino mais procurado pelos turistas nas férias escolares. O dado destacado em letras garafais durante a reserva on line dos quartos, foi essencial para a escolha de Ida. A socialite precisava passar desapercebida das “corujas”, como costumava tratar os moradores mais antigos da cidade . “30 anos não parece uma contagem expressiva, para quem ficou preso entre a mediocridade do encontro da areia com o mar”. Observou cautelosa, com sua cigareira em mãos na minúscula sacada do quarto com vista para a feirinha de Bijuteria da Madú no incio do calçadão da avenida Silas Jarbas .
Margarida Amaral Burckle nasceu em uma casinha modesta no centro da cidade em 1962. Seus pais, Tadeu Burckle e Magda Amaral eram o típico esteriótipo do homem e da mulher interiorana daquela epóca: simplórios, rígidos e extramamente religiosos. Enquanto, a jovem margarida almejava uma vida de Elizabeth Taylor, bem diferente , das pretensões tacanhas de corte e costurar, filhos e um pedaço de terra para chamar de seu proferidas por seus “pais” durante toda a sua infância e começo da adolêscencia.
Aos 16 anos Margarida era uma menina/mulher provocante e desinibida, colecionava “namorados”. Entre eles, o juiz da cidade Tomás Benício Accioly. Casado e pai de três filhos, Accioly enloquecera por Ida, a ponto de abrir uma conta em banco e bancar cada capricho extravagante da adolescente. Entediada, na véspera dos seus 18 anos Ida deu um fim ao caso com Alccioly alegando “não poder continuar correndo o risco de ser vista na companhia de um homem senil e patetíco, que precisar dormir com uma mulher bem mais nova para mostrar aos outros que ainda tinha virilidade entre as pernas”. Rejeitado, Benício cometeu suícidio na manhã de natal, com um tiro na boca em seu gabinete. A viúva e os filhos nunca mais retornariam a Presilhas.
Foi na quemerse da Igreja de Santo Antônio, que margarida conheceu os amigos Alfredo e Joaquim. Alfredo, era neto de espanhóis com portugueses e a família tinha renome no mercado de pescado no estado . O jovem sonhava em dinamizar os negócios e contava com a ajuda do melhor amigo Joaquim, para levar o planejamento adiante. Margarida se encantou por Joaquim. O rapaz loiro e forte, possuia uma personalidade magnética. Suas amigas e colegas suspiravam pelo jovem estudante de contabilidade nas rodinhas de praça e nas conversas informais da Sorveteria Juarez, point da garotada nos finais de semana.
O único defeito imperdoável aos olhos da loira era Joaquim ser um “zé ninguém”. Trabalhava meio período, para bancar os estudos e um único bem que possuia em seu nome, uma lambreta com a pintura desgatada, nem James Dean toparia pilotar. Pensou com desgoto. Alfredo era um investimento acertado. O rapaz tímido e introvertido, foi um presa deveras fácil. “Virgem aos pés da Santa”, o apelido dito em tom de galhofa por Ida a suas “amigas” da “Casa da Déia”, ao relatar como o jovem sangrou pelo nariz na primeira trans* dos dois.
A “casa da Déia” era o bordel de luxo da cidade. Déia Caldas, viúva do coronel Jacinto Santa Fé , que morrerá há 10 anos, de insuficiência cardiaca e que deixou a mulher atolada em divídas. Astuta, Déia transformou o casarão em um antro de prostituição e jogatina, e em 2 anos transformou-se em uma das mulheres mais ricas de Presilhas. Um exemplo a ser invejado e seguido por Margarida.
Alfredo pediu a mão de Margarida, depois de 1 ano e meio de namoro. Para a satisfação dos seus pais, que finalmente poderiam descansar ao saber que a filha encontrara um “bom partido”. O casamento reuniu toda a alta sociedade de Presilhas. Ida teve sua “despedida de solteira” na sacristia da igreja matriz , antes da cerimônia com o coroinha Luciano valadares. Na recepção, organizada com toda pompa pela família do noivo, no grêmio recreativo Ignácio Nonato, Ida conheceu Valquíria Lopes , noiva de Joaquim. A moça ruiva de feições clássicas , reunia em si todas as caracteristicas que a loira achava detestáveis em uma mulher, uma soma grotesca de “inhas” : lindinha e boazinha.
Sua presença ali era uma afronta a sua femilidade, ao seu poder de sedução e principalmente uma prova cabal que joaquim não seria dela, como um prêmio de consolo de um casamento por interesse. Ultrajada, Margarida conseguiu ficar a sós com Joaquim, no galpão para bebidas, após seguir o rapaz, que fora pegar mais uma garrafa de champanhe para a mesa dos Cassilhas.
---- O que faz com ela? . Sem delongas, interpelou o loiro com uma pergunta direta.
----- O que faz aqui galega? E, do que estas falando? . Acunhado, Jô se via preso sob olhar ferino da loira, que costumava lhe jogar insinuações, criar oportunidades onde os dois pudessem ficar sozinhos. Houve noites, em que o pobre rapaz podia jurar que Ida o espreitava em seus sonhos. Tentara avisar Fred, lhe aconselhar sobre aquele casamento repetino , mas o amigo apaixonado, só lhe garantia esperançoso “ Ida é um espírito livre, mas logo se acalmara quando nascerem os nossos filhos.
---- Não se faça de sonso. Eu não tenho paciência para joguetes. Eu lhe perguntei o que faz com ela, quando pode ter a mim. Empáfia, uma expressão que caia muito bem com Ida e seu cinismo.
---- Eu não lhe devo satisfações sobre os meus atos e nem sobre minha vida margarida. Recomponha-se o seu lugar é com teu marido. Joaquim nunca lenvatava o tom de voz com mulheres, fora ensinado a escuta-las, a se compadecer de suas dores e antes de tudo dar a sua própria vida pela mulher amada. Mas, aquela loira a sua frente, tão bela e estonteante como um amanhecer de primavera, também podia ser um dêmonio travestido de anjo. Pisando duro, desviou-se de Ida a caminho da porta, sendo novamente impedido pela mulher mais nova, que escondeu a chaves em seu decote.
---- Escute bem o que vou lhe dizer. Não costumo repetir uma profecia. Brinque o quanto quiser de casinha, com a sua frígida “Katherine Hepburn”. Cuspiu a última frase com désdem. Casa-se com ela, tenha filhos. Mas um dia, quando essa vida de comercial de margarina , de contas para pagar no fim do mês e de mesmice freudiana te sufocar. Eu estarei aqui, tão ou mais dispostar a te dar prazer, a ser sua de todas maneiras que um homem pode possuir uma mulher e lhe mostrar com carinho e atenção o que existe além das escolhas corretas.
----- Você é louca. Eu nunca serei seu, pessoas não pertencem a outras. Enojado, Jô empurou Ida para o lado, mas antes de supresa a mulher lhe depositou um beijo casto nos lábios. “Fuja meu caro, corra de mim, como quem negar um cancêr terminal eu sei onde tudo isso vai terminar. E eu nunca perco. Cedo ou tarde, todos cedem. Você só é especial, porque eu quero que você seja”. Saiu em rompante digno de uma sinfonia de morzart, deixando jô embascado e com muito medo.
Olívia acabou sujando toda roupa com graxa ao tentar reavivar a bateria do carro. Certamente o veículo foi acometido por uma falha no sistema elétrico. Desconfiava, intuitiva. Gentil, a loirinha ofereceu pagar o conserto do veículo e convidou a “senhora” para almoçar com elas, convite endosado por Emilly. A empresária admirava o modo como Liv via o mundo. Jamais negava ajudar, quem quer que fosse, mesmo um desconhecido(a) . Essa fé cega na humanidade era uma das características mais apaixonantes de sua menina.
Margarida aceitou o convite, convencida que quanto mais próximo estivesse das duas melhor. Perpicaz, a golpista percebera como a filha agia “como um cachorrinho abanando seu rabo para o seu dono ” , na presença da namorada. Entrar na cabeça da bastardinha seria fácil se soubesse neutralizar Olívia. O almoço foi de uma peiguice caustrófobica para Ida.
As duas garotas trocavam gentilezas, carinhos e beijos a toda hora. Não que tivesse qualquer preconceito a relacionamentos homoafetivos, ela mesmo experimentara a sensação de ter um corpo macio e similar ao seu sobre si. “Mulheres eram deliciosas”. Respondia para quem lhe pergunta-se. O que lhe fazia ter ânsia de vômito era o jeito rasgado de cultuar a figura do ser amado, essa necessidade infame de “ o que é meu é seu” .
Tirando provavelmente o ataque fuminante de diabetes que teria após aquela tarde Ida considerou positiva a interação com as meninas. Sabia ser agradável, divertida e uma boa ouvinte quando lhe convém. As jovens bem á vontade, falavam sobre elas , sobre suas profissões, sobre a cidade e seus pontos turisticos para récem chegada “Solange”.
O almoço de boas-vindas, apelido conferido por Liv, estendeu-se até ás 15:00 horas , daquele sábado. Ciente, que precisava traçar os seus próximos passos, Ida se despediu das jovens, alegando retornar ao hotel para “soneca de fim de tarde”. “Velhos, tem hábitos infantis, meus amores”. Respondeu com falsa docura, ao negar o pedido de Emilly para continuarem ali, por ainda ser cedo, para despedidas.
Antes de ir , Margarida fizera questão de abraçar Olívia. O cheiro de Liv, era tão similar ao pai que lhe dava vertigem. “ O quão irônico era saber que seu fruto amava um pedaço de joaquim”. Sua profecia tinha criado ramificações. Sorriu nostalgica. Na rua, após conferir que as duas garotas permaneciam no restaurante italiano, fez duas ligações.
--- Jorge, quero vê-lo, ás 19:00 horas no motel Vison. Desligou antes mesmo de saber a resposta do rapaz.
---- Angélica. Caprichou no tom de voz rouco, sensual. Voltou pro ceará? Ótimo, tenho um trabalho para você. E minha cara, quando lhe enviar o dossiê, você vai literalmente babar pelo seu novo alvo. Beijos.
“Aliados” . Nenhum plano encontrar sobrevida sem estepes, sem ajudantes involuntários ou voluntários, que servem de chamariz, de uma passagem secreta e indistinta para objetivos escusos e grandes recompensas. Um visionário se cerca de “aliados”para não perecer na adversidade e satisfazer o seu ego pelo clamor viciante de ter uma pláteia.
Continua..
Fim do capítulo
Elizabeth Taylor e Katherine Hepburn são musas de uma outra geração. Mas, para mim são divas imortais. Vi vários filmes delas na adolêscencia.
Pra quem não conhece a música tema , segue o link. A letra é de uma sacada genial.
https://www.youtube.com/watch?v=xcfaliYF7a4
Ah, tem uma pegadinha no capitúlo.. Descubram..
Espero que tenham gostado.
Comentem, quero saber a opinião de vocês.
Beijão, gente.
Comentar este capítulo:
FlexoesLesbicas
Em: 25/12/2016
Viajar, não vi a pegadinha não hahaha mas bem, quem será jorge? Só espero que essa ida suma logo hahaha
Luh kelly
Em: 21/01/2016
Olááá novamente minha talentosa amiga, como estas?
Julie até tenta mas agora viu que não tem mais chances mesmo com Olivia. Luiza é uma pretendente muiti persuasiva e com certeza aos poucos vai conquistando essa ruiva bravinha.kkk. Olivia me surpreendeu com sua disposição e carisma com a pequena Rafaela que precisava naquele momento de alegria e animação. Ela foi perfeita e desde agora também é minha personagem favorita no mundo.kkkk. E a víbora em pele de mulher simpática volta a atacar se fazendo de boazinha mas já tramando seu plano maligno contra sua própria filha. já contratando uma mulher para separar as duas. Ahhh que ódio dessa mulher.
Ps: A propósito Amei a junção dos nomes OLIE.
Ps: Esta cada vez melhor a história PARABÉNS.
Ps: Fico feliz que o número de leitoras aumentou, elas enfim resolveram sair da moita.kkk Se deram conta da maravilhosa história que estavam perdendo.
Beijãooo Gabi e até :)
Resposta do autor em 21/01/2016:
Oie, Luh ;D
Eu estou ótima e você?
Bota persuasiva nisso. Luiza é guerreira.. uma tipica brasileira.. hahaha
Sou meio suspeita para falar dos meus personagens, mas eu compartilho do que sentes pela olivia. hahaha Alias meu caso de amor eterno agora é Liv e Tess.
Siim , você já captou uma parte do plano ela vai contratar uma "mulher"... Inclusive é alguem que já citei na história, porque gosto de amarrar cada reviravolta. hahaha
Você gostou?! Sabe de onde tirei a referência?! hahah do filme Wall. E ... a pronuncia aportuguesada lembra o "olie" da junção. Eu acho a história muito fofa *_*
Obrigado meu bem, felicidade compartilhada então , amo conhecer minhas leitoras. Me sinto extremamente realizada.
Beijão flor e até ^^
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