- Promete que não vai trans*r com aquela vocalista maluca? – Tereza falava baixinho, estavam no reservado. Alexia precisava combinar os próximos passos, mas estava difícil diante de Tereza tão próxima de si.

- Não prometo nada, a Melzinha é linda – Alexia disse sensual só pra provocar, Tereza arqueou a sobrancelha, não acreditou no que ouviu. Ficaram se encarando, Tereza puxou Alexia pra um beijo cheio de paixão, foi um beijo lento, carinhoso. Se afastaram um pouco, testas colocas. – O que quer de mim Tereza? Eu não sou as mulheres que costuma ter na cama – Alexia respirou fundo, falou firme.

- Quem disse que você é igual a elas? Hum? – Ainda estavam com as testas uma na outra. – Me dá esse bocão – Tereza puxou novamente a parceira para um beijo.

- Vamos parar com isso, eu vim aqui pra combinar o que fazer e não pra dar uns pegas – Alexia disse tentando ficar seria.

- Nossa, quanta delicadeza – Disse debochada – Então, sim senhora, senhora – Bateu continência. Alexia deu um sorriso doce que derreteu Tereza.

- Se concentra, você prometeu – Respirou fundo. – Olha, eu vou pra casa dela

- Não vai de jeito nenhum, nem pagando Alexia – Tereza já ficava aflita e o ciúmes aparecia, interrompeu a outra – Não vai e ponto. – Fechou a cara.

- Não sabia que estava falando com minha mãe – Disse irônica.

- Para com isso, essa mulher é perigosa Alexia – Disse tentando se controlar.

- Como se eu não fosse policial, deixe de frescura – Disse se irritando.

- Se você acha que é frescura, então se vira bacalhau – Disse abrindo a porta do reservado, Alexia fechou com força impedindo a outra de sair.

- Cala a boca sua maloqueira, você é minha parceira ou não? – Disse com irritação, Tereza achou melhor ter amor a vida e ficar caladinha só escutando. – Eu vou pra casa dela, vou colocar a escuta e depois sair. Você vai seguir o carro, quando for quarenta minutos depois, vai ligar pro meu celular, vai ser a desculpa perfeita.

- Se você está dizendo – Deu de ombros – Agora se essa cantorazinha pegar na sua bunda de novo eu arranco as mãos dela – Disse soltando fogo pelas ventas.

- Engraçado né – Debochou – Não temos nada Tereza, eu posso ficar com quem eu bem entender, agora pode sair se quiser – Alexia não entendia porque falou aquilo, pela primeira vez sentiu seu coração apertar e viu os olhos de Tereza cheios de lagrimas, porém Tereza não deixou cair nenhuma gota na frente daquela mulher. Saiu e foi direto pro carro.

   Alexia sentou na tampa do sanitário e ficou pensando na besteira que tinha falado, ficava claro a cada dia que ela estava apaixonada por Tereza, mas estava tão perdida, não confiava na mulher, primeiro porque era uma pegadora e segundo porque era difícil acreditar que Tereza se apaixonasse logo por ela. Ficou mais alguns minutos na mesma posição, depois foi em direção a Mel.

- Sua idiota, isso é o que dá, por isso que os apaixonados são burros – Tereza estava irada, falava sozinha dentro do carro, já estava esperando a boa vontade da parceira em sair do restaurante. – Apaixonada? – Se deu conta do que tinha falado – Era só o que faltava, e ainda mais por aquela... aquela – Tentava procurar defeitos. – Aquela linda, charmosa e com a bunda mais linda que já vi – Quando se deu conta do que falava, balançou a cabeça afastando os pensamentos – Eu mereço mesmo viu – Disse ainda pensando alto.

   Alexia saia de mãos dadas com Mel, era toda sorrisos. Quando Tereza viu, serrou os olhos o ciúme só aumentava. Mel já estava altinha, Alexia mais lúcida impossível. Entraram no carro. O caminho foi tranquilo, em momento algum Mel percebeu que estavam sendo seguidas.

   Chegaram, Tereza continuava observando, marcou o tempo no relógio. Mal Alexia entrou com Mel, essa avançou pra cima da policial.

-Ei calminha chuchu – Alisou seus cabelos – Vamos com calma, onde fica o banheiro? – Mel sorriu e indicou o banheiro pra outra, Alexia foi ao banheiro enquanto Mel colocava uma música. Tudo na casa de Mel era muito arrumado, de alto luxo, e olhe que a cantora mal tinha 4 meses de carreira, Alexia logo desconfiou de tudo.

‘’Tereza não esquece de ligar’’ – Alexia mandou um sms.

‘’Vou pensar no seu caso u.u’’ – Alexia quando leu isso ficou possessa.

‘’Não se faça de besta sua maloqueira L’’ – Tereza ria, sabia fazer charme como ninguém.

   Alexia guardou o telefone e voltou pra sala. Agradeceu aos céus quando viu Mel toda esparramada no sofá, tinha pegado no sono, também, com todo álcool que tinha ingerido.

- Obrigada – Alexia falou baixinho olhando pra cima. Foi de fininho até a estante de livros e colocou a escuta. Foi até a porta pronta pra sair quando olhou pra trás. Sentiu que não deveria deixar Mel naquelas condições. Pegou a mulher como pode e levou até sua cama, despiu ela e procurou uma roupa de dormir. Tudo estava indo bem, até que o celular de Alexia tocou acordando Mel.

- Eii, vai embora não, fica comigo – Mel disse sonolenta. (Vou matar você Tereza – Alexia pensava). Mel nem deixou Alexia responder, puxou seu pescoço e a agarrou deitando na cama, Alexia não tinha nem como se soltar, o jeito era dormir ali mesmo. Iria matar Tereza no dia seguinte.

‘’Sua anta, pode ir embora’’ – Mandou mais uma mensagem.

‘’Olha como fala sua meia sombra’’ – Tereza não entendia porque tinha mandado ir embora. ‘’Porque?’’.

‘’Porque sim’’ – Alexia estava chateada, mas a culpa não tinha sido de ninguém, pois foi ela mesmo que mandou a outra ligar. ‘’Tchau Tereza’’ – Escreveu por fim e desligou o celular, não saberia o que fazer se o celular tocasse novamente e Mel resolvesse trans*r. Alexia teve que dar seu jeito pra dormir o mais confortável possível.

   Tereza quando viu a última mensagem, cantou pneu feito louca e foi pra casa.

As mulheres se amavam e não sabiam (Fingiam não saber), se atacavam como se fosse um tipo de defesa pra negar sentimentos. Mais pareciam Tom e Jerry.

***

- Não acredito que você tá chorando – Gabriel entrou no quarto de Tereza, a mulher quando chegou em casa passou direto nem falou com ele. Tereza por incrível que pareça chorava feito bebê.

- Se vai pisar é melhor dar meia volta – Tereza disse fechando a cara, quando Biel escutou isso sabia que o negócio era serio. Se aproximou da cama.

- O que houve Terezinha – Biel falou alisando seu braço com carinho.

- Aquela princesinha, você acredita que ela fez pouco de mim e ainda está dormindo com a bandida da história – Disse indignada – Acredita nisso – Gritava no quarto.

- Calma baby – Disse tentando acalmar a amiga – Levou fora da Alexia foi? Como assim dormindo com a vocalista? – Não entendia nada.

- Criatura vou ser mais clara pra não precisar desenhar – Disse seria, estava magoada.

- Só não me faz de saco de bancada, vá descontar em outro.

- Desculpa Biel – Abaixou a cabeça e o amigo riu – Olha tínhamos combinado dela ir na casa daquela cantora meia boca e colocar a escuta depois voltar pra casa. Mas parece que deu a louca e ela preferiu ficar e dormir com aquela marmota – Disse com raiva.

- Ciúmes Tereza – Disse desconfiado – Logo você amiga. – Riu vendo que Samuel poderia ter razão.

- Vira essa boca pra lá – Triste.

- Olha pra você Tereza, assume de uma vez que está apaixonada – Disse serio – Seja honesta com você mesma. – Ficaram se encarando, realmente Gabriel conhecia Tereza como ninguém.

   Gabriel fez Tereza se deitar e colocar a cabeça em sua perna, ficou fazendo carinho nos cabelos da amiga por um bom tempo.

- Amore vamos jogar essa bad fora – Gabriel disse depois de minutos, fez Tereza se levantar – Cadê a metralhadora? Hein? – Disse animado.

- Se aposentou – Riu sem vontade.

- Jamais – Gargalhou – Vai deixar as mulheres na mão criatura. – Pegou na mão da amiga – Vamos melhorar hein. Cadê aquela coreografia que amo – Já não se aguentava de tanto rir. Tereza entrou na brincadeira, tinha que se animar e esquecer as palavras de Alexia. Subiu na cama.

- ‘’Pega a metralhadora... Tra tra tra tra’’ – Tereza começou a cantar alto e o amigo morria de rir, Tereza dançava com gingado. A noite foi de muitos risos e a policial conseguiu por momentos esquecer sua parceira.

Fim do capítulo