Capítulo 4
- É... me... me desculpa – Nanda falou completamente sem jeito, se levantou e estendeu a mão para ajudar Luiza, essa parecia que tinha perdido a fala, só sabia observar intensamente Nanda. – Já vi que não fala muito né – Disse tentando mostrar naturalidade.
- Desculpa – Conseguiu falar – Eu tava distraída, você se machucou? – Perguntou ainda meio confusa com o acontecido.
- Eu é que pergunto – Sorriu de leve.
- Tudo bem, você sabe me dizer se a chef já foi embora – Luiza perguntou inocente.
- Pode falar – Sorriu – Eu deixo o recado.
- Só queria agradecer – Disse desconfiada. - Pode agradecer – Sorriu mais ainda, era um sorriso largo, estendeu a mão – Prazer Maria Fernanda, a chef que contratou. – Luiza ficou completamente sem jeito.
- Prazer Fernanda... quer dizer... Maria Fernanda – Luiza tinha sido pega de surpresa – Quero te agradecer muito, tudo foi lindo, a comida estava ótimo – Sorriu – Adoramos tudo.
- Adoramos? – Nanda não conseguiu se conter, tinha necessidade de saber mais sobre aquela mulher a sua frente e nem sabia o porque de tanta curiosidade.
- Bem... quer dizer... – Luiza não sabia o motivo, mas não queria dizer que era casada por fim teve que ceder – Eu sou casada, acho que você sabe que a festa foi pra minha filha.
- Eu vi sim, sua filha é linda – Sorriu – Vocês tiveram ela muito tempo? – Continuou com as perguntar.
- É melhor eu ir – Cortou Nanda – Obrigada mais uma vez Maria – Quando Luiza falou ‘’Maria’’, Nanda se sentiu tão bem, a muito tempo não era chamada assim. – Tchau – Falou saindo e deixando uma Maria Fernanda sem palavras. Aquele encontro jamais sairia da cabeça das duas mulheres.
Depois de alguns minutos Nanda saiu dos seus devaneios, terminou de arrumar as coisas e foi embora.
***
Luiza estava dando uma volta pela cidade, passou pela praia, não queria de jeito nenhum voltar pra casa, mas teria que voltar em algum momento.
- Onde você está – O celular tocou e Lu atendeu, Patrícia falava totalmente embriagada.
- Patrícia vai dormir, pela sua voz já vi que a festa foi boa – Disse debochada.
- Vem pra casa Lu – Disse, Pati estava jogada no sofá, tinha terminado a garrafa de rum e pegou uma cachaça que encontrou em casa.
- Tchau Patrícia – Luiza falou e desligou sem deixar a outra falar mais nada. – O que eu faço com você Pati... – Pensou em voz alta, olhava pro telefone. Depois de algum tempo, guardou o celular e ficou admirando a lua que iluminava a água do mar.
Do outro lado Patrícia jogou o telefone contra a parede e caiu no sono, nem quis ir para o quarto.
- Mãe, posso dormir na casa dos meus amigos? – Luiza atendeu uma nova ligação, Julia estava saindo da festa e não queria voltar pra casa, parecia que tava adivinhando.
- Pode sim, mas amanhã bem cedo em casa mocinha – Falou e agradeceu aos céus por ela ir dormir na casa da amiga. Depois de mais algumas recomendações, encerraram a ligação.
Luiza ficou mais um bom tempo vendo o espetáculo da natureza, o céu cheio de estrelas, a lua o mar, a brisa que entrava em seus cabelos. Luiza não percebeu, mas ao seu lado estava Paolla que emanava luz, pensamentos bons. Lu de repente sentiu um perfume bom e lembrou da esposa.
- Como sinto tua falta – Disse baixinho.
- Tudo vai ficar bem, você irá ser muito feliz – Paola falava e continuava com energias boas em direção a Luiza. Em dado momento Luiza lembrou de Maria Fernanda e um sorriso surgiu em seu rosto, lembrou que não tinha pago os serviços da chef. Iria resolver no dia seguinte. Tomou coragem, levantou e voltou pra casa.
***
- Tá aonde darling? – Nanda estava sentada no sofá comendo algo, estava cansada devido a festa, atendeu a chamada do Bernardo.
- Plantando bananeira – Gargalhou – Estou em casa Be, porque?
- Vamos sair? Já estou prontinho da silva – Disse animado.
- Você não se cansou da festa que fizemos a horas atrás Be? Que fogo todo é esse? – Nanda falava, não iria sair daquele sofá nem pagando.
- Vamos, vamos, se você não for, vou ai e te sequestro.
- Ui morrendo de medo – Disse debochada – Vai dormir Bernardo – Encerrou a ligação.
Como Bernardo morava perto, nem demorou muito, Maria Fernanda escutou batidas na porta.
- Ah não, vai dormir criatura – Quando viu o Be não acreditou, ia fechando a porta quando o outro entrou.
- Pode ir se arrumando sua preguiçosa – Disse sacudindo a amiga.
- Preguiçosa nada, trabalhei bastante hoje sabia, a festa foi grande – Disse cansada.
- Se você não se arrumar em meia hora, vou ligar pras meninas virem aqui – Disse desafiador, sabia que Nanda não gostava das amigas marombadas do Be. Ele sempre as empurrava pra ela.
- Tá bom, você venceu – Disse indo em direção ao banheiro, não queria nenhuma mulher maluca na sua casa, teve que ceder ao amigo.
***
Luiza chegou em casa e sua cara não foi a das melhores quando viu Patrícia esparramada no sofá, deu graças por Julia não estar em casa pra ver a cena. Lu passou direto, subiu para o quarto, tomou banho, respirou fundo e desceu. Se aproximou da Pati, estava com raiva de passar por aquela situação desnecessária.
- Pati – Chamou – Pati acorda, vem, vamos subir – Falava batendo de leve em seu braço. Patrícia estava imóvel, apagou completamente. – Eu mereço isso – Lu falou baixo e chamou a faxineira para lhe ajudar a carregar Patrícia. A faxineira pegou de um lado e Lu do outro, foram carregando Patrícia com dificuldade, mas conseguiram colocar ela na cama.
- Senhora, ela não vai precisar de um banho – A faxineira perguntou preocupada.
- Dulce querida, pare de me chamar de senhora – Disse simpática – Vai ficar assim, ninguém mandou beber tanto, pensou que fosse água.
- Tenha paciência Senhor... desculpa, Luiza – Disse sem jeito.
-Fique tranquila Dulce, pode ir e muito obrigada, desculpa te incomodar – Falou agradecida. Dulce saiu. Luiza olhou para cama e balançou a cabeça, estava decepcionada com a esposa. Chegou perto, tirou seus sapatos e a cobriu. – Me entendo com você quando acordar – Falou baixo e saiu do quarto deixando a luz baixa. Eram 2 da matina. Estava muito cansada, foi para o quarto da filha tentar dormir.
Fim do capítulo
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