Capítulo 30
Última Noite de Amor -- Capítulo 30
Isabel tomou banho, saiu linda e cheiroso do banheiro, prendeu alguns fios de cabelo com um pregador, escolheu um vestido leve, decotado e curto. Calçou uma sandália rasteira e voltou para o quarto.
-- Humm. Tá cheirosa bela -- Alexandra rendeu-se ao sentir seu perfume -- Deita aqui do meu lado.
Isabel hesitou um instante; depois, fez como ela queria, deitando-se ao seu lado. Cuidou, porém, para não machucá-la. Ficaram ambas em silêncio, deitadas de olhos abertos, sentindo a proximidade uma da outra. Observavam-se sem se olharem.
Repentinamente Isabel virou-se para ela e sorriu-lhe, mas não disse nada.
Isabel se considerava uma mulher experiente e conhecedora das artes da sedução, mas sua experiência se resumia aos clientes que a chamavam para programas. Homens mais velhos, na maioria. Caras bem-sucedidos: executivos, diretores de empresas, políticos... A maioria esmagadora dos homens que a procuravam eram casados, ricos e safados.
Homens que procuravam aquilo que não tinham em casa! Quase sempre eram coisas simples, como pôr uma calcinha mais ousada, realizar uma fantasia. O que eles queriam era um pouco mais de ousadia, mesmo. Queriam uma mulher diferente, desinibida e que fizessem aquilo que eles gostavam, sem neuras, preconceitos ou vergonha.
Eram trans*s vazias, sem entrega, sem orgasmo, sem sentimentos. Trabalhar em algo sem ter prazer é o pior fardo que alguém pode carregar. Aonde o único objetivo era o pagamento. Só o dinheiro que importava.
Alexandra tinha algo que a confortava. Perto dela sentia-se segura. Graças a ela chegava até a esquecer de Bob e de sua vida mundana.
Chegava a ficar com cara de boba apaixonada e com uma timidez ridícula para uma profissional do sex*.
Apertou os olhos mais fortes e os abriu mais uma vez. Um fogo sobre-humano percorria seu ventre, ela se virou um pouco de lado e seus olhos se depararam com aqueles olhos lindos a encarando.
Isabel se sentiu perdida naquele mar verde, foi até ela e a puxou pelo pescoço, unindo as suas bocas num beijo avassalador.
Beijaram-se com força. Era um beijo diferente daqueles que Isabel estava acostumada a levar. A boca dela era macia e refrescante como menta.
Instintivamente Isabel tirou o vestido e deitou cuidadosamente sobre ela.
Esfregavam suas intimidades, com luxuria enquanto os beijos faziam as cabeças girarem. Estavam sem fôlego.
Mas a sanidade voltou! E Isabel se afastou, certamente ela a teria, mas não agora. Alexandra não estava em condições, não agiria de maneira irresponsável novamente.
-- Acho melhor não continuarmos Alex -- falou ofegante -- Podemos esperar até sexta...
-- Isa! -- Alexandra disse e segurou o rosto dela carinhosamente a olhando nos olhos -- Cale a boca!
Isabel até ia protestar, porém os lábios dela a impediram e a calou com um beijo. Um beijo caliente e cheio de desejo. Suas línguas se massageavam de uma forma lenta e sensual, mostrando todo amor e felicidade que estavam sentindo naquele momento e isso fazia com que ambas se excitassem cada vez mais e mais.
Isabel começou a passar a mão na barriga dela e logo depois deu uns beijinhos ali, fazendo com que Alexandra se arrepiasse com aquele toque.
Todo o corpo parecia reagir, fazendo com que seu coração disparasse.
Isabel exibia um corpo esguio, de curvas perfeitas e graciosas que deixava a empresária louca.
Alexandra começou a lamber os seios dela e isso fez com que ela agarrasse os seus cabelos e gem*sse manhosa. Estavam completamente excitadas até que então...
Batidas desesperadas na porta do quarto fizeram Isabel dar um pulo de cima de Alexandra e sair da cama.
-- Isa... Isa abre a porta... -- André berrava descontrolado do lado de fora.
Isabel vestiu a roupa em segundos.
Alexandra estava uma fera.
-- Eu juro que arranco o saco desse veado com as minhas próprias mãos.
-- Deve ser algo muito grave para ele estar tão nervoso -- Isabel abriu a porta e o encarou assustada -- O que houve criatura?
-- A Tati foi embora -- falou ofegante.
-- O que?
-- É isso que você ouviu. A Tati foi embora.
-- Por quê? Ela e a Simone não saíram para conversar? Achei que conversando as duas se entenderiam.
-- Mas não se entenderam... -- olhou para Isabel de alto a baixo -- Meu Deus Isa, se recomponha. Você parece que levou uma surra.
-- Ho Bambi da baixada, o que a gente tem a ver com a Tati ter ido embora? As pessoas são livres para ir e vir o momento que desejarem. Sabia que atrapalhou a minha performance sexual?
-- A Simone está lá na sala se acabando de chorar. Achei que a Isa pudesse ajudá-la.
-- Alexandra deixa de ser insensível. Elas são minhas amigas e amigas servem para consolar, ajudar e cuidar -- olhou para André e sorriu -- Obrigada, você fez bem em me avisar.
André fez um biquinho para Alexandra.
-- E namoradas servem para cuidar, consolar e trans*r. Tudo o que você não está fazendo.
-- Como você é chorona Xanda -- Isabel falou indo para o banheiro arrumar os cabelos.
-- Cara, se a pressa é inimiga da perfeição, acho que você nasceu de uma rapidinha, seu pokemon bicha -- Alexandra jogou um travesseiro na cabeça dele.
-- Vou tentar acalmar a Simone e você Xanda, faça alguma coisa para trazer a Tati de volta.
-- Euuuu? -- perguntou surpresa -- Está pensando que eu sou a lésbica maravilha? A Princesa e Embaixadora das sapatas da Ilha do brejo?
-- Não me interessa o que você é... Se vira! -- Isabel nem esperou Alexandra responder, saiu do quarto sem olhar para trás.
-- Se vira! -- imitou Isabel fazendo caretas -- Vou me virar sim. Na cama, de um lado para o outro.
-- Que pena! Escutei a Isabel comentar que admirava esse seu poder de resolver tudo. Até mesmo as coisas mais difíceis.
-- Ela falou isso?
-- Falou. E disse mais... Disse que amava pessoas poderosas, tipo gangster.
-- Humm... Sério que ela disse isso?
-- Sério. E disse isso com uma cara bem safada.
-- Me passa o celular e vai descobrir a placa do carro da Tatiana.
André saiu correndo do quarto.
-- Delegado Atício? Como vai? Aqui quem fala é Alexandra Girani... Isso mesmo. Estou precisando que capture um meliante de alta periculosidade. O elemento fugiu em desabalada carreira depois de se apropriar de alguns objetos meus. Não se preocupe com isso, só quero que traga ela para mim. QSL? Meu assessor vai lhe passar todos os detalhes e a placa do carro em que ela fugiu... Ok, ok. TKS.
Na sala, Isabel tentava consolar Simone.
-- Nunca mais vou vê-la Isabel. Eu sei disso.
-- Não estou te entendendo Mone. Se você gosta tanto dela, então porque a deixou ir embora? -- disse se sentando ao lado da amiga que chorava -- Devia ter ao menos tentado convencê-la.
-- Não sei. Na hora travei, estava confusa e surpresa -- falou respirando fundo e secando as lágrimas com as mãos -- Não imaginava que ela fosse tomar uma atitude tão radical assim.
-- Você conhece a Tati muito melhor do que eu, ela é uma pessoa decidida e correta.
-- Eu sei, mas ela podia ao menos ter me preparado primeiro. Talvez tudo tivesse sido diferente.
-- Bem, ainda resta uma chance.
-- Qual? - olhou para Isabel esperançosa.
-- Pedi para a Xanda trazê-la de volta -- se levantou para buscar uma bebida, e Simone a seguiu até o barzinho.
-- O que você acha que ela vai fazer?
-- Sei lá. A Xanda é uma maluca. Dela espero qualquer coisa -- entregou um copo de whisky e piscou para ela - Não importa de que maneira, o importante é que ela a traga de volta, não é mesmo?
-- É - Simone concordou e virou a bebida de uma só vez.
-- Que emoção poderosa! Quer dizer que será uma mega operação da Polícia Federal?
-- A operação foi batizada de: Seca brava. Uma alusão ao estado sexual de nossas amigas enfermeiras.
-- Quem escolheu esse nome?
-- Fui eu, lógico. Sou muito criativa para isso -- sorriu convencida -- Agora me leva para a sala que eles já devem estar pintando por aí.
Na sala.
-- Por essa eu não esperava Isa. Quer dizer que ela simplesmente arrumou as malas e se mandou?
-- Não foi bem assim Valéria. Ela chegou a se despedir da Simone e tudo. O problema é que nossa amiga não botou muita fé e deixou ela ir.
-- Não imaginava que seria tão rápido assim -- Simone falou com profunda tristeza.
-- Então, alguma notícia da fujona?
-- Há, que bom que você está aqui Xanda. Conseguiu algo?
-- Digamos que fiz alguns contatos com amigos e eles ficaram de ajudar. Agora o que nos resta é esperar.
Isabel sorriu. Confiava em Alexandra.
O magnífico céu colorido da tarde do Leblon era uma lembrança distante. O tempo dera uma virada brusca, e agora uma chuvinha persistente caia sobre o Rio, tornando a paisagem triste e sombria.
-- Droga, droga, droga! -- apertou o volante com força.
Tatiana fungou enquanto acelerava o seu carro em direção a ponte Rio-Niterói.
Estava sofrendo, mas estava na hora de buscar algo melhor para a sua vida. E com certeza não era Simone.
-- Não mesmo... Então eu vou embora. Mas para aonde?
Não tinha família, exceto aquelas duas malucas. Precisava de um lugar longe do Rio. Um lugar para recomeçar a vida, de um lugar diferente.
O barulho de sirene interrompeu seus pensamentos. Tatiana olhou pelo retrovisor e viu vários carros de polícia vindo atrás. Olhou para o velocímetro e conferiu a velocidade. Estava abaixo da velocidade permitida. Devia ser algo muito grave visto a quantidade de carros. Diminuiu a velocidade para que eles a ultrapassassem, mas não foi o que aconteceu, muito pelo contrário, eles cercaram o carro dela e a obrigaram a parar no acostamento.
Um policial fortão com o colete da Polícia Federal parou ao lado da janela do carro, com a mão na parte traseira da arma.
-- Saia com as mãos a mostra-- vociferou com cara de bravo.
-- Deve estar havendo algum engano, eu... -- Tatiana tentou argumentar, mas foi interrompida.
-- Você tem o direito de permanecer calada. Saia do carro e traga os documentos.
-- Mas...
Uma duzia de policiais apontaram as armas para ela.
-- Tudo bem... Tudo bem, eu saio...
No Leblon.
O velho fazendeiro do interior de Minas está em sua sala, proseando com um amigo, quando um menino passa correndo por ali. Ele chama:
-- Diproma, vai falar para sua avó trazer um cafezinho aqui pra visita!
E o amigo estranha:
-- Mas que nome engraçado tem esse menino! É seu parente?
-- É meu neto! Eu chamo ele assim porque mandei minha filha estudar em Belzonte e ela voltou com ele.
-- Alexandra a gente aqui nervosa e você fazendo piadas.
-- É só para descontrair Janaína. Vocês estão muito tensas.
-- Eu penso que vocês estão exagerando. A Tatiana deve estar de boa em casa, ou até mesmo na casa de um amigo.
-- No apartamento ela não está André. Liguei para a portaria e o porteiro falou que por lá ela não apareceu. Liguei no celular dela e só cai na caixa de mensagem.
-- Isso não quer dizer nada Simone. Ela pode estar na casa de parentes.
-- A Tatiana não tem parentes aqui no Rio. A familia dela é do Mato grosso.
-- Tá explicado...
-- Xanda, sem gracinhas meu amor -- Isabel se sentou ao lado de Alexandra e passou um braço pelos ombros dela -- Acho que seus amigos não conseguiram encontrar a Tati -- mal ela acabou de falar isso, a campainha tocou, anunciando a chegada de alguém.
-- Deixa que eu atendooo -- André correu e abriu a porta -- Meu Deus!!! Morri e fui para o céu.
-- Sou o delegado Atício. Quero falar com a doutora Alexandra. Trouxe o elemento de alta periculosidade como ela pediu. A Operação Seca Brava foi executada com sucesso.
Fim do capítulo
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kikapaula
Em: 10/01/2016
kkkkkkkkkk esa alex mata a gente de srsrsr depois de uma operaçao desta se simone não fica com a tati e porque é uma pomonha mesmo vandinha sua historia é uma graça
Resposta do autor em 10/01/2016:
Obrigada Kika. Fica com Deus meu anjo. Bjs.
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Sara
Em: 10/01/2016
Maravilhoso capítulo! Operação Seca brava foi a melhor coisa que eu ouvi desde o começo deste ano. Pensei que não consiguia parar de rir. Muito bom, mesmo.
Resposta do autor em 10/01/2016:
Olá Sara. Tudo bem? Que bom que se divertiu. Bjã querida.
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lay colombo
Em: 10/01/2016
Meu Deus kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Só a Alex pra apontar uma dessas, aiai eu não aguento essa mulher kkkkkkkkk
Resposta do autor em 10/01/2016:
Bjã Lay. Até o próximo cap.
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