Gente nova no Clã!
Capítulo 47. Os gêmeos chegaram.
Aquela semana na casa do coronel passou rapidamente. Márcia havia começado a fisioterapia no Centro de Reabilitação da Polícia Militar e estava se dando muito bem. Andressa acompanhava a esposa em todas as sessões e depois a major ainda tinha duas vezes na semana consulta com o psicólogo. Elas haviam mudado para a nova casa e dona Severina também tinha ido junto, pois a sogra da major, moraria com elas. Dona Severina tinha verdadeira adoração pela nora e ajudava no que era possível. Mas Márcia e Andressa percebiam que algo não ia bem com dona Severina e Márcia disse para a esposa que depois do jantar conversaria com a sogra.
– Não se preocupe amor, eu vou conversar com a sua mãe e saber o que está acontecendo.
– Ai anjo, faz isso sim. Eu sinto que a minha mãe anda meia deprimida e não sei o que fazer. Não vou ficar enchendo a minha mãe de remédios e deixá-la ser uma dependente química.
– Mas eu acho que o negócio da sua mãe é outro. Acho que está na hora da sua mãe arrumar alguém, afinal ela e seu pai não conviviam bem há anos e creio que saudade dele é que ela não sente.
– O que? A melhor coisa que você fez e um dos melhores presentes que me deu, foi mandar aquele canalha para o inferno.
– E o meu será mandar o Nicola para lá, falou com amargura na voz, ao qual não passou despercebido por Andressa. Ela sabia que com tudo o que aconteceu, no fundo Márcia amava o irmão. Pensando nisso, resolveu conversar seriamente com a major. Saiu em direção ao quarto que estava sendo preparado para as crianças que seria ao lado do delas e encontrou Márcia admirando cada detalhe que havia sido escolhido a dedo por elas. A major Monteiro estava ajudando na decoração e estava tudo praticamente pronto para a chegada dos novos Mantovanni.
– Amor precisamos conversar seriamente, falou.
– O que houve amor, alguma coisa te aborrece?
– Sim meu anjo, é sobre o seu irmão Nicola.
– O que você quer falar sobre ele Andressa?
Ela puxou Márcia para sentarem na cama e começou a falar:
– Anjo, o que você sente realmente pelo Nicola?
Márcia olhou para a esposa e essa sentiu uma ponta de tristeza no semblante da major.
– Sinceramente Andressa, eu sinto pena do meu irmão e muita mágoa pelo que ele me fez. O Nicola foi criado do mesmo jeito que todos foram criados. Meus pais nunca fizeram distinção de ninguém. Eu não sei porque ele transformou tanto, ele era um menino sorridente e tanto eu como a Marieta, sempre fizemos todos os gostos dele. Até apanhar no lugar dele, a gente apanhou do meu pai e eu não entendo o que aconteceu. Nós crescemos, ele formou em direito, casou, teve dois filhos lindos e uma mulher maravilhosa e sinceramente não sei o que aconteceu.
– Mas você pensa em acabar com ele? Não vou negar que estou com muita raiva pelo que ele te fez, mas eu entendo que vocês Mantovanni, são muito ligados e creio que de todos você é quem mais está sofrendo com isso. Será que isso seria o suficiente para ele?
– Não sei amor, só o tempo irá dizer. A única coisa que sei, é que meu pai quando colocar as mãos nele, provavelmente vai esquecer que ele é um Mantovanni e ai só Deus sabe o que poderá acontecer. Só sei que ele é meu irmão e para mim é complicado, pois o sangue dos Cortez Mantovanni corre nas veias dele.
– Eu entendo amor, ou seja, você está na chamada sinuca de bico. Mas porque será que ele fez tudo isso? Eu é que não entendo.
– É por isso que mandei fazer uma investigação sigilosa sobre ele. E o detetive vai me trazer o resultado hoje. Talvez seja desse ponto em diante que eu vou decidir o que fazer com o seu cunhado. Agora amor, se não for pedir muito, vamos mudar o assunto?
Andressa não contestou o pedido de Márcia, ela sabia o quanto era difícil para a major falar sobre esse assunto. Resolveram pedir umas pizzas e o assunto principal foi o nascimento das crianças.
– Amor você já escolheu o nome dos nossos filhos? Perguntou Márcia.
– Sim, mas isso é uma surpresa meu anjo. Vocês só saberão no dia do nascimento dos bebês.
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Dois meses se passaram e a major já estava dando novamente uns passos pela casa. Andressa que agora estava com uma bela barriga de oito meses, ficou feliz quando viu a esposa andando sem a muleta, pois da cadeira ela já havia se livrado a algum tempo. Era um sábado e elas combinaram de almoçar na casa dos pais da major e o cardápio havia sido escolhido pela capitã, e a sogra dona Carlota fizera questão de mandar preparar o que a nora havia pedido. Quando chegaram, os pais da major foram recebê-las e Andressa comentou com a sogra:
– Nossa dona Carlota, que cheiro bom! A senhora mandou fazer naquele fogão a lenha que a senhora tem?
– Claro minha nora, não recusaria jamais o seu pedido. E essas crianças, já estão querendo dar o ar da graça?
– Olha minha sogra, ainda bem que a Márcia está se recuperando e até dirigindo ela já está.
Quando dona Carlota viu a filha vindo em sua direção sem as muletas, ficou radiante e chamou:
– Giuseppe, venha meu velho. A nossa menina já está andando sem muletas!
– Ma que belo, minha bambina. Já está assim? Que bono, falou abraçando a filha.
– Sim papai, eu estou aqui e sem aquelas muletas que só serviram para deixar minhas axilas doloridas. Mas tudo foi valido.
Todos já estavam na casa do velho coronel e dona Carlota logo os chamou para almoçarem. Como estava calor, ficaram na beira da piscina conversando assuntos familiares e a major Monteiro recordou os tempos de academia e lembrou-se do apelido da major.
– Márcia, você se lembra do seu apelido na academia?
A major olhou para Cláudia e comentou:
– Não Claudinha, você não vai falar. Esse é confidencial, falou rindo e todos ficaram olhando. Genaro perguntou qual era e ela falou:
– Aspirante Huski.
– Aspirante Huski? Perguntou o coronel.
– É papai, ele me apelidaram por causa dos meus olhos. Falavam que eu parecia um huski siberiano e ai o senhor sabe que apelido pega.
– Lembra quando colocaram um cartaz na porta do seu alojamento com esse apelido? Falou o coronel Tavares.
– Claro que me lembro, aliás você e a Cláudia são dois grandes filhos da puta, falou caindo na risada.
Andressa que só escutava riu do apelido e falou:
– Hummm...então tenho uma cachorra que além de pedigree, tem raça? Ah, minha huskisinha siberiana, a noite eu quero umas mordidas bem gostosas, falou piscando para Márcia.
– Pode deixar meu amor, vou te morder todinha, até o grelinh* vai levar uma mordidinha de leve!
Todos deram risada e Andressa ficou vermelha com a safadeza da major.
De repente ela sentiu umas pontadas na barriga e Márcia percebeu que algo não estava bem.
– O que foi amor?
– Acho que os seus filhos não querem mais esperar.
– Como assim Andressa, você acha que????
– Acho amor, vamos para o hospital que a bolsa estourou.
A doutora Laura ligou para o hospital e pediu para que preparassem a sala de cirurgia que ela chegaria com uma parturiente em poucos minutos. Todos foram para o hospital e Márcia ficou sem saber como proceder. Pediu que a sogra acompanhasse Andressa que ela iria com o irmão Genaro buscar as roupas em casa. O irmão foi dirigindo e quando chegaram, dona Carlota foi pegar a mala que já estava preparada e foram rapidamente para o hospital. Quando a major chegou, Andressa já tinha ido para a sala e encontrando a doutora Laura, pediu para entrar, pois ela queria ver os filhos nascerem. A doutora consentiu e Márcia depois de se paramentar entrou na sala. Ficou ao lado de Andressa e essa segurou em sua mão.
– Calma amor, eu estou aqui com você minha linda.
– Obrigada amor, logo nossos bebês estarão aqui.
Márcia estava apreensiva, pois ali na sua frente estava a mulher que tanto amava e o esforço que Andressa fazia para que as crianças nascessem era inevitável. A doutora Laura pedia para que ela fizesse um pouco mais de força, porque ela já estava vendo a cabeça de um dos bebês, só não sabia se era o menino ou a menina. Alguns minutos depois, nascia a pequena Celina e Márcia quase desmaiou. A doutora Laura então disse:
– É uma menina major! E depois de enrolarem a criança com um pano, ela chegou próxima da major e entregou-lhe a filha. Márcia ficou com cara de boba quando viu a filha nos braços e mostrou para a esposa.
– Nossa filha amor, ela é linda igual a você.
Andressa sorriu e beijou a filha, mas logo em seguida a dor voltou novamente e mais alguns segundos depois, nascia André.
– É um meninão major, esse deu trabalho, falou o doutor Magalhães.
Da mesma maneira que fizeram com Celina, fizeram com André e a doutora entregou o menino para a major.
– E esse é o nosso garoto minha linda. Obrigada meu amor, pelos filhos lindos que me deu.
Depois do parto as crianças foram levadas para um banho rápido e depois iriam para o berçário. Andressa iria para o quarto descansar, pois, estava muito cansada. Márcia disse para a esposa:
– Daqui há pouco nos encontramos meu amor, agora você vai tomar um banho e eu vou dar a notícia aos nossos familiares, porque o seu sogro já deve ter botado um ovo.
– Vai amor e depois iremos ver as crianças no berçário?
– Sim querida, esperarei você descansar um pouco e depois iremos.
Do lado de fora, todos estavam apreensivos com a demora. O coronel só faltou furar o chão de tanto andar para lá e para cá, afinal ele não sabia o que estava acontecendo com a nora e os netos.
Passadas meia hora depois, ouviram um choro que vinha da sala e cinco minutos depois ouviram novamente. Ai foi que o velho ficou inquieto.
– Tenha calma Giuseppe, até parece que é você que está tendo os filhos, falou o coronel Vaz Amorim, que estava também no hospital junto com dona Marina.
Uma hora depois do nascimento das crianças, Márcia saiu da sala e anunciou:
– Meus filhos nasceram, estão bem e a minha esposa também gritou fazendo todo o hospital olhar em sua direção.!!!!!!
A alegria foi geral, todos se abraçaram. O velho coronel não cabia em si de tanta emoção. Genaro abraçou a irmã e disse:
– Parabéns minha irmã, agora a sua felicidade está completa.
A major Monteiro e o coronel Tavares abraçaram a amiga e Márcia chorou juntamente com eles. Todos queriam ver Andressa e as crianças. André e Giuseppe chegaram logo depois e ficaram radiantes com a notícia. Logo Andressa iria para o quarto.
A doutora Laura saiu da sala e anunciou que tudo estava bem e que as crianças já estavam indo para o berçário e Andressa para o quarto.
– Doutora, está tudo bem mesmo? Perguntou a major.
– Sim major, tenha calma. Afinal é normal essa canseira, afinal foram dois. Daqui a pouco poderá ir vê-la.
Depois de uma hora, Márcia entrou no quarto e viu que a esposa dormia. Sentou-se ao seu lado e viu uma cesta com várias rosas. Nela estava preso um cartão com o emblema da cavalaria e dizia assim: “Parabéns major e capitã Mantovanni. Nós do regimento estamos felizes com o nascimento das crianças”. Dos seus amigos do Regimento Nove de Julho. O cartão estava assinado por todos o integrantes da unidade. Ao acabar de ler a major sorriu e percebeu que Andressa acordara.
– De quem são essas rosas amor?
– Oi meu amor, são do pessoal do regimento nos dando os parabéns pelas crianças. E você como está se sentindo? Perguntou depois de beijar a esposa.
– Estou me sentindo bem anjo, só um pouco cansada. E as crianças você as viu?
– Só na hora em que nasceram, mas depois iremos vê-los juntas. Eles são lindos amor, obrigada por me dar nossos filhos. Eu amo tanto você Andressa.
– Eu também meu amor, agora a nossa família está formada.
– Sim minha primeira dama, agora somos eu, você e...a propósito amor, você disse que já tinha escolhido os nomes. Quais são eles?
– Calma amor, falta pouco para você saber.
Enquanto isso o plano espiritual estava em festa. Tudo saíra como planejado e os avós tanto de Márcia, quanto os de Andressa, estavam felizes. Agora Celina e Gregório estariam cercados de amor e muito carinho.
– Genaro meu amor, o que achou dos seus bisnetos? Perguntou dona Marieta.
– Agora minha querida, nossa neta ficará em paz, pelo menos no quesito família. Logo ela, Andressa e as crianças irão para casa e será ai que a família Pires Paiva Mantovanni vai se estruturar.
– Mas Gregório e Márcia, como será o relacionamento deles?
– O melhor possível, pois nenhum dos dois, teve culpa do que aconteceu. E ele que se chamará André, será muito apegado a ela. Você verá e tem mais, sempre estaremos por perto.
Márcia e Andressa foram até o berçário ver os bebês. Andressa ficou radiante ao ver a filha e o filho lado a lado. Observou que André parecia ter alguns traços da major, mas isso ainda era cedo para confirmar. Depois de receberem as felicitações de todos, Márcia levou a esposa novamente para o quarto e passava todas as noites com ela, sendo que dona Severina e dona Carlota, também se revezavam para ficar Andressa.
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Três dias depois, Andressa, Márcia e as crianças estavam em casa. A major havia preparado tudo para o conforto dos filhos e da esposa. Ela havia comprado para a esposa, duas poltronas reclináveis que faziam até massagem. Uma ficava no quarto e a outra na sala de estar, onde ficava a lareira. Andressa estava radiante com o nascimento dos filhos e a major então, nem se fala. Ela estava esperando a esposa se recuperar para irem ao regimento para que os soldados conhecessem as crianças e para assistir ao nascimento do filho de Tornado, pois a major prometera ao fiel amigo que estaria lá e isso aconteceria nos próximos dias.
A noite quando Márcia estava com a filha nos braços e Andressa estava dando de mamar para o filho, a major perguntou:
– Mamãe mais linda do mundo, minha amada, companheira, minha vida e meu tudo. Você vai falar qual o nome que você escolheu para as crianças?
– Sim amor, eu quis fazer suspense e agora terminou. Você está segurando a nossa pequena Celina e eu o pequeno André.
A major quase caiu das pernas quando ouviu os nomes das crianças. Andressa olhou para a esposa e viu quando ela apertou a filha e sorriu acariciando a cabeça do filho. Márcia sentou-se ao lado da esposa e colocou a filha junto com a mãe e o irmão e abraçou aos três. Olhou para cima e agradeceu mentalmente aos mentores espirituais e pensou com carinho nos avós e os agradeceu pela felicidade em que estava.
– Obrigada meu amor, os nomes foram bem escolhidos. Eu sei que você escolheu o da menina por minha causa e o do menino?
– Foi em homenagem ao meu irmão. Ele sempre foi importante na minha vida meu amor, espero que não tenha ficado chateada.
– Não minha querida, o meu cunhado merece. E eu acho que deveríamos dar o pequeno André para ele e sua mãe batizarem, ou que tal a doutora Laura? E a Cláudia com o Tavares, poderiam ser os padrinhos da nossa pequena Celina, o que você me diz da ideia?
– Ótima ideia amor, mas, para evitar cara feia e picuinha dos seus pais e da minha mãe, vamos dar o nosso príncipe para que o meu irmão e a doutora Laura sejam os padrinhos de batizado. E os da nossa princesinha já está decidido, serão a Cláudia e o Tavares.
– Então amor, está decidido. Agora temos que marcar a data e comprar as roupinhas para o batizado.
– Sim amor, mas deixemos para depois. Agora quero outra coisa de você, falou beijando a esposa.
– E o que você deseja minha primeira dama?
Andressa levantou da poltrona e colocou o filho para dormir, enquanto que a major colocou a filha no outro berço.
– Boa noite meus anjinhos, durmam bem falaram as duas ao mesmo tempo.
Quando voltaram para o quarto, Andressa abraçou Márcia e disse em seu ouvido:
– E agora respondendo a sua pergunta, eu quero você ali naquela cama me fazendo a mulher mais feliz desse mundo. Abrindo o roupão de Andressa, Márcia viu que a esposa estava totalmente nua.
E puxando a esposa mais perto de si, respondeu:
– Sim meu amor, hoje comemoramos a nossa plena felicidade.
E pegando a esposa no colo a carregou até a cama e ali mesmo se amaram sem nenhuma preocupação. Não sem antes colocar as músicas do Roberto Carlos para escutarem. Agora temporariamente, tudo estava em paz. E a benção divina se fazia presente naquele lar.
Fim do capítulo
Emfim, os filhos chegaram. Celina e André vão abrilhantar ainda mais esse amor!
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