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Amor acima de tudo por Little dream

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Capítulo 5 - Giulia -

- Giulia - 


“Que loucura era essa a que eu ia fazer?”. Essa era a pergunta que não saia de maneira nenhuma da minha cabeça. Como eu fui capaz de fazer aquilo? Eu não sabia nem qual foi a razão daquilo, eu só sabia que algo me impulsionava, algo me atraia para ela. Era como se um imã me atraísse para ela. Eu nunca me imaginei fazendo algo do tipo, não raciocinei, não tive tempo de analisar meu ato, apenas por total impulso quase impensado beijei Marina Amorim.

Mantive-me praticamente grudada na parede do elevador, eu queria o máximo de distância para que não corresse mais nenhum perigo! Era isso! Marina Amorim era um verdadeiro perigo. Eu estava completamente nervosa, minhas mãos tremiam como se eu estivesse tomado o maior susto da minha vida – graças à interrupção de mais ou menos seis pessoas que entraram no elevador, separando-me de Marina. Minha boca estava seca como se eu estivesse correndo há horas, fugindo de uma perseguição persistente do mais temido Serial Killer. Podia sentir as minhas bochechas queimarem e meu coração praticamente sair pela minha boca e quicar no piso do elevador. Eu não conseguia encara-la. Eu olhava o chão.

Não tinha outra coisa a fazer naquele momento, eu estava fora de mim, perdida, fiz algo que não planejei, me coloquei em uma saia justa e agora eu não tinha a mínima idéia de como sair dela, e muito menos como Marina receberia isso. E o pior de tudo isso, é que eu gostei, gostei muito do breve contato que nossos corpos tiveram. Gostei de sentir seu corpo quente colado no meu. Gostei do fato de sua boca ficar a escassos centímetros da minha, me fazendo sentir sua respiração e cada vez mais ansiar. Podia jurar que senti seu coração acelerado, e ainda mais, podia jurar que nesse breve tempo ela olhava para um único lugar...minha boca! Coisas da minha cabeça. Mas foi errado, - claro que não podia ser errado ter vontade de beijar a boca de Marina Amorim, mas enfim! - ou pelo menos não era pra ter acontecido assim, não dessa forma precipitada e no meio de uma confusão. Então...

-- Me desculpe! - sussurrei quase inaudível para que somente ela entendesse.

Ela apenas balançou a cabeça confirmando, e eu voltei a olhar para baixo, mais necessariamente para os meus pés, eles pareciam extremamente atraentes naquele momento. Não sabia como iria encarar Marina novamente, isso se ela não me colocasse porta a fora de sua agência, demitida. Eu não tiraria a sua razão, acho que também faria isso com uma louca que me colocasse contra a parede e tentasse me beijar. “O que foi que aconteceu comigo meu Deus?!”.

A porta do elevador abriu novamente no térreo, todo mundo desceu, inclusive Marina e eu. Quer dizer, eu demorei alguns segundos a mais para fazer com que as minhas pernas me obedecessem e eu enfim conseguisse sair daquele pequeno espaço. Eu queria ficar ali, na verdade eu queria que o chão se abrisse naquele momento, queria desaparecer para não passar pelo constrangimento de ter que olhar para Marina, e ela me olhar de uma forma recriminadora. Pior mesmo seria se ela me recriminasse, e nem precisaria usar palavras duras.

-- Vamos? – ela me chamou diante de minha resistência em sair de lá.

Com algum esforço, as danadas das minhas pernas me obedeceram e a segui, ainda achando muito mais interessante os meus pés. Propositalmente deixei que ela andasse um pouco mais a minha frente. Eu não podia olhá-la naquele momento, não enquanto eu sentisse as minhas bochechas arderem - com toda a certeza do mundo elas estavam ruborizadas.

-- Giulia? – ela me chamou para mais próximo, para o seu lado.

-- Oi?

-- Você se machucou? – ela perguntou com uma carinha de preocupada olhando para os meus pés – Quer dizer, você torceu o pé?

-- Não. To andando um pouquinho devagar pra evitar outro tombo. – emendei prevendo que ela me perguntaria o motivo de estar andando devagar.

-- Tem certeza que não machucou? Posso lhe levar a um hospital pra dar uma olhadinha.

-- Tenho sim. Não precisa não. Muito obrigada pela sua preocupação.

-- Imagina. – ela se pôs ao meu lado e continuou – Ainda podemos andar um pouco pela agência ou prefere ir para minha sala descansar um pouco?

-- Não precisa, podemos andar pela agência. Estou bem! – sorri.

Ela sorriu de uma maneira tão linda, um sorriso tão perfeito que meu coração parou por alguns instantes. Ela ali do meu lado tirava completamente a minha atenção. Seu perfume gostoso invadia minhas narinas e estava me embriagando, tirando completamente a minha atenção. Mal conseguia prestar atenção ao que falava. Ela apontava algo, cumprimentava e me mostrava pessoas que eu nem sequer havia decorado nomes. Estava me sentindo completamente estranha, algo me perturbava seriamente. Mas esse incomodo não era algo ruim, ah, eu não sei explicar o que estava acontecendo comigo.

Andávamos por um imenso corredor no segundo andar quando aquela mulher loira, a de olhar insuportavelmente recriminador e avaliador vinha em nossa direção. Marina que antes falava algo comigo e sorria abertamente, parou de sorrir instantaneamente, e assumiu uma expressão séria. A loira matinha um olhar ainda mais assustador – em minha direção, claro -, e sua expressão ainda mais gélida – se é que isso é possível.

-- Precisamos conversar. – a loira disse parando bem próxima à Marina.

-- Aconteceu algo? – Marina perguntou dando um passo atrás.

-- Preciso conversar com você. Em particular! – ela disse dirigindo o olhar para mim.

-- Vá até a minha sala daqui a pouco e conversaremos.

Eu estreitava meus olhos tentando avaliar aquela mulher. Nem mesmo seu nome eu conseguia lembrar. Ainda não havia encontrado a razão para que ela me tratasse daquela maneira. Que mal eu havia feito a ela? O que observei é que aquele olhar que mais parecia com o pólo norte ela direcionava apenas para mim, ao olhar para Marina sua expressão suavizava – pelo menos em parte, ela ainda parecia estar com raiva, ou algo do tipo. Algo em meu interior dizia para eu me manter a léguas de distância daquela mulher. Senti isso no primeiro dia, mas ainda não tinha decifrado aquele pequeno sinal que soava em minha cabeça desde o primeiro momento que a vi. Mas ali, tão pertinho dela, eu consegui identificar que aquilo era um sinal de “CUIDADO!”. Por quê? Não faço a mínima idéia.

-- Marina eu estava lhe procurando, preciso mesmo conversar com você. – ela falava como se estivesse se controlando para não levantar a voz.

“É isso mesmo? A louca está praticamente exigindo falar com a chefe dela?” – me perguntei em pensamento.

-- Depois Verônica!

-- Eu posso esperar. – decidi-me por falar algo que desse fim aquele pequeno embate. 

Ambas olharam para mim, e eu me senti ainda menor do que já sou pelo olhar que a loira me lançou.

-- Ta vendo? Ela espera Marina. A novata não vai sair correndo daqui. Vamos?

-- O nome dela é Giulia! Me desculpe Giulia. Você não se importa mesmo? – ela perguntou olhando para mim.

-- Não. Eu lhe espero aqui.

Marina entrou em uma das salas do corredor que estavam aberta e a loira, a Verônica a seguiu. Arg! Que mulher mais insuportável. Fiquei alguns segundos ali até ouvir Marina falar um pouco mais alto, eu tentava desviar a minha atenção, focar em qualquer outra coisa que não me deixasse ouvi aquela conversa. Eu não queria ouvir, mas alguns trechos foi impossível não ouvir.

-- Marina eu vi, vi com meus próprios olhos.

--

-- Então eu estou louca, é isso Marina?
--

-- Não queira mentir pra mim Marina!!

-- Quando você vai para com isso Verônica? Pelo amor de Deus, chega!

-- Vai continuar com esse teatrinho?! – gritou.


Os ânimos lá dentro haviam se exaltado. Eu me surpreende ainda mais com a loira gélida, ela parecia afrontar Marina sem medo nenhum. Não ouve muita coisa, mas a conversa era basicamente sobre mentiras e enganos. Onde pareciam se cobrar e seu acusar. Estava totalmente constrangida por ter ouvido aquela conversa, mas não pude evitar a curiosidade dentro de minha cabeça se aflorar. Eu queria entender o que estava acontecendo ali, e o que tinha acontecido para que elas tivessem...discutido? 

-- Eu não sei do que você está falando, isso só existe na sua cabeça. Para com isso! Chega!!!

Essa foi a última coisa que eu ouvi, logo após a porta se abriu, e de dentro daquela sala saiu uma Marina visivelmente irritada. A sua pele alvinha havia adquirido um tom rosado, acho que devia-se ao fato de ter se exaltado. 

-- Desculpe ter lhe feito esperar Giulia. Podemos continuar?

-- Tudo bem, não foi nada. Podemos sim. – sorri.

Marina me apresentou todo o resto da empresa, e me apresentou a mais algumas pessoas, pessoas essas que eu teria contato direto. Ela me levou até o setor que eu ficaria e eu fiquei completamente boquiaberta com tamanha sofisticação e tecnologia aplicada aquele lugar. Era uma grande sala dividida em ilhas com computadores e todo equipamento de mais moderno. Último lançamento!

Fui apresentada a cada um deles, o que era mais ou menos uns 20 publicitários. Eu me senti completamente a vontade diante deles, me receberam muito bem, com sorrisos, abraços e boas vindas. Mas um em particular me chamou atenção, e claro que não foi por sua beleza – não fazia o meu gênero -, mas ele me olhava de um jeito esquisito, como se me devorasse com olhos, um sorriso de lado. Eu não sou a miss universo, longe disso, então não estou aqui me gabando de beleza, mas ele me olhava sim de um jeito estranho, quase tirando a minha roupa com os olhos, me olhava dos pés a cabeça enquanto aquele sorriso não lhe saia dos lábios. 

-- Giulia esse aqui é o Ramon, o mais experiente aqui, e que nos acompanha a mais anos. É o mais velho no grupo, qualquer coisa pode falar com ele também – disse olhando para mim – E Ramon, essa aqui é Giulia, a nossa mais nova publicitária. E por favor, bastante atenção nela, verás a imensa capacidade e talento que essa moça tem. – disse voltando-se para ele enquanto sorria .

-- Prazer! Pode me chamar de Neto! – disse entendendo a mão em cumprimento.

-- Prazer! – foi só o que eu disse.

O aperto de mão durou bem mais do que o necessário, ele prolongou o máximo que pode enquanto eu tentava me desvencilhar daquele contato no mínimo asqueroso. Ele segurava minha mão enquanto eu via o seu sorriso aumentar. Por fim, Marina me chamou para continuarmos com o nosso tour pela agência.

Já havia se passado um pouco do início do expediente quando terminamos de andar pela agência. Havia chegado a hora de ir para a minha mesa e colocar mão na massa. Nossa eu estava realizando o meu sonho, quer dizer, havia dado o primeiro passo em direção a uma carreira sólida.

Dei uma rápida passada no banheiro antes de ir para minha mesa, e enquanto retocava maquiagem e arrumava o cabelo senti o perfume de Marina em meu corpo, impregnado. Foi inevitável. Fechei os olhos e ela me veio à cabeça, com toda a sua beleza, seu charme, sensualidade. Ela era um espetáculo e disso não havia dúvidas. Ela era perfeita demais. Voltei alguns momentos antes, quando cai em seus braços. Eu só podia ter surtado, uma reles mortal querendo tocar os lábios daquela deusa. Imaginei como seria tê-la beijado, qual sabor teria os lábios dela. “Ela deve ter um beijo magnífico! Ela é assim! Ai como eu queria...Giulia! Concentre-se! Chega, vai trabalhar e ocupar essa mente.” - pensei comigo.

Andei a passos largos na direção da grande sala onde ficaria. Ao entrar qual não foi a minha surpresa ao ver que a mesa da Ramon era de frente para a minha. “Era só o que faltava!”. Relevei esse pequeno detalhe e tentei me adaptar a rotina de uma agência publicitária. Logo de cara peguei alguns pequenos projetos, dividindo com Natália, uma menina que ficava ao lado de minha mesa. Faríamos uma dupla nesse primeiro momento até eu entrar no ritmo. Ficamos tão concentradas que não percebemos as horas passando, só nos demos conta do adiantar das horas quando vimos todos se levantando e saindo.

-- Não vimos a hora passar! – disse Natália sorrindo.

-- Acho que nos empolgamos.

-- Onde você vai almoçar Giulia?

-- Ainda não sei. Vocês almoçam em algum lugar aqui por perto?

-- Tem um restaurante muito bom, quase todo mundo daqui almoça lá, mas se não tiver carro é melhor correr e conseguir carona com alguém. – disse sorrindo.

-- Ah não, eu vim de carro. Aliás, você quer uma carona?

-- Acho que vou aceitar sim, com certeza quase todos ou já estão com os carros lotados, ou já saíram.

-- Então vamos!

No meu carro foram Natália e mais uma menina. Natália dizia a verdade, quase toda a JUMP almoçava naquele restaurante. Era um lugar bem aconchegante, com estilo rústico. Muito bonito o lugar. Era um grande salão dividido em alguns ambientes com portas em formato de arcos, com piso de taco escuro – muito bem encerado fazendo as imagens refletirem, as paredes eram de tijolos beges envernizados, toda a cobertura do salão de era de madeira também envernizada. As mesas eram de madeira assim como as cadeiras.

No meio da conversa acabei por descobrir que aquele restaurante era um dos investimentos de Marina, dentre apartamentos, estúdios fotográficos...mas esse em especial – o “Veneza”, era um pequeno e “singelo” presente para seu afilhado, que ainda era menor de idade. Tudo ali havia sido planejado por ela, por Marina! Tinha um toque de sofisticação em cada canto.

Almoçamos em um clima descontraído. Eu que não era tão desinibida estava me sentindo muito a vontade com eles, só me incomodava os olhares que Ramon dirigia a mim. Estávamos em uma grande mesa, eu estava quase uma ponta e ele em outra, mas mesmo assim olhava pra mim de uma maneira insistente.

-- E aí? Já está se enturmando? 

Uma voz feminina - na hora não soube identificar de quem era - me perguntou tocando em meu ombro. Ainda sentada girei meu corpo na direção da voz, e quando vi do que se tratava levantei para lhe dar um pequeno abraço.

-- Oi Alice! Estou tentando.

-- Muito bom te ver aqui...maluquinha. – sussurrou o “maluquinha” para que somente eu pudesse ouvir enquanto me abraçava.

Fiquei completamente sem graça me lembrando da cena que Alice presenciou. Eu, parada, por longos minutos, olhando fixamente para uma porta, fechada!

-- Precisa ficar com vergonha não. – sorriu – Vim aqui só lhe dar um “oi”, tenho que passar em um outro lugar antes de voltar para a agência.
-- Ta certo. Nos esbarramos por lá então, ou quem sabe a gente não marca alguma coisa pra conversar sei lá. – “Você, Vick e eu!”- pensei.

-- Pode ser. Nós marcamos algo. Tchau. – disse me dando um beijo no rosto.

-- Tchau! – sorri.

Mais perfeitas uma para a outra impossível. Elas combinavam, Vick e Alice foram feitas uma para a outra. Ambas eram espontâneas, alegres, sinceras, divertidas, de bem com a vida...

Eu tinha a leve impressão de que se desse um jeito de elas se encontrarem a paixão entre elas poderia surgir. Quem sabe? Eu torcia muito pra isso, mesmo ainda tendo que “averiguar” um pouco a vida de Alice, algo em meu interior dizia que ela era uma ótima pessoa e talvez se tornasse uma grande amiga para mim. Olhei para a porta e Alice ainda saia, e a minha cabeça altamente criativa projetou a imagem de Vick ao lado dela. Imaginei as duas saindo do restaurante abraçadas e sorrindo. Ai ai. Como eu quero ver a Vick feliz!

Logo após a saída de Alice nós pedimos a conta, e novamente nos dividimos nos carros de volta para a agência. Era praticamente um comboio em direção a JUMP. Ainda estávamos no caminho, quando meu celular começou a tocar em mim perna – É, apesar de odiar atender o celular enquanto dirigia, eu tinha a mania de deixá-lo sobre a minha perna. Pra ver quem estava me ligando e decidir se era importante ou não atender naquele momento – e vi quer era Vick quem ligava. Provavelmente para saber como estava o meu primeiro dia de trabalho. Não atendi. Estávamos consideravelmente perto da agência. Assim que chegasse ao estacionamento eu ligaria para ela, antes mesmo de voltar ao expediente.

-- Gente podem ir na frente, tenho que fazer uma ligação rapidinho e queria faze-la antes de entrar na agência. – disse assim que estacionei e sai do carro.

-- Tudo bem então. Nos vemos lá dentro. Obrigada pela carona. – disse Natália.

-- Obrigada pela carona. – disse a menina do qual o nome eu não conseguia me recordar.

-- Por nada gente, não foi nada.

As duas foram na direção do elevador, e eu disquei para minha irmã torta. 

-- Vick?

-- Te atrapalhei em algo pequena?

-- Desculpa não ter atendido, eu estava dirigindo. Fui almoçar fora. Você tem que conhecer esse restaurante Vick. 

-- Que restaurante é esse?

-- “Veneza”. Você tem que conhecer. Bem que você poderia vir almoçar qualquer dia desse comigo. Não é?

-- Claro pequena. A gente marca. 

-- Diz ai, o que você manda?

-- Eu não mando nada. 

-- Boba! – eu disse enquanto ouvia o som de sua gargalhada do outro lado da linha.

-- Só queria saber como está sendo o seu dia. Como são as coisas ai na empresa. Como foi com a Marina. Esse tipo de coisa...

-- Huuum. Bom, até agora está tudo indo perfeitamente bem. Conheci pessoas ótimas, foram todos muitos gentis, e inclusive fui almoçar com eles – nessa hora me lembrei de Ramon mas preferi por enquanto não comentar nada com a minha super protetora.

-- E com Marina, como foi?

-- Foi bem. Ela é muito educada, gentil...

-- Giulia! Não é pra babar pela mulher ai não!

-- Chata! Foi bem, foi tudo muito bem. 

Foi impossível não me lembrar do ato impensado que por muito pouco não fiz. O que seria de mim nesse momento se eu tivesse beijado Marina Amorim? Deus! Mas aquela boca, aquele cheiro...tudo aquilo que é Marina Amorim...é muito difícil não cometer uma loucura perto dela. Me senti completamente estranha perto dela. Não sei se essa é a palavra certa para usar, mas o fato é que, foi uma sensação que eu nunca havia sentido antes. Nunca senti minhas pernas ficarem bambas, minha boca ficar seca, as mãos soarem, o coração quase sair pela boca de tanto que batia aceleradamente em meu peito. E isso somente de estar perto de uma pessoa, que é praticamente desconhecida pra mim. Só admirava por fotos, e tudo mais, mas nunca havia ficado tão perto como havia ficado hoje. E era isso que eu não entendia. Não havia ficado daquela maneira nem com as garotas que eu ficava. O que foi tudo aquilo que senti? 

-- Espero que não tenha babado na frente da sua chefe. – gargalhou.

-- Claro que não! – eu disse envergonhada, porque foi isso mesmo que eu fiz. Babei diante dela.

-- Sei. Acredito. – disse de forma debochada – Pequena, liguei também pra te avisar que hoje eu vou chegar mais cedo que você, mas não vou prometer fazer o jantar. Isso é perigoso! – sorriu 

-- Com certeza! Isso é muito perigoso.


-- Então, eu prometo comprar uma comidinha gostosa pra gente jantar. 

-- Ta certo então. Me espere, e acordada viu? – sorri.

-- Pode deixar pequena. Beijos. Não apronta nada ai ta?

-- Não vou não. – sorri – Até mais tarde. Beijos.

Encerrei a ligação ainda sorrindo. Amava aquele bom humor da Vick. Tinha uma amor incondicional por ela,incalculável, amor de irmã. Já havia me distanciado um pouco do carro quando percebi que havia deixado minha bolsa no banco traseiro. Que cabeça essa minha! Voltei até o carro, e sentei-me no banco do passageiro esticando-me toda para pegar a bolsa. Ainda estava nessa “missão” quando me assustei com um carro que entrava no estacionamento “cantando pneu”. Um Jeep Compass preto parou a poucos metros de distância de onde o meu carro estava estacionado. A porta se abriu e de lá desceu uma Marina visivelmente transtornada, batendo a porta do carro furiosamente. Sem ação, a única coisa que fiz foi fechar a porta do meu carro lentamente, me acomodando no banco, enquanto olhava Marina. Nesse mesmo instante, um HB 20 também entra da mesma forma que Marina havia feito a poucos instantes. Verônica estacionou de qualquer maneira, e rapidamente desceu do carro indo na mesma direção de Marina. Verônica chegou perto dela puxando seu braço bruscamente, a fazendo olhar para ela. Elas pareciam gritar, mas apesar disso, os gritos eram abafados, de dentro do carro eu não ouvia nada, apenas assistia. Me assustei novamente quando vi Marina do nada desferir um tapa no rosto de Verônica. E o que veio a seguir foi inacreditável. Verônica partiu para cima de Marina, mas ela não queria devolver-lhe o tapa. Ela avançou na boca de Marina tentando beija-la. Marina se separou e praticamente correu na direção do elevador. Verônica voltou para o carro e saiu novamente. Parecia dirigir em total desespero ou ira.

Nossa! O que foi tudo aquilo? Marina e Verônica? Meu coração parecia arder com tudo aquilo que vi. Minha cabeça girava ao imaginar Verônica beijando Marina. Será que elas namoravam? Eu não entendia todo aquele incomodo que estava sentindo. Era duro imaginar Verônica e Marina juntas. Como será que isso nunca saiu na mídia? E o que será que elas realmente tinha uma com a outra? Bem que eu havia achado bem estranho o comportamento de Verônica quando ela quase exigiu em falar com a chefe.

Permaneci dentro do carro por alguns instantes, eu não tinha o menor direito, mas era como se tivesse. O que eu assisti me deixou atordoada. Fiquei ali por algum tempo processando tudo aquilo, e quanto mais a minha mente revivia a cena, mais meu coração parecia arder. Sai do carro faltavam pouquíssimos minutos para o início do expediente. Fui à direção do elevador a passos lentos, até me dar conta de que se eu quisesse mesmo bater o ponto digital se atraso eu teria que correr. E foi isso o que fiz! Deu tempo no final.

Deixei minha mente ser preenchida pelo trabalho e por tudo aquilo de Natália me falava da agência. Mas vez ou outra eu me pegava revivendo aquele instante no estacionamento. Elas namoravam, não teria outra explicação para o que aconteceu. E inconscientemente isso estava me deixando abatida. Tanto que Natália perguntou se eu estava sentindo algo como dor de cabeça. Nem mesmo tinha percebido meu estado, e depois do que ela falou tentei focar e melhorar. Não tinha motivos para estar daquele jeito afinal. 

Consegui mergulhar de cabeça no projeto e novamente as horas passaram despercebidas. Quando nos demos conta faltavam menos de 15 minutos para encerrar o horário de trabalho.

Ao chegar ao estacionamento eu percebi que o carro de Marina não estava na sua vaga, e nem mesmo o de Verônica. Isso talvez indicasse que no mínimo elas haviam saído juntas, ou Verônica depois de sua saída exasperada não havia voltado para a agência e Marina a esse horário participava de alguma reunião exterior ou havia ido pra casa por conta de uma indisposição. Era melhor não pensar naquilo, sem motivo aparente estava me incomodando, e eu não tinha nada haver com aquilo. E daí se elas fossem namoradas?

Dirigi calmamente ouvindo uma música e tentando imaginar o que Vick teria compro para o nosso jantar.

-- Como está a mais gata publicitária desse pedaço? – perguntou Vick vindo da cozinha assim que entrei em casa.

-- Estou bem. – disse sem empolgação.

-- Xiiii. Nem parece que conseguiu o tão almejado emprego. O que houve pequena?

-- Só estou com um pouquinho de cansaço.

-- Hum. Ta certo. Pois vá tomar um banho enquanto eu sirvo o jantar.

-- O que temos para o jantar?

-- Espaguete à Carbonara e claro...

-- Coca cola. – interrompi.

-- Isso mesmo!

-- Então vou tomar um banho rapidinho.

-- Vai lá.

Vick tentou a todo custo me animar, apesar não ter falado o que se passava em minha cabeça, ela podia sentir que eu estava meio abatida, meio triste. Seria impossível ela com aquele jeito moleque dela não conseguir tal coisa. O nosso jantar foi em meio a conversas e brincadeiras. Tentei ao máximo dissipar a imagem de uma certa mulher de minha mente. Vick estava me dando a maior força mesmo sem saber, e estava dando certo. Durante o jantar foi a penas Vick e eu, nos divertindo enquanto ela contava as peripécias e os micos que ela pagou só em um dia de trabalho.

Todo o esforço que fiz para manter minha mente “sã” foi por água a baixo quando coloquei minha cabeça sobre o travesseiro. Ela invadia com toda a força, e era só nela que eu estava pensando, em mais nada. Foi tudo por água abaixo. Minha mente parecia gritar somente um nome: Marina! E foi desse jeito que após algumas horas e muito rolar na cama consegui dormir, pensando nela!

Fim do capítulo


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