- Que história é essa. – Perguntou Paola segurando com força o braço da outra. A dona da casa tinha arrastado a prisioneira para o quarto, precisava conversar e entender. Paola abriu a porta da casa com a esperança de viver o amor, no tempo que passou fora conheceu muitas pessoas que não se importavam com sua aparência, estava começando a se acostumar, foi para o nordeste e lá conseguia até sair de dia sem ganhar um olhar torto. Mas tudo foi por água abaixo com esse negocio de gravidez.

- Dá pra soltar meu braço, isso machuca sabia? – Falou em desafio, estava morrendo de saudade daquele corpo, queria senti lá dentro de si, mas o momento não permitia.

   Paola soltou ela.

- Eu soube que você congelo... – Não teve tempo de terminar pois Paola saiu correndo em direção a cozinha.

- Você está louco? Porque fez isso comigo e com a Sofia? Me diz Armando (Segurou a gola da sua camisa com muita força). Armando foi pego de surpresa.

- Eu salvei a Sofia, ou você acha que Jonas iria ficar só nisso? – Paola soltou ele e se sentou em uma cadeira.

Armando ajeitou a camisa e foi se sentar junto dela, tocou sua mão.

-Calma, vou contar tudo.

   Armando relatou todos os últimos acontecimentos. Paola não sabia o que pensar, no fundo estava feliz por saber que teria um filho.

-Vocês tem que sumir por um tempo Paola. Jonas foi muito manso, pode ter certeza que ele vai vir com tudo pra cima de vocês duas. – Falou Armando preocupado, Jonas não iria demorar a aparecer e pelo menos na gestação elas teriam que ficar longe, Paola sabia disso.

***

   Paola entrou no quarto de Sofia como um furacão, foi em direção ao seu guarda-roupas, pegou uma bolsa e jogou em cima da cama com raiva ou pelo menos fingindo raiva. Não iria ceder tão fácil assim, ainda estava desconfiada com essa história de filho.

-Coloca suas roupas nessa mochila. (Disse seria sem encarar a outra).

-Até quando você vai negar seu amor por mim? – Estava provocando.

-Além de abusada é convencida. – Impaciência definia Paola.

   Ficaram se encarando, Sofia se aproximou da outra, foi chegando perto, quando os lábios se roçaram, Paola saiu correndo do quarto. Sofia só sabia rir. Iria provocar até a outra ceder.

   Sofia arrumou as coisas e foi em direção a sala, não sabia o que iria acontecer e nem pra onde Paola iria leva lá. Chegando no cômodo, Paola nada falou antes já tinha falado com Armando e Maria. Armando e Maria deram um abraço rápido em Sofia. Nesse tempo Paola já estava no carro buzinando igual doida.

-Você será presa se continuar fazendo barulho. – Sofia queria desconcentrar Paola de qualquer jeito.

-Olha aqui – Virou pra ela. – Eu estou tentando te ajudar, dá pra parar de me provocar?

Sofia nada respondeu, depois disso ficou seria, mas em seu intimo ria muito daquela cena. Cada instante sentia mais forte que Paola gostava dela e queria de alguma forma fugir.

***

   Dentro do carro era puro silêncio, Sofia já estava doida, de repente tomou a iniciativa e levou a mão em direção ao tocador do carro. Paola ia desligar quando sentiu uma mão lhe deter.

-Por favor. – Sofia falou alisando sua mão com carinho. Paola fugiu rápido do contato, mas sentiu seu corpo ferver.

Escutavam:

https://www.youtube.com/watch?v=jx9eAJkDVc0

Amor marginal – Johnny Hooker

   A viagem seguiu tranquila, o vento batia no cabelo de Sofia, enquanto Paola tentava disfarçar, mas vez ou outra dava uma olhada pra ela.

***

   Chegaram em um hotel perto do mar, estavam no nordeste, no mesmo lugar que Paola antes tinha ido. Ela de alguma forma se sentia melhor naquela região, já tinha feito alguns amigos (Por incrível que pareça).

   Pra desespero da Paola, só tinha um quarto disponível. A noite iria ser bem longa, pensou em mil maneiras de tentar fugir. Talvez se fosse dormir em cima de um coqueiro.

Fim do capítulo